Opel Insignia 2.0 CDTI Cosmo: Novos horizontes
Dotado de uma imagem personalizada, o novo Insignia coloca-se no topo do segmento, preparado para desafiar as referências alemãs. Tecnologia, sedução e preço são os seus grandes trunfos.
Opel Insignia 2.0 CDTI Cosmo: Novos horizontes -
Sopram ventos de mudança na Opel. Talvez seja redundante proclamar mudança numa fase em que a indústria automóvel tem necessariamente que se reinventar para sobreviver, mas olhando para o Insignia, nota-se desde logo uma vontade expressa da marca alemã em evoluir, atendendo às expectativas de clientes mais jovens e exigentes. O substituto do Vectra, nada tem de conservador, contudo, às vezes o hábito faz o monge, pelo que mais do que um design moderno e dinâmico, a questão principal será se a filosofia do novo Insignia é igualmente arrojada.
Por um lado, a sua recente eleição como "carro internacional do ano" dá pistas nesse sentido, aliás tal como a ficha técnica que nos apresenta um novo motor 2.0 CDTI de 160 cv. A potencia não é das mais elevadas para blocos 2 litros, mas o binário compensa, com uma boa disponibilidade desde regimes mais baixos. Declara 350Nm logo às 1.750 rpm, e isso nota-se na estrada pela forma como responde ao acelerador em recuperações de velocidade. O Insígnia também não é tão pesado como a sua corpulência física nos poderia deixar antever. São cerca de 1.500 quilos, nada de especial para um modelo deste porte.
No que toca à performance pura, com 9,5 segundos na aceleração aos 100 km/h, cota-se bem na classe, melhor ainda no que à velocidade máxima diz respeito, se bem que neste domínio o Insignia beneficia da eficiência aerodinâmica desta carroçaria, matéria onde a Opel usualmente se sai muito bem. Agrada também pela insonorização, não só pelo motor, que alinha pela média da classe, mas como a Opel o isola do habitáculo, seja em som puro, seja em vibrações.
Na estrada, afirmação como uma berlina cómoda, ideal para rolar muitos quilómetros. Gostámos da forma como a Opel idealizou a suspensão, especialmente a traseira. Mesmo com jantes de 18 polegadas de série, que são obviamente exigentes dado montarem pneus de baixo perfil, a verdade o rolamento é suave e, mesmo em mau piso, absorve bem as irregularidades. Um rolador nato, um Bom executivo, com forte ambivalência familiar que promete ser bastante consensual. Esta vocação de estradista adequa-se ao cliente-alvo do Opel Insignia, porém, esperávamos um pouco mais no que ao prazer de condução diz respeito.
Alemão suave
A direcção tem um feeling bastante suave. No entanto, nota-se que a Opel tentou reforçar a condução como um argumento, afinando a precisão da direcção e a resposta do eixo dianteiro para uma boa colocação em curva. O próprio pneu de baixo perfil ajuda a esta precisão em curva, sendo até possível reforçar o carácter dinâmico com a opção de jantes de 19 polegadas.
Nota-se uma ligeira incoerência entre uma atitude descontraída que o Insígnia pretende transmitir, e as exigências de um carro que anseia reconhecimento dinâmico. Ainda assim, o resultado é muito satisfatório. Sobressai também pela sensação de segurança que transmite. Seja em alta velocidade em auto-estrada, seja em curva, apercebemo-nos da atitude muito neutra do chassis, com uma ligeira subviragem, ideal para que gosta de conduzir depressa sem querer apanhar sustos. A travagem também entra em cena em prol da segurança, pois o Insignia está bem dotado neste domínio. Travagem competente e rápida, mesmo com o carro carregado.
O "elo mais fraco" do Insignia parece-nos ser o comando da caixa de velocidades. Não é tão rápido e preciso como seria desejável, mas verdade seja dita, não compromete. O seu escalonamento é propositadamente longo, ideal para baixar os consumos na auto-estrada e atenuar as emissões de CO2. A homologação ditou 154 gramas, apenas razoável, mas apesar da incidência fiscal penalizar fortemente as emissões, a Opel conseguiu ainda colocar o Insígnia com preços muito competitivos.
Mais do que o preço em si, pois estamos na casa dos 37.000 euros, acaba por ser a relação preço/equipamento. Ganha assim uma competitividade acrescida num segmento muito disputado e que tem sido claramente dominado pelas marcas mais caras. Alemãs também, mas com outro berço.AS