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Rega com águas residuais traz riscos para a saúde

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Escassez e saneamento vão estar em debate na semana internacional da água que começou no domingo em Estocolmo. Logo no início deste encontro, especialistas alertam para os perigos do uso das águas residuais sem tratamento adequado na rega de zonas agrícolas junto às grandes cidades

As águas residuais ameaçam a qualidade dos terrenos agrícolas situados nas zonas urbanas e põem em risco a saúde das populações que se alimentam dos produtos aí cultivados. Por isso, alertam os investigadores, é urgente retirar os poluentes destas águas geradas pelos esgotos domésticos e industriais e usadas na rega de áreas agrícolas das grandes cidades.

Um estudo agora divulgado pela BBC News, a propósito de um encontro internacional sobre gestão da água que está a decorrer em Estocolmo, diz que 85% das cidades despejam as suas águas residuais sem tratamento adequado.

Os investigadores do Instituto Internacional de Gestão da Água afirmam ainda que há um aumento do risco de doenças devido à crescente urbanização nos países em desenvolvimento. O director geral do instituto, Colin Chartres, afirmou que, apesar de se saber que muitas cidades usam águas residuais na rega das suas hortas, não há dados sobre a forma como esta água é usada nem quais os riscos que acarreta.

O estudo analisou a situação de 53 cidades de países em desenvolvimento. Foi avaliada a forma como as águas residuais são geradas, as quantidades utilizadas na agricultura urbana e o seu grau de tratamento.

O aumento do preço dos alimentos e a crescente preocupação com a escassez de água leva os investigadores a sublinhar os benefícios que advêm do uso de águas residuais na rega das culturas. Com isto é possível produzir alimentos onde há falta de água ou onde não há fontes potáveis, e ainda reciclar os nutrientes do solo, fazendo com que os agricultores poupem na aquisição de fertilizantes.

80% das cidades que participaram no estudo utilizam as águas residuais, ou seja, mais de cinco milhões de agricultores e familiares dependem desta prática para ganhar a vida.

Contudo, estes benefícios ambientais não apagam os riscos para a saúde. "Se esta prática se tornar mais comum, haverá cada vez mais pessoas a comer alimentos produzidos desta forma. Há necessidade de haver uma maior preocupação no que diz respeito aos metais pesados e a outros contaminantes", diz o responsável do instituto.

Colin Chartres afirma ainda que as nações em desenvolvimento não têm meios para tratar as águas devidamente, o que leva alguns agricultores a aplicar-lhes apenas um teste de cheiro e sabor. "Se sabe e cheira muito mal não a utilizam para irrigar as culturas, mas esta parece uma forma um pouco perigosa de fazer as coisas", acrescenta o investigador.

Os autores do estudo sublinham por isso a necessidade da comunidade internacional adoptar medidas e políticas que reduzam os riscos ambientais e para a saúde causados pelo uso de águas residuais.




DN
19.08.08
 
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