Dieta Dukan: conheça os prós e contras do método para emagrecer
Dieta aposta nas proteínas para secar medidas, mas é marcada pela deficiência nutricional
Popularizada por estar presente no prato de celebridades como a Princesa Kate Middleton, a Dieta Dukan é uma derivação da dieta das proteínas, e leva esse nome por ter sido elaborada pelo francês Pierre Dukan. Separada em quatro fases (ataque, transição, consolidação e estabilização), a dieta promete a eliminação e manutenção do peso perdido, com a vantagem de permitir comer à vontade, na hora que quiser.
No entanto, este método de emagrecimento que aconselha concentrar proteínas e banir carboidratos e gorduras é considerado polêmico entre os profissionais da área de saúde. No último dia 24 de janeiro de 2014, o Conselho Nacional da Ordem dos Médicos da França divulgou a exclusão de Pierre Dukan da profissão de médico. O motivo para a decisão foi o fato de o criador da dieta ter promovido o seu regime e a medicina para fins comerciais. O nome Dukan tornou-se ao longo dos anos uma marca. O médico já publicou mais de vinte livros, tem um programa de emagrecimento e mais de 50 produtos registrados como "Método Dukan". Já em 2010, a Agência Nacional de Segurança Alimentar da França pontuou os riscos envolvidos na dieta da proteína.
Conversamos com um time de nutricionistas, que explicaram como a dieta funciona e quais os prós e contras de adotar esse método para emagrecer. Confira:
Fase de ataque: comer só proteínas elimina peso, mas não dá energia
A primeira etapa da Dieta Dukan tem duração de dois a sete dias e representa a fase mais radical da dieta, em que o foco é o consumo apenas de proteínas. São permitidos os seguintes alimentos: carnes magras, fígado, rins, aves, peito de peru ou frango, frutos do mar, iogurte, queijos ou leite desnatado e ovos. Além disso, a dieta prevê o consumo de três colheres de aveia por dia, para manter o intestino funcionando.
Prós: Ingerir apenas alimentos que fornecem principalmente proteínas pode levar ao emagrecimento rápido, dando mais motivação. A possibilidade de comer os alimentos desse grupo à vontade, em qualquer quantidade e horário, também pode ser um incentivo.
Contras: A restrição abrupta dos carboidratos pode causar sérios prejuízos ao organismo. "Sem a glicose proveniente dos carboidratos, o sistema nervoso pode ficar comprometido, sem energia, e podem surgir sintomas com letargia, fadiga (central e periférica) e irritabilidade", diz o nutricionista e fisiologista Ricardo Zanuto, de São Paulo. Com a falta de carboidratos, o corpo tende a converter gordura em energia acarretando na liberação de substâncias chamadas corpos cetônicos, que em altos níveis podem ser prejudiciais às células e causar desconfortos como mau hálito. "Como não há ingestão de carboidratos, o corpo também passa a queimar massa muscular, nos deixando mais fracos e dificultando a realização de atividades diárias ou exercícios físicos", completa o nutricionista Fábi Lorenzeti, da Universidade de São Paulo. Outro ponto negativo é ingestão insuficiente de fibras (presentes em verduras, legumes, cereais e frutas), que são responsáveis por auxiliar no funcionamento gastrointestinal normal, resultando em gases, desconforto gastrointestinal e dificuldade de evacuação. A inclusão do farelo de aveia pode até ser uma vantagem, mas as três colheres podem não ser suficientes para manter o intestino funcionando, e uma dieta deve ser variável e outros alimentos também podem ser usados como fontes de fibras. "O farelo de aveia é um exemplo de fibra solúvel, mas outras fontes como chia, linhaça e centeio também são bem-vindas", completa a nutricionista Fernanda Amorim Nascimento, do Centro Universitário Celso Lisboa, no Rio de Janeiro.