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Rússia lança nova grande ofensiva na frente oriental da Ucrânia
As autoridades militares ucranianas afirmaram hoje que as forças russas lançaram uma grande ofensiva no país, sobretudo na frente oriental, graças à "acumulação de forças" por Moscovo durante o período de estagnação da guerra.
"Os russos lançaram medidas ofensivas mais ativas, especialmente no Leste. Isto não é surpresa para nós: os russos têm estado a acumular forças durante todo este tempo e continuam a fazê-lo", disse o vice-comandante das Forças Armadas da Ucrânia, Maksim Zhorin.
Zhorin afirmou, numa mensagem no Telegram, que os ataques russos se concentram agora nas frentes de Avdivka e Bakhmut, na região de Donetsk, e na cidade de Kupiansk, na região de Kharkov.
"É necessário perceber que o inimigo não vai ficar satisfeito com apenas alguns alvos individuais. Os russos vão pressionar o máximo que puderem, pois o seu principal objetivo é a destruição de toda a Ucrânia", acrescentou.
Zhorin avisou ainda que a Ucrânia não se pode "iludir" e assumir que a Rússia se contentará com "alvos intermédios".
"É muito perigoso para nós", sublinhou.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Vários alvos russos na Crimeia atingidos com 'drones'
O Serviço de Segurança ucraniano (SBU) reivindicou hoje ataques com 'drones' que atingiram dois radares, uma infraestrutura que abriga helicópteros e o sistema de controlo de uma unidade antimíssil na Crimeia, no início da noite de segunda-feira.
Oministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, referiu hoje a destruição de vários 'drones' ucranianos sobre o Mar de Azov e na península da Crimeia.
Os 'drones' lançados por Kyiv atingiram um sistema de radar Nebo-M localizado na zona de Bagerove, no extremo leste da península, segundo o SBU.
Várias infraestruturas de helicópteros, um sistema de radar P-18 Terek e o sistema de controlo da unidade de mísseis antiaéreos, Baikal-1M, foram atingidos por 'drones' ucranianos na zona de Strilkove, no nordeste da península.
A Ucrânia tem atacado nos últimos meses vários alvos militares russos na península da Crimeia, recorrendo a 'drones' aéreos e marítimos desenvolvidos especialmente para combate.
Kyiv acusa Rússia de ataque com mísseis Shahed durante a noite
A Ucrânia disse hoje que sofreu um novo ataque noturno da Rússia, que terá utilizado 48 drones Shahed de fabrico iraniano.
No total, "foram lançados 48 drones Shahed 136/131, 41 dos quais foram destruídos pelas defesas antiaéreas", declarou a Força Aérea ucraniana através da rede digital de mensagens Telegram.
A Rússia lança ataques de drones e dispara mísseis contra a Ucrânia quase todas as noites.
Kyiv acusa o Kremlin de tentar aterrorizar a população civil e destruir as infraestruturas energéticas para, "como no inverno passado, mergulhar a população na escuridão e no frio".
Kyiv reforçou os sistemas de defesa aérea com "armas ocidentais" que até agora destruíram a maioria dos drones ou mísseis explosivos enviados pela Rússia.
No ano passado, milhões de pessoas ficaram privadas de energia durante uma vaga de frio, sendo que a Ucrânia quer evitar que volte a suceder.
Moscovo alerta sobre perigos do envio de aviões F-16 para Kyiv
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia declarou hoje que a entrega "iminente" de aviões de combate F-16 à Ucrânia vai aumentar o risco de um confronto militar direto entre Moscovo e a NATO.
Segundo a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, os aparelhos vão passar a ser um alvo militar legítimo para a Rússia, "de onde quer que voem".
Zakharova acrescentou que "uma parte importante" da Força Aérea aérea ucraniana "foi destruída" e especulou que os novos aviões podem vir a ficar em bases fora das fronteiras da Ucrânia: "na Polónia, Eslováquia ou Roménia".
"Os Estados da Aliança Atlântica continuam a armar intensamente a Ucrânia (...) Para as forças russas, os caças que participam no conflito do lado das forças ucranianas, de onde quer que voem, vão passar a ser um alvo legítimo", ameaçou.
Matria Zakharova referiu ainda que o envolvimento da NATO no conflito tem aumentado e considerou "ridícula" a posição da NATO que acusou de lançar uma "guerra híbrida" contra a Rússia ao mesmo tempo que afirma não querer confrontos com Moscovo.
Os F16 tornaram-se um dos principais pedidos de armamento da Ucrânia, depois de terem sido satisfeitos os pedidos sobre o envio de carros de combate M1 Abrams e Leopard.
Kyiv argumenta que os caças de fabrico soviético que tem recebido até agora dos países do antigo Pacto de Varsóvia são obsoletos em comparação com os atuais aviões russos.
Após a relutância inicial dos aliados de Kyiv, os pilotos ucranianos já começaram a treinar em vários países, como a Roménia.
Kyiv reivindica morte de 2 políticos pró-russos em "operações" separadas
Dois políticos ucranianos pró-russos foram hoje mortos em outras tantas operações reivindicadas pela Ucrânia, indicaram várias agências noticiosas russas e ocidentais.
Segundo as agências russas, o corpo sem vida de Illia Kyva foi encontrado com "um ferimento na cabeça" no distrito de Odintsovo, perto de Moscovo, informaram as agências noticiosas russas, citando as autoridades locais.
Os serviços de segurança ucranianos (SBU), em declarações à agência noticiosa France-Presse (AFP), reivindicaram uma outra "operação", adiantando terem abatido com "armas ligeiras" Illia Kyva, um funcionário local pró-russo, na sequência da explosão de um "dispositivo não identificado" em Lugansk, cidade ocupada no leste da Ucrânia.
Oleg Popov, antigo deputado local, morreu na sequência da "detonação de um engenho não identificado num carro", disse a fonte, acrescentando que as circunstâncias da morte estão "a ser investigadas".
O Comité de Investigação russo afirmou que Popov tinha sido eleito duas vezes para o parlamento pró-russo em Lugansk, tendo divulgado imagens que mostram um carro destruído e carbonizado rodeado por investigadores em trabalho.
Segundo os meios de comunicação locais Lug-info, o homem, de 51 anos, era um empresário que se juntou aos separatistas pró-russos após o início do conflito com Kyiv, em 2014.
De acordo com a mesma fonte, tinha chefiado um comité parlamentar pró-russo responsável por questões de segurança e defesa.
Ataques, por vezes fatais, ocorrem regularmente nos quatro territórios ucranianos cuja anexação é reivindicada por Moscovo (Donetsk, Lugansk, Kherson, Zaporizhia), visando funcionários da administração de ocupação russa.
No início deste mês, também na região de Lugansk, a Ucrânia reivindicou a responsabilidade pelo assassínio, através de um carro armadilhado, de Mikhail Filiponenko, deputado e antigo oficial superior das forças armadas locais.
Por seu lado, os serviços de segurança russos (FSB) acusaram Kyiv de estar por trás da tentativa de assassínio, no final de outubro, na Crimeia anexada, de Oleg Tsariov, um antigo deputado ucraniano que tinha desertado para a Rússia.
Moscovo também acusou a Ucrânia de estar por trás de vários assassínios ou tentativas de assassínio em território russo desde fevereiro de 2022.
Antes dessa data, os territórios sob controlo pró-russo nas regiões de Donetsk e Lugansk também tinham sido afetados por ajustes de contas fatais entre separatistas.
Lisboa novamente na mira de comentador russo. "Conquistar por segurança"
As imagens do programa foram partilhadas pelo conselheiro da presidência ucraniana, Anton Gerashchenko, na rede social X, que traduziu e legendou o momento.
Acapital portuguesa voltou a ser tema de conversa entre comentadores no principal canal estatal da Rússia, o Rossiya 1. Desta vez, o apresentador e propagandista do Kremlin Vladimir Solovyov considerou que, se for necessário, o país conquistará Lisboa “por segurança”.
Um dos participantes começa por elencar que o Ocidente “sabe perfeitamente” que Lisboa não será invadida pela Rússia, ainda que tenha deixado a questão no ar. “Porque não?”, disse.
Foi nesse momento que Solovyov, que tinha apontado noutra ocasião que “os portugueses viveriam muito bem como parte do império russo”, considerou que, caso seja necessário, o país levará a cabo essa hipótese.
“Esperem um minuto, não estou a brincar. O presidente da Federação Russa [Vladimir Putin] disse que não é por causa do território, é sobre garantir segurança. Se precisarmos de conquistar Lisboa para garantir segurança, fá-lo-emos”, disse.
As imagens do programa foram partilhadas pelo conselheiro da presidência ucraniana, Anton Gerashchenko, na rede social X, que traduziu e legendou o momento.
“Atenção, Portugal! Conquistar Lisboa tornou-se um dos tópicos favoritos de Solovyoy”, escreveu.
Recorde-se ainda que o ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, já tinha referido, em abril do ano passado, que o objetivo de Putin seria construir uma Eurásia aberta “de Lisboa a Vladivostok”, cidades que se situam a cerca de 10 mil quilómetros de distância
Abatidos quatro mísseis russos que se dirigiam para Kyiv, diz exército
A Ucrânia abateu hoje oito mísseis russos que se dirigiam para Kiev, disse o exército ucraniano.
"De acordo com as primeiras informações, por volta das 04h00" (02h00 em Lisboa), a Rússia "iniciou um ataque com mísseis contra a região de Kyiv", afirmou a Força Aérea ucraniana na rede social Telegram.
"No total, a defesa aérea destruiu oito alvos aéreos que voavam em direção à capital numa trajetória balística", continuou.
Fragmentos de mísseis caíram no distrito de Darnytskyi, no sudeste da capital, indicou a administração militar de Kyiv.
Quatro residentes foram atendidos pelos serviços de emergência, incluindo um com ferimentos causados por estilhaços, acrescentou na mesma rede social.
O presidente da Câmara de Kyiv, Vitali Klitschko, indicou no Telegram que "um fragmento de um míssil danificou um edifício em construção no bairro de Darnytskyi", provocando um incêndio, rapidamente extinto, enquanto outro pedaço de estilhaço se despenhou num relvado.
As autoridades ucranianas acusaram a Rússia de preparar uma campanha de ataques sistemáticos às infraestruturas energéticas do país em pleno inverno, como aconteceu no ano passado.
Vice-editora do "jornal preferido" de Putin encontrada morta aos 35 anos
Morte ocorre pouco mais de um ano após a morte do então diretor do mesmo jornal.
A vice-editora-chefe do Komsomolskaya Pravda, o maior jornal pró-Putin da Rússia, foi encontrada morta, aos 35 anos. A morte de Anna Tsareva ocorre apenas um ano depois da morte do seu chefe, em circunstâncias suspeitas.
Esta quarta-feira, a publicação confirmou a morte e indicou que Tsareva foi encontrada sem vida, pelos pais, no seu apartamento em Moscovo, após não dar qualquer sinal desde domingo.
O jornal diz que alguns dias antes, Tsaerva havia tido febre e uma infeção respiratória. Há três dias, a jornalista tinha voltado a ter febre e a "última frase" que uma amiga e colega "ouviu dela foi: 'Tomei o meu medicamento, vou dormir'".
No dia seguinte, a 10 de dezembro, Tsareva "parou de responder às mensagens".
A jornalista foi encontrada sem vida, na cama. As informações iniciais indicam que não foram encontrados quaisquer "sinais de morte violenta" e há relatos de que terá sofrido uma "insuficiência cardíaca aguda".
A morte de Tsareva ocorre pouco mais de um ano depois da morte repentina de Komsomolskaya Pravda, Vladimir Sungorkin, de 68 anos, em setembro de 2022. O responsável havia sido, aliás, alvo de sanções por parte da União Europeia após início da invasão russa à Ucrânia. O Komsomolskaya Pravda é descrito por Putin como o seu "jornal preferido".
Moscovo acusa Kyiv de lançar 'drones' contra Vladimir Putin
A Rússia anunciou hoje que neutralizou nove 'drones' ucranianos que se dirigiam para Moscovo, poucas horas antes de o Presidente, Vladimir Putin, participar num encontro com jornalistas e cidadãos na capital russa.
"Foi frustrada uma tentativa do regime de Kyiv de levar a cabo um ataque terrorista utilizando 'drones' aéreos contra locais em território russo", afirmou o Ministério da Defesa russo em comunicado.
"Nove 'drones' ucranianos foram destruídos ou intercetados" sobre Kaluga, a 160 quilómetros da capital russa, e a região de Moscovo, segundo a mesma fonte.
Kyiv não se pronunciou sobre a acusação do suposto ataque contra Moscovo tendo-se referido aos lançamentos de aparelhos aéreos não tripulados lançados pela Rússia contra a Ucrânia.
Um relatório militar ucraniano refere hoje que Kyiv intercetou 41 dos 42 'drones' explosivos lançados pela Rússia durante a noite.
Segundo a mesma fonte, o Exército russo também disparou mísseis S-300 em direção às regiões meridionais de Kherson e Mykolaiv.
Kyiv não detalhou as consequências destes ataques.
Russos foram movidos por "ódio e inveja" em Mariupol
O presidente da Câmara de Mariupol, Vadym Boichenko, atribui a campanha devastadora da Rússia que arrasou mais de metade da cidade ucraniana ao ódio e à inveja, devido ao seu rápido desenvolvimento, comparável a qualquer outra na Europa.
Em entrevista à Lusa, o autarca da cidade que se tornou num símbolo da violência e desumanidade da guerra na Ucrânia assinala que, para se compreender o que os russos fizeram ao longo de 86 dias de cerco na primavera de 2022, é preciso recuar ao que se estava a passar em Mariupol e que foi apagado pela invasão.
"Era uma cidade europeia moderna a desenvolver-se muito rapidamente devido à reforma da descentralização, que era uma das principais que estava a acontecer na Ucrânia", recordou Vadym Boichenko, que esteve na quinta-feira em Lisboa, em representação da Associação das Cidades Ucranianas, para receber o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa.
Situada no sudeste da Ucrânia, Mariupol mantinha-se porém perigosamente perto da frente de batalha em Donetsk, abalada desde 2014 pelo conflito no Donbass (leste ucraniano) entre os movimentos separatistas pró-russos e as forças de Kyiv.
A descentralização, portanto, urgia, "não era sobre o dinheiro, era sobre oportunidades e era preciso usá-las muito rapidamente, em altíssima velocidade", e isso, observou o autarca, "foi conseguido".
Foi deste modo que se construíram estradas e se investiu em transportes públicos "tão pontuais que se podiam acertar o relógio por eles", novas unidades de saúde, jardins de infância, parques urbanos e uma linha marítima junto ao Mar de Azov, e a primeira pista de gelo da cidade, segundo relatou Boichenko.
"As pessoas viviam satisfeitas por este modelo inspirador sob a bandeira ucraniana", referiu à Lusa o autarca que fala com orgulho daquelas transformações, em contraponto com a cidade de Donetsk e outras ocupadas pela Rússia, "onde nada estava a acontecer", o que levou a que cerca de 100 mil pessoas decidissem fixar-se em Mariupol, beneficiar das novas oportunidades e aderir ao seu modelo de sociedade.
Essa sucessão de eventos "foi muito assustadora aos olhos da Federação Russa", segundo Vadym Boichenko e, na sua opinião, uma das causas que encontra para a invasão iniciada em 24 de fevereiro de 2022, quando Moscovo "tirou a máscara e mostrou a sua verdadeira face", não poupando sequer as pessoas que falavam o seu idioma, o que significava basicamente cada um dos habitantes de Mariupol.
"Isso não o impediu o inimigo de cercar e bloquear a cidade logo no segundo dia da invasão em grande escala. E começou a arruinar a nossa cidade e tudo o que havíamos construído pouco antes. Tudo o que nós criámos, tudo aquilo que nos foi inspirando enquanto sociedade desapareceu por ódio extremo, ciúme e inveja", acusou o autarca de 46 anos, eleito em 2015 como independente.
O cerco de Mariupol foi acompanhado de bombardeamentos intensivos contra uma cidade que tinha 400 mil habitantes antes da guerra e onde quem decidiu ficar não tinha para onde fugir, custando a vida a uma estimativa de 22 mil pessoas.
Foi a primeira grande batalha da Ucrânia, antes das que ainda não terminaram em Bakhmut e Avdiivka, também na província de Donetsk, e uma das maiores desde a II Guerra Mundial, sem testemunhas independentes porque jornalistas e organizações não-governamentais já tinham fugido da cidade, onde permaneciam, lembrou Vadym Boichenko, cerca de quatro mil militares, entre os quais a última bolsa de resistência do Batalhão Azov na siderúrgica de Azovstal, contra uma força desigual de perto de 50 mil russos.
"Isso levou ao resultado de que metade da cidade de Mariupol já não existe", lamentou o presidente da Câmara de Mariupol, que vive atualmente na cidade de Dnipro, no sudeste do país: "Sinto uma dor muito profunda, acompanhada de raiva. Eles destruíram o nosso sonho".
Quase dois anos após o início da guerra, Vadym Boichenko mantém contacto com pessoas que permanecem em Mariupol. Quando os bombardeamentos cessaram, restavam 90 mil habitantes na cidade, que terá atualmente perto de 150 mil.
Apesar das promessas de reconstrução das autoridades ocupantes, Vadym Boichenko conta que as pessoas "vivem sem infraestruturas críticas e apenas lutam para sobreviver à espera que a Ucrânia regresse", enfrentando dificuldades de acesso a água potável e falta de emprego, e as crianças frequentam escolas sem aquecimento.
Os equipamentos médicos de boa qualidade que sobreviveram à guerra, prosseguiu o autarca, foram retirados para outros locais de Donetsk e oferecidos como "uma prenda do partido de [Presidente russo, Vladmir] Putin", que vai concorrer a um novo mandato nas presidenciais russas em 2024, e que esteve em Mariupol em ruínas numa noite de março passado.
"Como convém a um ladrão, visitou Mariupol a coberto da escuridão", comentou então o Ministério da Defesa ucraniano.
Contrariando a propaganda de Moscovo, Vadym Boichenko relatou à Lusa uma "atitude muito severa das autoridades russas e dos generais" para com os habitantes, que passam, descreveu, por "centros de filtragem" criados durante o cerco e que ainda existem para todas as pessoas que pretendem entrar em Mariupol. Todas são sujeitas a um interrogatório sobre as suas intenções.
"Era isto que esperavam dos russos?", questionou o autarca, referindo-se aos habitantes pró-Kremlin que colaboraram com as forças de Moscovo durante o cerco, indicando as coordenadas precisas dos alvos a bombardear e que levaram a que a cidade ficasse "muito rapidamente sem eletricidade, sem comunicação, sem água, sem ligação móvel, sem nada".
Apesar de o conflito na Ucrânia permanecer sem fim à vista, o autarca continua a trabalhar. Na mala para Lisboa, trouxe um dossiê contendo um plano de recuperação por etapas nos 18 meses pós-guerra.
O diagnóstico é devastador, mostrando 90% das infraestruturas vitais da cidade atingidas, incluindo dois terços das escolas e unidades de saúde destruídas ou danificadas e mais de metade das residências, num total de prejuízos calculado em 13,2 mil milhões de euros e sintetizado numa imagem de um "arranha-céus" estimado em dez milhões de toneladas de entulho de betão proveniente das ruínas.
O plano prevê 12 pontos de atuação, envolvendo 154 projetos de restabelecimento da habitação e infraestruturas, criação de serviços sociais e emprego, mas também resposta à crise humanitária, prevenção de conflitos sociais e garantias de segurança dos habitantes, num orçamento acima dos 660 milhões de euros.
Mariupol tornou-se num símbolo da agressão russa, mas é agora apresentada por Vadym Boichenko como "um símbolo da reconstrução da Ucrânia".
Foi esse aliás o argumento usado pelo Conselho da Europa para atribuir, a par do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o Prémio Norte-Sul à Associação das Cidades Ucranianas, em sinal de reconhecimento do "seu forte empenho para assegurar uma melhor integração das pessoas internamente deslocadas e para responder aos desafios socioeconómicos que surgem em tempo de guerra", em respeito dos valores democráticos.
Exército russo diz ter abatido 26 'drones' sobre a Crimeia
O Exército russo indicou na noite de sexta-feira que abateu 26 'drones' (aeronaves não-tripuladas) ucranianos num período de duas horas sobre a Crimeia anexada, assegurando ter repelido um "ataque terrorista" de Kyiv.
"As defesas antiaéreas russas destruíram 26 'drones' sobre a Crimeia", indicou o Ministério da Defesa russo num comunicado divulgado na plataforma digital Telegram, sem mencionar vítimas ou danos materiais.
Segundo o ministério, os aparelhos foram todos abatidos "entre as 20:30 e as 22:30 locais (17:30 e 19:30 de Lisboa)".
A Crimeia é regularmente alvo de ataques navais e aéreos com 'drones', mas o Exército russo poucas vezes afirmou ter destruído tantos de uma só vez.
Ao início da noite de hoje, o Ministério da Defesa russo também indicou ter abatido seis 'drones' ucranianos na região russa de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia.
O ministério russo anunciou no Telegram que tinha neutralizado primeiro dois e depois quatro 'drones', graças às suas defesas antiaéreas.
Os engenhos tinham como alvos "infraestruturas no território russo", indicou, sem fornecer mais pormenores.
O governador da região de Kursk, Roman Starovoït, confirmou que um ataque com 'drones' foi repelido pelas forças russas, apelando no Telegram os habitantes a "manterem-se calmos".
Este tipo de ataque de 'drones' tornou-se quase diário nas regiões russas fronteiriças com a Ucrânia, embora as incursões em grande número, como a de hoje, sejam menos frequentes.
A capital russa, Moscovo, e os seus arredores foram igualmente visados por 'drones' ucranianos nos últimos meses.
Por sua vez, a Rússia bombardeia diariamente cidades ucranianas. Realizou esta semana um ataque maciço com 'drones' ao sul da Ucrânia e atacou Kyiv com mísseis balísticos, ferindo 50 pessoas.
Putin ameaça punir "severamente" qualquer ingerência exterior em eleições
O Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou punir severamente qualquer "ingerência" estrangeira durante a campanha da Rússia para as eleições presidenciais, que ocorrem em março do próximo ano.
"Qualquer interferência nos assuntos internos da Rússia será punida severamente, de acordo com as leis russas", afirmou o chefe de Estado russo, que concorre à reeleição, segundo noticia a agência AFP.
Numa reunião televisionada, com líderes partidários da câmara baixa do parlamento russo, Vladimir Putin sublinhou que defende a liberdade do povo da Rússia e a sua soberania.
"Defendemos a liberdade do nosso povo, a sua soberania e o direito de escolher o seu futuro. É o povo e apenas o povo da Rússia que é a única fonte de poder no nosso país", afirmou.
O Presidente russo agradeceu ainda aos membros dos partidos presentes no parlamento que participam na "operação militar especial" na Ucrânia, "lutando juntos pela Rússia" e àqueles que estão a ajudar os militares e as suas famílias.
As defesas antiaéreas russas derrubaram hoje 35 drones ucranianos nas regiões de Volgogrado, Lipetsk e Rostov, que fazem fronteira com a Ucrânia, enquanto esta anunciou ter abatido um míssil e 20 drones russos.
Segundo o Ministério da Defesa russo, todos os drones foram abatidos durante a madrugada, com exceção dos que foram derrubados esta manhã quando sobrevoavam Volgogrado.
Kyiv usou aparelhos não tripulados de alta precisão para perpetrar o que Moscovo classifica como "ataques terroristas" contra território russo.
As defesas antiaéreas russas derrubaram, entre sexta-feira e sábado, 32 drones inimigos, num ataque massivo contra a anexada península da Crimeia.
Drones ucranianos atacaram também, na véspera, vários distritos da região fronteiriça de Kursk, onde ficaram danificadas várias casas e infraestruturas incluindo uma unidade compressora na estação de comboios da cidade de Dmitriev.
Esta noite, a Ucrânia afirmou ter abatido um míssil e 20 drones de ataque russos.
"As forças de ocupação russas atacaram com um míssil cruzeiro Iskander-K, um míssil guiado Kh-59 et 20 drones de ataque do tipo Shahed", indicou a Força Aérea ucraniana, em comunicado.
As forças ucranianas abateram os drones, bem como o míssil Kh-59, e o Iskander-K não atingiu o alvo, acrescentou a mesma fonte, precisando que os mísseis foram lançados da Crimeia e da região ocupada de Kherson (sul).
Os ataques ucranianos com drones são quase diários nas regiões russas fronteiriças com a Ucrânia. Nos últimos meses, visaram também a capital russa, Moscovo, e os arredores.
Por seu lado, a Rússia bombardeia diariamente as cidades ucranianas. Desencadeou esta semana um ataque massivo com drones no sul da Ucrânia e atingiu Kyiv com a ajuda de mísseis balísticos, cujos estilhaços causaram cinco dezenas de feridos.
Preso por alta traição cientista de armamento hipersónico russo
Vladislav Galkin, um cientista da Universidade Politécnica de Tomsk, na Sibéria, especializado num ramo indiretamente ligado ao armamento hipersónico, foi preso por alta traição, informa o portal T-invariant.
Galkin foi detido pelo Serviço Federal de Segurança russo (FSB) e preso por ordem de um tribunal de Novosibirsk, a principal cidade da Sibéria, ao abrigo do artigo 275 do Código Penal.
O homem detido é coautor de vários artigos com Valeri Zveguintsev, diretor do Instituto de Mecânica Teórica e Aplicada de Novosibirsk, que também foi detido sob a mesma acusação em abril de 2023.
O portal T-invariant, que denuncia uma campanha contra todos os cientistas que trabalham em questões hipersónicas, afirma que estes cientistas, na sua maioria idosos, são "presas fáceis" para o FSB, uma vez que oferecem pouca resistência durante a investigação.
"Não há dúvida de que todos estes casos estão relacionados com a hipersónica (...) (O Presidente Vladimir) Putin ordenou há vários anos que se protegessem as tecnologias russas mais avançadas da hipersónica. E os chekistas puseram-na em prática", afirma Ivan Pavlov, diretor da organização de defesa dos direitos humanos Piervi Otdel (Primeiro Departamento).
Os resultados da sua investigação foram utilizados no desenvolvimento dos mísseis hipersónicos Kinzhal, Sarmat, Avangard e Tsirkon, que, segundo Putin, são capazes de escapar ao escudo de defesa antimíssil dos EUA.
No total, foram detidas 16 pessoas no departamento siberiano da Academia das Ciências da Rússia, conhecido pelos seus especialistas em física e matemática.
Um destes, Dmitry Kolker, de 54 anos, especialista em ótica quântica, morreu sob custódia em Moscovo, pouco depois de ter sido detido por agentes do FSB, por sofrer de cancro em fase terminal.
O Kremlin declarou que as acusações contra os cientistas siberianos eram "muito graves", depois de ter recebido uma carta aberta em que os seus colegas denunciavam a perseguição da comunidade científica.
"Cada um deles é conhecido por nós como patriotas e pessoas honestas, incapazes de cometer aquilo de que são suspeitos pelos órgãos de investigação", dizia a carta.
A caça às bruxas lançada pelas forças de segurança entre a comunidade científica russa para evitar o vazamento de segredos de Estado intensificou-se com a revelação do novo armamento hipersónico da Rússia em 2018, mas disparou com o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Putin avisa Finlândia que terá problemas com a Rússia por aderir à NATO
O presidente russo, Vladimir Putin, alertou hoje a Finlândia que a "relação amigável" entre os dois países poderá passar a ter "problemas" após a adesão do país nórdico à NATO.
"Não havia problemas. Agora, haverá. Vamos criar o distrito militar de Leningrado (noroeste) e concentrar ali unidades militares. Eles precisavam disso? É simplesmente um absurdo", disse Putin em declarações ao programa de televisão Moscou.
O líder russo referiu que todas as disputas territoriais entre os dois países foram resolvidas em meados do século XX, razão pela qual lamentou que "a Finlândia tenha sido arrastada para a NATO".
"Tínhamos relações muito boas e cordiais", insistiu.
Moscovo pretende reforçar o seu flanco noroeste, especialmente a região que rodeia a segunda cidade do país, São Petersburgo, que fica a apenas cerca de 300 quilómetros da capital finlandesa, Helsínquia.
Os especialistas consideram que a entrada finlandesa na Aliança Atlântica é um dos maiores erros de cálculo de Putin ao lançar a sua campanha militar na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Esta semana o Kremlin já alertou que o envio de tropas dos EUA para o território finlandês será uma ameaça óbvia para a Rússia.
A Finlândia e os Estados Unidos chegaram a um acordo de cooperação que permitirá às tropas norte-americanas utilizar 15 bases militares no país nórdico, informou na quinta-feira o governo finlandês.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros finlandês explicou em comunicado que esta medida irá reforçar a defesa do país nórdico, permitindo a presença e treino de forças norte-americanas e o armazenamento de material de defesa no seu território.
A Finlândia, o país da União Europeia com a maior fronteira com a Rússia (1.340 quilómetros), optou por abandonar a sua tradicional política de neutralidade após o início da campanha militar russa na Ucrânia e completou a sua entrada na NATO, em tempo recorde, em abril.
Moscovo ameaçou com contramedidas, incluindo "técnicas-militares".
Helsínquia fechou a fronteira com a Rússia em novembro e reabriu-a esta semana, mas voltou a fechá-la 24 horas depois devido ao aumento do número de migrantes do Oriente Médio.
As autoridades do país nórdico acusam Moscovo de recorrer a métodos de "guerra híbrida" semelhantes aos utilizados há dois anos pela Bielorrússia na fronteira com a Polónia.
As defesas antiaéreas russas derrubaram hoje 35 drones ucranianos nas regiões de Volgogrado, Lipetsk e Rostov, que fazem fronteira com a Ucrânia, enquanto esta anunciou ter abatido um míssil e 20 drones russos.
Segundo o Ministério da Defesa russo, todos os drones foram abatidos durante a madrugada, com exceção dos que foram derrubados esta manhã quando sobrevoavam Volgogrado.
Kyiv usou aparelhos não tripulados de alta precisão para perpetrar o que Moscovo classifica como "ataques terroristas" contra território russo.
As defesas antiaéreas russas derrubaram, entre sexta-feira e sábado, 32 drones inimigos, num ataque massivo contra a anexada península da Crimeia.
Drones ucranianos atacaram também, na véspera, vários distritos da região fronteiriça de Kursk, onde ficaram danificadas várias casas e infraestruturas incluindo uma unidade compressora na estação de comboios da cidade de Dmitriev.
Esta noite, a Ucrânia afirmou ter abatido um míssil e 20 drones de ataque russos.
"As forças de ocupação russas atacaram com um míssil cruzeiro Iskander-K, um míssil guiado Kh-59 et 20 drones de ataque do tipo Shahed", indicou a Força Aérea ucraniana, em comunicado.
As forças ucranianas abateram os drones, bem como o míssil Kh-59, e o Iskander-K não atingiu o alvo, acrescentou a mesma fonte, precisando que os mísseis foram lançados da Crimeia e da região ocupada de Kherson (sul).
Os ataques ucranianos com drones são quase diários nas regiões russas fronteiriças com a Ucrânia. Nos últimos meses, visaram também a capital russa, Moscovo, e os arredores.
Por seu lado, a Rússia bombardeia diariamente as cidades ucranianas. Desencadeou esta semana um ataque massivo com drones no sul da Ucrânia e atingiu Kyiv com a ajuda de mísseis balísticos, cujos estilhaços causaram cinco dezenas de feridos.
Kyiv acusa Rússia de forçar funcionários de Zaporijia a obter passaportes
A Ucrânia denunciou hoje que a Rússia está a obrigar centenas de funcionários ucranianos que trabalham na central nuclear de Zaporijia a obter passaportes russos e a assinar contratos com a agência nuclear russa, Rosatom.
"O Estado agressor russo, sob cuja ocupação temporária se encontra a infraestrutura crítica, está a aumentar a pressão sobre os cidadãos ucranianos que trabalham na central nuclear para os forçar a obter passaportes russos e a assinar contratos com a Rosatom", disse o serviço de inteligência militar da Ucrânia, GUR.
Numa mensagem divulgada no canal Telegram, o GUR adiantou "várias centenas de funcionários ucranianos da central nuclear devem ter passaportes do Estado agressor e assinar contratos até 31 de dezembro de 2023".
De acordo com os serviços secretos ucranianos, a Rússia está a usar pressão psicológica sobre os especialistas ucranianos para atingir este objetivo.
Também nega seletivamente aos trabalhadores ucranianos o acesso aos locais de trabalho e cancela os seus passes de segurança, acrescentou.
O GUR afirmou que quando os funcionários ucranianos se recusam a assinar contratos com a Rosatom e a obter passaportes russos, "os serviços especiais russos tentam semear a desconfiança entre eles, criando condições para queixas anónimas, em particular através de 'bots' do Telegram especialmente criados" para este fim.
Ao mesmo tempo, de acordo com os serviços de informação militar ucranianos, há uma insatisfação crescente entre os trabalhadores russos que chegam à central nuclear, porque em vez de tarefas de dois meses, têm de trabalhar em Energodar, a cidade onde a central está localizada, durante meio ano ou mais.
Zaporijia é a maior central da Europa e foi tomada pelas forças russas em março de 2022.
Kyiv reclama destruição de 44 carros de combate russos em Avdivka
O Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas declarou hoje que o Exército russo perdeu 44 carros de combate, 38 sistemas de artilharia e 60 veículos blindados no campo de batalha de Avdivka, no domingo.
ARússia também sofreu 1.090 baixas neste novo dia de hostilidades e, de acordo com as estimativas do Exército ucraniano, sofreu mais de 347.000 baixas desde o início da guerra.
O eixo de Avdivka, na região oriental de Donetsk, continua a ser a zona mais violenta da frente de guerra.
As tropas ucranianas reclamam ter afastado 16 ataques do Exército russo na área durante as últimas 24 horas.
As últimas informações do Estado-Maior de Kyiv ainda não foram confirmadas por jornalistas ou entidades independentes.
O Exército russo está a tentar cercar Avdivka, controlada por Kyiv, e destacou um grande número de soldados para atingir o objetivo.
De acordo com o Centro de Estratégias de Defesa, um grupo de estudos ucraniano que acompanha o desenrolar da guerra, a Rússia continua a introduzir "forças adicionais" neste teatro de operações e continua a obter ganhos que considerou modestos.
Por outro lado, as tropas russas também conseguiram ganhar terreno perto de Bakhmut e em torno de Marinka, segundo o mesmo organismo.
Relatórios desclassificados dos serviços secretos norte-americanos estimam em cerca de 13.000 o número de mortos e feridos desde 10 de outubro nas investidas russas para tomar Avdivka.
Ucrânia diz que Rússia tem drones suficientes para atacar todos os dias
As Forças Armadas ucranianas alertaram hoje que a Rússia tem drones suficientes para continuar a atacar todos os dias em várias direções, apesar da imposição de sanções pelos parceiros de Kyiv.
Oaviso foi feito pelo porta-voz da Força Aérea, Yuri Ignat, que explicou a importância do contra-ataque através de armas ocidentais, muito mais modernas do que as herdadas dos tempos soviéticos.
"Não é fácil descobrir quais são os seus planos, mas entendemos que o inimigo está a acumular certos meios. Estamos a falar de mísseis de cruzeiro, nomeadamente mísseis balísticos e em particular o Iskander M", explicou Ignat.
"Agora que estamos mais perto da estação fria, o inimigo começou a usar mísseis aéreos, em particular Kh-101, Kh-555, (...) mas ainda tem drones, tem drones suficientes para atacar a Ucrânia todos os dias a partir de diferentes direções", disse Ignat em declarações à televisão ucraniana.
Ignat considerou que a chegada de caças F-16 pode marcar um antes e um depois no decorrer da guerra, porque apesar de a aviação ucraniana repelir regularmente os ataques russos, estes caças norte-americanos têm maior precisão e eficácia.
"Gostaríamos de usar armas ocidentais adaptadas ao equipamento soviético em aviões norte-americanas. A eficácia aumentará muitas vezes com o uso de F-16", disse o porta-voz.
Famílias de soldados russos apelam ao seu regresso e fim da guerra
Um grupo de famílias de soldados russos mobilizados na Ucrânia apelou hoje ao regresso dos seus familiares, exigindo ao presidente russo, Vladimir Putin, que acabe com a guerra.
Os membros do canal de Telegram 'Caminho para Casa', composto maioritariamente pelas esposas e mães dos soldados mobilizados, acusaram Putin de "levar as pessoas ao limite", exigindo o fim do que o Kremlin insiste em chamar de "operação militar especial".
"Nós, russos, já não temos esperança sob a sua liderança. Sente-se à mesa de negociações", afirmou o grupo através de uma mensagem dirigida ao líder russo.
"Deixe-nos viver em paz! Ou vá você mesmo para a linha da frente e morra lá", acrescentaram.
Cerca de 300 mil reservistas foram chamados para aumentar o número de tropas russas na Ucrânia, no âmbito da mobilização parcial anunciada por Putin, em setembro de 2022.
A mensagem do grupo 'Caminho para Casa' foi acompanhada por um vídeo de um alegado soldado russo mobilizado que manifestou o seu desapontamento pelo facto de Putin ter ignorado o pedido de um limite de serviço de um ano para os soldados mobilizados.
"Assisti à [conferência de imprensa anual] Linha Direta com o nosso presidente e não há esperança nem sinais de que os nossos soldados mobilizados regressem a casa num futuro próximo", afirmou o soldado.
Putin respondeu a dezenas de perguntas de jornalistas e cidadãos russos durante o seu programa Linha Direta, na semana passada.
Finlândia reforça laços militares com os EUA após aviso de Putin
A Finlândia assinou hoje um acordo para reforçar a cooperação militar com os EUA, um dia depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado um reforço militar em resposta à adesão à NATO do país escandinavo.
O acordo - assinado em Washington e que formaliza laços mais estreitos entre Washington e Helsínquia - foi saudado pelo ministro da Defesa finlandês, Antti Hakkanen, como "um forte sinal do compromisso dos Estados Unidos na defesa da Finlândia e de toda a Europa do Norte".
"Não esperamos que os Estados Unidos cuidem da defesa da Finlândia", acrescentou Hakkanen, recordando que "este acordo melhora significativamente a capacidade de agir em conjunto em todas as situações".
A Finlândia - que repeliu a invasão soviética no inverno de 1939-1940 - evitou aderir à NATO durante décadas, procurando não antagonizar o seu vizinho.
Contudo, as relações entre os dois países deterioraram-se consideravelmente desde fevereiro de 2022, com a invasão russa da Ucrânia, levando a Finlândia a aderir à NATO em abril deste ano.
No domingo, Vladimir Putin acusou o Ocidente de ter "arrastado a Finlândia para a NATO" e afirmou que esta adesão criaria problemas onde eles não existiam até agora.
O Presidente russo também anunciou a criação de um distrito militar russo perto da Finlândia, com os dois países a partilhar uma fronteira de 1.340 quilómetros de extensão.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que esteve presente na assinatura do acordo, disse que a Finlândia "sabe quase melhor do que ninguém o que está em jogo para a Ucrânia".
"Em 1939, os finlandeses também enfrentaram uma invasão russa e provaram que uma nação livre pode oferecer uma resistência incrivelmente poderosa", explicou Blinken.
Blinken e a ministra dos Negócios Estrangeiros finlandesa, Elina Valtonen, renovaram o seu apoio à entrada na NATO da Suécia, que lançou a sua candidatura ao lado da Finlândia, mas cujo processo de adesão tem sido adiado por reservas por parte da Turquia.
Dinamarca vai comprar à Suécia veículos de combate para doar a Kyiv
A Dinamarca vai comprar à Suécia veículos de combate CV 90 ou Stridsfordon 90, no valor de 1,8 mil milhões de coroas dinamarquesas (241 milhões de euros), para entregar à Ucrânia, informaram hoje os governos sueco e dinamarquês.
Numa conferência de imprensa em Copenhaga, o ministro da Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, anunciou que os veículos serão doados à Ucrânia, que se debate com uma invasão russa há quase dois anos.
O seu homólogo sueco, Pal Jonson, afirmou que este é um "passo importante para apoiar as forças de defesa ucranianas, juntamente com a Dinamarca", segundo relatou a agência sueca TT.
Os ministros da Defesa da Dinamarca e da Suécia assinaram um acordo de intenções para cooperar no apoio à Ucrânia com mais veículos de infantaria.
A Dinamarca fornece inicialmente 1,8 mil milhões de coroas dinamarquesas para encomendar o novo Stridsfordon 90, enquanto a Suécia contribui com apoio à aquisição no âmbito do acordo celebrado em julho deste ano entre a Administração Sueca de Materiais de Defesa e a Ucrânia.
"Usaremos a capacidade industrial para garantir o fornecimento de novos veículos de combate 90 à Ucrânia", disse Jonson.
Este ano, a Suécia já doou 50 destes veículos à Ucrânia.
"O veículo provou ser muito capaz e muito apreciado na Ucrânia", disse o ministro sueco.
Em agosto, a Suécia assinou uma declaração de intenções conjunta com a Ucrânia sobre uma cooperação mais estreita relativamente a veículos de combate CV 90.
ONU lamenta indiferença face a violações dos direitos humanos na Ucrânia
O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos lamentou hoje que o mundo, cansado face às multiplas crises atuais à escala global, pareça estar indiferente às contínuas "violações grosseiras do direito internacional" cometidas pela Rússia na Ucrânia.
O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos lamentou hoje que o mundo, cansado face às multiplas crises atuais à escala global, pareça estar indiferente às contínuas "violações grosseiras do direito internacional" cometidas pela Rússia na Ucrânia.
"A situação na Ucrânia veio juntar-se a uma ladainha de sofrimento contínuo, e a atenção do mundo parece cansada pelas múltiplas crises que enfrentamos. Tenho pena dos ucranianos, que têm direito à paz e que a merecem, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional. Em vez disso, receio que um conflito prolongado e enraizado tenha impacto nas vidas e nos direitos humanos das gerações vindouras", declarou Volker Türk.
Türk falava numa conferência de imprensa, em Genebra, de apresentação das conclusões do mais recente relatório do Alto Comissariado sobre a situação dos direitos humanos na Ucrânia, publicado há uma semana, e que abrange o período entre 01 de agosto e 30 de novembro, durante o qual a ONU documentou a morte de mais 2.440 civis.
Sublinhando que passaram já 662 dias desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia -- em fevereiro próximo assinalam-se dois anos sobre o início do conflito , o alto-comissário apontou que o seu gabinete "continua a proceder a um controlo e documentação exaustivos" sobre a situação dos direitos humanos na Ucrânia , e "a documentação continua a indicar violações grosseiras do direito internacional em matéria de direitos humanos, violações graves do direito internacional humanitário e crimes de guerra, principalmente por parte das forças da Federação Russa".
"Incluem 142 casos de execução sumária de civis desde fevereiro de 2022, em território controlado pelas forças armadas russas ou ocupado pela Federação da Rússia. Em território ocupado, documentámos tortura e maus-tratos generalizados de detidos, incluindo violência sexual, bem como um grande número de desaparecimentos forçados", assinalou.
Dando conta de que, até 04 de dezembro, o seu gabinete "registou e confirmou mais de 10 mil mortes de civis resultantes do conflito desde fevereiro de 2022, incluindo mais de 560 crianças", a que acrescem outros 18.500 civis confirmados como feridos, "muitos deles com gravidade", Volker Türk advertiu que "o número real de vítimas é provavelmente substancialmente mais elevado".
Segundo o responsável da ONU, o relatório revela que os quase 2.500 civis mortos ao longo dos últimos quatro meses do conflito até 30 de novembro foram vítimas de "armas explosivas com efeitos de área alargada, tais como projéteis de artilharia e foguetes, munições de fragmentação, e mísseis, bem como as chamadas munições de dispersão".
"A maior parte destes civis foram mortos nas zonas de Donetsk, Kharkiv, Kherson e Zaporizhzhia, perto das linhas da frente de combate, e entre eles havia um número desproporcionado de pessoas idosas, que não queriam ou não podiam deslocar-se para um local mais seguro", deplorou.
Observou que "foram também registadas baixas significativas devido a ataques com mísseis lançados pela Federação Russa contra alvos em zonas residenciais densamente povoadas, muitas vezes longe das linhas da frente".
"Além disso, as minas e os explosivos remanescentes de guerra causaram mais de um milhar de vítimas civis desde fevereiro de 2022. Esta presença alargada de minas e material explosivo em vastas zonas da Ucrânia ameaça as vidas, os direitos e os meios de subsistência dos ucranianos, tanto a curto como a longo prazo", alertou.
Entre as conclusões do relatório, salientou também que "mais de 1.300 estabelecimentos de ensino e de saúde foram danificados ou destruídos desde fevereiro de 2022" -- mais de uma centena dos quais no período abrangido pelo presente relatório, resultando que, atualmente, "apenas metade das crianças na Ucrânia possam frequentar aulas presenciais todos os dias".
Apontando que Moscovo continua a não permitir ao seu gabinete o acesso a qualquer local de detenção dos territórios ocupados, incluindo a Crimeia, o que impede uma contagem completa dos casos de detenção arbitrária e desaparecimento forçado, a ONU salienta, no entanto, que o seu gabinete já documentou desde o início da invasão de fevereiro de 2022 pelo menos uma centena de casos de civis mortos após terem sido detidos pelas autoridades russas.
Nos territórios ocupados pela Federação da Rússia, incluindo a Crimeia, documentámos padrões de, pelas forças armadas russas, de funcionários locais, jornalistas, ativistas da sociedade civil e outros civis. Entre eles contam-se numerosos activistas tártaros da Crimeia.
"Pelo menos 39 deles parecem ter sido torturados antes da sua morte. As práticas de tortura e outros tratamentos cruéis têm sido generalizadas nos locais de detenção nos territórios ocupados pela Rússia. Muitos dos casos de tortura que documentámos incluem violência sexual", disse.
Volker Türk disse ainda que continua "profundamente preocupado com as potenciais ameaças à segurança da central nuclear de Zaporizhzhia, uma das maiores instalações nucleares da Europa, que continua a ser ocupada pelas forças russas", advertindo que "o uso continuado de armas pesadas nas proximidades do local e os receios de uma má gestão dos seus complexos sistemas poderão resultar em danos catastróficos para os direitos humanos".
"Exorto todos os Estados, especialmente os que têm influência, a apelarem a medidas imediatas e decisivas de ambas as partes - e, em particular, da Federação Russa - para garantir que o seu pessoal cumpra plenamente os direitos humanos internacionais e o direito humanitário internacional", declarou.
Além de voltar a instar a Rússia a "permitir o acesso de observadores independentes e imparciais aos locais de detenção e a respeitar plenamente o direito humanitário internacional aplicável no território sob a sua ocupação", o responsável da ONU solicitou também à Ucrânia que alinhe a sua "Lei sobre Atividades de Colaboração" com o direito internacional e abster-se de processar indivíduos por colaboração quando a sua cooperação com as autoridades de ocupação se enquadra no direito humanitário internacional.
Ucrânia: Serviços de informação reivindicam ataques com drones a Moscovo
Os serviços de informação ucranianos reivindicaram vários ataques com 'drones' ocorridos hoje contra instalações militares na Rússia, incluindo vários aeroportos em Moscovo, segundo a agência de notícias ucraniana Unian.
"Aoperação dos serviços de informação do Ministério da Defesa contra as instalações militares do Estado agressor está em curso", disse uma fonte das forças de segurança ucranianas à Unian.
A operação ainda não havia sido concluída às 13:15, no horário local (11:15 em Lisboa), de acordo com a Unian.
O presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, declarou hoje que um 'drone' foi abatido perto da capital, um ataque que obrigou à suspensão temporária das operações em vários aeroportos da cidade.
O tráfego aéreo dos aeroportos de Domodedovo, Vnukovo e Zhukovsy foi temporariamente redirecionado para o aeroporto de Sheremetyevo.
O autarca de Moscovo acrescentou que, segundo dados preliminares, o incidente não provocou feridos ou danos materiais.
Os ataques com 'drones' ucranianos contra território russo, descritos como "ataques terroristas" por Moscovo, intensificaram-se nos últimos dias e estão a estender-se a regiões que não têm fronteira com a Ucrânia.