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Rosalind Franklin (1920-1958), biofísica britânica, foi pioneira da biologia molecular que, empregando a técnica da difracção dos raios-X, concluiu que o ADN tinha forma helicoidal (1949).
Aos 15 anos, contrariando o desejo dos pais decidiu que queria ser cientista. Rosalind entrou em 1938 no Newnham College, em Cambridge, graduando-se em físico-química (1941). Iniciou como investigadora (1942) analisando a estrutura física de materiais carbonizados utilizando raios-X. Trabalhando no British Coal Utilization Research Association, onde desenvolveu estudos fundamentais sobre as microestruturas do carbono e de grafite, base do doutorado em físico-química pela Universidade de Cambridge (1945).
Trabalhando em Paris (1947-1950), no Laboratoire Central des Services Chimiques de L'Etat, usou a técnica da difracção dos raios-X para análise de materiais cristalinos. Voltando para a Inglaterra, juntou-se a equipa de biofísicos do King's College Medical Research Council (1951) e com Raymond Gosling no laboratório de biofísica do britânico Maurice Wilkins, e iniciou a aplicação de estudos com difracção do raio-X para determinação da estrutura da molécula do ADN. Este trabalho permitiu ao bioquímico norte-americano James Dewey Watson e aos britânicos Maurice Wilkins e Francis Crick confirmar a dupla estrutura helicoidal da molécula do ADN, dando-lhes o Nobel de Fisiologia ou Medicina (1962). Rosalind sendo a autor da descoberta, foi a grande injustiçada, devido ao preconceito machista em relação a mulheres trabalhando nesta área científica.
Apesar das inúmeras dificuldades provocadas pelo preconceito, Rosalind provou ser uma cientista de primeiro nível, e mudou-se (1953) para o laboratório de cristalografia J. D. Bernal, do Birkbeck College, em Londres, onde prosseguiu com seu trabalho sobre a estrutura do vírus do tabaco. Quando iniciou sua pesquisa sobre o vírus da poliomielite (1956), descobriu que tinha cancro. Foi no Birkbeck Collegeaos que publicou seu último trabalho, sobre as estruturas do carvão (1958). Morreu em Londres ainda muito jovem, aos 37 anos, de cancro no ovário.
Na filosofia, os peritos elegeram como um dos maiores filósofos da história, Platão, que revolucionou a filosofia, ao decidir registar os diálogos de Sócrates; a educação, ao criar a primeira instituição de ensino superior do mundo; e a política, ao propor um modelo de sociedade ideal, imaginada por um filósofo.
Platão é um dos primeiros e maiores gigantes da filosofia. Discutiu sobre um pouco de tudo, inclusive amor, que preferia homossexual, mas não físico, de onde vem o "Amor Platónico". Em filosofia, platonismo acabou relacionado a certo tipo de idealismo místico, fundado na noção que ideias existem de forma pura, independentemente das pessoas que as pensem. Uma ideia que soa exótica, mas que seduziu inúmeros filósofos. Ao longo dos séculos, as ideias de Platão e Aristóteles puxaram e arrastaram a civilização ocidental em diferentes direcções.
Platão é possivelmente a maior razão por que a filosofia em si sobreviveu. Seu mestre, Sócrates, pode ter sido o fundador. Mas se dependesse só dele, tudo poderia ter acabado como um boato vago contado em Atenas por uma ou duas gerações, de um velhinho maluco que irritava as pessoas com sua conversa esquisita e acabou forçado a tomar cicuta. Sócrates, afinal, não deixou nada escrito, e era contra a ideia. Ele via a filosofia como um diálogo vivo entre duas pessoas.
Quando Platão resolveu escrever justamente esses diálogos, que nunca vamos saber até que ponto são fiéis ao que realmente ouviu, se ouviu, e se Sócrates realmente existiu, transformou a arte de um artista solitário em disciplina académica. A palavra, aliás, vem de uma segunda revolução de Platão, e a outra forma como ele manteve viva a filosofia.
Platão à esquerda, usando toga vermelha, dialoga com Aristóteles,
vestindo uma toga azul.
A Academia, fundada por Platão em 387 A.C., foi a primeira instituição de ensino superior do mundo. Até então, ninguém havia imaginado que o homem precisasse continuar a aprender depois da infância. O platonismo é relacionado ao culto às ideias abstractas. Platão é o autor de "República", o primeiro tratado de filosofia política e proposta de sociedade ideal imaginada por um filósofo. Na utopia platónica, não haveria propriedade privada, a educação seria uniformizada pelo Estado, as classes sociais seriam rígidas, o treino militar, severo, e poesia e ficção, banidas. Essa sociedade totalitária seria regida por reis-filósofos. Se a ideia perfeita pode soar estranho hoje em dia, a inspiração de Platão estava logo ali, ao sul de Atenas. Era Esparta, onde a educação e classes sociais eram rigidamente controladas, a arte era pouca e o dinheiro, malvisto. A cidade era a antítese da anarquia democrática de Atenas, e a educação organizada dos jovens acabava encantando os filósofos.
Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 A.C, e tornou-se um dos principais pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o que conhecemos hoje por filosofia ocidental. Foi influenciado pelo conhecimento de um outro importante filósofo grego: Anaxágoras. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a essência da natureza da alma humana.
Sócrates era considerado pelos seus contemporâneos um dos homens mais sábios e inteligentes. Nos seus pensamentos, demonstra uma necessidade grande de levar o conhecimento para os cidadãos gregos. Seu método de transmissão de conhecimentos e sabedoria era o diálogo. Através da palavra, o filósofo tentava levar o conhecimento sobre as coisas do mundo e do ser humano. Conhecemos seus pensamentos e ideias através das obras de dois de seus discípulos: Platão e Xenofontes. Infelizmente, Sócrates não deixou por escrito seus pensamentos.
Sócrates não foi muito bem aceite por parte da aristocracia grega, pois defendia algumas ideias contrárias ao funcionamento da sociedade grega. Criticou muitos aspectos da cultura grega, afirmando que muitas tradições, crenças religiosas e costumes não ajudavam no desenvolvimento intelectual dos cidadãos gregos. Em função de suas ideias inovadoras para a sociedade, começa a atrair a atenção de muitos jovens atenienses. Suas qualidades de orador e sua inteligência, também colaboraram para o aumento de sua popularidade.
Temendo algum tipo de mudança na sociedade, a elite mais conservadora de Atenas começa a encarar Sócrates como um inimigo público e um agitador em potencial. Foi preso, acusado de pretender subverter a ordem social, corromper a juventude e provocar mudanças na religião grega. Na sua cela, Sócrates foi condenado a suicidar-se tomando um veneno chamado cicuta, em 399 A.C.
Algumas frases e pensamentos atribuídos ao filósofo Sócrates:
- A vida que não passamos em revista não vale a pena viver.
- A palavra é o fio de ouro do pensamento.
- Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.
- É melhor fazer pouco e bem, do que muito e mal.
- Alcançar o sucesso pelos próprios méritos. Vitoriosos os que assim procedem.
- A ociosidade é que envelhece, não o trabalho.
- O início da sabedoria é a admissão da própria ignorância.
- Chamo de preguiçoso o homem que podia estar melhor empregado.
- Há sabedoria em não crer saber aquilo que tu não sabes.
- Não penses mal dos que procedem mal; pense somente que estão equivocados.
- O amor é filho de dois deuses, a carência e a astúcia.
- A verdade não está com os homens, mas entre os homens.
- Quatro características devem ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.
- Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir.
- Sob a direcção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos.
- Todo o meu saber consiste em saber que nada sei.
- Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo de Deus.
Aristóteles (384 A.C.-322 A.C.), filósofo grego, foi aluno de Platão e professor de Alexandre "O Grande". Os seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia.
Juntamente com Platão e Sócrates, Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental. Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre da Macedónia, na época com 13 anos de idade, que será o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em 335 A.C. Alexandre assume o trono e Aristóteles volta para Atenas onde funda o Liceu, em 335 A.C., voltado para o estudo das ciências naturais. Seus estudos filosóficos baseavam-se em experimentações para comprovar fenómenos da natureza.
O filósofo valorizava a inteligência humana, única forma de alcançar a verdade. Fez escola e seus pensamentos foram seguidos e propagados pelos discípulos. Pensou e escreveu sobre diversas áreas do conhecimento: política, lógica, moral, ética, teologia, pedagogia, metafísica, didáctica, poética, retórica, física, antropologia, psicologia e biologia. Publicou muitas obras de cunho didáctico, principalmente para o público geral. Valorizava a educação e a considerava uma das formas crescimento intelectual e humano. A sua grande obra é o livro "Organon", que reúne grande parte de seus pensamentos.
As Quatro Causas
Segundo Aristóteles, há quatro causas implicadas na existência de algo:
- Causa material: daquilo que a coisa é feita como, por exemplo, o ferro.
- Causa formal: é a coisa em si como, por exemplo, uma faca de ferro.
- Causa eficiente: aquilo que dá origem a coisa feita como por exemplo, as mãos de um ferreiro.
- Causa final: seria a função para a qual a coisa foi feita como por exemplo, cortar carne.
Pensamento de Aristóteles sobre a educação: "A educação tem raízes amargas, mas os frutos são doces". Aristóteles (D.L. 5, 18).
Kant nasceu, viveu e morreu em Könisberg, uma cidade da Prússia Oriental (Alemanha). Era filho de um humilde comerciante de descendência escocesa. Recebeu uma educação pietista. Frequentou a Universidade a partir de 1740, como estudante de filosofia e matemática. Dedicou-se ao ensino, vindo a desempenhar as funções de professor adjunto (1755-1770) e depois de professor ordinário (1770-1796) na Universidade de Könisberg.
Immanuel Kant (1724-1804), filósofo prussiano, é considerado o último grande filósofo da era moderna. Kant manifestou grande simpatia pelos ideais da Independência Americana e depois da Revolução Francesa. Foi um pacifista convicto. É lendária a forma extremamente regrada como vivia. Conta-se que a população de Könisberg acertava os relógios por ele quando passava pelas suas janelas nos seus passeios diários, sempre às 16h 30m.Morreu aos 80 anos.
Nascido de uma modesta família de artesãos, depois de um longo período como professor secundário de geografia, Kant veio a estudar filosofia, física e matemática na Universidade de Königsberg, e em 1755 começou a leccionar ensinando Ciências Naturais. Em 1770 foi nomeado professor catedrático da Universidade de Königsberg, cidade da qual nunca saiu, levando uma vida monotonamente pontual e só dedicada aos estudos filosóficos. Realizou numerosos trabalhos sobre ciência, física, matemática, etc. Kant operou, na epistemologia, uma síntese entre o racionalismo continental (de René Descartes e Gottfried Leibniz, onde impera a forma de raciocínio dedutivo), e a tradição empírica inglesa (de David Hume, John Locke, ou George Berkeley, que valoriza a indução).
Kant é famoso sobretudo pela elaboração do denominado idealismo transcendental: todos nós trazemos formas e conceitos a priori (aqueles que não vêm da experiência) para a experiência concreta do mundo, os quais seriam de outra forma impossíveis de determinar. Segundo este idealismo transcendental, os fenómenos da realidade objectiva, por serem incapazes de se mostrar aos homens exactamente tais como são, não aparecem como coisas em si, mas como representações subjectivas construídas pelas faculdades humanas de cognição. Seu oposto seria o idealismo dogmático. Esta forma de idealismo afirma que o ego transcendental consegue apreender conhecimento através dos sentidos e também de conceitos centrais, as categorias.
A filosofia da natureza e da natureza humana de Kant é historicamente uma das mais determinantes fontes do relativismo conceptual que dominou a vida intelectual do século XX. No entanto, é muito provável que Kant rejeitasse o relativismo nas formas contemporâneas, como por exemplo o Pós-modernismo.
Hipótese Kant-Laplace
Kant é também conhecido pela filosofia moral e pela proposta, a primeira moderna, de uma teoria da formação do Sistema Solar, conhecida como a hipótese Kant-Laplace.
Segundo essa teoria, o Sistema Solar teria sido formado há cerca de 4,6 biliões de anos a partir de uma vasta nuvem de gás e poeira - a nebulosa.
Karl Heinrich Marx (1818-1883), intelectual e revolucionário alemão, foi fundador da doutrina comunista moderna, tendo actuado como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. O pensamento de Marx influencia várias áreas, especialmente Filosofia, Geografia, História, Direito, Sociologia, Literatura, Pedagogia, Ciência Política, Antropologia, Economia e Teologia, mas também a Biologia, Psicologia, Comunicação, Administração, Física, Cosmologia, Arquitectura e Ecologia.
As teorias de Marx sobre a sociedade, a economia e a política, conhecidas como Marxismo, afirmam que as sociedades humanas progridem através da luta de classes: um conflito entre a classe burguesa que controla a produção e um proletariado que fornece a mão-de-obra para a produção. Ele chamou o capitalismo de "A Ditadura da Burguesia". Acreditando que seja executada pelas classes ricas para seu próprio benefício, Marx previu que, assim como os sistemas socio económicos anteriores, o capitalismo produziria tensões internas que conduziriam à sua autodestruição e substituição por um novo sistema: o socialismo.
Marx argumentou que uma sociedade socialista seria governada pela classe trabalhadora a qual chamou de "Ditadura do Proletariado", o "Estado dos Trabalhadores" ou "Democracia dos Trabalhadores". Marx acreditava que o socialismo viria a dar origem a uma apátrida, uma sociedade sem classes chamada de comunismo. Junto com a crença na inevitabilidade do socialismo e do comunismo, Marx lutou activamente para a implementação do primeiro, argumentando que os teóricos sociais e pessoas economicamente carentes devem realizar uma acção revolucionária organizada para derrubar o capitalismo e trazer a mudança sócio económica.
Em 2005, no inquérito realizado pela Rádio 4, da BBC, Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos. É considerado também um dos principais arquitectos da sociologia moderna. Ainda noutro campo, a obra de Marx sobre economia lançou as bases para a compreensão actual do trabalho e de sua relação com o capital, influenciando o pensamento económico subsequente.
Friedrich Engels: Fundador do Socialismo Científico
Friedrich Engels, (1820-1895), teórico revolucionário alemão, que junto com Karl Marx fundou o chamado socialismo científico ou Marxismo. Ele foi co-autor de diversas obras com Marx, sendo que a mais conhecida é o "Manifesto Comunista". Também ajudou a publicar, após a morte de Marx, os dois últimos volumes de "O Capital", principal obra de seu amigo e colaborador.
O "Manifesto Comunista" publicado em 21 de Fevereiro de 1848,
é historicamente um dos tratados políticos de maior influência
mundial. Foi escrito pelos teóricos fundadores do socialismo
científico, Karl Marx e Friedrich Engels.
O Capital é um conjunto de livros de Karl Marx que constituem uma análise do capitalismo (crítica da economia política). Muitos consideram esta obra o marco do pensamento socialista marxista. Nela existem muitos conceitos económicos complexos, como capital constante e capital variável, uma análise sobre o salário; ou sobre a acumulação primitiva. Resumindo, sobre todos os aspectos do modo de produção capitalista, incluindo também uma crítica sobre a teoria do valor-trabalho de Adam Smith e de outros assuntos dos economistas clássicos.
Engels era integrante de uma rica família. Em 1842, foi morar na Inglaterra para trabalhar na indústria de tecidos do pai, situada na cidade de Manchester. Ao observar às péssimas condições dos trabalhadores na Inglaterra do século XIX, passou a ter uma visão crítica sobre o capitalismo. Teve contacto e identificação com as ideias do socialismo, aproximando-se de Marx. No ano de 1844, Engels escreveu a obra "A situação da classe trabalhadora na Inglaterra" (publicado em 1845). Nesta obra, Engels analisou o capitalismo, apontando as injustiças sociais às quais eram submetidos os trabalhadores.
Friedrich Nietzsche: O Grande Filósofo do Século XIX
Friedrich Nietzsche (1844-1900) foi um filósofo, escritor, poeta e filólogo alemão, um dos mais importantes do século XIX. Escreveu vários textos críticos sobre a religião, a moral, a cultura contemporânea, filosofia e ciência, exibindo uma predilecção por metáfora, ironia e aforismo.
Seu estilo é aforismático, escrito em trechos concisos, muitas vezes de uma só página, e dos quais são pinçadas máximas. Muitas de suas frases se tornaram famosas, sendo repetidas nos mais diversos contextos, gerando muitas distorções e confusões. Longe de ser um escritor de simples aforismas, é considerado pelos seus seguidores um grande estilista da língua alemã, como o provaria na sua obra "Assim Falou Zaratustra", livro que ainda hoje é de dificílima compreensão estilística e conceitual.
"Assim falou Zaratustra" foi escrito entre 1883 e 1885,
pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que influenciou
significativamente o mundo moderno.
O livro "Assim falou Zaratustra" narra as andanças e ensinamentos de um filósofo, que se autonomeou Zaratustra após a fundação do Zoroastrismo na antiga Pérsia. Para explorar muitas das ideias de Nietzsche, o livro usa uma forma poética e fictícia, frequentemente satirizando o Novo testamento.
Nietzsche adorava a França e a Itália, porque acreditava que eram terras de homens com espíritos livres. Naqueles países passou boa parte de sua vida e ali produziu seus mais memoráveis livros. Detestava a prepotência e o anti-semitismo prussianos, chegando a romper com a irmã e com Richard Wagner, por ver neles a personificação do que combatia: o rigor germânico, o anti-semitismo, o imperativo categórico, o espírito aprisionado, antípoda de seu espírito livre. Anteviu o seu país em caminhos perigosos, o que de facto se confirmou 14 anos após sua morte, com a Primeira Guerra Mundial e o nascimento do Nazismo.
Na vida militar, destacamos grandes líderes que deixaram a sua marca na história. Entre eles, os peritos citam Napoleão Bonaparte, que criou o exército moderno. Revolucionou a estratégia militar, ao fazer uso massivo de infantaria e artilharia em manobras conjuntas e móveis, com um exército ideologicamente motivado. Exportou para a Europa, os ideais da Revolução Francesa.
Napoleão Bonaparte (1769-1821), líder político e militar
durante os últimos estágios da Revolução Francesa.
Ao lendário Arthur Wesley, o Duque de Wellington, perguntaram quem era o maior general de todos os tempos. A sua resposta: "Nesta era, na era passada, em qualquer era, Napoleão".
Wellington foi o general que derrotou Napoleão na Batalha de Waterloo. Napoleão herdou e corrompeu uma revolução que não era sua. Acabou com a República Francesa, para exportar seus ideais à força, pelas botas de seus soldados, no que custaria a vida de até 6 milhões de europeus. Logo após a monarquia ser dissolvida, em 1792, a recém-criada República Francesa entrou em guerra com os reinos vizinhos. Durante essa década, o oficial nascido na Ilha da Córsega, de uma família italiana, acabou tomando parte de diversas campanhas, subindo vertiginosamente na carreira. Era então aliado dos jacobinos, a ala mais radical dos revolucionários. No meio dessas guerras, em 1799, acabou tornando-se o cônsul do país, num golpe que acabou com a autoridade da República.
Em 1804, Napoleão Bonaparte receberia do Papa Pio VII
uma coroa hereditária de Imperador da França, com o título
de Napoleão I, acabando de vez com qualquer máscara de
republicanismo.
A monarquia não significou paz. Napoleão deixaria a Europa de joelhos, exportando a Revolução Francesa para o continente. As tácticas napoleónicas estavam ao alcance de qualquer exército. A infantaria era o cerne da força. Cabia à cavalaria atrapalhar os movimentos da infantaria inimiga, deixando-a em posição vulnerável. Napoleão, como oficial de artilharia, era mestre em usar canhões, de forma móvel e actuando em conjunto com o resto das tropas. Outra de suas habilidades particulares era jogar com as expectativas do inimigo, posicionando-se com falsas ofensivas e manobras de flanco. Para mover-se sempre em vantagem, contava com uma rede de serviços secretos e comunicação, que incluiu a criação dos primeiros telégrafos do mundo. Do exército revolucionário, Napoleão herdou a ideia de recrutamento em massa, um contingente gigantesco de alistados obrigatoriamente e treinados em pouco tempo. Esses recrutas também formaram a primeira força ideológica da História, um exército lutando em terras estrangeiras não em nome de um monarca, mas de uma ideia, da revolução.
Sun Tzu (544 A.C. - 496 A.C.), general, estrategista e filósofo chinês, é mais conhecido por sua obra "A Arte da Guerra", composta por 13 capítulos de estratégias militares.
A existência histórica de Sun Tzu é duvidosa por
alguns historiadores. Tradicionalmente, Sun Tzu
terá vivido no Período das Primaveras e Outonos
da China (722 A.C.-481 A.C.) como general do
Rei Hu Lu.
Estátua de Sun Tzu em Yurihama, Tottori, no Japão.
Historiadores mais recentes, que admitem a sua existência, datam o seu trabalho, "A Arte da Guerra", do Período dos Reinos Combatentes (476 A.C.-221 A.C.), baseado nas descrições da guerra desse livro, e pela semelhança da forma de redacção do texto com outros trabalhos feitos no início do período dos Reinos Combatentes.
O livro de bambu "A Arte da Guerra", do reino do Imperador Qianlong,
no século XVIII.
Os historiadores mais tradicionais acreditam que o seu descendente, Sun Pin, também escreveu um tratado sobre tácticas militares, intitulado "A Arte da Guerra de Sun Pin". Ambos são mencionados como Sun Tzu nos textos tradicionais chineses, e alguns historiadores acreditavam que Sun Wu era de facto Sun Pin até à descoberta dos seus trabalhos, em 1972.
Edição de bolso americana de "A Arte da Guerra".
Durante os séculos XIX e XX, a "Arte da Guerra" de Sun Tzu, ganhou grande popularidade sendo adaptado na prática pelo mundo Ocidental, continuando a influenciar as culturas e políticas tanto dos mundos Asiático como do Ocidental. [video=youtube;Pfr2_0bQJzw]https://www.youtube.com/watch?v=Pfr2_0bQJzw[/video]
"A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar" (Sun Tzu).
Alexandre Magno (356 A.C.-323 A.C) foi um importante rei da Macedónia, que viveu no século IV A.C. Em apenas 33 anos de vida, Alexandre "O Grande" formou um enorme império, que ia do sudeste da Europa até à Índia. Por isso, é considerado o maior líder militar da Antiguidade.
Quando assumiu o trono da Macedónia, em 336 A.C., Alexandre tratou de manter e ampliar um poderoso exército deixado por seu pai, rei Filipe II. Mas para isso precisou ir atrás das riquezas de outros povos, principalmente dos persas, iniciando uma vitoriosa campanha militar na qual contou com o apoio de algumas cidades-estados da Grécia. Por ter sido educado pelo filósofo grego Aristóteles dos 13 aos 16 anos, Alexandre tinha uma grande admiração pela cultura helénica. Era preocupação de Alexandre difundir a cultura grega (helénica) por cada lugar que passava. A união de todo o Mediterrâneo oriental sob o seu comando propiciou a criação de uma cultura única em que traços gregos foram misturados a traços regionais. Além disso, favoreceu o contacto e o comércio entre os povos e a difusão de conhecimentos.
Um bom exemplo dessa difusão foi o uso de moedas, cunhadas pela primeira vez pelos gregos no final do século VII A.C., mas que só se tornou uma prática comum após Alexandre levar a novidade para os territórios conquistados. Também fundou mais de 70 novas cidades, e graças às suas expedições militares e ao seu próprio interesse por investigações científicas, o mundo antigo conseguiu diversos avanços em áreas como geografia e história natural.
Aníbal Barca (248 A.C.-183 ou 182 A.C.), general e estadista cartaginês, foi considerado um dos estrategistas militares da história. Seu pai, Amílcar Barca, foi o principal comandante cartaginês durante a Primeira Guerra Púnica, travada contra Roma; seus irmãos mais novos foram os célebres Magão e Asdrúbal, e seu cunhado foi Asdrúbal "O Belo".
A sua vida decorreu no período de conflitos em que a República Romana estabeleceu supremacia na bacia mediterrânea, em detrimento de outras potências como a própria Cartago, Macedónia, Siracusa e o Império Selêucida.
Aníbal foi um dos generais mais activos da Segunda Guerra Púnica, quando levou a cabo uma das façanhas militares mais audazes da Antiguidade:
Aníbal e seu exército, onde se incluíam elefantes de guerra, partiram da Hispânia e atravessaram os Pirenéus e os Alpes com o objectivo de conquistar o norte da península Itálica. Ali derrotou os romanos em grandes batalhas campais como a do lago Trasimeno ou a de Canas. Apesar de seu brilhante movimento, Aníbal não chegou a capturar Roma.
Existem diversas opiniões entre os historiadores, que vão desde carências materiais de Aníbal em máquinas de combate a considerações políticas que defendem que a intenção de Aníbal não era tomar Roma, senão obrigá-la a render-se. Não obstante, Aníbal conseguiu manter um exército na Itália durante mais de uma década, recebendo escassos reforços. Por causa da invasão da África por parte de Cipião, o Senado púnico lhe chamou de volta a Cartago, onde foi finalmente derrotado por Públio Cornélio Cipião Africano na Batalha de Zama.
Aníbal foi admirado por seus inimigos, Cornélio Nepos o baptizou como «o maior dos generais». Assim sendo, seu maior inimigo, Roma, adaptou certos elementos de suas tácticas militares ao seu próprio arsenal estratégico. Seu legado militar o conferiu uma sólida reputação no mundo moderno, e tem sido considerado como um grande estrategista por grandes militares como Napoleão ou Arthur Wellesley, o duque de Wellington.
Cercada de lendas, Cartago nasceu no norte da África. Seu fim foi triste a ponto de fazer chorar um general romano. Cartago foi uma potência do mundo antigo, disputando com Roma o controle do Mar Mediterrâneo. Dessa disputa originaram-se as três Guerras Púnicas, após as quais Cartago foi destruída.
Cartago era originariamente uma colónia fenícia no norte da África, situada a leste do Lago de Túnis, perto do centro de Túnis, na Tunísia. Neste local o mar Mediterrâneo se estreita, entre a costa africana e a Sicília. Local de clima agradável, o deserto impedia qualquer ataque vindo do interior. Por mar, nem pensar, porque seria enfrentar os maiores navegantes da época.
Grandes comerciantes, exímios navegantes, os fenícios compravam, vendiam e dominavam os mares. Povo pacífico, sua riqueza se baseava no comércio.
Os fenícios escolhiam os locais para fundar seus entrepostos baseados na estratégia
comercial. O local deveria ser de fácil acesso por mar, ter portos protegidos em baías
amplas e ter facilidade de acesso a matérias-primas e pontos de venda.
Cartago foi fundada em 814 A.C. e em 500 A.C. a cidade já era poderosa. Os fenícios dominavam a metalurgia, fabricavam ligas de ouro e outros metais, faziam armas e objectos de cerâmica. Mas seu grande poder vinha de sua frota naval. Nessa época, Roma era uma pequena cidade da Itália enquanto Cartago era a dona do Mediterrâneo. Um povo nada belicoso, que se desenvolveu através do comércio e não de guerras, hábeis navegantes que usavam sua capacidade naval apenas para negociar. Fundaram entrepostos comerciais em diversos pontos do Mediterrâneo, mas nunca ocuparam mais terras do que o necessário e nunca atacaram outros povos gratuitamente. Nenhum dos muitos entrepostos fenícios foi como Cartago.
A cidade de Cartago era envolvida por uma muralha e possuía prédios de vários andares. Através dos vestígios encontrados, se sabe que, a cidade alta ficava na colina de Byrsa, a cidade baixa rodeava o porto. Os estudos actuais praticamente comprovam a existência dos famosos portos de Cartago. Havia um porto para os navios mercantes e outro para os navios de guerra.
Cartago, por estar afastada da Fenícia, prosperou enquanto no oriente, as cidades-estados fenícias foram atacadas pelos assírios e depois pelos babilónios. Os cartagineses não possuíam exército e nem confiavam nos militares. Se fosse preciso, contratavam mercenários, que eram liderados por generais cartagineses.
O controlo do Mediterrâneo
A partir de 800 A.C., a Fenícia fez parte, sucessivamente, do Império Babilónico, do Império Persa e do Império Macedónico. Com a queda de Tiro, em 332 A.C. a hegemonia passou para Cartago, que se tornou a grande potência do Mediterrâneo ocidental, dominando os entrepostos da Sicília, Sardenha, Córsega e Espanha. Os gregos, nessa altura, estavam aprendendo tudo o que podiam sobre navegação e construção de barcos com os seus até então parceiros, fenícios.
Por causa de seu interesse sobre a Sardenha e a Sicília, os gregos resolveram testar os fenícios. No oriente, a Fenícia não dava conta dos ataques de Nabucodonosor II e quem saiu em defesa dos interesses fenícios foi Cartago, assim se afirmando como a potência maior.
Gregos e cartagineses se enfrentaram inúmeras vezes durante várias gerações
pelo monopólio do Mediterrâneo, que acabou nas mãos dos romanos.
Por volta de 300 A.C. Roma já começava a se tornar um Estado militarizado, mas não possuía uma frota, muito menos navios da qualidade dos cartagineses. O facto de Cartago superar os gregos, e sua marinha poderosa manter o controlo sobre as ilhas cobiçadas pelos romanos, como a Sardenha, fazia com que Roma os invejasse. Era preciso saber como eram feitos aqueles navios.
A Primeira Guerra Púnica começou com os romanos, que desrespeitaram um acordo de não invadir a Sicília. Os romanos perderam 700 navios e os cartagineses 400. Mas a sorte estava com os romanos que capturaram um navio cartaginês. Desmontado, o navio foi copiado e assim os romanos construíram uma frota e introduziram novidades, como o corvo, que era uma espécie de ponte móvel que usavam para abordar os barcos inimigos. Dessa forma partiam para a luta corpo a corpo que era onde se destacavam.
A primeira galera trirreme romana, adaptada para a guerra.
O fim de Cartago
Em 149 A.C. Cartago já não era mais ameaça para os romanos mas ainda detinha o território de Túnis (Tunísia). O senador romano, Catão, decidiu tomar Túnis e para isso mandou o exército destruir Cartago. A ordem dada foi a seguinte: «Delenda est Carthago» (Cartago deve ser destruída). O general encarregado dessa ingrata tarefa foi Cipião Emiliano. Apesar dos seis dias de resistência, os romanos derrubaram as muralhas, a população foi assassinada, as casas demolidas, os que sobreviveram foram transformados em escravos, e dizem, sobre o solo espalharam sal para que nada mais germinasse. O general romano Cipião Emiliano teria chorado após a vitória, quem sabe imaginando que Roma também pudesse vir a passar por tamanha violência ou talvez, com pena de arrasar uma civilização notável.
Júlio César (100 A.C.-44 A.C.), patrício, líder militar e político romano. Desempenhou um papel crítico na transformação da República Romana no Império Romano. As suas conquistas na Gália estenderam o domínio romano até ao oceano Atlântico: um feito de consequências dramáticas na história da Europa.
No fim da vida, lutou numa guerra civil com a facção conservadora do senado romano, cujo líder era Pompeu. Depois da derrota dos optimates, tornou-se ditador (no conceito romano do termo) vitalício e iniciou uma série de reformas administrativas e económicas em Roma.
O seu assassinato nos idos de Março de 44 A.C. por um grupo de senadores travou o seu trabalho e abriu caminho a uma instabilidade política que viria a culminar no fim da República e início do Império Romano. Os feitos militares de César são conhecidos através do seu próprio punho e de relatos de autores como Suetónio e Plutarco.
Ditadura de Júlio César
Uma crise surgiu no ano de 53 A.C. entre dois membros do Primeiro Triunvirato, Júlio César e Pompeu, devido a morte do General Crasso, que compunha esse triunvirato. Com a morte de Crasso, o senado passa apoiar Pompeu e dessa maneira concede a ele a liderança do governo para actuar contra alguns grupos que tinham como intenção ameaçar o sossego político de Roma. Dessa maneira, Júlio César acaba sendo subordinado a Pompeu.
Porém Júlio César acaba não aceitando tal subordinação, pois não queria entregar o poder nas mãos de Pompeu. Até que posteriormente Júlio César lidera uma guerra civil que obrigou os senadores e Pompeu a fugirem de Roma. Esse acto demonstrava todo interesse que tinha em não perder o poder. Um facto muito relevante e que ajudou Júlio César a ter condições de se consolidar como líder em Roma foi a morte de Pompeu, que sendo expulso de Roma buscou exílio no Egipto, e lá acabou sendo assassinado pelos próprios ministros egípcios.
Sem nenhuma concorrência, tanto de Pompeu, quanto dos ex-senadores (que foram expulsos de Roma), Júlio César reformulou o senado com pessoas que tinham a mesma orientação politica que ele, e assim teve condições de começar uma nova fase politica romana, tendo apoio dos soldados e principalmente dos plebeus, além de acumular alguns títulos como o de Pontífice Máximo e sendo elevado também ao titulo de Ditador Perpétuo de Roma. A sua administração foi marcada por uma campanha expansionista activa, onde conquistou alguns territórios importantes na África, Espanha e trouxe o Egipto para posse do Império Romano.
Esta última conquista, a do Egipto, torna-se mais importante pelo facto de
Júlio César ter tido um caso amoroso com a rainha egípcia Cleópatra. Facto
que não soava bem para os romanos que desaprovaram tal envolvimento com
uma estrangeira.
Outras acções também marcaram a administração de Júlio como diversas obras públicas e a organização financeira do Estado. Podemos citar também o direito de cidadania para povos de diversas regiões do grande império romano e a criação e a inclusão do mês de Julho no calendário em sua própria homenagem. Algumas dessas acções e reformas administrativas do Estado, e também o caso amoroso com Cleópatra, causaram uma grande insatisfação por parte dos senadores, que por isso realizaram uma conspiração que viria a terminar com o assassinato de César durante uma sessão do senado, nas escadarias do edifício, tendo a oposição a intenção de tomar o poder. Porém os responsáveis pela morte de Júlio César não conseguiram chegar ao poder, e o controle de Roma foi entregue para Caio Octávio, filho adoptivo de Júlio César, que se tornou o 1º imperador de Roma.
Gengis Khan (1162-1227) foi um conquistador e imperador mongol, nascido com o nome de Temudjin nas proximidades do rio Onon, perto do lago Baical. Gengis Khan nasceu cercado de lendas sobre a vinda de um lobo cinzento que devoraria toda a Terra. Ainda jovem matou o lobo e ficou muito famoso na sua tribo, enfrentou a rejeição de sua família por seu próprio clã, mas voltaria para conquistar sua liderança, vencer seus rivais de clãs distintos e unificar os povos mongóis sob seu comando.
Estrategista brilhante, com hábeis arqueiros montados à sua disposição, venceu a grande muralha da China, conquistou aquele país e estendeu o seu império em direcção ao oeste e ao sul. Gengis morreria antes de ver seu império alcançar sua extensão máxima. Mas todos os líderes mongóis posteriores associariam sua própria glória às conquistas de Gengis Khan, que foi um dos comandantes militares mais bem-sucedidos da história da humanidade. Foi o imperador que mais territórios conquistar na história, dominando quase 20 milhões de km².
Mapa mostrando o domínio de Gengis Khan (tracejado em laranja) no século XIII.
O império mongol de Gengis Khan e seus descendentes foi o maior em extensão de que se tem notícia, indo do Oceano Pacífico ao Mar Cáspio. O mais incrível é que foi conquistado por Khan e seus sucessores em apenas 75 anos. Gengis criou tácticas de guerra revolucionárias para as batalhas nas estepes. Seu exército era disciplinado, temido e impiedoso. A arma tradicional dos mongóis era o arco mongol, espécie de arco recurvo composto por madeira, cola e chifres de animais, que possibilitava que com a redução de força relativa ao arco longo, os arqueiros conseguissem atirar com mais agilidade e mais precisão. O tamanho relativamente menor em relação ao arco longo, também possibilitava maior portabilidade em cima da montaria, com isso tornou obrigatório o treinamento dessa arma.
Os cavaleiros eram treinados para atirar a flecha com o cavalo em movimento. Um detalhe era que, para maior precisão, a flecha era disparada no momento em que o cavalo estivesse em pleno galope. Esses cavaleiros eram uma arma poderosa contra a infantaria inimiga, já que juntavam dois princípios: arco e flecha e cavalaria, ou seja, poderiam ser rápidos e precisos para atingir os inimigos mesmo estando longe.
O arco mongol era até mais potente que os arcos longos utilizados pelos ingleses e galeses
com grande êxito em batalhas contra os franceses durante a Guerra dos 100 anos.
No campo dos políticos revolucionários destacamos nomes como Lenine, Gorbachev, Mao Tsé-Tung e Che Guevara. Mostrando como uma pequena força de guerrilha pode alcançar, originando uma revolução, Che Guevara tornou-se a voz do descontentamento da América Latina, e mais tarde do mundo.
Se a revolução tem uma face, é a de Ernesto Che Guevara. Che se tornou a voz da revolução socialista mundial ao fazer seu impactante discurso nas Nações Unidas em 11 de Dezembro de 1964, no qual provocou os Estados Unidos, acusando o país de matar suas próprias crianças (os negros) e convocou os trabalhadores da América Latina a mover novamente a roda da História. Durante o discurso, dois dissidentes cubanos tentaram assassiná-lo, mas respondeu com humor, dizendo que isso tudo deu à coisa mais sabor. No púlpito da ONU, estava o homem que havia posto o mundo à beira da Terceira Guerra. Como arquitecto da aproximação entre o novo Estado cubano e a União Soviética, Che foi a figura por trás da Crise dos Mísseis de 1962, quando ogivas nucleares foram instaladas na ilha.
Ernesto Guevara de la Serna, conhecido como Che Guevara (1928-1967) guerrilheiro, político,
jornalista, escritor e médico argentino.
A grande obra de Che, e a única na qual realmente teve sucesso, foi a Revolução Cubana. Em 1956, embarcou do México para Cuba com os exilados Fidel e Raúl Castro, Camilo Cienfuegos e outros 78 revolucionários. Por dois anos, lutou nas florestas da Sierra Maestra contra a ditadura de Fulgêncio Batista. Conseguiu algumas façanhas militares brilhantes. Depois, deixou as armas de lado e participou da construção do Estado socialista. Che tornou-se radical onde tinha que ser radical. Uniu uma força que era de outra forma, um balaio de gatos, de adolescentes fugidos, aventureiros, democratas-cristãos e meia dúzia de comunistas. Tornou-se ministro da Fazenda e tomou parte das campanhas de reforma agrária e da erradicação do analfabetismo.
Mas a conquista cubana ficou pequena. Desde sua viagem de mota pela América do Sul, havia aprendido a enxergar o continente como uma só entidade. Sua vida de revolucionário internacional começaria com uma experiência distante. Em 1965, rumou para o Congo, em crise após obter a independência da Bélgica. A campanha foi um desastre. Che sofreu com doenças tropicais e sua coluna armada se despedaçou moralmente. O direitista Mobutu Sese Seko tomou o poder, massacrou a rebelião e ficou na presidência até 1997.
Foto de 1951 mostra Che Guevara (3º à direita) e Alberto Granado
(à esquerda) ao lado da famosa mota Norton 500 que os levou pela
América do Sul.
"La Poderosa" em referência ao apelido dado por Che à mota britânica Norton
500 usada na sua viagem por Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Venezuela entre
Dezembro de 1951 e Julho de 1952, na companhia do amigo argentino Alberto
Granado.
Fim do guerrilheiro
Che decidiu focar seus esforços na América Latina. Chegou à Bolívia no final de 1966. Numa acção da CIA, em Outubro de 1967, 1800 soldados cercaram os menos de 50 guerrilheiros comandados por Che.
Che Guevara morreu como mártir, um homem que na morte, pareceu transcender a ideologia que o fez famoso, e tornar-se uma figura admirada por amigos e inimigos.
A figura de Che Guevara desperta grandes paixões, a favor e contra, na opinião pública, e converteu-se num símbolo de importância mundial.
Foi considerado pela revista norte-americana Time uma das 100 personalidades mais importantes do século XX.
O famoso retrato fotográfico de Che Guevara, obra do fotógrafo cubano Alberto
Korda, é uma das imagens mais reproduzidas do mundo e um dos ícones do
movimento contra cultura.
Tanto a fotografia original como suas variantes, algumas apenas com o contorno do seu
rosto, têm sido intensamente reproduzidas, para uso simbólico, artístico ou publicitário.
Para muitos dos seus partidários, Che Guevara representa a rebeldia, a luta contra a injustiça social e o espírito incorruptível. Em contrapartida, muitos dos seus detractores o consideram como um criminoso, responsável por assassinatos em massa, e acusam-no de má gestão como ministro da Indústria.
Mao Tsé-Tung (1893-1976), político, teórico, líder comunista e revolucionário chinês. Liderou a Revolução Chinesa e foi o arquitecto e fundador da República Popular da China, governando o país desde a sua criação em 1949 até à sua morte em 1976. A sua contribuição teórica para o marxismo-leninismo, estratégias militares, e suas políticas comunistas são conhecidas colectivamente como Maoísmo.
Mao chegou ao poder comandando a Longa Marcha, formando uma frente unida com Kuomintang (KMT) durante a Guerra Sino-Japonesa para repelir uma invasão japonesa, e posteriormente conduzindo o Partido Comunista Chinês até à vitória contra o generalíssimo Chiang Kai-shek do KMT na Guerra Civil Chinesa. Mao restabeleceu o controlo central sobre os territórios fracturados da China, com excepção de Taiwan, e com sucesso suprimiu os opositores da nova ordem. Mao promulgou uma reforma agrária radical, usando a violência e o terror para derrubar latifundiários antes de tomar suas grandes propriedades e dividir as terras em comunas populares. O triunfo definitivo do Partido Comunista aconteceu depois de décadas de turbulência na China, que incluiu uma invasão brutal pelo Japão e uma prolongada guerra civil.
O Partido Comunista de Mao finalmente atingiu um grau de estabilidade na China, apesar do reinado de Mao ser marcado pela crise de eventos como o Grande Salto em Frente e a Revolução Cultural, e seus esforços para fechar a China ao comércio de mercado, e erradicar a cultura tradicional chinesa, que tem sido amplamente rejeitado pelos seus sucessores.
O Grande Timoneiro
Mao se intitulava "O Grande Timoneiro" e partidários continuam a sustentar que foi responsável por uma série de mudanças positivas que vieram à China durante seu governo de três décadas. Estas incluíram a duplicação da população escolar, proporcionando a habitação universal, abolindo o desemprego e a inflação, aumentando o acesso dos cuidados à saúde, e elevando drasticamente a expectativa de vida. O seu Partido Comunista dominava na China continental, detendo o controlo dos meios de comunicação e da educação e oficialmente celebra o seu legado. Como resultado desses factores, Mao ainda possui alta consideração por muitos chineses como um grande estrategista político, mentor militar e "salvador da nação". Os maoístas também divulgam seu papel como um teórico, estadista, poeta e visionário, e os anti-revisionistas continuam a defender a maioria de suas políticas.
Maoísmo
Uma das características do Maoísmo que o afasta do Leninismo é o voluntarismo, segundo o qual as condições objectivas da sociedade não são muito importantes para a revolução se as condições subjectivas, isto é, a vontade revolucionária do povo, estão presentes. Isso leva os maoístas a defender a insurreição armada como método de tomar o poder em todas as sociedades, e não só nas agrárias. O Maoismo segue sendo um movimento de grande importância em alguns países, como na India, Filipinas, e no Nepal, aonde partidos maoistas lideram guerrilhas e actuam nos governos.
Em alguns países ocidentais, o Maoismo teve forte influência durante o século XX:
- O Sendero Luminoso liderou uma guerrilha durante muitas décadas no Peru;
- A teoria maoista foi instrumental na formação dos Panteras Negras nos Estados Unidos;
- Movimento comunista na França e no norte da Africa, contando com teóricos como Charles Bettelheim, Jacques Ranciere, e Alain Badiou.
- No Brasil, o Partido Comunista do Brasil adoptou o Maoismo como sua orientação entre 1962 e 1976, quando organizou a Guerrilha do Araguaia.
A figura controversa de Mao
Mao continua sendo uma figura controversa na actualidade, com um legado importante e igualmente contestado e constante. Muitos chineses acreditam também que, através de suas políticas, Mao lançou os fundamentos económicos, tecnológicos e culturais da China moderna, transformando o país de uma ultrapassada sociedade agrária numa grande potência industrial e mundial. Mao ainda é visto por muitos como um poeta, filósofo e visionário. Como consequência, seu retrato continua a ser caracterizado na Praça Tiananmen e em todos as notas chinesas.
No Ocidente, Mao é acusado de os seus programas sociais e políticos, como o Grande Salto Adiante e a Revolução Cultural, terem causado grave fome e danos a cultura, sociedade e economia da China. Embora Mao tenha incentivado o crescimento populacional e a população chinesa quase tenha duplicado durante o período de sua liderança (de cerca de 550 a mais de 900 milhões), suas políticas e os expurgos políticos de seu governo entre 1949 a 1975, provocaram a morte de 50 a 70 milhões de pessoas. A fome severa durante a Grande Fome Chinesa, o suicídio em massa, como resultado das Campanhas Três-Anti e Cinco-Anti, e perseguição política durante a Campanha Antidireitista, expurgos e sessões de luta, todos resultaram destes programas.
As suas campanhas e suas variadas consequências catastróficas são posteriormente culpadas por danificar a cultura chinesa e a sociedade, como as relíquias históricas que foram destruídas e os locais religiosos que foram saqueados. Apesar dos objectivos declarados de Mao de combater a burocracia, incentivar a participação popular e sublinhar na China a autoconfiança serem geralmente vistos como louváveis e a rápida industrialização, que começou durante o seu reinado, Mao é reconhecida por estabelecer bases para o desenvolvimento da China no final do século XX.
O Grande Salto em Frente
O Grande Salto em Frente (1958-1960) foi uma campanha lançada por Mao Tsé-Tung, que pretendia tornar a República Popular da China uma nação desenvolvida e socialmente igualitária em tempo recorde, acelerando a colectivização do campo e a industrialização urbana. O primeiro plano, inflexível, fez aumentar a superfície cultivada e o aumento da produção agrícola no país. O segundo incentivou a industrialização. A iniciativa foi um desastre, resultando em cerca de 30 milhões de mortes, em decorrência da fome. O fracasso se deu graças a secas, inundações, falta de pessoal técnico, o rompimento das relações com a União Soviética (com a consequente saída dos técnicos soviéticos do território chinês e a suspensão dos tratados económicos bilaterais), o deslocamento da mão-de-obra do campo para a indústria e a insuficiência de transporte ferroviário. Além disso, também foi criado o sistema de Comunas Populares, onde foram criadas sociedades de um total de 20.000 pessoas. Cada uma das comunidades deveria produzir tudo do que precisasse: alimentos, roupas, calçados, ferramentas, além de ter seus próprios moinhos, lavandarias comunitárias, postos de saúde, escola, centrais eléctricas, etc.
A Revolução Cultural Chinesa
A Revolução Cultural Chinesa foi uma profunda campanha político-ideológica levada a cabo a partir de 1966 na República Popular da China, pelo então líder do Partido Comunista Chinês, Mao Tsé-tung, cujo objectivo era neutralizar a crescente oposição que lhe faziam alguns sectores menos radicais do partido, em decorrência do fracasso do plano económico Grande Salto em Frente (1958-1960), cujos efeitos acarretaram a morte de milhões de pessoas devido à fome generalizada, facto conhecido como a fome de 1958-1961 na China.
A campanha foi acompanhada por vários episódios de violência, principalmente instigada pela Guarda Vermelha, grupos de jovens, quase adolescentes, oriundos dos mais diversos sectores: militares, camponeses, estudantes, elementos do partido, governo que, organizados nos chamados comités revolucionários, atacavam todos aqueles suspeitos de deslealdade política ao regime e à figura e ao pensamento de Mao, a fim de consolidar ou restabelecer o poder do líder onde fosse necessário.
Os alvos da Revolução eram membros do partido mais alinhado com o Ocidente ou com a União Soviética, funcionários burocratas, e sobretudo, intelectuais (anti-intelectualismo). Como na intelectualidade se encontravam alguns dos potenciais inimigos da revolução, o ensino superior foi praticamente desactivado no país. Incidental ou intencionalmente, o movimento acabou enfraquecendo os adversários de Mao e representou uma depuração partidária, contra o revisionismo que se insinuava. O processo foi oficialmente terminado por Mao, durante o IX Congresso do Partido Comunista da China em Abril de 1969. Todavia, especialistas afirmam que durou de facto, até à morte de Mao, em 1976, e a subida ao poder de Deng Xiaoping, então Secretário-Geral do Partido, o qual gradualmente, deu início às mudanças nos rumos políticos e económicos do país.
Mao Tsé-Tung foi nomeado pela revista Time como uma das
100 personalidades mais influentes do século XX.
Vladimir Ilyich Ulyanov (1870-1924), mais conhecido como Lenine, foi um importante revolucionário, líder da Revolução Russa de 1917, e estadista russo. Nasceu em 22 de Abril de 1870, na cidade russa de Simbirsk (actual Ulyanovsk) e morreu em 21 de Janeiro de 1924 em Gorki, próximo de Moscovo. As suas ideias influenciaram teoricamente os partidos comunistas de todo o mundo, e suas contribuições resultaram na criação de uma corrente teórica denominada leninismo (Ética de Estado). Lenine procurou adaptar a teoria marxista do século XIX à realidade do século XX, e foi um dos principais teóricos marxistas e o principal líder da Revolução Bolchevique de 1917, na Rússia.
Diversos pensadores e estudiososescreveram sobre a sua importância para a história
recente e o desenvolvimento da Rússia, entre eles o historiador Eric Hobsbawm, para
quem Lenine teria sido a personagem mais influente do século XX.
Aos 19 anos de idade, Lenine sofreu um grande trauma familiar. Seu irmão mais velho, Alexandre Uliánov, foi executado pelas forças czaristas, por ter sido acusado de participar de um golpe contra o czar Alexandre III. Em 1887 foi estudar direito em Kasan no Tartaristão, na Rússia. Em 1895, Lenine foi preso por participar de um movimento que propagava ideias marxistas entre trabalhadores de fábricas de São Petersburgo. Na ocasião foi enviado para cumprir pena na Sibéria. Em 1900, já libertado, Lenine foi viver exilado na Suíça como líder do Partido Bolchevique. Foi de fundamental importância na organização partidária e na propagação das ideias marxistas que faziam oposição ao sistema czarista na Rússia.
Com o início do processo revolucionário, Lenine regressou à Rússia para liderar a revolução bolchevique. Em Outubro de 1917, assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. Uma das primeiras medidas tomadas por Lenine foi retirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial. Lenine resistiu com força ao movimento contra-revolucionário (1918-1921). Nacionalizou indústrias e bancos, controlou as terras agrícolas e estabeleceu um forte controle político e económico. Em 1921, implantou a NEP (Nova Política Económica) na Rússia. O objectivo era dar um pouco mais de liberdade para o comércio e agricultura para que a economia russa pudesse crescer.
Em 1922, Lenine criou em conjunto com os sovietes, a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.).
Morte de Lenine
Lenine sofreu diversos acidentes vasculares cerebrais (AVC), vendo a falecer em 21 de Janeiro de 1924. Contudo a causa de sua morte ainda permanece um mistério, causas prováveis são sífilis, apesar de seu corpo não apresentar sintomas da doença, e de que teria morrido por causa de uma bala que ficara incrustada no seu pescoço, resultado de uma das diversas tentativas de assassinato.
O corpo de Lenine foi embalsamado e permanece exposto num mausoléu
situado na Praça Vermelha em Moscovo até aos dias de hoje.
Revolução Russa de 1917
Revolução Russa de 1917 foi um período de conflitos que derrubou a autocracia russa e levou ao poder o Partido Bolchevique, de Vladimir Lenine. Recém-industrializada e
rosa dos 3 anossofrendo com a Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha uma grande massa de operários e camponeses trabalhando muito e ganhando pouco. Além disso, o governo absolutista do czar Nicolau II desagradava o povo, que queria uma liderança menos opressiva e mais democrática. A soma dos factores levou a manifestações populares que fizeram o monarca renunciar, e no fim do processo, deram origem à União Soviética, o primeiro país socialista do mundo, que durou até 1991.
A Revolução compreendeu duas fases distintas:
A Revolução de Fevereiro (Março de 1917, pelo calendário ocidental), que derrubou a autocracia do Czar Nicolau II, o último Czar a governar, e procurou estabelecer no seu lugar uma república de cunho liberal.
A Revolução de Outubro (Novembro de 1917, pelo calendário ocidental), na qual o Partido Bolchevique derrubou o Governo Provisório apoiado pelos partidos socialistas moderados e impôs o governo socialista soviético.
Mikhail Sergueievitch Gorbachev nascido em 2 de Março de 1931, em Stavropol, é conhecido por ter sido o último líder da União Soviética, entre 1985 e 1991. Durante seu governo, as suas tentativas de reforma, tanto no campo político, representadas pelo projecto Glasnost, como no campo económico, através da Perestroika, conduziram ao término da Guerra Fria, e ainda que não tivessem esse objectivo, deram fim ao poderio do Partido Comunista no país, levando à dissolução da União Soviética.
Entre as principais medidas tomadas por Gorbachev, estão a campanha contra o alcoolismo, a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, após quase uma década de guerra, a anulação da condição da União Soviética como Estado socialista e a conivência com as reformas políticas neoliberais nos países do Pacto de Varsóvia, a chamada Doutrina Sinatra, que culminou na queda do muro de Berlim, em 1989.
Glasnost
No campo politico, a Glasnost foi uma medida política implantada juntamente com a Perestroika na União Soviética durante o governo de Mikhail Gorbachev. A Glasnost contribuiu em grande parte para a intensificação de um clima de instabilidade causado por agitações nacionalistas, conflitos étnicos e regionais e insatisfação económica, sendo um dos motivos causadores da ruína da União Soviética.
Enquanto no Ocidente a noção da Glasnost se associa com a liberdade de expressão, a meta principal desta política foi fazer o governo do país transparente e aberto para discutir, assim logrando o círculo estreito de apparatchiks que anteriormente exerceu o controlo completo da economia. A Glasnost foi portanto, um processo de abertura política. A Glasnost deu novas liberdades à população, como uma maior liberdade de expressão, uma modificação radical, visto que o controle das liberdades de expressão e supressão da crítica ao governo tinham sido anteriormente uma parte central do sistema soviético. Houve também um maior grau da liberdade dentro dos meios de comunicação.
Perestroika
A palavra Perestroika, que literalmente significa reconstrução, recebeu a conotação de reestruturação (abertura) económica. Gorbachev percebeu que a economia da União Soviética estava a falhar e sentiu que o sistema socialista, apesar de não precisar de ser substituído, certamente necessitava de uma reforma, e isto seria levado a cabo pelo processo da Perestroika. Uma chave principal da Perestroika era reduzir a quantidade de dinheiro gasta em defesa, e para fazer isso, Gorbachev sentiu que a União Soviética deveria deixar o Afeganistão, negociar com os Estados Unidos a redução de armamento (os acordos de Yalta) e não interferir em outros países comunistas (a Doutrina Sinatra).
A Perestroika permitiu a liberalização do comércio exterior, os preços, a moeda, a eliminação dos limites de fabricação de produtos, a redução de subsídios à economia e a autorização de importação de produtos estrangeiros, o que levou a uma variação extrema de diversos factores económicos, que se fizeram sentir por todo o país. Em contraste às reformas económicas da República Popular da China, a Perestroika é largamente avaliada como tendo falhado no seu objectivo principal de reestruturar a economia soviética.
Economia Soviética
A máxima económica do governo de Gorbachev era a aceleração, frequentemente associada ao aumento da produção industrial e consequente melhoria no bem-estar da população. A campanha acabou contribuindo para as primeiras cooperativas e iniciativas de reforma. A transformação das companhias financiadas pelo Estado em companhias auto-suficientes, junto da retirada das restrições ao mercado externo, representou a introdução dos primeiros elementos de uma economia de mercado dentro da União Soviética, até então um país socialista.
A introdução de sistemas de cartão de crédito para o comércio de alimentos culminaria na hiperinflação, resultando no baixo poder de compra e posterior desaparecimento de produtos alimentícios dos estoques. Sob Gorbachev, a dívida externa da União Soviética só crescia. Em 1985, a dívida externa era de 31,3 biliões de rublos, enquanto em 1991, o valor era de 70,3 biliões.
Queda da União Soviética
A gradual democratização da União Soviética levou à perda de poder por parte do Partido Comunista, resultando na divisão do Partido entre as alas liberal, moderada e conservadora:
- A ala liberal, chefiada por Boris Ieltsin e Anatoli Sobtchak, defendia uma abertura completa do país para o capitalismo e a independência de todas as repúblicas que estavam sob domínio soviético.
- A ala moderada, liderada pelo próprio Gorbachev, defendia a manutenção do Estado soviético e a continuação das reformas políticas e económicas.
- A ala conservadora, liderada por Egor Ligatchov e Guennadi Ianaiev e composta dos políticos conhecidos como linhas-duras, era partidária da instalação de um novo regime que desse fim às reformas neoliberais e iniciassem um novo período político e económico para a União Soviética. Em poucos dias, um impasse político se instauraria na União Soviética.
Em Agosto de 1991, os conservadores se aliaram ao KGB para derrubar Gorbachev e dar fim às suas reformas. Os liberais sob o comando de Boris Ieltsin, enfrentaram os golpistas para manter Gorbachev no poder. Entre 19 e 21 de Agosto, o presidente soviético foi encarcerado na dacha na Crimeia. Enquanto isso, em Moscovo, os liberais detinham os golpistas, e passados os três dias, Gorbachev regressou ao poder. Os planos de Ieltsin, contudo, não eram favoráveis a Gorbachev. Conforme o líder liberal ganhava cada vez mais partidários, a popularidade de Gorbachev baixava constantemente. O presidente demitiu e encomendou a prisão dos membros do Politburo que tomaram a iniciativa do golpe.
Boris Ieltsin, que antes defendera Gorbachev, agora tomava o poder nas suas mãos. Declarando a Rússia uma república independente da União Soviética, Ieltsin proíbe a actividade do Partido Comunista da União Soviética em solo russo, e em 8 de Dezembro alia-se aos presidentes de Ucrânia e Bielorrússia para apresentar a soberania destes países sobre o poder central soviético.
Por seu lado, Gorbachev, representando a União Soviética, reconhece a vitória de Ieltsin e a independência das ex-repúblicas soviéticas, e então resigna ao cargo, sem antes declarar a União Soviética oficialmente extinta. Toda a estrutura governamental soviética tornava-se nula, bem como o posto de Gorbachev.
Bandeira da União Soviética (U.R.S.S.) do lado esquerdo; Bandeira da Rússia do lado direiro.
Na noite de 25 de Dezembro de 1991, a bandeira soviética foi retirada do mastro do Kremlin, o mais alto símbolo de poder na Rússia. Em termos gerais, Gorbachev é bem visto no mundo Ocidental graças à sua contribuição para o fim da Guerra Fria. Mas na Rússia, a sua reputação não é tão favorável devido à crise económica e social que se instalou logo após a queda da União Soviética.
Inventores notáveis pela sua importância na Sociedade
No campo das invenções destaca-se nomes importantes como a rivalidade Santos Dumont versus irmãos Wright. Alberto Santos Dumont foi escolhido pelos peritos como a figura central do nascimento da aviação. Criou o primeiro avião produzido em série, o que deu início à carreira comercial na aviação civil na Europa.
Apesar de nos Estados Unidos, os irmãos Wright terem sido os inventores do primeiro avião da história, o brasileiro Alberto Santos Dumont é considerado o pai da aviação.
No Brasil, Alberto Santos Dumont personifica a imagem ideal que o país gosta de mostrar para si próprio: um país civilizado, que oferece grandes contribuições ao mundo.
Em Agosto de 1908, os Wright apresentaram-se em Le Mans, na França. Os franceses ficaram boquiabertos. O Flyer era o primeiro avião prático do mundo, capaz de voo controlado, dando voltas, subindo e descendo. Não era um protótipo que andava em linha recta, a distância era medida em quilómetros, não em metros, e o voo em minutos, até horas, não segundos. O avião já era uma realidade.
O motivo do seu segredo é que os irmãos Wright receavam que alguém pudesse roubar o seu invento. A ideia era ter o monopólio da indústria da aviação. Quem quisesse um avião, teria de comprar a eles. Mas Santos Dumont apesar de ter sido o segundo a construir um avião, apresentou o seu Demoiselle, que era mais rápido do que o modelo americano, e passou a ser o primeiro a produzir em série. Mais de 100 modelos do brasileiro foram produzidos, e neles pioneiros da aviação, como o francês Roland Garros, fizeram seus primeiros voos.
Certos conceitos do Demoiselle, como o trem de aterragem em triciclo e a cauda, os
controles aerodinâmicos em posição traseira, se tornariam universais.
No campo de invenções destaca-se outros nomes célebres eleitos pelos peritos, como Alexandre Graham Bell (inventor do telefone); Leonardo da Vinci (génio universal), Thomas Edison (inventor da electricidade), Steve Jobs (da informática), e Bartolomeu de Gusmão que inventou o balão Passarola.
O brasileiro Alberto Santos Dumont é considerado o Pai da Aviação. Ganhou esse título porque construiu o 14-Bis, primeira aeronave com motor e hélice que voou numa distância de 60 metros, a 3 metros de altura do chão, na França, em 23 de Outubro de 1906.
O inventor nasceu na fazenda de seus pais, onde hoje é a cidade de Santos Dumont, em Minas Gerais, no Brasil, em 20 de Julho de 1873. Desde a infância, gostava de Matemática e de aprender sobre as máquinas da propriedade da família. Percebendo o gosto do filho, o pai o incentivou a estudar Física, Química, Mecânica e Electricidade. Em 1892, mudou-se para a França para concluir os estudos. Seis anos depois, fez seu primeiro voo no balão alugado. Em 20 de Setembro de 1898, construiu um balão que voava mais rápido e podia ser controlado; o invento ganhou o nome de dirigível.
Com o passar dos anos, criou mais balões e aeroplanos (tipo de avião) e venceu competições de voos, ganhando vários prémios.
O feito com o 14-Bis, por exemplo, rendeu-lhe a Taça Archdeacon, na França.
Depois da conquista, o aviador continuou aperfeiçoando as invenções, até realizar o último voo em 18 de Setembro de 1909. Em 1910 fechou sua oficina por problemas de saúde, e em 1915, regressou ao Brasil. No mesmo ano, participou de um congresso defendendo o uso do avião como forma de facilitar o relacionamento entre os países. Quando descobriu que a invenção estava sendo usada na guerra, Santos Dumont ficou triste. Em Janeiro de 1926 procurou a Liga das Nações para impedir o uso do avião na guerra, mas o apelo não funcionou. Foi quando sua saúde piorou. Morreu aos 59 anos, em 1932.
Quem inventou o primeiro avião?
Os brasileiros consideram Santos Dumont o inventor do avião. No entanto, há outros que disputam o título de terem feito o primeiro voo da história. Mas a resposta depende de como definimos o primeiro avião.
O aeroplano 14-Bis foi a primeira aeronave movida a motor e hélice, que voou em 1906. Antes, porém, os irmãos norte-americanos Orville e Wilbur Wright já tinham realizado voo numa máquina arremessada por meio de uma catapulta. Para comprovar o sucesso da invenção, apresentaram em 1908, o avião chamado Flyer e fotos do voo, afirmando que teriam sido tiradas em 1903, antes do 14-Bis.
Outro país que entra na disputa é a França, com a invenção de Clément Ader, que voou na sua criação em 1890 e pensou no termo avion. Entretanto, um grupo do exército francês, responsável por monitorar as experiências do voo, afirmou que o aparelho não tirou as rodas do chão.
Apesar de cada um defender seu país, o importante mesmo é que o trabalho de todos foi muito importante para a criação do avião que conhecemos hoje.
Interessando-se desde jovens pela aeronáutica, os irmãos Wright projectaram vários planadores no início do século XX. Na primeira máquina que construíram, aplicaram o princípio dos três eixos de movimento vertical, lateral e horizontal, que viria a influenciar fortemente a indústria aeronáutica posterior.
O Flyer I foi o primeiro avião com impulsão mecânica por catapulta, bem-sucedido, projectado e construída pelos Irmãos Wright. Com o Flyer I, os irmãos Weight voaram quatro vezes em 17 de Dezembro de 1903, próximo à Kill Devil Hills, na Carolina do Norte, cerca de 6,4 km ao Sul de Kitty Hawk (E.U.A.). Nascia assim o primeiro avião da história. Passaram depois à concepção de engenhos com motor, ao mesmo tempo que aperfeiçoaram os dispositivos de controlo dos aparelhos, fazendo importantes desenvolvimentos na sua aerodinâmica. Na Europa acabaram por efectuar demonstrações e experiências públicas em 1908, tornando-se muito conhecidos por divulgarem o avião tanto na Europa como na América.
A controvérsia de quem terá sido o primeiro bem-sucedido no ar.
O voo do Flyer I é reconhecido pela Federação Aeronáutica Internacional como o primeiro de um aparelho voador controlado, mais pesado que o ar. Apesar do reconhecimento, há polémicas quanto ao voo do Flyer 1. O avião não se elevou no ar por seus próprios meios, mas sim com auxílio de equipamento de lançamento como rampa e trilho. O mesmo voo foi efectuado em condições de limitação do percurso, com a distância de voo só alcançada em conformidade com a potência de lançamento da máquina auxiliar.
O voo ocorreu com a presença de testemunhas, como o presidente do banco da cidade e alguns funcionários públicos. Ao contrário do voo do 14-Bis de Santos Dumont que foi presenciado em público por especialistas, jornalistas, e milhares de pessoas, sendo tudo fotografado e filmado. Na altura, os irmãos Wright não queriam derramar informações ao seu principal rival Samuel Pierpont Langley, o então secretário do Instituto Smithsonian. A realização de Santos Dumont com o 14 bis, foi e continua sendo reconhecida como o primeiro voo de um avião que não dependeu de meios externos para levantar voo.
O Wright Flyer III foi a terceira aeronave motorizada bem-sucedida pelos Irmãos Wright.
Eles voaram com este avião durante o ano de 1905, chegando a realizar já em 1908, voos
com um passageiro, sendo a irmã deles, Katharine Wright, um desses passageiros, o que
foi conseguido pela primeira vez por Wilbur em 14 de Maio de 1908.
Bartolomeu Lourenço de Gusmão (1685-1724) foi um sacerdote, cientista e inventor luso-brasileiro nascido na capitania de São Vicente, em Santos, na colónia portuguesa do Brasil. Tornou-se famoso por ter inventado o primeiro aeróstato operacional, a que chamou de Passarola.
A primeira aeronave conhecida no mundo a efectuar um voo foi baptizada de Passarola, e antecede 74 anos o famoso balão dos Montgolfier.
O Passarola era um aeróstato, cujas características técnicas não são actualmente conhecidas na totalidade.
Em 8 de Agosto de 1709, perante uma importante assistência presente na Sala dos Embaixadores da Casa da Índia que incluía o Rei D. João V, a Rainha, o Núncio Apostólico (Cardeal Conti, mais tarde Papa Inocêncio XIII), bem como outros importantes elementos do Corpo Diplomático e da Corte Portuguesa, Bartolomeu de Gusmão fez voar um balão aquecido a ar, que subiu até ao tecto da sala.
Depois da espectacular demonstração, Bartolomeu de Gusmão inicia o desenvolvimento de uma versão tripulada e maior do seu balão. Esse desenvolvimento vem culminar num balão de enormes dimensões baptizado de Passarola. O enorme balão é lançado da Praça de Armas do Castelo de São Jorge em Lisboa, tripulado provavelmente pelo seu próprio inventor, e faz uma viagem de cerca de 1 km, vindo aterrar no Terreiro do Paço.
Apesar de existirem desenhos e descrições da época, não se sabe hoje em dia quais as exactas características técnicas da Passarola, devido à perda dos projectos e documentos originais, e ao desconhecimento dos autores da época em questões de ciência aeronáutica. O desenho mais conhecido da passarola não deve passar de uma especulação, feita por um autor que nunca observou o aparelho original e que tentou reproduzi-lo como um navio voador.
Maquete na escala 1:10 da Passarola, no Museu Nacional Aeronáutico
e do Espaço em Santiago do Chile.
Sabe-se apenas que a Passarola era um aeróstato aquecido a ar quente, aquecimento que era produzido através de uma fonte de ignição instalada numa barca sob o aparelho.
Tecnicamente a Passarola devia ter as características dos actuais balões de ar quente.
Leonardo da Vinci (1452-1519) foi uma das figuras mais importantes do Renascimento, que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquitecto, botânico, poeta e músico. É ainda conhecido como o percursor da aviação e da balística.
Leonardo frequentemente foi descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção.
É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos e como possivelmente a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido.
Leonardo era conhecido principalmente como pintor. Duas de suas obras, a "Mona Lisa"e "A Última Ceia", estão entre as pinturas mais famosas, mais reproduzidas de todos os tempos.
A "Mona Lisa" também conhecida como "A Gioconda" é a mais notável
e conhecida obra de Leonardo da Vinci. É uma das maiores atracções do
Museu de Louvre.
"A Última Ceia" é um fresco de Leonardo da Vinci para a igreja de seu protector, o Duque
Lodovico Sforza. Representa a cena da última ceia de Jesus com os apóstolos, antes de ser preso
e crucificado como descreve a Bíblia. É um dos maiores bens conhecidos e estimados do mundo.
Leonardo da Vinci é reverenciado pela sua engenhosidade tecnológica; concebeu ideias muito à frente de seu tempo, como um protótipo de helicóptero, um tanque de guerra, o uso da energia solar, uma calculadora, o casco duplo nas embarcações, e uma teoria rudimentar das placas tectónicas.
Um número relativamente pequeno de seus projectos chegou a ser construído durante sua vida, mas algumas de suas invenções menores, como uma bobina automática, e um aparelho que testa a resistência à tracção de um fio, entraram sem crédito algum para o mundo da indústria. Como cientista, foi responsável por grande avanço do conhecimento nos campos da anatomia, da engenharia civil, da óptica e da hidrodinâmica. Leonardo da Vinci é considerado por peritos, o maior génio da história, devido a sua multiplicidade de talentos para ciências e artes, sua engenhosidade e criatividade, além de suas obras polémicas.
O som e a sua ausência estão estreitamente ligados à vida de Alexander Graham Bell, o homem que pôs a humanidade a falar à distância, sem sair de casa, quando criou o telefone.
Alexandre Graham Bell (1847-1922), cientista, inventor e fundador da companhia
telefónica Bell.
Alexandre Graham Bell nasceu a 3 de Março de 1847 em Edimburgo, na Escócia, e morreu a 2 de Agosto de 1922, em Beinnn Bhreagh, na Nova Escócia, no Canadá, onde viveu a partir dos 23 anos, partilhando o tempo com estadias anuais nos Estados Unidos. Pelo meio, registou 18 patentes em nome próprio e 12 partilhadas. Algumas destas patentes foram pelos seus desenvolvimentos no telégrafo e no fonógrafo. Mas também teve patentes graças a desenvolvimentos nos veículos aéreos ou em protótipos de hidroaviões. A patente do telefone em 1875 fez parte de uma grande competição com outros inventores na corrida pela invenção deste aparelho.
Bell a telefonar para Boston a partir de Nova Iorque, em
1892.
Esta é apenas uma mostra da variedade de interesses de Bell, que foi ainda autor de uma máscara para ajudar pessoas a respirar, do audiómetro para detectar problemas ligeiros de audição, um aparelho para detectar icebergues. O inventor e também cientista fez ainda investigações para separar o sal da água salgada e trabalhou sobre combustíveis alternativos, chegando a propor a produção de painéis solares. Mas uma das principais actividades a que se dedicou foi ensinar os surdos a falar, chegando a inventar métodos de ensino.
No século XIX, muitas pessoas ficaram surdas depois de terem contraído doenças graves como a escarlatina. Apesar de deixarem de ouvir, mantinham a capacidade de falar. Bell mais do que inventor, se via como um professor dos surdos, a quem queria dar a fala, gravou as suas próprias palavras num disco de cera, a 15 de Abril de 1885. Passados 128 anos, uma equipa de cientistas conseguiu recuperar voz de Bell. [video=youtube;qTpWD28Vcq0]https://www.youtube.com/watch?v=qTpWD28Vcq0[/video]