• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Mariza

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
14
Mariza - Tasco da Mouraria

Cresce a noite pelas ruas de Lisboa
E os meninos como eu foram dormir
Só eu fico com o sonho que já voa
Nesta estranha minha forma de sentir

Deixo o quarto com passinhos de menina
Num silêncio que respeita o mais sagrado
Quando o brilho dos meus olhos na cortina
Se deleitam ao ouvir cantar o fado

Meu amor, vai-te deitar, já é tarde
Diz meu pai sempre que vem perto de mim
Nesse misto de orgulho e de saudade
De quem sente um novo amor no meu jardim

E adormeço nos seus braços de guitarra
Doce embalo que renasce a cada dia
Esse sonho de cantar a madrugada
Que foi berço num tasco da Mouraria
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
14
Mariza - Terra D'água

Minha terra dágua, ao cair da mágoa
Aconteça estarmos sós
E a minha alma faz-se voz
Pra contar que as penas
Das águas serenas que o teu fado quis
O meu país

Minha pátria dágua, os meus olhos afago
A quem mil noites te sonhar
E em meu fado, este cantei
Minha terra dágua
Ao cair da mágoa, por ti, sou feliz
O meu país.
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
14
Mariza - Toada do Desengano

Este amor, este meu fado,
Tão vivido e magoado
Entre o sim e o todavia,
Este amor desgovernado,
Marcado a fogo e calcado
Em funda melancolia

Este amor dilacerado,
Este amor que noite e dia
Me arrebata e me agonia,
Este amor desenganado,
De saudades macerado,
A encher-me a vida vazia,

Este amor alucinado,
Este amor que desvaria
Entre o luto e a alegria,
Sendo assim desencontrado
Meu amor desesperado,
Que outro amor eu cantaria?
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
14
Mariza - Transparente

Como a água da nascente
Minha mão é transparente
Aos olhos da minha avó.

Entre a terra e o divino
Minha avó negra sabia
Essas coisas do destino.
Desagua o mar que vejo
Nos rios desse desejo
De quem nasceu para cantar.

Um Zambéze feito Tejo
De tão cantado q'invejo
Lisboa, por lá morar.

Vejo um cabelo entrançado
E o canto morno do fado
Num xaile de caracóis.

Como num conto de fadas
Os batuques são guitarras
E os coqueiros, girassóis.

Minha avó negra sabia
Ler as coisas do destino
Na palma de cada olhar.

Queira a vida ou que não queira
Disse deus à feiticeira
Que nasci para cantar.
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
14
Mariza - Vielas de Alfama

Horas mortas, noite escura
Uma guitarra a trinar
Uma mulher a cantar
O seu fado de amargura

E através da vidraça
Enegrecida e quebrada
A sua voz magoada
Entristece quem lá passa

Refrão:

Vielas de Alfama
Ruas de Lisboa antiga
Não há fado que não diga
Coisas do vosso passado

Vielas de Alfama
Beijadas pelo luar
Quem me dera lá morar
Pra viver junto do fado

A lua às vezes desperta
E apanha desprevenidas
Duas bocas muito unidas
Numa porta entreaberta

Então a lua corada
Ciente da sua culpa
Como quem pede desculpa
Esconde-se envergonhada

Refrão
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
14
Mariza - Vozes do Mar

Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso de líqueo de ouro intenso
de onde vem essa voz cheia de mágua
com que falas à terra ó mar imeso
Ó mar

Tu falas de festins e cavalgadas
de cavaleiros errantes ao luar
falas de caravelas encantadas
que dormem em teu seio a soluçar
tens cantos de epopeias
Tens anseios de amarguras
tu tens também receios ó mar
cheio de esperança e magestade
de onde vem essa voz ó mar amigo
talvez a voz de um Portugal antigo
Chamando por Camões numa saudade
Chamando por Camões numa saudade

Tu falas de festins e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar
Falas de caravelas encantadas
que dormem em teu seio a soluçar
tens cantos de epopeias
tens anseios de amarguras
tu tens também receios ó mar
Cheio de esperança e magestade
de onde vem essa voz ó mar amigo
talvez a voz de um Portugal antigo
Chamando por Camões numa saudade
Chamando por Camões numa saudade
 
Topo