Quinta Do Bill

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Quando Eu Era Pequenino

Refrão
pararara parararara pararara parararara pararara pararara


Quando eu era pequenino
Quando eu era pequenino
Acabado de nacer
Acabado de nascer
Ainda mal abria os olhos
Ainda mal abria os olhos
Já eram para te ver
Já eram para te ver

Refrão
pararara parararara pararara parararara pararara pararara (bis)

Quando eu já for velhinho
Quando eu já for velhinho
Acabado de morrer
Acabado de morrer
Olha bem para os meus olhos
Olha bem para os meus olhos
Sem vida hão de te ver
Sem vida hão de te ver

Refrão
pararara parararara pararara parararara pararara pararara (bis)

Tuturututurotro Tuturoro pam pam pam pam pam pam
Quando eu era pequenino
Quando eu era pequenino
Acabado de nascer
Acabado de nascer
Ainda mal abria os olhos
Ainda mal abria os olhos
Já eram para te ver
Já eram para re ver

Refrão
Refrão
pararara parararara pararara parararara pararara pararara (bis 3x)

 

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Quanto Mais Me Olho Ao Espelho

Olhas em volta de mim.
Quem eu sou? Para onde vou?
Sou a vossa perdição
o declínio em que caíste.
Sou Rei da Incoerência
que se traiu a si mesmo.
Não há ego nem vaidade
que me possa resistir.

Neste Império do Efémero
não há alma que aguente.
São as regras do consumo
a reger a minha gente.

Quanto + me olho ao espelho
mais tentado eu me sinto.
Já não há-de faltar muito
p'ra apertar de novo o cinto.
Se acaso as minhas mãos
fica um pedaço de ouro
logo morro de desdém
em frente de um tesouro.

Neste Império do Efémero
não há alma que aguente.
São as regras do consumo
a reger a minha gente.

 

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Quem Ainda Não Tem Lugar

Quando caminhas
Fazes sentido
Em mim.
Desenhas destinos,
Por ti tocam os sinos, enfim.
E a cidade acorda
Cansada.

Quando aconteces,
Algo acontece
Em alguém
E rompes a estrada,
Constróis a madrugada, também.
E o pecado acorda
Fechado.

Que desejos te arrancam ao chão?
Que vontades te fazem voar?
Há um sítio em ti
Para quem ainda não tem lugar.

 

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Quem Souber Acreditar

Cai a noite pelos outeiros
vai-se a lua a levantar
Há quem acenda as fogueiras
Que nos hão-de alumiar

Há Duendes escondidos
entre carvalhos sagrados
O Druida deita as sortes
Com segredos defumados

Canta um Bardo
Contra os maus agoiros
corre o vinho p´ra nos ajudar
quem souber acreditar, é partir e chegar

São as bagas e as sementes
que o bosquêdo há-de dar
São as ervas e os licores
que nos hão-de aconchegar

Venham Fadas e Ondinas
que nos mostrem o saber
O Druida corta o visco
Que nos há-de proteger
Já se vê a côr da madrugada
E as fogueiras querem apagar
quem souber acreditar, é querer e voltar

 

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Reunir Aos Meus Amigos

Hoje é o dia em que eu
Celebro as coisas simples
Uma é ver-te a sorrir
Os dedos são a ponte entre
O vidro onde escrevo e a pele do teu corpo

Ohhh, alguém canta
Os dias sem ninguém
Quem vier por bem venha também
Reunir aos meus amigos

Toma a senha e segue a lua
Não tem nada que enganar
Tropeça, corre e cai
Mas só páras lá no fim
Quando o coração bater e o sino rimar

Ohhh, alguém canta
Os dias sem ninguém
Quem vier por bem venha também
Reunir aos meus amigos
Ohhh, alguém canta
Os dias sem ninguém
Quem vier por bem venha também
Reunir aos meus amigos

 

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Rua Da Rosa

Essa voz que já ouvi
nesta rua em que me perco
esse sabor a luar
fez-me aqui voltar
quero embarcar
neste copo de vinho
trepar o acordéon
que me afaga o desejo
Sim, agora só depende de mim
tentar rever a louca ânsia
que me traz assim, aqui
Sim, assusta-me esse espelho
não lhe vejo reflectida
a promessa do meu sonho
na Rua da Rosa

 

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Ruiva

Vens só e ruiva na noite incerta
À praia deserta
Juntos vamos uivar

Por mais frio que o mar nos tussa
És a mais doida e russa
Roleta de azar

Disparas nua na escuridão
Aos teus pés nem sei se és

Casada ou não
Livre no Verão
Acesa no Outono
Destróis o meu sono
E na Primavera contigo (eu) migro não te abandono

E volta sem hora marcada
Vem de abalada
Sem apelido nem morada

E traz-me um beijo de antemão
Despe um adeus antes
Do farol se apagar no pontão

 

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Se és Branco Ou Negro

Falaram-me hoje de ti
do tempo em que não te vi
da guerra em que não cresci

Que ódio tu guardaste
no tempo em que cá ficaste
tu nunca me contaste

Se és branco ou negro
a mim tanto faz
a ti só te peço
que me dez a paz

Qual foi a nossa diferença
que em nome da tua crença
ditou a minha sentença

Eu nunca te entenderei
qual foi o direito ou lei
p'rá culpa que eu formei

Se és branco ou negro
a mim tanto faz
a ti só te peço
que me dez a paz

Eu quero ouvir, o que é que sentes
quando pegas numa arma
quando lutas, quando marchas
quando ganhas, quando matas
diz-me, diz-me, diz-me, diz-me...

 

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Se Te Amo

Nada em terra e céu, nos pode ensinar
o que vai na alma, de alguém que recusa
deitar sobre o chão.
Eu não.

Oh, se te amo
se não tenho
oh, a vergonha
de o dizer.

E nunca esse acaso ou lei, eu entendi
o homem que em vão se agita
tão perto do mundo, tão longe de Deus.
Eu não.

Oh, se te amo
se não tenho
oh, a vergonha
de o escrever.

 

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Sem Rumo

Num veleiro à deriva
num mar sem sossego e fim
não busco qualquer Diva
pretendo saber de mim

Quem vier encontrar-me
que não me derrube
no caminho que recuso
neste porto onde repouso

Se o vento me levar
é longe que eu vou estar
do que já passei
quase nada guardei

Sei do pouco aprendido
a certeza que a partida
é rainha conselheira
sensata companheira

Vou sem rumo
nem norte
Vou sem rima
sem mote

Vou indo

 

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Senhora Maria Do Olival

Que tentação por-me ao
Caminho
Logo pela manhã
De que me serve, toda esta
Pressa
Se ela vai longe
Minha alma é a tulipa da aurora
Oh dama de escuro
Não vos tarda a demora.

Senhora Maria do Olival
Fui chama do pecado sensual
Desculpai-me a maçada, eu sei
Mas não fiz por mal.

Sinto em mim, todo este vazio
Par onde vou eu ?
Por este mar de ilusões
Que me traz a paz
Ai, que vida esta, quando a lua
É cheia
Minha boa amiga
Que eu vou cantando.

Senhora Maria do Olival
Fui chama do pecado sensual
Desculpai-me a maçada, eu sei
Mas não fiz por mal.

 

[edu_fmc]

Será Fado

Quem sabe se um dia saberei enfim
Merecer o dom da tua mão
Doce charme de um corpo ausente

Sarà "Fado" la mia vita
Fior di terra triste che la luna piantò
Miraggio d'azzuro eterno già
C'io che mi chiama nessun sognò

Daria o teu nome ao imenso Mar
Que possa unir o vento à Lua
Neste canto de uma era selvagem
Um cheiro de alfazema, vertigem de um poema sem ti

Sarà "Fado" la mia vita
Fior di terra triste che la luna piantò
Miraggio d'azzuro eterno già
C'io che mi chiama nessun sognò
il tuo giardin, riceve pace infin

 

[edu_fmc]

Solidão A Dois

Anjo, triste
de serenidade obscura.
Com o asfalto trepidante
sob a pele de veludo difícil.
Canção nocturna e fatal
sem solução;
Guardador de igrejas encerradas,
asas cansadas,
voo interrompido
por solidões anémicas e cruéis.
Bebedor de absinto,
sem motivo, sem nada.
Gritador de uivos
- o quer encerra a noite
as portas da madrugada.
Sem nome nem direcção
filho abstracto e nu de uma não-geração.
Ferida aberta na avenida indiferente,
crepúsculo de gente.
Criatura estranha, indefinida
defensor da minha escuridão.
Tenho-te como cúmplice, um anjo sujo
e sinto-me... apenas... só.

 

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Ter Alguém (ter Fé)

Gostava tanto de mexer na vida
tocar-lhe, a cada hora vivida

Posso eu ter, ter força um dia, ter fé, gritar esta minha dor
ter alguém, que quis amar e nunca amou

Tens sido, vida fora o meu desejo
e agora, que te falo, que te vejo

Posso eu ter, ter força um dia, ter fé, gritar esta minha dor
ter alguém, que quis amar e nunca amou

Pudesse ser um dia a lua terna
sonhar, que a noite fosse eterna

 

[edu_fmc]

Todo O Fogo Que Me Ateias

O teu corpo é o delta deste rio onde me abrigo
Delicado e doce aroma que me arrasta como um instinto
Nele aprendi a amar para poder enfim estar contigo

Dou por mim rendido aos encantos do teu corpo de Afrodite
Um feitiço ardente faz nascer todo o prazer que me pediste

Todo o fogo que me ateias
Ópio é nas minhas veias

Sou como uma actor imberbe num papel imenso de luxúria
Entrego-me ao teu regaço esmagado pela nossa fúria

Todo o fogo que me ateias
Ópio é nas minhas veias

 

[edu_fmc]

Um Barco Ao Longe

Agora a nossa vida, abre-se
Aos mistérios
Enlouquecemos, a dar voltas
No porto
A acender fogueiras com óleo
Queimado
A gostar do cheiro a limalha.
Enquanto nos perdemos,
Em tais odores
Fazemos amor com sabor a sal
Vai rompendo o dia
Quebramos o silêncio:

Olha!
Um barco ao longe
Partiu sozinho, não nos levou.

O Mar foi sempre uma corrida
Iluminada para a loucura.

 

[edu_fmc]

Vaguear Pelo Mundo

Viajante vem comigo vaguear pelo mundo
Salteador de horizontes sem fim, sem destino,
Errante, sonhador

Partir, descobrir, sentir, seduzir

Sob a teia de uma sombra vejo o Sol vir nascer
Oriente de outra margem que não posso mais perder
Uma luz desce o rio, quem te acendeu, nenhum rasto é meu

Partir, descobrir, sentir, seduzir

 

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Verdes Anos De Mentiras

Em vagas de ambição e glória
rumam barcos de velas rasgadas
pelos homens da verdade
portadores da boa nova

Mastros vivos apontam o progresso
mandamentos absolutos de poder
mãos sedentas de riqueza
encobertas pela aventura

Verdes anos de mentira
traçam-me o saber
Entre pilhagens e saqueios
rezam-se poesias de sangue
profano e gentio
matizado em papiros de carne viva

Vidas inumanas pagam o preço
feito de culpas inventadas
em cânones de fé vilã
imperial, marca ocidental

Verdes anos de mentiras
traçam-me o saber

 

[edu_fmc]

Viagem No Capim

Vou guiar a minha vida
Pelo trilho dos pastores
Vou embarcar na partida
Levando cheiro d´amores

Tenho o mundo à cabeceira
E vou dormir ao relento
Naufragar na bebedeira
De um coração cata-vento

Que há-de ser da vida errante das águas?
Do verde Índico, doce sargaço sem mágoas?

Que fará o Sol deste caminho dos sonos?
Inventar num riso o que fomos e somos

Hei-de fazer "canganhíça"
Com o tempo que foi ido
À procura dum sentido
No canto do magaíça

Quando eu morrer cresça o capim sobre a terra
Farol que gira, primeira luz sem espera

Hei-d´ir de peito aberto como louco em viagem
Aninhar-me na aventura p´ra chegar à outra margem

Sou como sou, basta-me o vento
Estou onde estou, onde me ausento

 

[edu_fmc]

Voa

Sou mal amado, mas sei amar
o que tu tens para me dar
trago na boca o coração
preso nos versos desta canção

Sinto-me tão leve que não posso acreditar
voa, voa, voa
Sinto-me tão leve que não posso acreditar
voa, voa, voa

Ainda agora aqui cheguei
e mil mulheres eu já amei
mas o destino não é ficar
e parto em busca de outro lugar

Sinto-me tão leve que não posso acreditar
voa, voa, voa
Sinto-me tão leve que não posso acreditar
voa, voa, voa