Como funciona um Receptor de Satélite Digital?
Como funciona um Receptor de Satélite Digital?
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Basicamente, um receptor digital de televisão por satélite é composto pelos seguintes módulos: um sintonizador, um desmodulador QPSK, uma unidade correctora de erros (FEC), um desmultiplexador de MPEG- 2, um módulo descrambler, um descodificador MPEG2 para o vídeo, um descodificador MPEG-1 para o audio, um codificador PAUNTSC, um módulo para a reinserção de teletexto, um leitor de cartões de acesso a programas codificados, um sistema de gestão e controlo remoto.
Percurso do sinal
Numa breve descrição, para o leitor ter uma pequena ideia antes de entrarmos na explicação por circuitos, o trajecto do sinal desde a antena até à saída em A/V para um televisor processa-se do seguinte modo...
O sinal proveniente do LNB, também conhecido por sinal de IF, cuja gama de frequências vai desde os 950 aos 2150 MHz, é conectado à entrada de RF do terminal digital que não é mais que a entrada do sintonizador, onde é convertido em frequência e seguidamente em duas componentes digitais. Seguidamente é entregue ao desmodulador digital, passando contudo em primeiro lugar pelo filtro digital, onde se adapta aos diversos bit-rates. No desmodulador digital efectuam-se algumas operações de sincronismo, sendo de seguida o sinal desmodulado e corrigido entregue ao circuito do FEC, onde é efectuada uma série de correcções, como - por exemplo - além da inversão espectral, a correcção de fase. De seguida é entregue ao desmultiplexer, onde são restituídos os diversos sinaisdigitais base, sendo após esta operação canalizado para os descodificadores de vídeo e audio, além de informações complementares como o teletexto. É entregue depois aos diversos circuitos que retomam os sinais digitais em analógicos, tais como codificador de vídeo (sinal de vídeo) e conversor analógico/digital (audio), de modo a poderem ser entregues ao painel onde se encontra toda a conéctica para posterior entrega a aparelhagens de audio, televisores ou gravadores de vídeo.
Descrição detalhada por blocos
Segue-se agora uma descrição mais pormenorizada, a partir do esquema de blocos exemplificativo apresentado...
CPU
Este é o "coração" do nosso receptor digital. Faz a gestão completa, tanto em funções de comando como em timing, da quase totalidade dos circuitos do sistema operacional do receptor, pelo menos indirectamente.
Sintonizador
Neste circuito, o sinal recebido do LNB é amplificado, filtrado e convertido para uma segunda IF, a qual é normal- mente de 470,5 MHz, de modo a facilitar a desmodulação de RF. De seguida e ainda dentro do mesmo módulo, este sinal é desmodulado e convertido para digital por via de um conversor ND, saindo com duas componentes, I e Q.
Através deste circuito são igualmente inseridos os modos DiSEqC para comutação de LNB ou movimentação, bem como o modo USALS igualmente utilizado para posicionamento.
Filtro de F.I.
Este circuito adapta o sinal de entrada no desmodulador QPSK aos diversos bit-rates de transmissão, como por exemplo na recepção de portadoras SCPC ou MCPC.
Desmodulador QPSK
Recebe o sinal vindo da unidade sintonizadora. Este circuito tem a finalidade de efectuar uma série de operações nomeadamente a descodificação Viterbi e Reed-Salomon, a sincronização da trama, dado este muito importante porque de outro modo seria impossível a recuperação digital do sinal transmitido.
FEC
Vindo do desmodulador, o sinal é tratado agora neste circuito. Aqui, o trabalho do FEC será primeiro que tudo corrigir as ambiguidades de fase, a correcção de erros e efectuar-se a inversão espectral.
MPEG2
a descodificação da trama digital nas suas componentes básicas, ou seja, a recuperação do sinal de vídeo, do audio e serviços de dados complementares. É neste módulo que se vai ligar os módulos de acesso condicional para tornar perceptível os canais transmitidos em modo codificado. Os diversos sinais descodificados e descomprimidos são depois enviados aos respectivos descodificadores, como segue.
Descodificador de Audio
Este circuito recebe o fluxo descomprimido de dados referentes ao sinal de vídeo vindos do desmultiplexer e descodifica-o de acordo com o standard MPEG 2, convertendo-o para uma resolução de 720 pixels por linha (PAL). O sinal resultante na saída (8 bits CbYCry) será depois canalizado para o codificador, que normalmente é do tipo PAUNTSC.
Codificador PAL/NTSC
Este circuito recebe o fluxo digital vindo do desmultiplexer na forma ISSO MPEG-1 Layer 1 e 2, sendo a saída resultante enviada para o conversor digital analógico de audio.
Conversor de audio digital/analógico
Este circuito converte o fluxo de dados digital em dois canais analógicos utilizando um 16 bit Delta-sigma DAC. Este circuito assegura diversas frequências de amostra- gem, lendo as informações do fluxo de dados MPEG de modo a poder programar o oscilador a PLL de acordo com as condições de emissão do audio. No caso das saídas de audio digital, estas não passam pelo conversor digital/analógico, mas vão ligar directamente ao chassis do aparelho por meio de uma "amarração" no circuito descodificador de audio (saída coaxial digital).
Modulador óptico
Neste caso o sinal vindo do descodificador de audio é inserido num modulador óptico e seguidamente ligado por via de uma fibra óptica a uma ficha do tipo toshlink existente no chassis.
Circuitos complementares
Circuito em anel (“loopthrough”)
É uma particularidade existente na maioria dos módulos sintonizadores actuais. Uma amostragem do sinal de entrada de RF no receptor (F.I.) é inserida numa outra saída de modo a poder fornecer um sinal idêntico a equipamento semelhante ou para monitorização.
Unidade DiSEqC e USALS
Nesta unidade são gerados os diversos modos DiSEqC, 1.0,1.01.2, etc..., que depois serão canalizados para um circuito próprio no sintonizador, bidireccional, de modo a poder-se efectuar a comutação de diversos LNBs ou movimentar antenas. Pode existir igualmente o posicionamento pelo sistema USALS.
Flash Memory
Atendendo ao seu fácil uso, é utilizada, neste caso particular nos receptores digitais, para a memorização dos diversos programas de funcionamento, tais como o firmware e a programação. É uma memória muito rápida e fácil de reprogramar, porque se limpa em blocos de dados em vez de bit a bit (como as memórias convencionais). Pode-se considerar que a sua utilização no geral será mais semelhante à de um disco rígido do que a uma memória convencional.
Acesso Condicional
Este circuito, de grande importância, tem um funcionamento praticamente autónomo. É interligado com o MPEG-2 desmultiplexer de modo a restituir o sinal original antes da descodificação.
Conecção RS-232
Esta ligação é utilizada para a troca de dados entre o receptor e um comp***dor. Através desta porta é que normalmente se programa a flash memory bem como se poderá actualizar e gerir a gestão de canais e transponders.
SDRAM
É uma memória destinada a armazenar fluxos de dados para evitar interrupções nos fornecimentos desses mesmos dados aos circuitos descodificadores, nomeadamente o de vídeo.
Display e Comandos
Estas indicações são presentes no painel frontal do aparelho. Os dados fornecidos são indicados aos diversos utilizadores por meio de leds de sete segmentos, os quais indicam o número da memória onde está registado o canal, assim como algumas indicações funcionais, no caso do software estar preparado para esse fim. Por outro lado, existem diversos botões destinados a enviar instruções operativas e funcionais aos sistemas de processamento. Existe igualmente o receptor de infravermelhos do telecomando, que permite um envio de instruções funcionais e de comando bastante mais completo para o receptor.
Modulador de RF
Este módulo recebe do amplificador A/V os sinais de vídeo e áudio e modula-os por via de um circuito oscilante a PLL de modo a poder ser sintonizado num receptor de televisão em toda a gama de UHF (canais 21 a 69), permitindo deste modo uma distribuição em RF quando o utilizador não disponha de uma ligação do tipo SCART no seu televisor. Possibilita ainda a inserção, numa instalação já existente, de televisão, bastando somente inserir um amplificador entre o receptor e a tomada onde vai ser ligado o cabo de transporte de sinal do receptor.
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