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Maurício Rua, o demolidor
FENÓMENO DO PRIDE QUER REENCONTRAR ANTIGA FORMA
Nome: Maurício Rua
Alcunha: Shogun
Registo: 17V-3D-0E
Altura: 1,82m
Peso: 92kg
Nascimento: 25 Novembro 1981
Origem: Curitiba, Brasil
Estilos principais: Jiu-jitsu Brasileiro, Muay Thai
Quando a 28 de Agosto de 2005 Maurício "Shogun" Rua venceu Alistair Overeem e Ricardo Arona, ambos por TKO no primeiro assalto, conquistando assim o torneio de pesos meio-pesados do Pride FC, só um louco ou um visionário teriam afirmado que em 2009 "Shogun" não seria rei e senhor desta categoria de peso. Um louco porque o domínio de Rua parecia absoluto; um visionário porque o tempo lhe viria a dar toda a razão.
Mas isto é começar pelo meio da história, e para se perceber bem a razão de todo o interesse em volta deste lutador brasileiro é importante recuar mais alguns anos.
Maurício Rua é o irmão mais novo de Murilo "Ninja" Rua, também lutador de MMA. Nascido em Curitiba, "Shogun" começou a sua carreira profissional participando por três vezes no evento brasileiro Meca, obtendo sempre vitórias no primeiro assalto. De seguida entrou no evento IFC - Global Domination, já em solo norte-americano, conquistando uma vitória difícil no primeiro combate e perdendo por submissão na luta seguinte (na mesma noite) contra o seu compatriota Renato "Babalu" Sobral. Se dissermos que era o quinto combate de Rua e o vigésimo quinto de Sobral, numa carreira que incluía já confrontos com Dan Henderson, Chuck Liddell e um tal de Fedor Emelianenko, podemos ter uma ideia da diferença de experiência entre ambos.
As páginas douradas da carreira de Maurício Rua começaram a ser escritas no mês seguinte à derrota com "Babalu", quando o lutador de Curitiba chegou ao Pride FC, a organização nipónica que à altura era possivelmente a maior do mundo. Rua, representando a equipa Chute Boxe, onde estavam também o seu irmão Murilo e o então campeão de pesos meio-pesados Wanderlei Silva, começou o seu verdadeiro trabalho de demolição em terras nipónicas ao infligir um KO a Akira Shoji. Seguiram-se três combates contra mais adversários japoneses, e outros tantos TKOs sempre no primeiro assalto. Para lá das vitórias em si, Rua dava nas vistas pela espectacularidade das suas técnicas e pela agressividade com que as aplicava. Isto incluía pisar a cara dos adversários como um rinoceronte a apagar fogos.
Rua teve então o seu primeiro grande combate em Abril de 2005, contra Quinton "Rampage" Jackson, na primeira ronda do torneio de pesos meio-pesados do Pride. Jackson era já um lutador consagrado e com uma forte animosidade pela equipa Chute Boxe, consequência da sua rivalidade com Wanderlei Silva, mas toda a sua experiência de nada lhe valeu, sofrendo um TKO brutal em menos de 5 minutos. Rua dominou o confronto do princípio ao fim, dinamitando Jackson com joelhadas e partindo-lhe assim várias costelas. Posteriormente Jackson afirmou que Maurício Rua era o melhor lutador com que alguma vez tinha combatido.
Na segunda ronda do torneio, realizada dois meses depois, "Shogun" enfrentou António Rogério Nogueira, o irmão gémeo de António Rodrigo "Minotauro" Nogueira, saindo vencedor por decisão unânime. Passados mais dois meses Rua acabou por conquistar o torneio, vencendo Alistair Overeem e Ricardo Arona na mesma noite. Maurício não tinha interesse em disputar o título de campeão da categoria, uma vez que este estava na posse do seu grande amigo e colega de equipa Wanderlei Silva, mas era visto de forma quase incontestada como sendo o melhor lutador do mundo abaixo dos 93kg.
O combate seguinte, contra Mark Coleman, marcou o início dos infortúnios para "Shogun". Ao sofrer um takedown do adversário, o lutador de Curitiba procurou aparar a queda com o braço, todavia o resultado foi uma luxação no cotovelo e consequente derrota por impossibilidade de continuar a luta. Rua ficou meses de fora do ringue, mas conseguiu regressar ao activo e acumular mais quatro vitórias em igual número de combates.
Com a falência do Pride, Maurício Rua viajou para os EUA, estreando-se pela UFC em Setembro de 2007, contra Forrest Griffin. Apesar de duas das principais armas de "Shogun" (pontapés e pisões quando o adversário está no chão) serem proibidas segundo as regras da UFC, o brasileiro era visto por todos como o claro favorito à vitória. Contudo Rua nunca conseguiu o ascendente esperado no primeiro assalto, e a meio do segundo apresentava-se já completamente exausto. O terceiro assalto foi simplesmente penoso para "Shogun", que não conseguiu evitar uma derrota por rear naked choke mesmo nos segundos finais.
A explicação mais apontada para a má condição física de Maurício Rua prendeu-se com uma alegada lesão no joelho sofrida durante os treinos, e que se terá voltado a fazer sentir durante a luta. "Shogun" foi operado após o duelo com Griffin, mas o azar voltou a bater-lhe à porta alguns meses depois na forma de uma ruptura de ligamentos no mesmo joelho. Entre nova operação e a consequente reabilitação, Rua passou 2008 sem chegar a subir ao octógono. Só em Janeiro de 2009 os adeptos puderam voltar a ver o brasileiro em acção, num combate de desforra contra Mark Coleman. "Shogun" venceu por TKO no final do terceiro assalto, mas as interrogações quanto à sua questão física agravaram-se. À altura do confronto, Coleman tinha 44 anos e já não combatia desde Outubro de 2006. Era também a sua estreia na categoria de -93kg, tendo feito toda a sua carreira como peso pesado. Deste modo não foi muito surpreendente que Coleman esgotasse as suas energias ainda no primeiro assalto, mas já o foi quando o mesmo aconteceu a Rua no segundo. Contra um oponente mais jovem e com mais resistência, Rua teria muito provavelmente acumulado a segunda derrota seguida.
Em Liddell, "Shogun" enfrenta um adversário no crepúsculo da sua carreira, mas cujos punhos ainda podem sentenciar um combate. Os fãs do brasileiro esperam que se apresente neste duelo na forma que ostentava em 2005, mas sabem que uma derrota contra o "Iceman" poderá significar o despedimento da UFC. Mais do que isso, uma má prestação - mais concretamente em termos cardiovasculares - poderá querer dizer que o Maurício Rua depois das operações não é nem voltará a ser o mesmo de antes. Sábado saberemos com que "Shogun" podemos contar.
fiquem com alguns dos melhores momentos de Maurício "Shogun" Rua... é um festival de pisões capaz de deixar qualquer fã de MMA com uma lágrima de comoção ao canto do olho:
Autor: JORGE TIMÓTEO

FENÓMENO DO PRIDE QUER REENCONTRAR ANTIGA FORMA
Nome: Maurício Rua
Alcunha: Shogun
Registo: 17V-3D-0E
Altura: 1,82m
Peso: 92kg
Nascimento: 25 Novembro 1981
Origem: Curitiba, Brasil
Estilos principais: Jiu-jitsu Brasileiro, Muay Thai
Quando a 28 de Agosto de 2005 Maurício "Shogun" Rua venceu Alistair Overeem e Ricardo Arona, ambos por TKO no primeiro assalto, conquistando assim o torneio de pesos meio-pesados do Pride FC, só um louco ou um visionário teriam afirmado que em 2009 "Shogun" não seria rei e senhor desta categoria de peso. Um louco porque o domínio de Rua parecia absoluto; um visionário porque o tempo lhe viria a dar toda a razão.
Mas isto é começar pelo meio da história, e para se perceber bem a razão de todo o interesse em volta deste lutador brasileiro é importante recuar mais alguns anos.
Maurício Rua é o irmão mais novo de Murilo "Ninja" Rua, também lutador de MMA. Nascido em Curitiba, "Shogun" começou a sua carreira profissional participando por três vezes no evento brasileiro Meca, obtendo sempre vitórias no primeiro assalto. De seguida entrou no evento IFC - Global Domination, já em solo norte-americano, conquistando uma vitória difícil no primeiro combate e perdendo por submissão na luta seguinte (na mesma noite) contra o seu compatriota Renato "Babalu" Sobral. Se dissermos que era o quinto combate de Rua e o vigésimo quinto de Sobral, numa carreira que incluía já confrontos com Dan Henderson, Chuck Liddell e um tal de Fedor Emelianenko, podemos ter uma ideia da diferença de experiência entre ambos.
As páginas douradas da carreira de Maurício Rua começaram a ser escritas no mês seguinte à derrota com "Babalu", quando o lutador de Curitiba chegou ao Pride FC, a organização nipónica que à altura era possivelmente a maior do mundo. Rua, representando a equipa Chute Boxe, onde estavam também o seu irmão Murilo e o então campeão de pesos meio-pesados Wanderlei Silva, começou o seu verdadeiro trabalho de demolição em terras nipónicas ao infligir um KO a Akira Shoji. Seguiram-se três combates contra mais adversários japoneses, e outros tantos TKOs sempre no primeiro assalto. Para lá das vitórias em si, Rua dava nas vistas pela espectacularidade das suas técnicas e pela agressividade com que as aplicava. Isto incluía pisar a cara dos adversários como um rinoceronte a apagar fogos.
Rua teve então o seu primeiro grande combate em Abril de 2005, contra Quinton "Rampage" Jackson, na primeira ronda do torneio de pesos meio-pesados do Pride. Jackson era já um lutador consagrado e com uma forte animosidade pela equipa Chute Boxe, consequência da sua rivalidade com Wanderlei Silva, mas toda a sua experiência de nada lhe valeu, sofrendo um TKO brutal em menos de 5 minutos. Rua dominou o confronto do princípio ao fim, dinamitando Jackson com joelhadas e partindo-lhe assim várias costelas. Posteriormente Jackson afirmou que Maurício Rua era o melhor lutador com que alguma vez tinha combatido.
Na segunda ronda do torneio, realizada dois meses depois, "Shogun" enfrentou António Rogério Nogueira, o irmão gémeo de António Rodrigo "Minotauro" Nogueira, saindo vencedor por decisão unânime. Passados mais dois meses Rua acabou por conquistar o torneio, vencendo Alistair Overeem e Ricardo Arona na mesma noite. Maurício não tinha interesse em disputar o título de campeão da categoria, uma vez que este estava na posse do seu grande amigo e colega de equipa Wanderlei Silva, mas era visto de forma quase incontestada como sendo o melhor lutador do mundo abaixo dos 93kg.
O combate seguinte, contra Mark Coleman, marcou o início dos infortúnios para "Shogun". Ao sofrer um takedown do adversário, o lutador de Curitiba procurou aparar a queda com o braço, todavia o resultado foi uma luxação no cotovelo e consequente derrota por impossibilidade de continuar a luta. Rua ficou meses de fora do ringue, mas conseguiu regressar ao activo e acumular mais quatro vitórias em igual número de combates.
Com a falência do Pride, Maurício Rua viajou para os EUA, estreando-se pela UFC em Setembro de 2007, contra Forrest Griffin. Apesar de duas das principais armas de "Shogun" (pontapés e pisões quando o adversário está no chão) serem proibidas segundo as regras da UFC, o brasileiro era visto por todos como o claro favorito à vitória. Contudo Rua nunca conseguiu o ascendente esperado no primeiro assalto, e a meio do segundo apresentava-se já completamente exausto. O terceiro assalto foi simplesmente penoso para "Shogun", que não conseguiu evitar uma derrota por rear naked choke mesmo nos segundos finais.
A explicação mais apontada para a má condição física de Maurício Rua prendeu-se com uma alegada lesão no joelho sofrida durante os treinos, e que se terá voltado a fazer sentir durante a luta. "Shogun" foi operado após o duelo com Griffin, mas o azar voltou a bater-lhe à porta alguns meses depois na forma de uma ruptura de ligamentos no mesmo joelho. Entre nova operação e a consequente reabilitação, Rua passou 2008 sem chegar a subir ao octógono. Só em Janeiro de 2009 os adeptos puderam voltar a ver o brasileiro em acção, num combate de desforra contra Mark Coleman. "Shogun" venceu por TKO no final do terceiro assalto, mas as interrogações quanto à sua questão física agravaram-se. À altura do confronto, Coleman tinha 44 anos e já não combatia desde Outubro de 2006. Era também a sua estreia na categoria de -93kg, tendo feito toda a sua carreira como peso pesado. Deste modo não foi muito surpreendente que Coleman esgotasse as suas energias ainda no primeiro assalto, mas já o foi quando o mesmo aconteceu a Rua no segundo. Contra um oponente mais jovem e com mais resistência, Rua teria muito provavelmente acumulado a segunda derrota seguida.
Em Liddell, "Shogun" enfrenta um adversário no crepúsculo da sua carreira, mas cujos punhos ainda podem sentenciar um combate. Os fãs do brasileiro esperam que se apresente neste duelo na forma que ostentava em 2005, mas sabem que uma derrota contra o "Iceman" poderá significar o despedimento da UFC. Mais do que isso, uma má prestação - mais concretamente em termos cardiovasculares - poderá querer dizer que o Maurício Rua depois das operações não é nem voltará a ser o mesmo de antes. Sábado saberemos com que "Shogun" podemos contar.
fiquem com alguns dos melhores momentos de Maurício "Shogun" Rua... é um festival de pisões capaz de deixar qualquer fã de MMA com uma lágrima de comoção ao canto do olho:
Autor: JORGE TIMÓTEO