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Maurício Rua, o demolidor

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FENÓMENO DO PRIDE QUER REENCONTRAR ANTIGA FORMA




Nome: Maurício Rua
Alcunha: Shogun
Registo: 17V-3D-0E
Altura: 1,82m
Peso: 92kg
Nascimento: 25 Novembro 1981
Origem: Curitiba, Brasil
Estilos principais: Jiu-jitsu Brasileiro, Muay Thai

Quando a 28 de Agosto de 2005 Maurício "Shogun" Rua venceu Alistair Overeem e Ricardo Arona, ambos por TKO no primeiro assalto, conquistando assim o torneio de pesos meio-pesados do Pride FC, só um louco ou um visionário teriam afirmado que em 2009 "Shogun" não seria rei e senhor desta categoria de peso. Um louco porque o domínio de Rua parecia absoluto; um visionário porque o tempo lhe viria a dar toda a razão.

Mas isto é começar pelo meio da história, e para se perceber bem a razão de todo o interesse em volta deste lutador brasileiro é importante recuar mais alguns anos.

Maurício Rua é o irmão mais novo de Murilo "Ninja" Rua, também lutador de MMA. Nascido em Curitiba, "Shogun" começou a sua carreira profissional participando por três vezes no evento brasileiro Meca, obtendo sempre vitórias no primeiro assalto. De seguida entrou no evento IFC - Global Domination, já em solo norte-americano, conquistando uma vitória difícil no primeiro combate e perdendo por submissão na luta seguinte (na mesma noite) contra o seu compatriota Renato "Babalu" Sobral. Se dissermos que era o quinto combate de Rua e o vigésimo quinto de Sobral, numa carreira que incluía já confrontos com Dan Henderson, Chuck Liddell e um tal de Fedor Emelianenko, podemos ter uma ideia da diferença de experiência entre ambos.

As páginas douradas da carreira de Maurício Rua começaram a ser escritas no mês seguinte à derrota com "Babalu", quando o lutador de Curitiba chegou ao Pride FC, a organização nipónica que à altura era possivelmente a maior do mundo. Rua, representando a equipa Chute Boxe, onde estavam também o seu irmão Murilo e o então campeão de pesos meio-pesados Wanderlei Silva, começou o seu verdadeiro trabalho de demolição em terras nipónicas ao infligir um KO a Akira Shoji. Seguiram-se três combates contra mais adversários japoneses, e outros tantos TKOs sempre no primeiro assalto. Para lá das vitórias em si, Rua dava nas vistas pela espectacularidade das suas técnicas e pela agressividade com que as aplicava. Isto incluía pisar a cara dos adversários como um rinoceronte a apagar fogos.

Rua teve então o seu primeiro grande combate em Abril de 2005, contra Quinton "Rampage" Jackson, na primeira ronda do torneio de pesos meio-pesados do Pride. Jackson era já um lutador consagrado e com uma forte animosidade pela equipa Chute Boxe, consequência da sua rivalidade com Wanderlei Silva, mas toda a sua experiência de nada lhe valeu, sofrendo um TKO brutal em menos de 5 minutos. Rua dominou o confronto do princípio ao fim, dinamitando Jackson com joelhadas e partindo-lhe assim várias costelas. Posteriormente Jackson afirmou que Maurício Rua era o melhor lutador com que alguma vez tinha combatido.

Na segunda ronda do torneio, realizada dois meses depois, "Shogun" enfrentou António Rogério Nogueira, o irmão gémeo de António Rodrigo "Minotauro" Nogueira, saindo vencedor por decisão unânime. Passados mais dois meses Rua acabou por conquistar o torneio, vencendo Alistair Overeem e Ricardo Arona na mesma noite. Maurício não tinha interesse em disputar o título de campeão da categoria, uma vez que este estava na posse do seu grande amigo e colega de equipa Wanderlei Silva, mas era visto de forma quase incontestada como sendo o melhor lutador do mundo abaixo dos 93kg.

O combate seguinte, contra Mark Coleman, marcou o início dos infortúnios para "Shogun". Ao sofrer um takedown do adversário, o lutador de Curitiba procurou aparar a queda com o braço, todavia o resultado foi uma luxação no cotovelo e consequente derrota por impossibilidade de continuar a luta. Rua ficou meses de fora do ringue, mas conseguiu regressar ao activo e acumular mais quatro vitórias em igual número de combates.

Com a falência do Pride, Maurício Rua viajou para os EUA, estreando-se pela UFC em Setembro de 2007, contra Forrest Griffin. Apesar de duas das principais armas de "Shogun" (pontapés e pisões quando o adversário está no chão) serem proibidas segundo as regras da UFC, o brasileiro era visto por todos como o claro favorito à vitória. Contudo Rua nunca conseguiu o ascendente esperado no primeiro assalto, e a meio do segundo apresentava-se já completamente exausto. O terceiro assalto foi simplesmente penoso para "Shogun", que não conseguiu evitar uma derrota por rear naked choke mesmo nos segundos finais.

A explicação mais apontada para a má condição física de Maurício Rua prendeu-se com uma alegada lesão no joelho sofrida durante os treinos, e que se terá voltado a fazer sentir durante a luta. "Shogun" foi operado após o duelo com Griffin, mas o azar voltou a bater-lhe à porta alguns meses depois na forma de uma ruptura de ligamentos no mesmo joelho. Entre nova operação e a consequente reabilitação, Rua passou 2008 sem chegar a subir ao octógono. Só em Janeiro de 2009 os adeptos puderam voltar a ver o brasileiro em acção, num combate de desforra contra Mark Coleman. "Shogun" venceu por TKO no final do terceiro assalto, mas as interrogações quanto à sua questão física agravaram-se. À altura do confronto, Coleman tinha 44 anos e já não combatia desde Outubro de 2006. Era também a sua estreia na categoria de -93kg, tendo feito toda a sua carreira como peso pesado. Deste modo não foi muito surpreendente que Coleman esgotasse as suas energias ainda no primeiro assalto, mas já o foi quando o mesmo aconteceu a Rua no segundo. Contra um oponente mais jovem e com mais resistência, Rua teria muito provavelmente acumulado a segunda derrota seguida.

Em Liddell, "Shogun" enfrenta um adversário no crepúsculo da sua carreira, mas cujos punhos ainda podem sentenciar um combate. Os fãs do brasileiro esperam que se apresente neste duelo na forma que ostentava em 2005, mas sabem que uma derrota contra o "Iceman" poderá significar o despedimento da UFC. Mais do que isso, uma má prestação - mais concretamente em termos cardiovasculares - poderá querer dizer que o Maurício Rua depois das operações não é nem voltará a ser o mesmo de antes. Sábado saberemos com que "Shogun" podemos contar.

fiquem com alguns dos melhores momentos de Maurício "Shogun" Rua... é um festival de pisões capaz de deixar qualquer fã de MMA com uma lágrima de comoção ao canto do olho:

Autor: JORGE TIMÓTEO
 

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MMA UFC 97: Liddell vs Shogun

DOIS LUTADORES DESESPERADOS POR UMA VITÓRIA




Quando Chuck Liddell e Maurício "Shogun" Rua entrarem no octógono nesta noite de sábado, os fãs vão poder assistir a um combate que há poucos anos pareceria um sonho. Em 2005 Liddell era o campeão de pesos meio-pesados (-93 kg) da UFC e "Shogun" era visto como o melhor lutador da categoria no Pride FC. Chegados a 2009, Liddell já não é campeão e Rua parece não ser o mesmo, depois de duas operações ao mesmo joelho no espaço de um ano. Com apenas 27 anos (contra os quase 40 de Liddell), Rua vê-se na situação ingrata de ser ele a ter de provar que a sua carreira nas MMA não está já no fim.



A diferença de estilos entre os dois lutadores parece proporcionar-se a um confronto deveras emocionante. Liddell sempre foi um striker mais técnico, preferindo aguardar pelo erro do adversário para depois capitalizar com golpes decisivos. Já "Shogun" construiu a sua carreira à base de uma agressividade avassaladora. Liddell prefere defender, enquanto Rua prefere atacar. O combate parece feito de encomenda para ambos.



Todavia, mais que os estilos, é a condição física que pode fazer a diferença neste duelo. Liddell tem três derrotas nos seus quatro últimos combates, sendo que no último sofreu um KO fulminante às mãos de Rashad Evans. Numa altura em que caminha para os 40 anos de idade, é inevitável que os reflexos comecem a diminuir e que tenha cada vez mais dificuldades para empregar a sua estratégia de antecipação. Perdendo contra Rua, Liddell ficará com quatro derrotas em cinco combates, e em face da sua idade isso poderá significar que a sua carreira ilustre está a chegar ao fim.



Por sua vez, "Shogun" apresentou níveis cardiovasculares quase catastróficos nos seus últimos dois combates. Contra Forrest Griffin e Mark Coleman o lutador brasileiro esgotou completamente as suas energias no segundo assalto, e se isso voltar a acontecer dificilmente conseguirá evitar ser posto KO por Liddell. Nesse caso tudo fará crer que as sequelas das lesões são irreversíveis, e que Rua simplesmente nunca mais poderá ser o lutador que foi. Isso representará muito possivelmente o seu despedimento, e porventura a retirada das artes marciais mistas aos 27 anos.



Se antes Liddell e Rua teriam combatido pelo título de melhor do mundo, agora combatem pelas suas próprias carreiras. O espectáculo promete.



Prognóstico de Gonçalo Aires - Chuck Liddell pode ter passado o auge da sua carreira, mas não é Mark Coleman. Continuo com dúvidas acerca da condição física de "Shogun", por isso opto por Liddell no segundo assalto por TKO.



Prognóstico de João Seixas - Vitória no segundo assalto para Liddell por submissão da boa.



Prognóstico de Jorge Timóteo - A vitória de "Shogun" seria o melhor resultado para as MMA, dado que ao contrário de Liddell ainda pode ter uma longa carreira pela frente, mas não acredito nisso. Rua volta a esgotar as suas energias e Liddell vence por TKO no terceiro assalto.



Não percam os resultados do UFC 97, muito em breve.
Autor: JORGE TIMÓTEO
 
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Anderson Silva soma e segue

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“SHOGUN” VENCE LIDDELL.




Nas MMA como em qualquer desporto, é possível ganhar com uma má exibição ou perder com uma boa. Mais difícil é ganhar um combate e sair do octógono como o homem mais odiado num raio de muitos quilómetros. Foi este feito ingrato que Anderson Silva alcançou no combate principal do UFC 97.

Silva, que já tinha sido criticado pela sua postura muito pouco agressiva no duelo contra Patrick Cote, venceu Thales Leites por decisão unânime dos juízes num combate com pouquíssimos motivos de interesse. Em face das declarações do campeão brasileiro em como pretende abandonar as MMA no final do seu contrato com a UFC (restam-lhe 4 lutas), muitos começam a recear que os últimos combates de Silva sejam absolutamente penosos, não para os adversários mas sim para os fãs. Depois de uma carreira a destruir os seus oponentes sem piedade, Silva parece achar que já chega de combater a sério e estar agora disposto a terminar o seu contrato apenas com vitórias por decisão. Foi o que aconteceu contra Leites, e teria provavelmente sido o desfecho do combate contra Patrick Cote, caso este não se tivesse lesionado sozinho no terceiro assalto. Que fazer agora com este campeão que se recusa a dar espectáculo é uma pergunta à qual Dana White, o presidente da UFC, vai ter de responder.

O combate de Anderson Silva contra Thales Leites começou com ambos os lutadores a contornarem-se, sem desferir qualquer golpe, durante mais de um minuto. Daí para a frente, foi sempre a descer. Com Silva em aparente greve de esforço, fazendo apenas o mínimo para garantir que a decisão dos juízes lhe seria favorável, foi Leites quem teve de tentar ter a iniciativa, mas cedo descobriu que o fosso entre a sua categoria e a do seu adversário era inultrapassável. O seu momento alto aconteceu no segundo assalto, quando conseguiu levar Silva para o chão, porém o lutador de Curitiba nunca esteve realmente em perigo e conseguiu voltar a levantar-se com facilidade. No terceiro assalto as energias de Leites esgotaram-se, e a partir daí o carioca passou a optar repetidas vezes pela estratégia de se deixar cair depois de uma troca de golpes, na esperança de conseguir levar Silva para o jogo de chão... ou simplesmente para descansar um pouco. Contudo o campeão, apesar de deixar bem evidente a todos que poderia terminar com o combate quando lhe apetecesse, preferiu deixar os minutos até ao final do combate arrastarem-se, em meio a um coro imenso de vaias e cânticos dedicados a Georges St. Pierre.

Anderson Silva provou novamente que está a anos-luz de distância dos restantes lutadores na categoria de pesos médios, porém parece decidido a fazer o público odiá-lo. Contra Thales Leites adoptou comportamentos de autêntico bully, humilhando o seu compatriota durante 25 minutos quando podia perfeitamente ter vencido por KO assim o quisesse. Mais do que ao público, estas atitudes devem estar a deixar Dana White completamente exasperado, ou não costumasse ele apontar Silva como o melhor lutador pound for pound do mundo, em detrimento de um certo russo que a sua organização ainda não conseguiu contratar.

O UFC 97 pode também ter sido um marco para Maurício "Shogun" Rua. Contrariando as previsões da equipa de MMA do Record Online e dando razão ao leitor Pontolino, o lutador brasileiro surpreendeu Chuck Liddell perto do final do primeiro assalto e conseguiu a vitória por TKO. Rua pareceu apresentar-se em melhor condição física que nas duas contendas anteriores, porém o facto de o combate ter sido relativamente curto não nos permite afirmar ainda que o velho "Shogun" está de volta. Caso esteja, os adversários que se preparem. Já Liddell acumulou a quarta derrota em cinco combates, e a reforma parece cada vez mais ser inevitável.

No segundo combate principal da noite, Rua apresentou-se cheio de confiança e disposto a relançar a sua carreira. Embora não tenha demonstrado a agressividade de outrora, "Shogun" fez uma luta muito inteligente, minando as pernas de Liddell com pontapés. A meio do assalto Rua desviou-se de um cruzado de direita e conseguiu o takedown, tentando imediatamente um leglock, que no entanto Liddell conseguiu evitar. A um minuto do fim foi a vez do norte-americano conseguir levar Rua para o tapete, porém Liddell não quis arriscar o jogo de chão com um praticante de jiu-jitsu brasileiro e preferiu retomar o combate em pé. Esta decisão não terá sido porventura a mais acertada da sua vida, já que 15 segundos depois Rua derrubou-o com um directo de esquerda ao queixo e terminou a contenda com umas marteladas da sua mão direita. Resta saber se não terá acabado também com a ilustre carreira de Liddell.

Lista completa de resultados:

Anderson Silva venceu Thales Leites por decisão unânime.

Sam Stout venceu Matt Wiman por decisão unânime.

Maurício Rua venceu Chuck Liddell por TKO (4:28 do primeiro assalto).

Krzysztof Soszynski venceu Brian Stann por submissão (3:53 do primeiro assalto).

Cheick Kongo venceu Antoni Hardonk por TKO (2:29 do segundo assalto).

Luís Arthur Cane venceu Steve Cantwell por decisão unânime.

Denis Kang venceu Xavier Foupa-Pokam por decisão unânime.

Nate Quarry venceu Jason MacDonald por TKO (2:27 do primeiro assalto).

Ed Herman venceu David Loiseau por decisão unânime.

Mark Bocek venceu David Bielkheden por submissão (4:57 do primeiro assalto).

T.J. Grant venceu Ryo Chonan por decisão maioritária.

Eliot Marshall venceu Vinny Magalhães por decisão unânime.
Autor: JORGE TIMÓTEO
 

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Grandes combates: Mirko “Cro Cop” vs Wanderlei Silva

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DUAS DAS MAIORES LENDAS DAS MMA FRENTE A FRENTE




Enquanto o UFC 98 se aproxima, Mirko "Cro Cop" Filipovic e Wanderlei Silva. Para o primeiro, este confronto representou o zénite da sua carreira. Para o segundo, uma derrota absolutamente devastadora cujas marcas ainda hoje se fazem sentir.

Filipovic e Silva enfrentaram-se pela primeira vez em Abril de 2002, numa altura em que "Cro Cop" começava a dar os primeiros passos nas MMA, tendo já construído uma carreira de sucesso no K-1. Nesse combate, e apesar de um pontapé tremendo que deixou marcas nas costelas de Wanderlei Silva, foi o brasileiro a dominar boa parte da luta, sem contudo conseguir finalizar. Devido à inexperiência de Filipovic no mundo das MMA, a organização Pride havia determinado que caso nenhum dos lutadores saísse vitorioso no tempo regulamentar a luta seria considerada um empate, ao invés de ser decidida pelos juízes. Assim o primeiro encontro entre Filipovic e Silva terminou de forma pouco satisfatória para ambos, e desde então a inimizade entre os dois lutadores foi crescendo.

Os anos passaram, e tanto o croata como o brasileiro foram acumulando registos impressionantes. "Cro Cop" fez a sua perna esquerda sinónimo de arma letal, e teria muito provavelmente chegado ao título de campeão de pesos pesados do Pride se não fosse pelo facto de a organização japonesa contar nas suas fileiras com o mestre de jiu-jitsu brasileiro António Rodrigo "Minotauro" Nogueira e com um certo russo com nome de escritor.

Já Wanderlei Silva semeou autenticamente o terror entre os seus adversários. A sua agressividade quase animalesca e um muay thai avassalador permitiram-lhe somar vitória atrás de vitória e deter o título do Pride na categoria de -93kg durante uns impressionantes 5 anos. De entre a sua lista de oponentes vencidos destacam-se Kazushi Sakuraba (três vezes) e Quinton "Rampage" Jackson (duas vezes).

Chegados então a Setembro de 2006, Mirko Filipovic e Wanderlei Silva subiram ao ringue pela segunda vez para a primeira meia-final do Pride Open Weight Grand Prix. Na outra meia-final Josh Barnett superou António Rodrigo Nogueira, vindo a perder a final nessa mesma noite contra "Cro Cop". Mas concentremo-nos agora no combate que opôs Filipovic e Silva, e deixemos o resto para outra ocasião.

No primeiro vídeo temos uma breve antevisão do confronto, para os nossos leitores que dominam a língua japonesa, seguida pela entrada em ringue de ambos os lutadores. Diga-se já agora que Wanderlei Silva entra ao som da música "Sandstorm", do finlandês DJ Narude. Por outro lado, Mirko "Cro Cop" consegue o feito de fazer a música "Wild Boys", dos Duran Duran, parecer quase ameaçadora.

No segundo vídeo temos então o combate em si. O domínio do lutador croata é completo, mas louve-se a postura de Wanderlei Silva que nunca baixa os braços. Mesmo perto do fim, quando a derrota já parece inevitável, o lutador brasileiro não desiste de atacar e de tentar dar a volta à contenda. Simplesmente nessa noite "Cro Cop" estava imparável, e o resultado foi um autêntico trabalho de demolição que acabou com um KO que correu mundo.










Autor: JORGE TIMÓTEO
 
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Rashad Evans, do reality show ao título

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CAMPEÃO PRETENDE MANTER A SUA INVENCIBILIDADE




Nas artes marciais mistas em geral, e na UFC em particular, ter um registo sem derrotas é algo que está ao alcance de poucos. Ser campeão e não ter qualquer derrota é ainda mais difícil, tanto assim que nas cinco categorias de peso da UFC só um homem se pode gabar deste feito. Este homem é Rashad Evans, o lutador que o Record Online aborda hoje em preparação do UFC 98, evento que se realiza este sábado.

Como muitos lutadores americanos de MMA, Rashad lançou as bases da sua futura carreira logo na escola, mais concretamente nos tapetes de wrestling. Concluída a universidade, já no Michigan, Evans quis pôr à prova as suas capacidades dentro do octógono. Acompanhado pela lenda da UFC Dan Severn, o jovem Rashad disputou cinco combates e obteve outras tantas vitórias. A recompensa foi ter sido escolhido como um dos lutadores pesos pesados na segunda edição do reality show "The Ultimate Fighter", já sob a égide da UFC.



Fazendo parte da equipa de Rich Franklin, contra a equipa de Matt Hughes (que também irá combater no UFC 98 - aguardem o respectivo artigo aqui no Record Online), o jovem nova-iorquino acumulou vitórias por decisão até se sagrar como o vencedor final da sua categoria. Com isto Evans ganhou um carro novo e, mais importante ainda, um contrato profissional com a UFC.



Findo o reality show, Rashad transitou para a categoria de pesos meio-pesados. Aí continuou a somar vitórias (as duas primeiras por decisão) e a ir subindo na hierarquia da organização, até que no UFC 73 teve a oportunidade de defrontar o talentoso e controverso Tito Ortiz. Este combate acabou em empate, mas serviu para mostrar que Evans estava pronto para voos mais altos.



Os duelos mais recentes de Rashad Evans serviram para elevar e muito a sua cotação. No penúltimo Rashad enfrentou a lenda da UFC Chuck Liddell, e causou sensação ao deixar o "Iceman" KO logo ao segundo assalto. No último Evans viu-se frente a frente contra o então campeão, Forrest Griffin (vencedor da primeira edição do "The Ultimate Fighter"), e mercê de um TKO ao terceiro assalto conseguiu conquistar o título da categoria de pesos meio-pesados da UFC. Era a chegada ao topo da montanha por parte deste jovem que ainda não completou 30 anos de idade.



A sua primeira defesa de título seria supostamente contra Quinton Jackson, porém uma lesão sofrida por este último obrigou a uma mudança de planos. Enter the Dragon, com o brasileiro Lyoto Machida a ser chamado para substituir "Rampage". Machida está também ele invicto, por isso vença quem vencer este combate terá forçosamente de ficar para a história como a primeira derrota de um dos dois. Que comece a acção!



Até lá, fiquem com o confronto verbal entre Rashad Evans e Quinton Jackson... o combate entre ambos pode até nunca se vir a realizar, mas a promessa de "some more black on black crime" já entrou para os anais da história:



BI



Nome: Rashad Evans

Alcunha: Sugar

Registo: 13V-0D-1E

Altura: 1,81m

Peso: 93kg

Nascimento: 25 Setembro 1979

Origem: Nova Iorque, EUA

Estilos principais: Kickboxing, Wrestling






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Lyoto Machida, o dragão

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KARATEKA BRASILEIRO QUER TORNAR-SE CAMPEÃO




No mundo das artes marciais mistas há lutadores que polarizam opiniões, mas isso pode parecer pouco para descrever Lyoto Machida. A sua qualidade é inquestionável, ou não conte ele actualmente com 14 vitórias e nenhuma derrota, porém quando 8 destas 14 vitórias acontecem por decisão é inevitável que alguns o rotulem de "aborrecido".

Contudo, para se poder entender o registo de Machida, é necessário primeiro compreender o homem. Lyoto é filho de Yoshizo Machida, mestre nipo-brasileiro de shotokan karaté. Lyoto começou a treinar esta arte logo aos 3 anos e conquistou o cinturão preto dez anos mais tarde. Apesar de desde então treinar também outras artes, como o jiu-jitsu brasileiro, o muay thai e até mesmo o sumo, é o shotokan karaté que continua a reger a sua filosofia de combate. Assim a postura de Lyoto passa por atingir o adversário sem ser atingido. Como a maior estrela das artes marciais de todos os tempos disse uma vez, "Quando o oponente se expande, eu contraio-me. Quando ele se contrai, eu expando-me. E quando surge uma oportunidade, eu não ataco. O ataque acontece sozinho." Que melhor descrição para a técnica de Lyoto Machida?

Este modo de combater é radicalmente oposto à forma como Don Frye e Yoshihiro Takayama (o seu duelo épico já foi recordado aqui no Record Online) encaravam as suas lutas, porém não será ele a essência das artes marciais? Alheio às críticas, Lyoto Machida continua a residir no seu Brasil natal e a somar vitória atrás de vitória. Os adversários vencidos incluem B.J. Penn (nesse combate com menos 12kg que Lyoto), Sokoudjou, Tito Ortiz e Thiago Silva, estando actualmente o lutador de Belém a apenas um triunfo da sua 15ª vitória. Caso esta aconteça contra Rashad Evans, então Lyoto Machida tornar-se-á com isso campeão de pesos meio-pesados da UFC, numa altura em que está prestes a completar 31 anos.

Como se a sua técnica de combate e a apetência pelas vitórias por decisão não bastassem para fazer de Machida um lutador bastante falado, temos que este revelou recentemente começar as manhãs bebendo a própria urina, continuando assim uma tradição que já vem do seu pai. Dado que até hoje ainda ninguém foi capaz de encontrar a solução para travar Lyoto no octógono, este hábito matinal peculiar vem fazer do brasileiro um enigma ainda maior para os seus adversários e fãs em geral. E se Machida continuar na senda das vitórias, não será de espantar se alguns dos seus oponentes adicionarem em breve algo à sua nutrição.



BI

Nome: Lyoto Machida

Alcunha: The Dragon

Registo: 14V-0D-0E

Altura: 1,86m

Peso: 93kg

Nascimento: 30 Maio 1978

Origem: Belém, Brasil

Estilos principais: Shotokan Karaté, Jiu-jitsu Brasileiro
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MMA - UFC 98: Evans vs Machida

A BATALHA DOS INVICTOS




O combate principal do UFC 98, que opõe o campeão de pesos meio-pesados Rashad Evans ao pretendente Lyoto Machida, ficará sempre na história por várias razões: será a primeira defesa de título de Rashad, será a primeira vez que Lyoto tem oportunidade de se tornar campeão, e será necessariamente a primeira vez que um destes excelentes lutadores conhece o sabor amargo da derrota. Quando dois lutadores invictos sobem ao octógono para disputar um título durante cinco assaltos não pode haver empate, um terá de ganhar e o outro de perder.



Que pode então fazer cada um dos lutadores para garantir que o seu registo de derrotas continua a assinalar zero? Seria pouco lógico assumir que irão mudar agora a estratégia que tanto sucesso lhes tem trazido, por isso podemos supor que ambos se irão manter fiéis aos seus princípios de luta.



No caso de Rashad Evans, isto significa fazer uso do seu wrestling, levando o adversário para o chão e evitando assim os problemas que Lyoto tem causado a todos os seus oponentes com o seu striking pouco ortodoxo. Não se pense que Rashad receia trocar golpes em pé, com Lyoto ou com qualquer outro adversário (Chuck Liddell que o diga), porém isso acarretará sempre um risco significativo. Conseguindo levar Machida para o chão, Evans estará no seu ambiente natural e tentará por certo dinamitar a resistência do brasileiro com ground and pound. Mas claro, para isso Rashad tem que começar por apanhar o elusivo Lyoto.



Já Machida parte para este combate com toda a tranquilidade que a sua capacidade de evitar golpes lhe proporciona. O brasileiro confia naturalmente que o seu karaté conseguirá frustrar o kickboxing de Evans, tal como tem feito a todos os oponentes até aqui, e caso o combate vá para o chão isso não é nada que deva preocupar um mestre de jiu-jitsu brasileiro. Sobretudo Lyoto sabe que não precisa finalizar o combate, que pode apenas ir acumulando pontos nos primeiros assaltos até que Rashad seja obrigado a correr mais riscos para evitar uma derrota por decisão. E correr riscos contra Lyoto Machida é sempre perigoso.



Prognóstico de Gonçalo Aires - Rashad Evans vai surpreender muita gente, mas Lyoto Machida vence por decisão unânime.

Prognóstico de João Seixas - Vitória de Rashad Evans, por "ground and pound" mesmo no início do segundo round.

Prognóstico de Jorge Timóteo - Acredito que Lyoto vai ser o novo campeão. Vitória do brasileiro por submissão no quinto assalto.

Fiquem atentos, que brevemente iremos falar aqui de outro lutador envolvido no UFC 98, o wrestler americano Matt Hughes.
Autor: JORGE TIMÓTEO
 

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Matt Hughes: A despedida de um campeão

EM COMBATE COM MATT SERRA




O UFC 98 promete ter muitos pontos de interesse, mas um deles será sem dúvida a 50.ª luta profissional de Matt Hughes nas MMA. Este é um número verdadeiramente impressionante, e o facto não deverá ter passado despercebido ao próprio Hughes, que já afirmou que este deverá ser o seu último combate. Contra Serra, Hughes não quererá por certo deixar passar a hipótese de fechar uma carreira brilhante com chave de ouro.

Matt Hughes veio do wrestling amador e estreou-se nas artes marciais mistas no já distante ano de 1998, vencendo Erick Snyder em apenas 15 segundos. Era o início de um percurso recheado de êxitos, que teve o seu primeiro ponto alto em 2001 ao conquistar o cinto de pesos meio-médios da UFC contra o canadiano Carlos Newton.

Hughes defendeu o título cinco vezes com sucesso, até o perder contra o havaiano B.J. Penn por submissão, no UFC 46. Nesse mesmo ano de 2004, Matt Hughes logrou recuperar o cinto, no UFC 50, tendo para isso infligido ao talentoso George St. Pierre a primeira derrota da sua carreira. Curiosamente, a única outra derrota do currículo de St. Pierre é justamente contra Matt Serra, o adversário de Matt Hughes no evento deste sábado.

Já em 2006, no UFC 60, Hughes subiu ao octógono para enfrentar talvez a maior lenda de sempre das artes marciais mistas, o brasileiro Royce Gracie. Royce entrou para a história ao participar e vencer de forma absolutamente incontestada os primeiros dois eventos da UFC, tendo depois vencido também o UFC 4, numa altura em que os eventos eram organizados na modalidade de torneio e um lutador era obrigado a fazer várias lutas na mesma noite para chegar à vitória final.

Após participar no UFC 5, onde lutou contra Ken Shamrock, Royce ficou fora da UFC durante 11 anos, regressando para enfrentar o então campeão de pesos meio-médios Hughes num combate sem o título em jogo. O resultado foi verdadeiramente embaraçoso para o ex-campeão, que pôde ver in loco o quanto a modalidade tinha avançado em onze anos. Hughes fez de Royce o que quis, acabando por deixar o brasileiro KO com ground and pound ainda no primeiro assalto.

Hughes ainda conseguiu a desforra contra B.J. Penn, mas nos últimos quatro combates soma três derrotas, e o próprio já admitiu estar a escrever o capítulo final da sua carreira.

O cinto está agora na posse de Georges St. Pierre, e Hughes parece disposto a dar o lugar a uma nova geração de campeões. Tudo o que lhe resta é disputar a sua 50.ª luta, contra Matt Serra, e cavalgar depois em direção ao crepúsculo.

Este sábado saberemos como termina a história de Matt Hughes dentro do octógono.



Até lá, eis um vídeo com Matt Hughes e a sua equipa no balneário após a vitória contra Sean Sherk em 2003, quando o então campeão de pesos meio-médios da UFC recebe uma visita muito especial:

Nome: Matt Hughes
Alcunha: -
Registo: 42V-7D-0E
Altura: 1,76m
Peso: 78kg
Nascimento: 13 Outubro 1973
Origem: Illinois, EUA
Estilos principais: Wrestling
 
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