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Líder da oposição acusa Maduro de condenar jovens a violência e prisão
A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado acusou o Presidente do país, Nicolás Maduro, de ter condenado os jovens "à violência e à prisão", referindo-se aos adolescentes detidos após as presidenciais de julho.
"Maduro não só condenou os nossos filhos ao exílio, à pobreza e à falta de oportunidades, como também os condenou à violência e à prisão, independentemente da idade ou origem", escreveu no domingo a ex-deputada nas redes sociais.
A responsável disse ainda que o executivo venezuelano violou os direitos e a dignidade dos adolescentes, "separando-os das famílias e condenando não só estes jovens, mas também pais e amigos ao terror".
"Nas últimas horas, e como resultado da indignação do mundo, muitos deles foram libertados, mas outros continuam reféns", notou.
Machado disse que uma das adolescentes detidas, no estado de Sucre, no nordeste do país, sofreu um colapso, "que lhe causou danos cerebrais", e precisou de ser levada para o hospital.
"Aí, foi processada judicialmente, sem direito a defesa, pelo crime de incitação ao ódio, com uma pena de 24 anos de prisão", acrescentou.
A organização não-governamental venezuelana Foro Penal declarou, no domingo, que, entre 29 de agosto e 01 de setembro, 86 dos mais de 100 adolescentes detidos após os protestos contra o resultado oficial das eleições presidenciais de 28 de julho foram libertados da prisão com medidas cautelares.
Através da rede social X (antigo Twitter), a ONG indicou que os jovens libertados têm entre 14 e 17 anos e são de diferentes estados venezuelanos, sendo 74 do sexo masculino e 12 do sexo feminino.
De acordo com os números oficiais, mais de 2.400 pessoas foram detidas desde 29 de julho, algumas em manifestações e outras em operações policiais, e 25 foram mortas em atos de violência que o Governo atribui à oposição, enquanto a oposição antichavista culpa as forças de segurança do Estado.
Estados Unidos apreendem avião de Maduro na República Dominicana
As autoridades norte-americanas determinaram que a aquisição do avião violava as sanções dos EUA e a aeronave foi levada para o estado da Florida.
Os Estados Unidos apreenderam o avião do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na República Dominicana. Segundo avança a CNN Internacional, as autoridades norte-americanas determinaram que a sua aquisição violava as sanções do país e a aeronave foi levada para o estado da Florida.
"Apreender o avião de um chefe de Estado estrangeiro é algo inédito em questões criminais. Estamos a enviar aqui uma mensagem clara de que ninguém está acima da lei, ninguém está acima do alcance das sanções dos EUA", disse um responsável norte-americano à CNN.
Já em comunicado, o procurador-geral norte-americano, Merrick Garland, confirmou que "o Departamento de Justiça apreendeu um avião" que terá "sido adquirido ilegalmente por 13 milhões de dólares através de uma empresa de fachada e contrabandeado para fora dos Estados Unidos para ser utilizado por Nicolás Maduro e os seus comparsas".
Ainda de acordo com o Departamento de Justiça, o avião - um Dassault Falcon 900EX - foi comprado a uma empresa na Flórida e ilegalmente exportado em abril de 2023 dos Estados Unidos para a Venezuela através das Caraíbas.
Desde então tem sido usado para voar "quase exclusivamente de e para uma base militar na Venezuela" para as viagens internacionais de Maduro.
Maior aliança da oposição condena mandado de prisão contra Urrutia
A Plataforma Unitária Democrática (PUD), maior aliança da oposição na Venezuela, condenou a ordem de prisão emitida por um tribunal especializado em terrorismo contra o candidato da formação política às presidenciais de julho, Edmundo González Urrutia.
O bloco expressou, na segunda-feira, "inequívoca condenação ao aprofundamento da perseguição política" ao candidato presidencial da PUD, agora acusado dos crimes de "usurpação de funções", "falsificação de documentos públicos", "instigação à desobediência às leis", "conspiração", "sabotagem de sistemas danos e associação [para cometer um crime]".
"Os venezuelanos e o mundo olham com indignação para um regime que não foi capaz de publicar, dentro do prazo legal, nem um único registo oficial que apoiasse o resultado fraudulento anunciado pelo CNE [Conselho Nacional Eleitoral], mas que é capaz de emitir um mandado de captura em minutos contra o vencedor das eleições presidenciais", afirmou a PUD nas redes sociais.
Isto "mostra que o regime pretende continuar a violar o exercício da soberania popular expresso a 28 de julho a favor da mudança política no país", continuou.
A coligação, que afirma ter vencido as presidenciais, qualificou de ilegal o mandado de captura, emitido menos de uma hora depois de o Ministério Público (MP) o ter solicitado.
"Qualquer perseguição vai encontrar-nos unidos, firmes e articulados na defesa da esmagadora maioria que se expressou no passado 28J [28 de julho]. Ao povo da Venezuela e à comunidade internacional, continuemos firmes e unidos na defesa da vontade expressa", acrescentou a aliança.
O MP publicou a ordem na rede social Instagram, especificando que, uma vez efetuada a detenção, González Urrutia "deve ser imediatamente colocado à disposição" do MP, que, por sua vez, "deve apresentá-lo perante [o tribunal] no prazo de 48 horas após a detenção".
O pedido de emissão do um mandado de prisão foi feito depois de González Urrutia não ter comparecido a três convocatórias, nas quais devia prestar declarações no âmbito de uma investigação relacionada com alegações de fraude nas presidenciais.
A investigação está relacionada com a publicação de uma página na Internet em que a PUD afirma ter carregado "83,5% das atas eleitorais" recolhidas por testemunhas e membros das mesas de voto para reforçar a afirmação de que González Urrutia ganhou as eleições por uma ampla margem.
A PUD divulgou as atas, que o executivo, por sua vez, qualificou de falsas, depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter proclamado Maduro como vencedor das eleições.
A vitória do atual Presidente foi questionada por vários países, alguns dos quais apoiam a afirmação de que González Urrutia ganhou a liderança do país.
Justiça venezuelana ordena detenção de líder da oposição González Urrutia
Um tribunal venezuelano especializado em crimes relacionados com terrorismo emitiu um mandado de prisão para o líder da oposição Edmundo González Urrutia, candidato presidencial do maior bloco anti-Chávez nas eleições de 28 de julho.
O mandado foi emitido menos de uma hora depois de o Ministério Público o ter solicitado.
O Ministério Público publicou a ordem na rede social Instagram, especificando que, uma vez efetuada a detenção, González Urrutia "deve ser imediatamente colocado à disposição" do Ministério Público, que, por sua vez, "deve apresentá-lo perante [o tribunal] no prazo de 48 horas após a detenção".
Isto para que se realize uma "audiência oral na presença das partes e se resolva o que for conveniente", uma vez que o ex-candidato é acusado pelo Estado venezuelano de ter alegadamente cometido os crimes de "usurpação de funções", "falsificação de documentos públicos", "instigação à desobediência das leis", "conspiração", "sabotagem de danos no sistema e associação [para cometer crimes]", de acordo com o documento.
O Ministério Público pediu à justiça que emitisse um mandado de prisão para González Urrutia depois deste não ter comparecido a três convocatórias, nas quais devia prestar declarações no âmbito de uma investigação relacionada com alegações de fraude nas presidenciais.
A investigação está relacionada com a publicação de uma página na Internet em que a principal coligação da oposição - Plataforma Unitária Democrática (PUD) - afirma ter carregado "83,5% das atas eleitorais" recolhidas por testemunhas e membros das mesas de voto para reforçar a afirmação de que González Urrutia ganhou as eleições por uma ampla margem.
A PUD divulgou as atas, que o executivo, por sua vez, qualificou de falsas, depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter proclamado Maduro como vencedor das eleições.
A vitória do atual Presidente foi questionada por vários países, alguns dos quais apoiam a afirmação de que González Urrutia ganhou a liderança do país.
Maduro diz que González Urrutia "pretende estar acima da lei".
O Presidente da Venezuela afirmou que o líder da oposição maioritária Edmundo González Urrutia, alvo de um mandado de prisão, "pretende estar acima da lei".
"Ele pretende estar acima da lei (...) Tem o descaramento de dizer que não reconhece as leis, que não reconhece nada, isso é inadmissível", afirmou, na segunda-feira, Nicolás Maduro num programa semanal de televisão.
A declaração foi feita paralelamente à divulgação de um mandado de prisão emitido por um tribunal especializado em terrorismo contra Edmundo González Urrutia, ativista e candidato às presidenciais de julho.
González Urrutia está acusado de alegadamente ter cometido os crimes de "usurpação de funções", "falsificação de documentos públicos", "instigação à desobediência das leis", "conspiração", "sabotagem de danos aos sistemas e associação [para cometer um crime]".
Embora não se tenha referido ao mandado de captura, Maduro reiterou que o líder da oposição "está escondido", em referência à decisão de González Urrutia de permanecer "sob proteção", devido às repetidas ameaças de prisão após as eleições presidenciais de 28 de julho, por não reconhecer o resultado oficial, que deu a vitória a Nicolás Maduro.
O mandado de prisão foi emitido menos de uma hora depois de o Ministério Público (MP) o ter solicitado.
O MP publicou a ordem na rede social Instagram, especificando que, uma vez efetuada a detenção, González Urrutia "deve ser imediatamente colocado à disposição" do Ministério Público, que, por sua vez, "deve apresentá-lo perante [o tribunal] no prazo de 48 horas após a detenção".
O pedido de emissão do um mandado de prisão foi feito depois de González Urrutia não ter comparecido a três convocatórias, nas quais devia prestar declarações no âmbito de uma investigação relacionada com alegações de fraude nas presidenciais.
A investigação está relacionada com a publicação de uma página na Internet em que a principal coligação da oposição - Plataforma Unitária Democrática (PUD) - afirma ter carregado "83,5% das atas eleitorais" recolhidas por testemunhas e membros das mesas de voto para reforçar a afirmação de que González Urrutia ganhou as eleições por uma ampla margem.
A PUD divulgou as atas, que o executivo, por sua vez, qualificou de falsas, depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter proclamado Maduro como vencedor das eleições.
A vitória do atual Presidente foi questionada por vários países, alguns dos quais apoiam a afirmação de que González Urrutia ganhou a liderança do país.
Jornalistas da Venezuela usam avatares criados por IA para escapar à censura de Maduro
Chama-se Operación Retuit e procura escapar à censura do Presidente da Venezuela Nicolás Maduro, por via da divulgação de informações verificadas por dois avatares criados com Inteligência Artificial (IA): La Chama e El Pana.
Após as eleições de julho, o mundo voltou a sua atenção para a Venezuela e para a potencial fraude que terá declarado Nicolás Maduro Presidente do país. Com a tensão social, e os protestos e detenções nas ruas, os jornalistas venezuelanos procuraram uma forma de escapar às autoridades, no sentido de continuarem a exercer a sua profissão.
A Operación Retuit utiliza avatares realistas criados com IA, conhecidos como La Chama e El Pana, para divulgar informações reais sobre o que está a acontecer na Venezuela. Este projeto é gerido pela Connectas, uma plataforma jornalística que trabalha com alguns meios de comunicação independentes venezuelanos.
Os avatares La Chama e El Pana protagonizam uma série de episódios que a Connectas publica nos seus perfis do X, Instagram e YouTube. Até agora, foram publicados 12 episódios, com cerca de 3 minutos, e sobre temas sensíveis da atualidade da Venezuela, nomeadamente, a posição internacional sobre as últimas eleições presidenciais, a apreensão de passaportes e a prisão de pessoas por protestarem contra Nicolás Maduro.
Segundo os responsáveis por este projeto, a utilização de avatares não é uma resposta à popularidade da IA, mas antes uma forma de proteger os jornalistas da perseguição e repressão por parte do Governo venezuelano.
Apesar de não sermos reais, o nosso conteúdo é real.
Alertam os apresentadores criados por IA a cada novo episódio.
A Connectas não especificou que tecnologia foi utilizada para criar La Chama e El Pana, mas os dois avatares são muito realistas e denotam um desenvolvimento notável.
ONU acusa Venezuela de criar clima de medo com detenções de opositores
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou hoje reinar na Venezuela um clima de medo, uma vez que há detenções por expressarem ideias ou por quererem participar na vida política.
"O que estamos a ver na Venezuela é uma situação muito lamentável, na qual as pessoas estão a ser detidas por exercerem o seu direito à participação política, à liberdade de expressão ou à liberdade de reunião", afirmou a porta-voz Ravina Shamdasani, do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, quando questionada sobre o mandado de prisão contra o líder da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia.
Referindo que não podia comentar "casos específicos", Shamdasani notou, porém, o sentimento de medo que reina no país.
As Nações Unidas apelaram ao governo de Nicolás Maduro para que garanta que as medidas tomadas respeitam o direito internacional sobre direitos humanos e contribuem para a resolução pacífica dos litígios.
"Exortamos todas as partes a resolver todas as suas disputas eleitorais por meios pacíficos", acrescentou.
A justiça venezuelana ordenou a prisão de González Urrutia, candidato da oposição nas presidenciais de 28 de julho, por seis delitos relacionados com a sua alegação de fraude nas eleições, nas quais Maduro foi proclamado vencedor.
Venezuela: Nove países latino-americanos criticam ordem de detenção de opositor
A ordem de detenção de um tribunal especializado em crimes de terrorismo na Venezuela contra o opositor Edmundo González Urrutia foi hoje criticada por nove países da América Latina, para os quais está em curso uma "perseguição política".
"Este mandado de detenção cita vários alegados crimes que não são mais do que mais uma tentativa de silenciar o senhor González [e] ignorar a vontade popular venezuelana", indica um comunicado emitido pelos nove países.
O texto é subscrito por Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
Da mesma forma, sustenta que, num país "onde não há separação de poderes nem garantias judiciais mínimas, e onde abundam as detenções arbitrárias", que, além de "perseguição política", estão em causa "práticas ditatoriais".
"Os nossos esforços serão firmes e contínuos para exigir que as autoridades venezuelanas garantam a vida, a integridade e a liberdade de Edmundo González Urrutia", conclui o texto.
A Procuradoria da Venezuela requereu na segunda-feira a um tribunal especializado em crimes de terrorismo que emita uma ordem de detenção contra o candidato presidencial da maior coligação da oposição, Edmundo González Urrutia.
A acusação envolve a suposta prática de crimes de "usurpação de funções" e "falsificação de documento público", relativamente aos registos eleitorais das presidenciais do passado dia 28 de julho.
O pedido foi feito depois de o Ministério Público ter convocado González Urrutia em três ocasiões e o opositor ter decidido não comparecer, por não saber em que qualidade deveria responder e por não reconhecer os crimes que o Ministério Público lhe atribui.
De acordo com um documento da entidade datado de hoje, o opositor é também acusado de incitamento à desobediência às leis, conspiração, sabotagem para danificar sistemas e associações para cometer um crime.
A investigação a González Urrutia está relacionada com a publicação de um 'site' no qual a principal coligação da oposição -- a Plataforma Democrática Unitária (PUD) -- afirma ter carregado 83,5% dos registos eleitorais recolhidos por testemunhas e membros da mesa na noite eleitoral.
O PUD divulgou esta ata, que o executivo qualifica de falsa, depois de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter proclamado o atual Presidente, Nicolás Maduro, como vencedor das eleições, apesar da denúncia de fraude pela da oposição e das objeções colocadas por numerosos países, alguns dos quais a apoiar González Urrutia como vencedor por uma larga margem.
Na quinta-feira, quando foi tornada pública a terceira convocatória, o Ministério Público avisou que, caso o político não voltasse a comparecer, seria emitido o "respetivo mandado de detenção" por considerar que "se encontra em situação de risco de fuga".
EUA condenam "injustificada" ordem de prisão e pondera ações contra Maduro
O Governo norte-americano condenou hoje a ordem de prisão "injustificada" emitida contra o líder da oposição na Venezuela, Edmundo González Urrutia, admitindo reagir contra o governo de Nicolas Maduro.
"Em vez de reconhecer a derrota eleitoral e preparar uma transição política na Venezuela, [Nicolás] Maduro ordenou agora a detenção do líder democrático que venceu esmagadoramente nas urnas", lamentou nas redes sociais o responsável pelos Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, Brian A. Nichols.
Nichols sublinhou que Urrutia "promoveu a reconciliação nacional", razão pela qual Washington se junta à "lista crescente de parceiros internacionais" que condenaram o mandado de captura.
O porta-voz da segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, avançou, por seu lado, que os EUA estão a considerar que ações tomar contra o governo de Maduro.
"Em coordenação com os nossos parceiros, estamos a considerar uma diversidade de opções para demonstrar ao Sr. Maduro e aos seus representantes que as suas ações na Venezuela terão consequências", afirmou aos jornalistas, um dia depois de a justiça venezuelana ter emitido um mandado de captura contra o candidato da oposição às eleições presidenciais.
O paradeiro de Urrutia é desconhecido.
O Ministério Público venezuelano, controlado pelo chavismo, acusou González de uma série de crimes relacionados com a divulgação na Internet de documentos que provariam a derrota eleitoral de Maduro na ida às urnas de julho.
O Ministério Público já havia alertado que, se o líder da oposição não comparecesse na sexta-feira para a terceira convocatória, iria ordenar a sua prisão.
Portugal, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, caracterizou como "muito preocupante" a ordem de detenção emitida, já que "atenta contra os direitos fundamentais e representa um sério revés na procura de uma solução democrática, pacífica e duradoura, que permita a normalização da vida política venezuelana".
Nove países da América Latina também criticaram hoje a ordem de detenção, referindo estar em curso uma "perseguição política".
"Este mandado de detenção cita vários alegados crimes que não são mais do que mais uma tentativa de silenciar o senhor González [e] ignorar a vontade popular venezuelana", indica um comunicado emitido pelos nove países.
O texto é subscrito por Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
Também a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que reina na Venezuela um clima de medo, uma vez que há detenções por as pessoas expressarem ideias ou por quererem participar na vida política.
"O que estamos a ver na Venezuela é uma situação muito lamentável, na qual as pessoas estão a ser detidas por exercerem o seu direito à participação política, à liberdade de expressão ou à liberdade de reunião", afirmou a porta-voz Ravina Shamdasani, do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, quando questionada sobre o mandado de prisão contra o líder da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia.
Também a Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou hoje o mandado de captura emitido na Venezuela para o opositor Edmundo González Urrutia, sublinhando que a perseguição política "constitui mais um crime na permanente e contínua lógica jurídica de violação sistemática dos direitos humanos no país".
"Mais uma vez, o poder judicial na Venezuela perpetra atos que o apontam como instrumento fundamental na execução de crimes contra a humanidade no país", afirmou o secretário-geral da organização, o uruguaio Luis Almagro, num comunicado.
Para o representante máximo da OEA, o poder judicial venezuelano não é "um órgão que administra justiça, mas repressão e violação das liberdades fundamentais, e que se afirma como principal agente da impunidade quanto a violações dos direitos humanos".
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.
Comissão concede proteção a gestor de redes sociais de jornal venezuelano
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) anunciou na terça-feira que outorgou medidas cautelares de proteção a favor de Eleanger David Navas Vidal, gestor das redes sociais do jornal venezuelano Oriental, crítico do Governo da Venezuela.
A decisão foi tomada por se considerar que Navas Vidal "se encontra numa situação grave e urgente de risco de danos irreparáveis aos seus direitos na Venezuela", explicou a CIDH em comunicado.
Segundo a nota, o gestor das redes sociais do Oriental foi detido em 03 de agosto por agentes da Polícia Nacional Bolivariana (PBN) e levado para uma esquadra desse organismo em El Tigre, sudeste de Caracas.
"Em 07 de agosto de 2024, o tribunal acusou-o de crimes tipificados na Lei Orgânica contra o Terrorismo, impondo-lhe uma pena de prisão de 45 dias. Como prova, considerou-se o facto de o beneficiário ser o 'community manager' da conta no Instagram do jornal Oriental", explica o comunicado.
Segundo a CIDH, a detenção foi contestada e descrita como arbitrária pela família.
Os familiares foram informados de que Eleanger David foi transferido para a prisão de Yare em 26 de agosto de 2024. No entanto, aí foram disseram-lhes de que este não se encontrava detido.
"Até à data, desconhece-se o seu paradeiro (...) Embora os familiares mais próximos tenham tentado apresentar uma queixa de desaparecimento forçado, os funcionários responsáveis terão recusado recebê-la. A Comissão não recebeu qualquer informação do Estado venezuelano", lê-se ainda na nota.
A CIDH, ao analisar o caso, teve em conta o contexto atual na Venezuela, a detenção e a subsequente falta de informação sobre o destino de Navas Vidal e o papel que tem de gestor da rede social Instagram de um jornal cuja linha editorial não está alinhada com o atual Governo.
No comunicado, a CIDH insta o Estado da Venezuela a "adotar as medidas necessárias para proteger os direitos à vida e à integridade pessoal de Eleanger David Navas Vidal".
Também para "informar sobre o centro de detenção onde se encontra atualmente detido e sobre a sua situação jurídica", além de "permitir o acesso e o contacto com familiares e advogados de confiança".
A Venezuela deve ainda "especificar as ações empreendidas pelo defensor público em seu nome" e se a "sua situação atual foi objeto de revisão judicial".
Também informar sobre as condições de detenção em que se encontra detido e avaliar a concessão de medidas alternativas à privação de liberdade, tendo em conta a natureza excecional da prisão preventiva.
A CIDH insta ainda a Venezuela a "informar sobre as medidas tomadas para investigar os alegados factos que deram origem à presente medida cautelar, a fim de evitar a sua repetição".
Venezuela. MP mantém mandado de detenção de Edmundo González Urrutia
O Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, disse hoje que continua em vigor o mandado de detenção contra o opositor Edmundo González Urrutia, prosseguindo ainvestigação relacionada com a denúncia de fraude nas eleições presidenciais.
"O Ministério Público ratifica a citação a Edmundo González Urrutia com o mandado de detenção em curso e ratifica que está solicitado e deve ser levado à justiça no quadro da Constituição e da lei", disse.
Durante uma conferência de imprensa em Caracas, Saab explicou que na quarta-feira teve um encontro com José Vicente Haro, advogado do político opositor, que lhe entregou uma carta para dar a conhecer os motivos pelos quais Urruita não compareceu a três intimações do Ministério Público.
"Se ele é inocente, por que não compareceu à intimação? Esta carta abre um precedente negativo para a lei venezuelana, porque, segundo este setor há venezuelanos de primeira classe acima dos outros e os restantes 99,99 não sei em que classe se encontram. Qualquer venezuelano pode ser convocado para aqui, como já aconteceu", disse.
Saab anunciou ainda que foi aberta uma investigação de caráter penal por ameaças de morte ao procurador que leva a investigação, tendo como provas 400 mensagens de correios eletrónicos e de WhatsApp.
A líder opositora María Corina Machado já reagiu às declarações do Procurador-Geral da Venezuela e através das redes sociais assumiu a sua responsabilidade pela divulgação das atas das eleições presidenciais de 08 de julho.
"Orgulho-me de fazer parte deste poderoso movimento que tornou possível esta extraordinária operação cívica e tecnológica e assumo responsabilidade pelas atas porque são legais, legítimas e expressam a soberania popular do povo venezuelano", disse na X, antigo Twitter.
Na mesma rede social María Corina Machado, ratifica a sua posição e insiste que as declarações do Procurador demonstram que ele "a Procuradoria é um braço da perseguição e do terrorismo de Estado na Venezuela", afirma.
Na mesma mensagem explica ainda que "Urrutia é o presidente eleito da Venezuela. Maduro sabe-o, o Conselho Nacional Eleitoral sabe-o, os juízes sabem-no e os membros das Forças Armadas Nacionais sabem-no. Os cidadãos militares e policiais têm um dever constitucional que devem cumprir".
Também que "o processo de defesa do voto, recolha, digitalização e publicação dos registos oficiais e originais na página web resultadosconvzla.com não é apenas um direito constitucional dos venezuelanos, mas um feito cívico épico, hoje reconhecido e admirado pelo mundo inteiro".
"O que fizemos é heroico. O que o regime faz é monstruoso. Nós estamos avançando e eles cada dia se afundam mais", explica.
Um tribunal venezuelano especializado em crimes relacionados com terrorismo emitiu, em 03 de setembro, um mandado de prisão para Urrutia, candidato presidencial do maior bloco anti-regime nas eleições de 28 de julho.
O ex-candidato é acusado pelo Estado de ter alegadamente cometido os crimes de "usurpação de funções", "falsificação de documentos públicos", "instigação à desobediência das leis", "conspiração", "sabotagem de danos no sistema e associação [para cometer crimes]".
O Ministério Público pediu à justiça que emitisse um mandado de prisão para Urrutia depois de este não ter comparecido a três convocatórias, nas quais devia prestar declarações no âmbito da investigação.
A investigação está relacionada com a publicação de uma página na Internet em que a principal coligação da oposição - Plataforma Unitária Democrática (PUD) - afirma ter carregado "83,5% das atas eleitorais" recolhidas por testemunhas e membros das mesas de voto.
A PUD divulgou as atas, que o executivo, por sua vez, qualificou de falsas, depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter proclamado Maduro como vencedor das eleições.
A vitória do atual Presidente foi questionada por vários países, alguns dos quais apoiam a afirmação de que González Urrutia ganhou a liderança do país.
Maduro quer ecrãs nas ruas com 'Superbigode', o herói que vence Elon Musk
Super-herói é o protagonista de uma série animada de propaganda do regime de Caracas, ilustrando Maduro como uma figura heróica que, no mais recente episódio, derrota o dono da Tesla, SpaceX e X, Elon Musk.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou instalar vários ecrãs nas ruas do país, para mostrar o mais recente episódio da série animada 'Superbigode', que serve como forma de propaganda do regime de Caracas.
Neste episódio da série criada em 2021, 'Superbigode', o super-herói inspirado por Nicolás Maduro, derrota o dono da Tesla, SpaceX e X, Elon Musk, exorcizando-o, segundo a Cadena SER.
Musk é ilustrado como um ser malévolo, com chifres e símbolos satânicos, prometendo "mudar a forma como pensam os venezuelanos" através das redes sociais para ficar com as riquezas naturais do país.
Por outro lado, 'Superbigode', de bíblia e cruz em mãos, derrota Musk e envia-o para Marte, assegurando que, nestes tempos, é como se fosse a popular fábula de "David contra Golias". "Derrotamos todos os ciberataques que o imperialismo quis implementar. O fascismo não entrará na Venezuela porque há quem a defenda. E eu sou o seu fiel protetor", diz.
O presidente da Venezuela e o dono do X têm protagonizado uma troca de críticas e acusações, chegando mesmo a falar-se de um combate físico entre ambos. Musk colocou as condições: se vencesse o duelo, Maduro "renunciria como ditador da Venezuela" e, se o presidente venezuelano ganhasse, o dono da SpaceX oferecer-lhe-ia uma "viagem de graça para Marte".
Maduro - que ordenou o bloqueio da redes social X após as eleições presidenciais de 28 de julho, que Musk acusou de terem sido fraudulentas - anunciou esta semana que as forças de segurança do país continuam a capturar "criminosos", que estarão ligados à principal coligação da oposição venezuelana, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), que acusa de ser "fascista" e "diabólica".
Recorde-se que o candidato da oposição às eleições presidenciais do país, Edmundo González Urrutia, foi alvo de um mandado de detenção por parte das autoridades do país.
Lula da Silva insiste que Maduro prove que venceu a eleição na Venezuela
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, insistiu hoje que o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, precisa provar que ganhou as eleições presidenciais realizadas em julho passado na Venezuela.
Questionado sobre a crise política no país vizinho durante uma entrevista à rádio Difusora, da cidade brasileira de Goiânia, Lula da Silva considerou que o comportamento de Maduro tem sido 'dececionante' e destacou que o líder venezuelano, como presidente, "deveria provar que era o favorito do povo venezuelano, mas não o faz".
"Eu não reconheci o resultado eleitoral da Venezuela, [porque estava] apenas exigindo que o Maduro tivesse entregado as atas para o Conselho Nacional Eleitoral, que tinha três membros do Governo e dois da oposição. Ele [Maduro] preferiu não passar pelo colégio eleitoral e foi direto para a Suprema Corte", afirmou o presidente brasileiro.
"Então, eu me senti no direito de dizer que não reconhecia aquilo [o resultado da eleição], porque não estava correto, porque eu também não reconheço o facto de a oposição ganhar. Ali [na Venezuela] só tinha uma solução, ou fazer uma nova eleição, ou fazer uma coaligação para que pudessem conviver democraticamente", acrescentou.
Lula da Silva afirmou que o Brasil e a Colômbia, dois países afetados pela crise migratória causada pela fuga de milhares de venezuelanos insatisfeitos com o regime de Maduro e que tentam negociar uma solução para a crise no país vizinho, decidiram adotar a mesma posição em relação à eleição alegadamente vencida por Maduro.
"Nós estamos agora numa posição única Brasil e Colômbia. A gente não aceitou o resultado das eleições, mas não vamos romper relações e também não concordamos com a punição unilateral, o bloqueio, porque o bloqueio não prejudica o Maduro, o bloqueio prejudica o povo e acho que o povo não deve ser vítima disso", concluiu Lula da Silva.
A vitória de Maduro foi proclamada pelo Colégio Eleitoral Nacional (CNE) e posteriormente ratificada num polémico processo que o próprio líder venezuelano promoveu perante o Supremo Tribunal do seu país, embora até à data não tenham sido apresentados os registos detalhados das votações.
Lula da Silva, juntamente com o presidente colombiano, Gustavo Petro, e em menor medida com o presidente mexicano, Andrés López Obrador, tentaram a mediação sem sucesso e insistiram na publicação das atas de votação da eleição, que a oposição divulgou num site com resultado amplamente favorável ao seu candidato, Edmundo González Urrutia.
Esta semana, a crise entre Maduro e a oposição escalou quando o Ministério Público da Venezuela pediu à justiça que emitisse um mandado de prisão contra Urrutia, depois de este não ter comparecido a três convocatórias, nas quais devia prestar declarações no âmbito da investigação sobre a publicação das atas recolhidas por testemunhas e membros das mesas de voto divulgadas pelo seu grupo político.
A PUD divulgou as atas, que o executivo, por sua vez, qualificou de falsas, depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter proclamado Maduro como vencedor das eleições.
A vitória do atual presidente foi questionada por vários países, alguns dos quais apoiam a afirmação de que González Urrutia ganhou a liderança do país.
Oposição venezuelana denuncia cerco a embaixada onde estão refugiados
Os opositores ao regime da Venezuela denunciaram hoje um "cerco" policial à residência da embaixada argentina em Caracas, onde seis dos seus membros se refugiaram em março para escapar a acusações de conspiração.
Segundo a agência de noticias AFP, a oposição venezuelana relatou que o edifício que alberga a embaixada argentina na Venezuela está cercado desde a noite de sexta-feira por veículos das forças de segurança e que a eletricidade foi cortada.
"Assim se amanhece na embaixada argentina em Caracas, rodeado por agentes do regime, encapuzados e armados, que , além disso, impedem o acesso aos jornalistas, embora a rua não esteja fechada", escreveu nas redes sociais o partido Vente Venezuela, o partido da líder da oposição Maria Corina Machado.
Jornalistas da AFP constataram no local a presença de pelo menos quatro viaturas policiais, duas do Serviço Bolivariano de Inteligência e outras duas da Polícia Nacional Bolivariana, bem como um polícia num posto de controlo para verificar as identidades das pessoas.
Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) e crítico do Governo venezuelano, escreveu na rede social X que "estas ameaças e ações são totalmente contra a lei e não são de forma alguma aceitáveis para a comunidade internacional".
A vitória do atual Presidente foi questionada por vários países, alguns dos quais apoiam a afirmação de que González Urrutia ganhou a liderança do país.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.
Peru avisa Venezuela que país "nunca estará ao lado de ditaduras"
A Presidente do Peru, Dina Boluarte, afirmou sexta-feira que seu país "nunca estará ao lado de ditaduras que levam fome e subdesenvolvimento a seus povos" e reafirmou exigência de que os resultados das eleições presidenciais venezuelanas sejam publicados.
"Não faremos parte de uma fraude eleitoral, não apoiaremos um governo ditatorial. Somos uma nação democrática, que respeita o Estado de direito, as instituições e a Constituição", sublinhou durante um evento oficial.
Boluarte recordou que, nas últimas semanas, o seu país exigiu que as autoridades venezuelanas apresentassem os resultados das eleições, que, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), foram ganhas por Nicolás Maduro, enquanto a oposição afirma que o vencedor foi o candidato Edmundo González Urrutia.
"Quem nada deve nada teme, então que se conte urna por urna, voto por voto. Se a oposição apresentou a ata na internet, dando a vitória ao seu candidato, cabe ao partido no poder fazer o mesmo e apresentar a sua ata, para que se resolva definitivamente esta situação", afirmou.
A chefe de Estado peruana disse que a remodelação que fez esta semana no seu gabinete de ministros, que incluiu a remodelação do chefe de diplomacia, com a substituição do cientista político Javier González-Olaechea pelo diplomata Elmer Schialer, não implicou uma mudança na política externa do seu país.
"A nossa política externa mantém-se inalterada e a nossa posição sobre a situação no país irmão da Venezuela mantém-se firme e inalterada", afirmou.
As declarações da Presidente foram feitas no dia seguinte ao presidente do Conselho de Ministros, Gustavo Adrianzén, ter afirmado que o Peru não reconheceu González Urrutia como Presidente eleito da Venezuela, contrariando as declarações do então ministro peruano das Relações Externas no dia 30 de julho, que afirmou ser essa a posição peruana.
"Não temos nenhuma comunicação oficial do Estado peruano que reconheça González Urrutia como presidente eleito. Pedimos uma recontagem (...) porque entendemos, além disso, que tem de ser no âmbito do processo eleitoral que estes registos (de votação) têm de ser revistos", disse Adrianzén.
Quanto à posição do Peru, o governante disse que o Ministério das Relações Externas emitiu vários comunicados oficiais que "exigem a entrega das atas" e que "é essencial que estes resultados sejam revistos".
Schialer, o novo titular da pasta, garantiu entretanto que o Peru "continuará a apoiar o povo venezuelano na sua luta pela democracia e pela liberdade".
"No que diz respeito à Venezuela, quero sublinhar que não há nenhum ponto de viragem. O Peru continuará a manter a sua posição firme e imutável de exigir o respeito pela vontade expressa pelo povo venezuelano nas eleições presidenciais de 28 de julho", observou já depois das declarações de Adrianzén.
Schialer recordou ainda que o seu país "rejeitou resolutamente o mandado de captura emitido contra Edmundo González Urrutia" e afirmou que "o que está a acontecer na Venezuela é da maior importância para o Peru e para a região, e também da maior preocupação".
González Urrutia, líder da maior coligação de oposição da Venezuela, foi reconhecido como vencedor das eleições presidenciais de 28 de julho pelos Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Equador, Panamá e Costa Rica.
Lula da Silva preocupado com cerco à embaixada argentina em Caracas
O Presidente brasileiro manifestou preocupação com a decisão da Venezuela de revogar a autorização concedida ao Brasil para representar os interesses da Argentina em Caracas, incluindo a proteção das representações diplomáticas na Venezuela.
Fontes diplomáticas brasileiras disseram à agência de notícias EFE que Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se no domingo com a secretária-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Laura da Rocha, num encontro em que participou, de forma remota, o ministro Mauro Vieira, que se encontra em visita oficial a Omã.
Lula da Silva reiterou a posição do Brasil de que "permanecerá com a custódia e defesa dos interesses argentinos até que a Argentina designe outro Estado".
No sábado, o Governo da Venezuela disse que ter provas de que a Embaixada da Argentina em Caracas estará a ser usada "para o planeamento de atividades terroristas e tentativas de homicídio" contra o Presidente, Nicolás Maduro, e a vice-Presidente, Delcy Rodríguez.
Na sexta-feira à noite, alguns dos seis requerentes de asilo da oposição refugiados desde março na residência da Embaixada da Argentina na capital venezuelana afirmaram que polícias encapuzados e armados cercaram o edifício.
Os opositores foram acusados pela Procuradoria-Geral da República venezuelana de vários crimes, incluindo conspiração e traição.
No sábado, o Governo brasileiro declarou-se surpreendido pela decisão das autoridades venezuelanas e salientou que a missão diplomática argentina deve ser inviolável, em cumprimento das convenções internacionais.
"O Brasil salienta a inviolabilidade, nos termos da Convenção de Viena, das instalações da missão diplomática argentina, que atualmente acolhe seis exilados venezuelanos, assim como bens e arquivos", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro.
O Brasil tem, desde agosto, a guarda das sedes diplomáticas da Argentina e do Peru na Venezuela, além da representação dos cidadãos e dos interesses dos dois países, na sequência da expulsão dos membros de ambas as delegações por não aceitarem a vitória de Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.
A decisão de Maduro vem aumentar a tensão com Luiz Inácio Lula da Silva, que tem repetidamente defendido que o Presidente venezuelano deve publicar os resultados eleitorais que lhe deram a vitória contra o opositor Edmundo González Urrutia, apoiado por uma parte da comunidade internacional.
González Urrutia chegou no domingo em Espanha, onde vai pedir asilo político.
EUA culpam "medidas antidemocráticas" pelo exílio de González Urrutia
O Governo dos Estados Unidos disse que o exílio do candidato presidencial venezuelano Edmundo González Urrutia em Espanha é uma consequência das "medidas antidemocráticas" do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
O secretário de Estado norte-americano considerou que a situação "é o resultado direto das medidas antidemocráticas que Nicolás Maduro desencadeou desde as eleições contra o povo venezuelano, incluindo contra González Urrutia e outros líderes da oposição", de acordo com um comunicado divulgado no domingo à noite.
Antony Blinken garantiu que González continua a ser "uma voz indiscutível pela paz e pela mudança democrática na Venezuela", e que os Estados Unidos o apoiam para continuar "a luta pela liberdade e pela restauração da democracia".
"Os Estados Unidos condenam veementemente a decisão de Maduro de usar a repressão e a intimidação para se agarrar ao poder através da força bruta, em vez de reconhecer a derrota nas urnas", lamentou o chefe da diplomacia norte-americana.
"Nas últimas seis semanas, Maduro prendeu injustamente quase dois mil venezuelanos, usou a censura e a intimidação para se manter no poder", acusou.
Na rede social X (antigo Twitter), Blinken sublinhou que "os venezuelanos votaram para a mudança", mas que "a repressão pós-eleitoral de Maduro matou ou prendeu milhares de pessoas".
Também no domingo, o alto representante da UE para os Assuntos Externos, Josep Borrell, disse que o exílio de González, devido à "repressão, perseguição política e ameaças diretas contra a sua segurança e liberdade", era "um dia triste para a democracia".
O avião da Força Aérea Espanhola que transportou González aterrou por volta das 16:00 (15:00 em Lisboa), na Base Aérea de Torrejón de Ardoz, em Madrid, onde o Governo espanhol concederá asilo político.
A vice-Presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que "após os contactos pertinentes entre ambos os governos, cumpridas as diligências necessárias e em conformidade com o Direito internacional, a Venezuela concedeu os salvo-condutos necessários, no interesse da paz e da tranquilidade política do país".
O Governo espanhol rejeitou as declarações de Rodríguez e insistiu que o asilo e a transferência para Madrid foram solicitados pessoalmente por González.
"Não houve qualquer tipo de negociação política entre o Governo de Espanha e o Governo da Venezuela (...). O Governo de Espanha não dá qualquer contrapartida pela saída de Edmundo González", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, à televisão pública espanhola TVE.
González esteve durante mais de um mês, até quinta-feira, na Embaixada dos Países Baixos em Caracas, de onde foi transferido para a de Espanha, onde permaneceu até sábado, altura em que deixou a Venezuela.
No domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela acusou os Países Baixos de terem ocultado a entrada de González na representação diplomática.
Yván Gil garantiu que os Países Baixos "deram o estatuto de convidado" ao opositor, o que "é irregular", uma vez que o Governo venezuelano não foi informado, de acordo com um vídeo publicado na plataforma de mensagens Telegram.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória, nas presidencias de julho, a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirmou que Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.
Venezuela. Justiça fecha processo contra González após exílio em Espanha
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, declarou o processo contra o candidato da oposição venezuelano, Edmundo González Urrutia, como encerrado após a sua partida para Espanha, onde requereu asilo.
"Nós, juntamente com o representante judicial de González Urrutia, José Vicente Haro, nas próximas horas, nos próximos dias, estabeleceremos a forma, o horário, a maneira e o local sobre como este caso será encerrado judicialmente", afirmou William Saab em entrevista à televisão norte-americana CNN.
O procurador-geral explicou que a saída do ex-candidato presidencial da oposição representa uma mudança no processo judicial que lhe foi aberto por alegados crimes no seguimento da contestação dos resultados eleitorais das presidenciais realizadas em 28 de julho
O magistrado indicou ainda que González Urrutia solicitou uma passagem segura diretamente ao Ministério Público numa carta, o que lhe permitiu viajar para Espanha.
Quando questionado sobre as "coerções e ameaças" que o opositor disse terem motivado a sua decisão de pedir asilo em Espanha, William Saab disse que partiram da líder da oposição, María Corina Machado.
"González foi vítima de pressões do seu partido que o obrigaram a tomar decisões (...) Há uma fratura absoluta nesta oposição extremista", apontou.
As autoridades venezuelanas emitiram um mandado de detenção contra González Urrutia depois de este não ter respondido a três notificações relacionadas com a investigação.
O asilo político de Edmundo González Urrutia ocorre depois de o Ministério Público venezuelano ter classificado como falsas as atas eleitorais divulgadas na Internet pela coligação de oposição, e dando a vitória ao opositor de Maduro com uma ampla margem.
González Urrutia foi chamado a depor perante o Ministério Público, que o acusou de "alegada prática de crimes de usurpação de funções" e "falsificação de documento público".
Como Urrutia não compareceu, um tribunal emitiu um mandado de detenção.
Pouco depois das declarações do procurador-geral, o advogado de González Urrutia negou que houvesse pressão para que não comparecesse perante a justiça venezuelana.
"De forma alguma isso aconteceu", disse José Vicente Haro em declarações à CNN.
"A nossa decisão foi não comparecer na notificação número um, na notificação número dois, ou na notifição número três, porque, em primeiro lugar, os factos que se lhe pretendiam imputar não eram de natureza criminal. Em segundo lugar, não cometeu qualquer crime", argumentou o advogado.
Haro reiterou que González sofria "constantes perseguições e ameaças" contra a sua vida na Venezuela e sublinhou que a partida para Espanha não significa que reconheça os resultados publicados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que designou o atual Presidente, Nicolás Maduro, como o vencedor das eleições.
O advogado disse ainda que o processo de asilo de González Urrutia em Espanha é muito meticuloso do ponto de vista administrativo e pode demorar até uma semana para ser concluído.
O CNE atribuiu a vitória, nas presidenciais de julho, a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirmou que Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança e também por grande parte da comunidade internacional, alegando falta de transparência.
Venezuela protesta com Países Baixos por "ocultarem" Edmundo González
A Venezuela anunciou hoje que vai transmitir um protesto aos Países Baixos, por terem ocultado o ex-candidato Edmundo González, exilado em Espanha e que a oposição reclama ter vencido as presidenciais de 28 de julho último.
"Deram-lhe o estatuto de convidado, o que é irregular e não fomos informados (...) Vamos enviar uma nota de protesto ao Governo dos Países Baixos, porque devíamos ter sido informados, segundo os protocolos internacionais", anunciou o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil.
O anúncio foi feito através de um vídeo divulgado nas redes sociais, onde o ministro diz que o opositor esteve "escondido" na residência da embaixada do Reino dos Países Baixos, desde 29 de julho de 2024, desde um dia depois das presidenciais venezuelanas.
"Esconderam-no. Porque é que estavam a esconder esta informação?", questiona no vídeo.
Segundo Yván Gil, o plano do opositor "nunca foi uma questão eleitoral, uma vez que sabia o que iria acontecer na Venezuela" e por isso procurou refúgio "no mesmo dia em que os 'comanditos do terror' [grupos de simpatizantes] incendiavam esquadras da polícia, atacavam escolas, hospitais".
O chefe da diplomacua venezuelana faz ainda referência a um comunicado do homólogo dos Países Baixos, Caspar Veldkamp, no qual explica que insistiu na contínua hospitalidade do seu Governo, quando Edmundo González manifestou querer abandonar o país.
"Havia uma intenção de reter o senhor González Urrutia, na embaixada, contra a sua vontade", afirma.
No comunicado, Caspar Veldkamp, explica o contexto da situação após as eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela, quando eclodiram protestos contra os resultados oficiais, que deram a reeleição de Nicolás Maduro, e as forças de segurança responderam com violência em alguns casos, matando e ferindo pessoas.
"Para além dos manifestantes, também os membros da oposição venezuelana temem pela sua segurança. Vários deles foram detidos e alguns nunca mais foram contactados. Esta ameaça também se aplica ao candidato da oposição Edmundo González. Por conseguinte, a seu pedido urgente, no dia seguinte às eleições, decidi conceder-lhe hospitalidade (...) durante o tempo necessário", indicou o ministro neerlandês.
O comunicado explica que "no início de setembro", o opositor "manifestou a sua intenção de abandonar a residência e o país".
"Em resposta, falei-lhe da situação na Venezuela, da importância do trabalho da oposição e da transição para a democracia, e insisti na nossa contínua hospitalidade. Ele indicou que, apesar disso, queria partir e continuar a sua luta a partir de Espanha", descreveu.
Segundo o comunicado, "o Reino dos Países Baixos continua empenhado na defesa dos direitos humanos e na restauração da democracia e do Estado de Direito na Venezuela".
Edmundo González, que a oposição diz ter vencido as presidenciais de 28 de julho, deixou no sábado a Venezuela para se exilar em Espanha, após ter recebido os salvo-condutos necessários.
Antigo embaixador da Venezuela na Argentina e na Argélia, Edmundo González Urrutia, 75 anos, aceitou ser candidato nas presidenciais de 28 de julho de 2024, em substituição da opositora María Corina Machado, desqualificada pelas autoridades e impossibilitada de exercer cargos públicos durante 15 anos.
Em 03 de setembro, um tribunal venezuelano especializado em crimes relacionados com terrorismo emitiu um mandado de prisão para González Urrutia.
O ex-candidato é acusado pelo Estado de ter alegadamente cometido os crimes de "usurpação de funções", "falsificação de documentos públicos", "instigação à desobediência das leis", "conspiração", "sabotagem, danos no sistema e associação [para cometer crimes]".
O Ministério Público pediu a emissão do mandado de prisão por não ter comparecido a três intimações para prestar declarações sobre a publicação de uma página na Internet com atas recolhidas por testemunhas e membros das mesas de voto.
Mais de 2.400 pessoas foram detidas, 27 faleceram e 192 ficaram feridas em protestos contra os resultados eleitorais, desde finais de julho.
Líder da oposição venezuelana vai ficar no país para continuar "a luta"
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, assegurou hoje, um dia depois de o candidato presidencial da oposição, Edmundo González Urrutia, se ter exilado em Espanha, que vai "ficar na Venezuela" para continuar "a luta" pelo poder.
"Decidi ficar na Venezuela e acompanhar a luta a partir daqui, enquanto ele (González Urrutia) a lidera a partir de fora", declarou por videoconferência María Corina Machado, que vive na clandestinidade desde o anúncio dos resultados contestados das eleições presidenciais de 28 de julho.
Hoje à tarde, Machado convocou os cidadãos venezuelanos residentes em Espanha para uma concentração na Plaza de las Cortes, em Madrid, em frente ao Congresso, para "reivindicar" o mandato presidencial das eleições de 28 de julho na Venezuela, para que "todo o mundo" reconheça Edmundo González como Presidente eleito.
Num vídeo divulgado nas redes sociais, a líder da oposição pediu aos venezuelanos que vivem em Espanha para "reivindicarem" juntos que González seja reconhecido como chefe de Estado eleito e tome posse a 10 de janeiro de 2025, concentrando-se na terça-feira, a partir das 18:00.
A opositora venezuelana recordou que, nesse mesmo dia, o Congresso debaterá a iniciativa do Partido Popular (PP) -- que será na quarta-feira submetida a votação -- que pretende que o Governo espanhol reconheça González como vencedor e novo Presidente da Venezuela, condene a repressão do regime do atual titular do cargo, Nicolás Maduro, e reprove o silêncio do ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, que participou em missões de mediação entre o Governo e a oposição venezuelanos.
María Corina Machado defendeu a unidade, "hoje mais que nunca", para avançar e ultrapassar "todos os obstáculos", afirmando: "Vamos conseguir a libertação da Venezuela e o regresso dos nossos filhos a casa".
Nicolás Maduro foi declarado vencedor das presidenciais, com 52% dos votos, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que não tornou públicas as atas das assembleias de voto.
Segundo a oposição, que divulgou as atas de votação fornecidas pelos seus escrutinadores, González Urrutia obteve mais de 60% dos votos.
Os Estados Unidos, a União Europeia e vários países da América Latina não reconhecem a reeleição de Maduro.
Uma grande parte da comunidade internacional já se tinha recusado a reconhecer a sua reeleição em 2018, na sequência de umas presidenciais boicotadas pela oposição, que alegou fraude.
O anúncio da reeleição de Maduro desencadeou manifestações espontâneas, violentamente reprimidas pelas forças de segurança que fizeram pelo menos 27 mortos e 192 feridos, bem como cerca de 2.400 detenções, de acordo com fontes oficiais.
Venezuela acusa Elon Musk de ser "líder do fascismo internacional"
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, acusou hoje o bilionário norte-americano Elon Musk de ser "o líder do fascismo internacional", durante um "Congresso Mundial contra o Fascismo" organizado em Caracas poucas semanas após as contestadas eleições presidenciais.
Musk, disse Rodriguez, é "o líder do fascismo internacional" e tenta criar instabilidade na Venezuela, onde nas eleições presidenciais de 28 de julho "extremistas montaram uma ditadura dos algoritmos nas redes sociais, investiram milhões de dólares".
Uma "operação de ataques contra a Venezuela dirigida a partir dos EUA" para normalizar o ódio e a violência contra o país e promover uma guerra civil, disse a número dois de Nicolás Maduro no "Congresso Mundial contra o Fascismo, o Neofascismo e Outras Expressões Similares" que decorre até quarta-feira em Caracas, alegadamente com representantes de 95 países.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.
González agradece a Sánchez interesse em restaurar democracia na Venezuela
O líder da oposição venezuelana, Edmundo González, agradeceu hoje ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, pelo interesse em trabalhar pela recuperação da democracia e pelo respeito aos direitos humanos na Venezuela, após ser recebido na Moncloa pelo chefe de governo.
"Queridos compatriotas, hoje tive uma conversa muito agradável e interessante com o Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, no Palácio da Moncloa [sede do executivo], a quem agradeci a sua disponibilidade para me receber, a mim e à minha mulher, em Espanha", disse o líder da oposição venezuelana numa mensagem aos seus compatriotas, a que a Efe teve acesso.
"Ao mesmo tempo, expressei o nosso reconhecimento pelo seu interesse em trabalhar para a recuperação da democracia e para o respeito pelos direitos humanos" na Venezuela, acrescentou González, que participou no encontro com Sánchez acompanhado pela filha, Carolina González.
"Da mesma forma, reiterei a determinação em continuar a luta para fazer cumprir a vontade soberana do povo venezuelano, expressa a 28 de julho por mais de oito milhões de eleitores", afirmou o líder da oposição venezuelana na mensagem divulgada após o encontro com o presidente espanhol, que durou uma hora.
Por seu lado, Pedro Sánchez, numa mensagem na rede social X, deu as boas vindas ao líder da oposição venezuelana.
"Dou as boas-vindas a Edmundo González ao nosso país, e recebemo-lo como um sinal do compromisso humanitário e da solidariedade de Espanha para com os venezuelanos. A Espanha continua a trabalhar em prol da democracia, do diálogo e dos direitos fundamentais do povo irmão da Venezuela", afirmou Sánchez.
O encontro ocorreu um dia depois de o Congresso espanhol, sob proposta da oposição conservadora e com o voto contra dos socialistas, ter instado o governo a reconhecer González como presidente da Venezuela como vencedor das últimas eleições no seu país.
Em resposta, o presidente do Parlamento venezuelano, o pró-governamental Jorge Rodríguez, pediu a aprovação urgente de uma resolução para que o governo bolivariano "rompa imediatamente todas as relações" com Espanha.
O governo espanhol não considera a possibilidade de reconhecer a vitória da oposição a 28 de julho, como exigido pelo Congresso, e remete para a posição comum dos seus parceiros da União Europeia (UE), que continuam a exigir os registos eleitorais das eleições.
Edmundo González Urrutia chegou domingo a Madrid num avião da Força Aérea espanhola para pedir asilo político, depois de ter denunciado a fraude nas eleições presidenciais venezuelanas.
Numa declaração divulgada no perfil pessoal na rede social X após a chegada a Espanha, González agradeceu "profundamente" ao governo espanhol por o ter acolhido, agradecimento que a filha Carolina reiterou ao ler uma mensagem do pai durante um comício realizado quarta-feira em frente ao Congresso, numa altura em que estava a ser debatida a iniciativa do Partido Popular (PP) espanhol, de reconhecer a vitória do líder da oposição a Nicolas Maduro.
EUA sancionam 16 membros do Conselho Eleitoral e do Supremo Tribunal
Os EUA sancionaram hoje 16 funcionários venezuelanos, incluindo membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), do Supremo Tribunal de Justiça e da Assembleia Nacional, por terem proclamado "falsamente" a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.
Entre os sancionados estão a presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Caryslia Rodríguez, o secretário-geral do CNE, Antonio José Meneses, e o vice-presidente da Assembleia Nacional, Pedro Infante Aparicio.
"Em vez de respeitar a vontade do povo venezuelano expressa nas urnas, Maduro e os seus representantes reivindicaram falsamente a vitória enquanto reprimiam e intimidavam a oposição democrática numa tentativa ilegítima de se agarrarem ao poder", afirmou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em comunicado.
A medida foi anunciada dois dias depois da partida para o exílio, em Espanha, de Edmundo González Urrutia, o antigo diplomata que representa os principais partidos da oposição e que reivindicou a vitória nas presidenciais por uma larga margem.
As autoridades eleitorais venezuelanas declararam Maduro vencedor horas depois do encerramento das urnas, mas, ao contrário de eleições anteriores, nunca divulgaram os resultados pormenorizados das votações para corroborar a sua decisão.
A condenação mundial da falta de transparência levou Maduro a pedir ao Supremo Tribunal, repleto de membros do partido no poder, que auditasse os resultados. O tribunal reafirmou a sua vitória.
Especialistas das Nações Unidas e do Centro Carter, que, a convite do governo de Maduro, observaram as eleições, determinaram que os resultados anunciados pelas autoridades eleitorais careciam de credibilidade.
O Departamento de Estado norte-americano disse ainda que está já a colocar novas restrições de vistos aos aliados de Maduro que são acusados de impedir a votação e de reprimir os venezuelanos, mas sem avançar com nomes.
O Tesouro norte-americano já sancionou mais de 140 funcionários venezuelanos atuais ou antigos.
O Departamento de Estado identificou quase 2.000 pessoas que possivelmente enfrentam restrições de vistos devido a alegações de corrupção, minando a democracia ou violando os direitos humanos dos venezuelanos.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.
Portugal entre signatários de declaração a exigir democracia na Venezuela
Um grupo de 49 países, incluindo Portugal, e a União Europeia (UE) assinaram hoje uma declaração conjunta nas Nações Unidas pedindo "o restabelecimento das normas democráticas na Venezuela", sem apelar especificamente para que a ONU intervenha na crise.
A declaração, preparada nas últimas horas e lida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Panamá, Javier Martínez-Acha, teve ausências notáveis, como as do México, Colômbia e Brasil, e não foi assinada por grandes potências como a China ou a Rússia, nem por algum Estado africano ou árabe, com exceção de Marrocos.
Os signatários recordam que "é tempo de os venezuelanos iniciarem discussões construtivas e inclusivas para resolver o impasse eleitoral", em referência às eleições presidenciais de 28 de julho, cujos resultados oficiais não foram reconhecidos por grande parte da comunidade internacional, que insiste na necessidade de o órgão eleitoral venezuelano publicar os resultados desagregados para demonstrar a vitória e pôr fim à crise, o que não aconteceu até à data.
Os signatários afirmam-se "gravemente preocupados com as denúncias de violações dos direitos humanos", incluindo "prisões arbitrárias, detenções, mortes e negação de garantias judiciais, bem como táticas de intimidação contra a oposição democrática".
Por seu lado, o porta-estandarte da oposição maioritária na Venezuela, Edmundo González Urrutia, que chegou a Madrid no domingo num avião da Força Aérea espanhola para pedir asilo político após ter denunciado a fraude nas eleições, agradeceu hoje pessoalmente ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, o interesse de Espanha em trabalhar na recuperação da democracia e do respeito pelos direitos humanos na Venezuela.
Apesar de a declaração ter sido negociada nos corredores da ONU e de ter sido lida à entrada do Conselho de Segurança, o ministro dos Negócios Estrangeiros panamiano reconheceu que não está a ser feito qualquer trabalho conjunto para uma resolução sobre a Venezuela, tendo mesmo acrescentado que a posição do Panamá "é muito diferente da de outros países", embora partilhe o princípio geral de que "a democracia deve ser restaurada" no país das Caraíbas.
Questionado sobre o que as agências da ONU podem fazer especificamente para ajudar a ultrapassar a crise, Martínez-Acha não respondeu à pergunta e limitou-se a afirmar que a ONU "está a promover a democracia, o Estado de direito e o respeito pelos direitos humanos".
Apesar de a crise venezuelana se arrastar há seis longas semanas, a questão ainda não chegou ao Conselho de Segurança da ONU - o mais alto órgão executivo - e apenas suscitou declarações do secretário-geral da organização, António Guterres, que tem apelado repetidamente à publicação dos registos eleitorais completos e à necessidade de os direitos humanos serem respeitados, sem entrar na questão da legitimidade ou não da reeleição de Nicolás Maduro.
Venezuela condena novas sanções dos EUA contra funcionários eleitorais
A Venezuela condenou hoje a decisão dos EUA de impor sanções contra 16 funcionários do país, incluindo membros do Conselho Nacional Eleitoral, do Supremo Tribunal de Justiça e da Assembleia Nacional.
"AVenezuela condena, nos termos mais enérgicos, o novo crime de agressão cometido pelo governo dos EUA (...), ao impor medidas coercivas unilaterais, ilegítimas e ilegais a um grupo de funcionários do Estado, demonstrando uma vez mais o seu total desrespeito pelo direito internacional, pela autodeterminação dos povos e pela vontade democrática dos venezuelanos", afirma num comunicado o Ministério das Relações Exteriores.
As novas sanções, que Caracas diz serem um "novo crime de agressão" contra a Venezuela, são justificadas pelos EUA por os responsáveis terem proclamado "falsamente" a vitória de Nicolás Maduro nas presidenciais de 28 de julho.
Os EUA sancionaram hoje 16 funcionários venezuelanos, incluindo membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), do Supremo Tribunal de Justiça e da Assembleia Nacional, por terem proclamado "falsamente" a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.
Entre os sancionados estão a presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Caryslia Rodríguez, o secretário-geral do CNE, António José Meneses, e o vice-presidente da Assembleia Nacional, Pedro Infante Aparicio.
A medida foi anunciada quatro dias depois da partida para o exílio, em Espanha, de Edmundo González Urrutia, o antigo diplomata que representa os principais partidos da oposição e que reivindicou a vitória nas presidenciais por uma larga margem.
As autoridades eleitorais venezuelanas declararam Maduro vencedor horas depois do encerramento das urnas, mas, ao contrário de eleições anteriores, nunca divulgaram os resultados pormenorizados das votações para corroborar a sua decisão.
Na nota hoje divulgada, o governo de Nicolás Maduro qualifica ainda as sanções de "um ato grosseiro que procura cair nas boas graças de uma classe política [oposição venezuelana] que tem recorrido a práticas fascistas e violentas para derrubar, sem sucesso, a democracia bolivariana".
"Pouco se pode esperar da potência mais hostil e sanguinária que a humanidade já conheceu, responsável por milhões de assassinatos em todo o mundo, com sócios genocidas e um historial de desrespeito pelas necessidades dos seus próprios cidadãos", sublinha, em referência aos Estados Unidos.
A condenação mundial da falta de transparência levou Maduro a pedir ao Supremo Tribunal, repleto de membros do partido no poder, que auditasse os resultados. O tribunal reafirmou a sua vitória.
Especialistas das Nações Unidas e do Centro Carter, que, a convite do governo de Maduro, observaram as eleições, determinaram que os resultados anunciados pelas autoridades eleitorais careciam de credibilidade.
O Tesouro norte-americano já sancionou mais de 140 funcionários venezuelanos atuais ou antigos.
O Departamento de Estado identificou quase 2.000 pessoas que possivelmente enfrentam restrições de vistos devido a alegações de corrupção, minando a democracia ou violando os direitos humanos dos venezuelanos.