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Jornalista russa condenada à revelia por protesto contra a guerra
Um tribunal da Rússia condenou hoje à revelia a oito anos e meio de cadeia a jornalista Marina Ovsyannikova que, em março de 2022, interrompeu em direto um programa de televisão russo para denunciar a invasão da Ucrânia.
O tribunal indicou que a jornalista, que entretanto abandonou a Rússia, deve cumprir a sentença "numa colónia penal de regime geral" proibindo-a igualmente de "participar em atividades relacionadas com a administração de portais na internet ou redes de informação e de telecomunicações".
Em outubro do ano passado as autoridades judiciais russas emitiram uma ordem de busca e captura da jornalista que abandonou a Rússia quando se encontrava sobre o regime de detenção domiciliária.
Anteriormente, Ovsyannikova tinha sido multada por atos contrários ao Exército da Rússia.
A jornalista trabalhava no Canal 1 de Moscovo e no dia 14 de março de 2022 interrompeu a emissão exibindo um cartaz com uma frase contra a invasão militar russa da Ucrânia que Moscovo designa como "operação especial".
Na altura, a jornalista foi condenada a pagar uma multa de 30 mil rublos (255 euros) por organizar um ato público sem autorização.
Posteriormente, após uma investigação sobre o caso foi despedida da cadeia de televisão tendo começado a trabalhar para o diário alemão Die Welt.
Rússia matou seis civis na Ucrânia por dia nos últimos seis meses
A Rússia matou uma média de seis civis por dia na Ucrânia nos últimos seis meses, segundo um relatório das Nações Unidas apresentado hoje em Kyiv, estimando "em cerca 10 mil" o número total de mortos não militares.
"Mais de 20 meses após a invasão russa, os civis ucranianos continuam a pagar um preço terrível, com quase 10 mil mortos e dezenas de milhares de feridos", segundo as conclusões do relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
"Durante os últimos seis meses, a guerra provocou, em média, a morte de seis civis por dia", especifica o documento.
O relatório destaca os contínuos "ataques com mísseis contra áreas residenciais e infraestruturas críticas" e bombardeamentos russos contra a indústria de cereais e infraestruturas agrícolas que "continuam a semear o medo e a destruição" em toda a Ucrânia.
Entre os efeitos da guerra sobre a população, a investigação da ONU realça as consequências económicas que a invasão russa teve para milhões de pessoas.
A tortura generalizada através de espancamentos, choques elétricos, execuções simuladas, violência sexual e outras formas de maus-tratos por parte das forças russas contra prisioneiros de guerra e civis ucranianos nos territórios ocupados é outra violação sistemática documentada pela ONU.
O relatório também referiu a pressão sofrida pelos cidadãos ucranianos nas áreas ocupadas para aceitarem a cidadania russa, sem a qual lhes é frequentemente negado o acesso aos serviços básicos.
Os ucranianos do sexo masculino nestas áreas também enfrentam a ameaça de serem enviados para a frente para lutar do lado russo contra as forças armadas do seu país.
Outro dos abusos denunciados no relatório são as transferências forçadas de crianças e menores ucranianos, que em muitos casos estavam sob os cuidados do Estado ucraniano e sofrem de deficiências mentais e intelectuais, de uma área ocupada para outra ou para o território da Federação Russa.
Do lado ucraniano, o relatório manifestou preocupação com os quase oito mil processos penais abertos contra alegados colaboradores da Rússia até julho deste ano. Segundo os dados citados, o sistema de justiça emitiu condenações em "quase todos" os casos julgados.
Os acusados são, em muitos casos, pessoas que colaboraram com as autoridades russas estabelecidas em territórios ocupados pela Rússia, posteriormente libertados pela Ucrânia, e que concordaram em trabalhar com os ocupantes em cargos de diferentes responsabilidades.
Muitas destas pessoas disseram aos investigadores da ONU que aceitaram os cargos oferecidos sob ameaças das autoridades russas.
Imagens de bombardeamento em Kharkiv são "absolutamente horríveis"
As Nações Unidas lamentaram hoje o bombardeamento da aldeia de Hroza, na região ucraniana de Kharkiv, considerando as imagens do que considerou um crime de guerra como "absolutamente horríveis".
"Estou chocada com os relatos de um ataque russo que, há pouco tempo, destruiu a aldeia de Hroza, na região de Kharkiv, matando dezenas de civis. As imagens que chegam da localidade onde vivem pouco mais de 300 pessoas são absolutamente horríveis", disse a coordenadora humanitária da ONU na Ucrânia, Denise Brown, num comunicado hoje divulgado.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou hoje um ataque com 'rockets' russos contra uma loja de uma aldeia no leste da Ucrânia, afirmando que matou pelo menos 49 civis e foi um dos ataques mais mortíferos dos últimos meses.
No documento, Denise Brown lamentou, em nome da ONU e da comunidade humanitária, que o povo ucraniano tenha tido de "testemunhar hoje, mais uma vez, outra consequência bárbara da invasão russa".
A responsável diplomática assinalou que dirigir um ataque contra civis ou objetos civis constitui um crime de guerra, bem como lançar intencionalmente um ataque com potencial desproporcionado.
Zelensky, que está em Granada, Espanha, numa cimeira com cerca de 50 líderes europeus que visa angariar apoio para o país em guerra, classificou o ataque como um "crime russo comprovadamente brutal" e "um ato de terrorismo completamente deliberado".
O Presidente ucraniano instou os aliados ocidentais a ajudarem a fortalecer as defesas aéreas da Ucrânia, alegando que "o terror russo tem de ser travado".
"Agora estamos a falar com os líderes europeus, em particular, sobre o reforço da nossa defesa aérea, o fortalecimento dos nossos soldados, a proteção do nosso país contra o terrorismo. E responderemos aos terroristas", acrescentou.
"O mais importante para nós, especialmente antes do inverno, é fortalecer a defesa aérea, e já existe uma base para novos acordos com parceiros", disse Zelensky, num comunicado publicado no canal de mensagens Telegram.
Putin diz que missão da Rússia é construir "um novo mundo"
O presidente russo, Vladimir Putin, insistiu hoje que a missão do país é construir "um novo mundo", denunciando a hegemonia ocidental e colocando a invasão da Ucrânia nessa perspetiva e não de um "conflito territorial", refere a AFP.
"A missão é construir um novo mundo", afirmou o presidente russo no fórum político Valdai, denunciando a arrogância do Ocidente desde o colapso da antiga União Soviética.
"Os Estados Unidos e os seus satélites enveredaram pelo caminho da hegemonia", acusou o chefe de Estado russo, considerando que "o Ocidente ainda precisa de um inimigo contra o qual a luta se justifica pela força e pelo expansionismo".
Segundo Putin, a ofensiva russa na Ucrânia "não é, portanto, um conflito territorial", mas um acontecimento que deve determinar os "princípios em que se baseará a nova ordem mundial".
"Não temos qualquer interesse em recuperar território", alegou o presidente russo, que, em setembro de 2022, anunciou ter anexado quatro regiões da Ucrânia, após a anexação da Crimeia em 2014.
Vladimir Putin acusou também o Ocidente de demonizar a China e de "criar um ambiente hostil aos muçulmanos".
"Estão a tentar dar uma imagem de inimigo a todos aqueles que não estão dispostos a seguir as elites ocidentais", advertindo que os dias em que o Ocidente podia ditar a sua vontade a outros países, como durante o colonialismo, "já lá vão" e "nunca mais voltarão".
Putin disse ainda que a Rússia pretende viver num "mundo aberto", onde as relações internacionais estejam livres da "lógica dos blocos" e assentes em "soluções coletivas".
Durante anos, a Rússia denunciou o alargamento da NATO e a consequente ameaça disso. Moscovo justifica o ataque à Ucrânia sobretudo pelo desejo deste país em aderir à Aliança Atlântica.
A Ucrânia, por seu lado, considera que a Rússia desencadeou um conflito de carácter imperialista para se apoderar dos seus territórios e que ameaça toda a Europa.
Após mais de um ano e meio de combates na Ucrânia e de sanções contra Moscovo, Putin considera que a Rússia está a conseguir suportar os custos da sua ofensiva militar. "Até agora, estamos a ir bem. Tenho razões para acreditar que também seremos capazes de fazer face aos custos no futuro", previu.
Zelensky denuncia ataque russo que matou 49 civis em Kharkiv
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou hoje um ataque com 'rockets' russos contra uma loja de uma aldeia no leste da Ucrânia, afirmando que matou pelo menos 49 civis e foi um dos ataques mais mortíferos dos últimos meses.
Zelensky, que está em Granada, Espanha, numa cimeira com cerca de 50 líderes europeus que visa angariar apoio para o país em guerra, classificou o ataque como um "crime russo comprovadamente brutal" e "um ato de terrorismo completamente deliberado".
O Presidente ucraniano instou os aliados ocidentais a ajudarem a fortalecer as defesas aéreas da Ucrânia, alegando que "o terror russo tem de ser travado".
"A Rússia faz ataques terroristas como este apenas para uma coisa: fazer da sua agressão genocida a nova norma para todo o mundo", acusou.
"Agora estamos a falar com os líderes europeus, em particular, sobre o reforço da nossa defesa aérea, o fortalecimento dos nossos soldados, a proteção do nosso país contra o terrorismo. E responderemos aos terroristas", acrescentou.
? O chefe do gabinete presidencial, Andrii Yermak, e o governador de Kharkov, Oleh Syniehubov, adiantaram que um menino de seis anos estava entre os mortos, acrescentando que outras seis pessoas ficaram feridas.
"O mais importante para nós, especialmente antes do inverno, é fortalecer a defesa aérea, e já existe uma base para novos acordos com parceiros", disse Zelensky, num comunicado publicado no canal de mensagens Telegram.
No inverno passado, a Rússia atacou o sistema energético da Ucrânia e outras infraestruturas vitais através de ataques constantes de mísseis e drones, provocando cortes contínuos de energia em todo o país.
O sistema energético da Ucrânia demonstrou um elevado grau de resiliência e flexibilidade, ajudando a aliviar os danos, mas tem havido preocupações de que a Rússia intensifique novamente os seus ataques às instalações elétricas à medida que o frio se aproxima.
Zelensky lembrou ainda que a cimeira de Granada abordará o "trabalho conjunto para a segurança alimentar global e a proteção da liberdade de navegação" no Mar Negro, onde os militares russos têm como alvo os portos ucranianos após a retirada de Moscovo de um acordo de cereais patrocinado pela ONU, concebido para garantir segurança às exportações de cereais dos portos do país invadido.
Drones russos destroem celeiro e camiões em porto ucraniano do Danúbio
Drones russos destruíram esta madrugada nove camiões e um celeiro num porto ucraniano no rio Danúbio, no distrito de Izmail, na fronteira com a Roménia, num novo ataque às exportações agrícolas ucranianas, denunciaram hoje as autoridades.
"O alarme antiaéreo estendeu-se por três horas e meia na região de Odessa devido ao ataque de terroristas russos", escreveu o chefe da administração militar da região de Odessa, Oleg Kiper, na plataforma de mensagens Telegram.
As defesas aéreas ucranianas abateram três dos drones kamikaze 'Shahed' lançados pela Rússia, notou.
Kiper acrescentou que o alvo do ataque eram "infraestruturas portuárias no distrito de Izmail", na região sul de Odessa.
O ataque, acrescentou, danificou um celeiro, incendiou nove camiões e forçou a suspensão do serviço de 'ferry' que liga o distrito de Izmail ao lado romeno do Danúbio.
Novo ataque russo mata menino de 10 anos em Kharkiv
Um ataque russo contra a cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia, matou hoje de manhã um menino de 10 anos, informaram as autoridades locais.
"Um menino de 10 anos foi encontrado sob os escombros. Infelizmente, a criança morreu", escreveu o chefe da administração militar da região de Kharkiv, Oleg Siniegubov, na plataforma de mensagens Telegram.
O ataque fez ainda 16 feridos, sendo que os serviços de emergência continuam no local a prestar assistência, ainda de acordo com as autoridades.
Entretanto, a Ucrânia afirmou hoje ter abatido 25 dos 33 'drones' de ataque lançados pela Rússia, que tem efetuado bombardeamentos noturnos diários contra o país vizinho.
As defesas antiaéreas destruíram "25 ['drones'] 'Shahed' 131/136, nas regiões de Odessa, Mykolaiv, Kharkiv, Dnipro, Tcherkassy e Jytomyr", indicou a Força Aérea ucraniana no Telegram.
Putin não vai desistir porque joga o seu futuro, diz especialista
O especialista em assuntos russos Marek Menkiszak alerta que o líder do Kremlin, Vladimir Putin, vai até onde o deixarem ir, mas calculou mal a invasão da Ucrânia e sabe que agora tem o seu futuro em jogo.
"Putin acredita que o destino desta guerra é absolutamente decisivo para a sobrevivência do seu regime", afirma em entrevista à agência Lusa o diretor do Departamento da Rússia do Centro de Estudos de Leste, com sede em Varsóvia.
Isso significa que o Presidente russo assumiu como prioridade do futuro, enquanto estiver no poder, "esmagar a Ucrânia" e esta é a "má notícia" do que o especialista e investigador polaco considera ser um falhanço da invasão iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Marek Menkiszak classifica Putin um homem "agressivo e oportunista e que aproveita fraquezas quando as vê", como sucedeu na anexação da península ucraniana da Crimeia, em 2014, e na invasão da Ucrânia. É também alguém que cria perceções e trabalha com base nelas.
"Portanto, é importante influenciar a perceção do Kremlin, e a única maneira de a influenciar é dissuadindo, criar uma imagem de bloco ocidental forte, unido, que esteja disposto a enfrentar a Rússia se houver necessidade", recomenda, ou, em suma: "Não permitir que os russos acreditem que somos tão fracos que será seguro testar-nos".
E esse foi o erro que, segundo o analista, conduziu Putin à Ucrânia, um conflito que, adverte, não é sobre território mas tem um alcance bastante mais amplo, na busca da destruição da ordem de segurança na Europa e da alteração do equilíbrio do poder global.
Para Marek Menkiszak, o que o líder russo procurou foi garantir "uma posição dominante para a coligação dos países que não são democráticos ou autocráticos - obviamente liderada pela China em benefício da Rússia" -, numa tentativa de recriar uma espécie de império russo, e expandir a sua zona de controlo e segurança política.
Só que, no entanto, "calculou mal em ambos", frisa o especialista.
Logo à cabeça, enumera Menkiszak, não previu a capacidade de resistência da Ucrânia e da sua sociedade nem a reação ocidental: "A Rússia fracassou tragicamente, apesar de expandir uma guerra brutal e ocupar mais territórios, vários deles anexados ilegalmente".
Ao longo dos quase 19 meses de guerra, Moscovo falhou na meta de rápida subjugação de Kiev e de minar a ordem de segurança global, e, mesmo do ponto de vista militar, já perdeu dois terços de território anteriormente conquistado.
No seguimento deste revés, o Kremlin está determinado "a pagar altos custos para continuar a guerra e criar pressão sobre o Ocidente", no pressuposto de que a resiliência de Moscovo é maior do que a dos países aliados de Kiev, prossegue o especialista.
"Basicamente, a ideia é criar uma situação de desgaste, na qual a vontade política e a fidelidade do Ocidente no apoio à Ucrânia a prazo desaparecerão e isso acabará por derrubar a defesa da Ucrânia e levar à vitória da Rússia", referiu.
Esta estratégia, de acordo com o analista, passa por diminuir ou congelar a intensidade das hostilidades e não permitir grandes avanços à contraofensiva em curso das tropas ucranianas, condicionar o fornecimento à Ucrânia de armamento -- especialmente mísseis de longo alcance - ao traçar "linhas vermelhas" e ameaçar os parceiros de Kiev com consequências.
Depois, vem a aposta na fadiga da guerra e numa espécie de mudança de tendência de apoio à Ucrânia, quebrando a união de vontades que vinha acontecendo, em associação à manipulação dos preços globais, o que acabaria por alterar as políticas de concertação dos países ocidentais e empurrar os ucranianos para concessões.
"E obviamente uma das maiores esperanças para Moscovo são as eleições presidenciais nos Estados Unidos no ano que vem, em que Putin acredita que há uma possibilidade crescente de [o ex-Presidente norte-americano] Donald Trump ganhar e enfraquecer o apoio ocidental [a Kiev] e até criar pressão política pela paz para se fazer concessões à Rússia", aponta Menkiszak.
Mas o "plano russo" de acumular problemas para os países ocidentais e para a Ucrânia, e criar a tal inflexão nas políticas dos aliados, vem acompanhado de más notícias para Moscovo, quando, por exemplo, "a economia russa está em péssima forma".
Marek Menkiszak destaca a inflação alta, o défice de combustíveis e a duplicação prevista dos gastos em defesa no próximo ano como fatores de "um enorme 'stress' para a economia, e para a sociedade russa e um desafio para o regime", numa fase em que Moscovo "não tem verdadeiros aliados" na sua investida ucraniana, com as exceções conhecidas da Coreia do Norte e do Irão, e perdeu a sua capacidade de influência na chamada área pós-soviética, tirando a Bielorrússia.
Por outro lado, o esforço russo de quebrar o abastecimento militar e financeiro a Kiev ainda não se verificou e, pelo contrário, permanece um apoio intensivo tanto da União Europeia (UE) como dos seus Estados-membros e dos Estados Unidos, a que se acresce o sinal que é dado a Moscovo no processo de adesão de Kiev ao espaço europeu.
"Há pontos positivos e negativos, há boas e más notícias e temos de ter muito cuidado, esperar e não tirar já conclusões radicais e definitivas", aconselha o especialista, lembrando que este é um conflito de longo-prazo e sistémico.
A ameaça russa é tema central em países vizinhos da Ucrânia, como a Polónia, que terá eleições em 15 de outubro, mas também na Eslováquia, de onde saiu das legislativas em finais de setembro um poder favorável a Moscovo.
Menkiszak alerta que cada país tem a sua retórica, política e ações, e que a terminologia usada de Europa central e de leste, ou flanco oriental da NATO, na verdade não significa que se trate de espaços coesos e coerentes.
Mas o que os difere a todos em relação à Rússia é que são democracias e, frisa, "independentemente do que diga sobre os desafios em direção às normas democráticas, há eleições livres nestes países" e "nenhum Governo pode fechar os olhos à vontade das pessoas e ao que pensam".
É por isso que Menkiszak defende uma "comunicação estratégica" para que os cidadãos entendam os custos deste conflito "e a consequência desastrosa" de uma vitória da Rússia e eventuais efeitos na ordem global mas também na segurança daqueles países, que já experimentaram a ocupação russa "e isso também é memória histórica" no sentido de se evitar uma repetição da Ucrânia.
A perspetiva de Putin atacar um país membro da NATO e "comprar" um conflito total é desafiada pela lógica, mas o analista convida a que se "alargue a imaginação" e se pense em quem apostaria na anexação da Crimeia há uma década - "que era um cenário de outro planeta mas aconteceu" -, a que seguiu a revelação de "elementos de genocídio e crimes de guerra massivos" perpetrados na Ucrânia.
"Putin irá tão longe até onde o deixarem ir", adverte Marek Menkiszak perante aquilo que encara como o conceito mais fácil da equação, insistindo que "o nível de risco depende da perceção russa".
E esse é, na sua opinião, o enorme desafio no centro da atual crise.
"Se enviarmos sinais de que temos medo, somos fracos, divididos, indecisos, avessos ao risco e que não estamos prontos para confrontá-los, isso será visto como um convite à Rússia para se tornar mais agressiva", conclui.
Ucrânia. Ataques russos fazem pelo menos dois mortos e mais de 10 feridos
Entre os feridos está um bebé de nove meses, revelaram as autoridades ucranianas.
Pelo menos duas pessoas morreram e mais de 10 ficaram feridas num bombardeamento contra zonas residenciais na noite de domingo na região sul de Kherson e outras regiões da Ucrânia.
Entre os feridos está um bebé de nove meses.
Segundo o general encarregado das forças terrestres da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, as tropas avançaram na frente oriental na contraofensiva de Kyiv para expulsar os invasores russos, reporta a agência Reuters.
O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia revelou que o seu exército repeliu ataques em cinco setores da linha da frente, com cerca de 1.000 quilómetros de extensão.
Por outro lado, a Rússia revela que as suas forças repeliram ataques perto de Bakhmut.
O governador da região de Kherson, Oleksandr Prokudin, destacou que um homem morreu e "uma dúzia" de pessoas ficaram feridas na região.
Na região nordeste de Kharkiv, o governador Oleh Synehubov revelou também que outro homem perdeu a vida perto da fronteira russa.
"O inimigo continua a aumentar as suas reservas. As nossas tropas estão a cumprir as suas missões com o objetivo de prosseguir com o nosso avanço”, escreveu o general Syrskyi no Telegram.
De recordar que o controlo sobre a cidade de Kherson foi retomado pela Ucrânia em novembro de 2022, embora a cidade continue ao alcance das tropas russas.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
Mais de 283 mil russos já perderam a vida no conflito que teve início em fevereiro de 2022.
As autoridades ucranianas afirmam que só no último dia, 450 militares russos foram mortos.
Na sua atualização diária, o ministério da Defesa ucraniano revela ainda que as forças russas perderam seis tanques de guerra e três veículos de combate, aumentando estas perdas para 4.829 e 9.129, respetivamente.
Quando às baixas humanas, há a registar um total de 283.080 russos que perderam a vida desde o início do conflito, a 24 de fevereiro de 2022.
A Ucrânia refere ainda que eliminou mais 17 drones inimigos no último dia.
A publicação das autoridades do país liderado por Volodymyr Zelensky é acompanhada da frase 'Independência é felicidade', da autoria da defensora dos direitos civis americana, Susan B. Anthony.
Dois responsáveis da Defesa ucranianos suspeitos de desvio de fundos
Dois responsáveis do Ministério da Defesa ucraniano são suspeitos de um desvio de fundos de mais de seis milhões de euros para a compra de coletes à prova de bala, indicou hoje um organismo anticorrupção.
Esta revelação indicia um novo caso de corrupção num país confrontado desde fevereiro de 2022 com a invasão militar da Rússia.
Segundo o gabinete de investigação do Estado, um antigo vice-ministro da Defesa responsável pela logística do Exército e o chefe de um departamento do ministério responsável pelo fornecimento são suspeitos de "desvios por abuso de poder em larga escala".
Os dois homens, cuja identidade não foi revelada, "encomendaram no estrangeiro equipamentos de proteção individual de má qualidade" e que foram previamente pagos integralmente sem respeitar "o procedimento de controlo da qualidade prevista", segundo a mesma fonte.
"Em consequência, as Forças Armadas ucranianas receberam coletes à prova de bala de má qualidade e que colocam vidas em perigo caso sejam utilizados em combate", denunciou ainda o gabinete de investigação.
Os dois homens, que estão detidos, arriscam até 12 anos de prisão.
Segundo o gabinete de investigação, este desvio de fundos constitui um novo episódio num caso mais amplo que totaliza mais de 36 milhões de euros e que envolve contratos de fornecimento de munições de má qualidade ao Exército ucraniano.
Desde o início da invasão russa, o Ministério da Defesa ucraniano tem sido abalado por vários casos de corrupção.
Em agosto, os 'media' revelaram a aquisição pelo ministério de uniformes a preços inflacionados, e em janeiro a aquisição de produtos alimentares para soldados por somas particularmente elevadas.
No início de agosto, a totalidade dos responsáveis regionais pelo recrutamento militar foram demitidos pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o objetivo de desmantelar um sistema de corrupção que permitia aos recrutas, entre outras situação, evitar o serviço militar.
Após estes escândalos, o então ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, apresentou a demissão.
A luta contra a corrupção, um mal endémico no país, é um dos critérios estabelecidos pela União Europeia (UE) para examinar a candidatura de adesão da Ucrânia, que tem recebido dezenas de milhares de milhões de euros de ajuda ocidental desde o início da guerra.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
Dois russos mortos em ataque ucraniano junto à fronteira
Dois civis morreram hoje num ataque ucraniano contra uma aldeia da região russa de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia, anunciou o governador local.
"Hoje, a aldeia de Popovka, no distrito de Krasnoyaruja, foi alvo de dois ataques do exército ucraniano", disse Vyacheslav Gladkov nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP.
O governador precisou que um obus caiu sobre uma casa, matando um homem.
Uma mulher idosa ficou ferida por estilhaços e morreu numa ambulância quando estava a ser transportada para um hospital.
"Quatro casas, bem como linhas de fornecimento de eletricidade e gás, foram danificadas em diferentes graus", acrescentou.
As informações divulgadas pela Rússia e pela Ucrânia sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
Os ataques ucranianos contra o território russo multiplicaram-se nos últimos meses, tendo como pano de fundo uma contraofensiva lançada por Kiev no início de junho.
Para isso, Kiev contou com o fornecimento de armamento dos aliados ocidentais, que também impuseram sanções a Moscovo para tentar diminuir a capacidade russa de financiar o esforço de guerra.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, para "desnazificar e desmilitarizar" o país vizinho.
Desconhece-se o número de baixas civis e militares do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
Ucrânia. Tropas russas tentam cercar cidade próximo de Donetsk
As autoridades ucranianas admitiram hoje que as tropas russas estavam a tentar cercar a cidade de Avdiivka, no leste da Ucrânia, que foi submetida nas últimas horas a bombardeamentos intensos.
"Os russos estão a realizar ataques maciços de artilharia desde as oito da manhã. (...) O inimigo está a tentar cercar a cidade", disse o chefe da administração militar da cidade, Vitaly Barabas, à agência francesa AFP.
Segundo Barabas, há mais de um ano que existia o risco de a cidade da região de Donetsk ser ocupada.
"Hoje, a situação agravou-se rapidamente", afirmou, num contacto ao início da tarde.
Barabas disse que cerca de 1.600 pessoas ainda vivem em Avdiivka, em comparação com 30 mil antes da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
A cidade, cujos edifícios no centro foram destruídos nos últimos meses, fica a 13 quilómetros de Donetsk, a capital da região com o mesmo nome, controlada pelos russos.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
Moscovo anexou Donetsk em 30 de setembro do ano passado, juntamente com Lugansk, também no leste, e Kherson e Zaporijia, no sul.
A Rússia já tinha anexado a península da Crimeia em 2014, quando se iniciou a guerra separatista em Donetsk e Lugansk, com apoio russo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, proclamou 30 de setembro como o Dia da Reunificação para celebrar as anexações.
Kyiv e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões, que correspondem a cerca de 20% do território ucraniano.
A Ucrânia exige a retirada da Rússia, incluindo da Crimeia, e a reposição das fronteiras reconhecidas internacionalmente em 1991, quando a antiga república soviética se tornou independente.
"Vai ser um desafio perceber como é que vamos sobreviver este inverno"
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, admitiu hoje, no quartel-general da NATO, em Bruxelas, que "vai ser um desafio" sobreviver ao próximo inverno e pediu mais apoio para "necessidades concretas".
"Vai ser um desafio perceber como é que vamos sobreviver este inverno", reconheceu o Presidente ucraniano, assim que chegou ao quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), acompanhado pelo secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg.
É expectável que a Rússia reutilize a estratégia de bombardeamento de infraestruturas críticas durante o inverno.
Por isso, Volodymyr Zelensky considerou que é necessário "discutir as prioridades" com os países da Aliança Atlântica para salvaguardar a população ucraniana: "Existem necessidades concretas e precisamos de responder a essas necessidades concretas em pontos concretos do nosso território."
O chefe de Estado ucraniano também apelou à utilização de ativos russos congelados: "Vocês têm esses ativos e nós podemos utilizá-los, podemos utilizar esse dinheiro para reconstruir a Ucrânia. Eles [as tropas russas] destroem, nós utilizamos esses ativos."
Este apelo foi "coartado" pelo secretário-geral da NATO, que com um toque no ombro disse a Zelensky que estava na altura de iniciarem o conjunto de reuniões.
Volodymyr Zelensky não confirmou reuniões com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ou com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, justificando que "hoje vai ser tudo muito rápido".
Ucrânia. 820 soldados russos abatidos e caça inimigo derrubado
A Ucrânia disse hoje ter abatido 820 soldados inimigos, um caça russo Su-25, vários sistemas de defesa aérea, 34 tanques, mais de 90 veículos blindados e 18 sistemas de artilharia.
As forças armadas ucranianas também terão abatido cerca de 20 veículos militares russos, sete 'drones' de reconhecimento e uma estação de comunicações eletrónicas, atingida por mísseis.
O relatório do Estado-Maior ucraniano descreve também a situação na linha da frente como pouco alterada em relação às últimas semanas.
A Ucrânia está a conduzir ações ofensivas em Bakhmut (leste) e na província de Zaporijia (sul), enquanto o exército russo está a lançar ataques em várias áreas da linha da frente nas províncias de Donetsk, Lugansk e Kharkov, todas no leste ucraniano.
Entretanto, na frente de Kherson, no sul, a Ucrânia está a destruir equipamento militar e armas russas.
Apesar de não ter feito progressos nas últimas semanas, as autoridades ucranianas afirmaram que continuam a infligir baixas maciças em pessoal e equipamento militar entre as fileiras russas.
Multado dirigente da ONG Memorial por desacreditar Exército russo
A Justiça russa multou hoje Oleg Orlov, um dos dirigentes da organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos Memorial, laureada com o prémio Nobel da Paz 2022, por desacreditar o Exército russo.
A juíza do tribunal Golovinski de Moscovo condenou o ativista ao pagamento de uma multa de 150.000 rublos (1.427 euros).
A decisão não é inédita, uma vez que até agora quase todos os processos penais abertos contra conhecidos ativistas ou políticos da oposição por desacreditarem as Forças Armadas terminaram com uma condenação.
A procuradora do Ministério Público tinha pedido uma multa de 250.000 rublos (2378 euros), depois de ter tido em conta como atenuante, entre outras coisas, a idade do arguido, 70 anos, e o seu brilhante percurso como ativista nos últimos 30 anos.
Além disso, no início da sessão, pediu ao tribunal que ordenasse um exame psiquiátrico ao arguido, um pedido que provocou gargalhadas na sala de audiências e que foi de imediato rejeitado pela juíza.
Os tribunais abriram o processo penal contra Orlov em março, devido a um artigo intitulado "Queriam fascismo, já o têm", publicado na imprensa francesa e divulgado em novembro de 2022 na rede social Facebook.
"A guerra sangrenta declarada pelo regime do [Presidente russo, Vladimir] Putin na Ucrânia significa não só o assassínio em massa de pessoas, mas também a destruição das infraestruturas, da economia e dos bens culturais desse extraordinário país", lia-se no artigo.
Oleg Orlov já tinha sido multado mais duas vezes por piquetes de greve individuais, um dos quais na Praça Vermelha, pelo que poderia hoje ter sido condenado a cinco anos de prisão por reincidência.
Durante a audiência de hoje, Orlov acusou as autoridades de ordenarem a sua perseguição política pelo simples facto de defender uma opinião pessoal discordante da posição oficial.
Baseou-se nas resoluções da ONU para lançar sérias dúvidas sobre a afirmação de que a chamada "operação militar especial" da Rússia na Ucrânia tenha como objetivo reforçar a paz e a segurança no mundo.
Sustentou igualmente que por enquanto, na Rússia, Putin ainda não é "infalível" como em tempos foi o Papa romano, pelo que defendeu o direito a criticar o Kremlin (Presidência russa).
O ativista também se referiu a um patriotismo em que não se sente orgulho no país natal, mas sim "vergonha" pelos crimes cometidos pelo seu Estado ou pelas suas Forças Armadas.
O diretor do jornal independente Novaya Gazeta, Dmitri Muratov, distinguido com o prémio Nobel da Paz em 2021, proferiu em tribunal uma inflamada defesa de Orlov.
Muratov asseverou que Orlov escreveu aquele artigo para alertar contra o "revanchismo" daqueles que ainda não ultrapassaram a desintegração da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
E comparou as suas críticas à ofensiva militar na Ucrânia com as outrora emitidas por Andrei Sakharov, prémio Nobel da Paz 1975, contra a invasão russa do Afeganistão (1979-1989), que lhe custaram seis anos de prisão domiciliária.
Deu ainda vários exemplos de figuras públicas que desacreditaram o Exército russo ou apelaram para o lançamento de bombas nucleares para intimidar o Ocidente, mas que nunca foram levadas a tribunal.
Em dezembro de 2021, os tribunais russos acabaram tanto com a ONG Memorial International como com o Centro de Direitos Humanos Memorial, por criarem uma "imagem falsa da URSS como Estado terrorista".
Ataque russo contra escola faz pelo menos três mortos no sul da Ucrânia
Um ataque russo causou hoje pelo menos três mortos numa escola secundária na cidade de Nikopol, no sul da Ucrânia, de acordo com as autoridades ucranianas, enquanto Moscovo garantiu ter avançado em Avdiivka, no leste do país vizinho.
"Às 18h35 [16h35 em Lisboa], outro corpo foi recuperado dos escombros do prédio do ensino secundário pelas unidades do Serviço de Emergência do Estado", anunciou esta instituição através da rede social Telegram.
"Um total de três pessoas morreram e outras duas ficaram feridas. Há outra pessoa sob os escombros", acrescentou a mesma fonte.
Uma hora antes, o ministro do Interior ucraniano, Ihor Klymenko, tinha anunciado a morte de dois funcionários do estabelecimento de ensino.
Segundo a agência de notícias Interfax, o ataque a Nikopol destruiu parcialmente a escola e causou danos a 42 blocos residenciais, 18 edifícios agrícolas, uma loja, linhas de alta tensão, um veículo e vários painéis solares.
O Exército russo, por sua vez, garantiu hoje que melhorou as suas posições graças à sua ofensiva em grande escala em torno da cidade de Avdiivka, no leste da Ucrânia, embora as forças de Kiev afirmem ter repelido o seu ataque.
A ofensiva a esta cidade industrial no Donbass parece preocupar as autoridades ucranianas, que têm estado envolvidas numa contraofensiva lenta durante meses.
A Ucrânia relatou na terça-feira "ataques massivos" de soldados russos, alertando que tentavam cercar Avdiivka, antes de dizer no final do dia que conseguiram "evitar a perda de posições".
Mas segundo o Ministério da Defesa russo, numa nota no Telegram, as suas tropas, nomeadamente apoiadas pela artilharia, "melhoraram as posições em torno da linha da frente" perto de Avdiivka, sem dar mais detalhes.
O chefe da ocupação russa da região de Donetsk, Denis Pushilin, aplaudiu os avanços e a "consolidação de novas posições".
Pushilin explicou, à agência russa Ria Novosti, que observou "uma tendência de retirada" das forças ucranianas em redor da cidade, embora reconhecesse que era demasiado cedo para falar numa verdadeira retirada.
Andrii Kovalev, porta-voz do Exército ucraniano, reafirmou hoje, no entanto, que os seus soldados tinham "repelido todos os ataques do inimigo", sem ceder terreno.
Também hoje, em Avdiivka, um homem de 85 anos morreu num ataque à bomba que atingiu o pátio da sua casa, enquanto dois outros civis ficaram feridos, revelou o procurador regional ucraniano em Donetsk.
A cidade, cujos edifícios no centro foram destruídos nos últimos meses, fica a 13 quilómetros de Donetsk, a capital da região com o mesmo nome, controlada pelos russos.
Moscovo anexou Donetsk em 30 de setembro do ano passado, juntamente com Lugansk, também no leste, e Kherson e Zaporijia, no sul.
A Rússia já tinha anexado a península da Crimeia em 2014, quando se iniciou a guerra separatista em Donetsk e Lugansk, com apoio russo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, proclamou 30 de setembro como o Dia da Reunificação para celebrar as anexações.
Kiev e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões, que correspondem a cerca de 20% do território ucraniano.
A Ucrânia exige a retirada da Rússia, incluindo da Crimeia, e a reposição das fronteiras reconhecidas internacionalmente em 1991, quando a antiga república soviética se tornou independente.
Abatidos 28 drones russos em ataque de Moscovo durante a noite
A Ucrânia abateu 28 'drones' russos durante a noite, informou hoje a força aérea ucraniana, enquanto as forças armadas no Sul deram conta de que o ataque de Moscovo danificou armazéns portuários na região sul de Odessa.
"Os 'drones' inimigos voavam em direções diferentes, por isso a defesa aérea operava em pelo menos seis regiões da Ucrânia (...). Um total de 28 ('drones') foram destruídos esta noite", informou a força aérea ucraniana numa mensagem divulgada na rede social Telegram.
No total, Moscovo lançou 33 aparelhos a partir da região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, e do cabo Chaouda, no leste da península da Crimeia anexada pela Rússia em 2014, segundo a mesma fonte.
De acordo com as forças de defesa ucranianas no Sul do país, "o ataque noturno do inimigo, que mobilizou um grupo de 'drones' (...), foi mais uma vez dirigido à infraestrutura portuária do Danúbio".
"Os edifícios de armazéns na zona portuária sul da região de Odessa foram danificados por um ataque", acrescentou a mesma fonte no Telegram.
O governador local, Oleg Kiper, relatou danos em "infraestruturas portuárias e edifícios residenciais" no distrito de Izmail, bem como um octogenário hospitalizado com queimaduras.
Segundo o exército, as forças ucranianas destruíram 10 aparelhos russos nesta região e outros quatro na região vizinha de Mykolaiv, mas não especificou se esses 14 fazem parte do total de 28 abatidos e contabilizados pela força aérea.
Desde o abandono, em julho, do acordo de cereais que permitia à Ucrânia exportar livremente a sua produção, a Rússia intensificou os ataques nestas duas regiões, onde estão localizadas plataformas e portos cruciais para o comércio no Mar Negro, como os do Danúbio de Izmaïl e Reni.
Ucrânia. Rússia volta a atacar Odessa e Kiev recebe ajuda militar
A Rússia voltou a atacar hoje a infraestrutura portuária da região de Odessa, quando a Ucrânia recebeu um novo pacote de ajuda militar de quase 500 milhões de euros dos aliados.
"No distrito de Izmail foram registados danos numa infraestrutura portuária e em casas residenciais", escreveu o chefe da Administração Militar de Odessa, Oleg Kiper, nas redes sociais.
Durante o ataque, as defesas aéreas ucranianas conseguiram derrubar os 'drones' lançados pela Rússia contra a região de Odessa.
O Ministério da Defesa da Rússia admitiu o ataque a Izmail, mas garantiu que este foi dirigido contra um armazém com equipamento bélico ucraniano.
Segundo o Ministério russo, "a aviação, os 'drones', as forças de mísseis e a artilharia das Forças Armadas da Rússia causaram baixas a soldados e equipamento bélico (ucraniano) em 129 zonas".
Entretanto, Kiev informou ter recebido uma nova ajuda de quase 500 milhões de euros dos seus aliados.
Este pacote de auxílio procura cobrir as necessidades do Exército ucraniano durante o inverno, com munições e defesas antiaéreas.
Contudo, o chefe da inteligência militar ucraniana, Kirilo Budanov, avisou que o envio de material militar para a Ucrânia pode vir a diminuir se a guerra de Israel contra o grupo islamita Hamas aumentar na faixa de Gaza.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Rússia realiza 20 ataques na zona oriental de Avdivka, na Ucrânia
As Forças Armadas russas lançaram na quinta-feira ataques na zona da frente oriental de Avdivka, na província de Donetsk, no leste da Ucrânia, declarou hoje o Estado-Maior da Forças Armadas ucranianas.
"O adversário continua a tentar, sem sucesso, quebrar as defesas ucranianas", lê-se na nota oficial, que também menciona ataques russos mal sucedidos nas áreas da frente de Liman e Kupiansk, no nordeste da Ucrânia, Marinka e Zaporijia, onde o Exército russo procura recuperar o controlo da cidade perdida de Robotine.
De acordo com o relatório de hoje do Centro de Estratégias de Defesa ucraniano, a Rússia "está a tentar tomar a iniciativa" considerando que "a ofensiva das Forças Armadas da Ucrânia na zona de Zaporijia atingiu o seu ponto de esgotamento".
O Estado-Maior ucraniano afirmou que as suas tropas "continuam a operação ofensiva no eixo de Melitopol" (Zaporijia) e continuam a realizar "operações de assalto ofensivas no eixo Bakhmut", na frente oriental da província de Donetsk.
O relatório acrescenta que a Ucrânia continua a "infligir perdas de combatentes e equipamento militar às forças de ocupação, exaurindo o inimigo ao longo de toda a linha da frente".
Segundo o próprio Estado-Maior ucraniano, a Rússia teria perdido na quinta-feira mais de mil soldados quando intensificou, sem sucesso, os seus ataques a vários segmentos da frente de batalha.
Por outro lado, de acordo com o conselheiro do chefe da administração russa da região de Donetsk, Yan Yagin, as Forças Armadas ucranianas enviaram reforços ao grupo que estão estacionados na frente de Avdivka, onde combates ferozes duram há vários dias.
"De acordo com os nossos dados, o inimigo transferiu forças de reserva da frente de Artiomovsk (Bakhmut em ucraniano) para a frente de Avdivka", disse Yagin em declarações à agência de notícias oficial russa TASS.
Yagin acrescentou que esta decisão do comando militar ucraniano, que descreveu como "arriscada e quase inútil", não influenciará o andamento das ações nos "setores mais quentes da frente" de combate.
A Ucrânia nunca perdeu o controlo de Avdivka e transformou-a num dos seus principais redutos na região de Donetsk.