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Figura controversa e envolta em várias polémicas, Joe Arpaio, quer ser eleito aos 86 anos para uma das mais importantes funções na América. E expulsar todos os ilegais.
Os dois elementos mais idosos em funções no Senado dos Estados Unidos, a democrata Dianne Feinstein e o republicano Chuck Grassley, têm 84 anos e estão, a primeira há 25 anos e o segundo há 37 anos na câmara alta do Congresso. Mas em novembro, um dado novo - e perturbador - pode surgir: o senador mais idoso passará a ser um neófito de 86 anos, eleito pelo Arizona, o republicano Joe Arpaio, que se apresenta às primárias deste partido com o propósito de "apoiar o presidente no Senado", como salientou ao apresentar a candidatura.
Anunciada na primeira semana de janeiro, a candidatura de Joe Arpaio àquele que é um dos mais importantes cargos políticos nos EUA vem acompanhada de longo lastro de controvérsias. Xerife do condado de Maricopa (Arizona) entre 1993 e 2016, Arpaio cultivou uma imagem implacável, cunhando o cognome de "xerife mais duro da América".
Mais de uma vez foi processado por grupos de direitos humanos e cívicos, sendo de longa data um crítico das políticas de imigração. Mais de uma vez foi condenado em casos de discriminação racial e, também mais de uma vez, foi acusado de abuso de poder. No mais recente dos casos acabou condenado pelo crime federal de "desrespeito ao tribunal". O que originou a decisão polémica de Donald Trump que, no quadro dos poderes presidenciais para perdoar estes crimes, o fez em agosto de 2017. Os senadores do Arizona, John McCain e Jeff Flake condenaram o gesto de Trump e juristas produziram críticas no mesmo sentido. Flake levou mais longe a crítica e o distanciamento face ao presidente, anunciando pouco depois do perdão, que não procuraria a reeleição por este estado tradicionalmente republicano.
Foi a decisão de Flake que abriu caminho às primárias a que se apresentam Arpaio e mais quatro candidatos, entre os quais Martha McSally, hoje na Câmara dos Representantes, e uma antiga senadora estadual, Kelli Ward, cujas posições a situam próximo de Arpaio.
As primárias republicanas no Arizona, a decorrer em agosto, estão a evidenciar a cada vez mais profunda divisão no interior Grand Old Party (GOP, designação tradicional dos republicanos) entre os partidários de Trump e os defensores de uma atuação mais alinhada com as posições tradicionais do partido. Estes últimos, assim como o GOP a nível nacional, apostam em McSally, de 51 anos, que, além do trajeto na Câmara dos Representantes, regista no currículo a prestação de serviço nas Forças Armadas como piloto de combate. Não por acaso, nos comícios de promoção da candidatura, McSally tem chegado sempre aos comandos de um avião de combate dos anos 1940.
Traumatizado pelos acontecimentos no Alabama, onde o GOP sofreu uma derrota histórica perdendo, pela primeira vez em 25 anos, um lugar no Senado para os democratas, o partido considera o perfil de McSally mais equilibrado do que o de Arpaio. Interpretação a que o próprio veio dar razão, poucos dias após anunciar a candidatura, considerando que os ilegais que estudam nos EUA ao abrigo do programa DACA (que Trump deixou expirar em março, mas que pretende recuperar sob novas vestes), devem ser todos expulsos.
Posição contrária à do presidente, que pretende manter no país, pelo menos, parte deles. Numa entrevista na passada semana à NPR, Arpaio advogou "a deportação de todos eles", com o argumento de que "têm instrução e podem contribuir muito" para os países de origem.
Apesar de controverso, Arpaio é popular no Arizona. Uma sondagem colocava-o em segundo lugar nas intenções de voto, com 29%, logo atrás de McSally, com 31%. Como se provou no seu primeiro ato de campanha, em Phoenix, no condado de Maricopa, onde foi xerife por mais de duas décadas. As pessoas abraçaram-no e cumprimentaram-no efusivamente. Pequeno detalhe: a maioria tinha claramente mais de 50 anos. É na passagem de Arpaio por Maricopa que os seus adversários no partido têm um argumento de peso: "o xerife mais duro da América" foi derrotado na eleição para o cargo pelo candidato democrata e atual xerife, Paul Penzone. O que não é bom prenúncio na corrida para o Senado.
Aquilo que mais inquieta os republicanos é que a reputação de Arpaio, que foi notícia nos anos 90 por obrigar os seus presos a usarem roupa interior cor-de-rosa e de os manter sob detenção em condições "inadequadas", segundo um relatório da Amnistia Internacional, atraia um tipo de atenção sobre o partido que prejudique no voto de novembro.
dn
Os dois elementos mais idosos em funções no Senado dos Estados Unidos, a democrata Dianne Feinstein e o republicano Chuck Grassley, têm 84 anos e estão, a primeira há 25 anos e o segundo há 37 anos na câmara alta do Congresso. Mas em novembro, um dado novo - e perturbador - pode surgir: o senador mais idoso passará a ser um neófito de 86 anos, eleito pelo Arizona, o republicano Joe Arpaio, que se apresenta às primárias deste partido com o propósito de "apoiar o presidente no Senado", como salientou ao apresentar a candidatura.
Anunciada na primeira semana de janeiro, a candidatura de Joe Arpaio àquele que é um dos mais importantes cargos políticos nos EUA vem acompanhada de longo lastro de controvérsias. Xerife do condado de Maricopa (Arizona) entre 1993 e 2016, Arpaio cultivou uma imagem implacável, cunhando o cognome de "xerife mais duro da América".
Mais de uma vez foi processado por grupos de direitos humanos e cívicos, sendo de longa data um crítico das políticas de imigração. Mais de uma vez foi condenado em casos de discriminação racial e, também mais de uma vez, foi acusado de abuso de poder. No mais recente dos casos acabou condenado pelo crime federal de "desrespeito ao tribunal". O que originou a decisão polémica de Donald Trump que, no quadro dos poderes presidenciais para perdoar estes crimes, o fez em agosto de 2017. Os senadores do Arizona, John McCain e Jeff Flake condenaram o gesto de Trump e juristas produziram críticas no mesmo sentido. Flake levou mais longe a crítica e o distanciamento face ao presidente, anunciando pouco depois do perdão, que não procuraria a reeleição por este estado tradicionalmente republicano.
Foi a decisão de Flake que abriu caminho às primárias a que se apresentam Arpaio e mais quatro candidatos, entre os quais Martha McSally, hoje na Câmara dos Representantes, e uma antiga senadora estadual, Kelli Ward, cujas posições a situam próximo de Arpaio.
As primárias republicanas no Arizona, a decorrer em agosto, estão a evidenciar a cada vez mais profunda divisão no interior Grand Old Party (GOP, designação tradicional dos republicanos) entre os partidários de Trump e os defensores de uma atuação mais alinhada com as posições tradicionais do partido. Estes últimos, assim como o GOP a nível nacional, apostam em McSally, de 51 anos, que, além do trajeto na Câmara dos Representantes, regista no currículo a prestação de serviço nas Forças Armadas como piloto de combate. Não por acaso, nos comícios de promoção da candidatura, McSally tem chegado sempre aos comandos de um avião de combate dos anos 1940.
Traumatizado pelos acontecimentos no Alabama, onde o GOP sofreu uma derrota histórica perdendo, pela primeira vez em 25 anos, um lugar no Senado para os democratas, o partido considera o perfil de McSally mais equilibrado do que o de Arpaio. Interpretação a que o próprio veio dar razão, poucos dias após anunciar a candidatura, considerando que os ilegais que estudam nos EUA ao abrigo do programa DACA (que Trump deixou expirar em março, mas que pretende recuperar sob novas vestes), devem ser todos expulsos.
Posição contrária à do presidente, que pretende manter no país, pelo menos, parte deles. Numa entrevista na passada semana à NPR, Arpaio advogou "a deportação de todos eles", com o argumento de que "têm instrução e podem contribuir muito" para os países de origem.
Apesar de controverso, Arpaio é popular no Arizona. Uma sondagem colocava-o em segundo lugar nas intenções de voto, com 29%, logo atrás de McSally, com 31%. Como se provou no seu primeiro ato de campanha, em Phoenix, no condado de Maricopa, onde foi xerife por mais de duas décadas. As pessoas abraçaram-no e cumprimentaram-no efusivamente. Pequeno detalhe: a maioria tinha claramente mais de 50 anos. É na passagem de Arpaio por Maricopa que os seus adversários no partido têm um argumento de peso: "o xerife mais duro da América" foi derrotado na eleição para o cargo pelo candidato democrata e atual xerife, Paul Penzone. O que não é bom prenúncio na corrida para o Senado.
Aquilo que mais inquieta os republicanos é que a reputação de Arpaio, que foi notícia nos anos 90 por obrigar os seus presos a usarem roupa interior cor-de-rosa e de os manter sob detenção em condições "inadequadas", segundo um relatório da Amnistia Internacional, atraia um tipo de atenção sobre o partido que prejudique no voto de novembro.
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