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História de Organizações Criminosas

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Os Intocáveis (Filme)

"Os Intocáveis", filme de drama policial norte-americano de 1987, foi dirigido por Brian De Palma e escrito por David Mamet. Baseado no livro "Os Intocáveis" de 1957, o filme teve a participação de Kevin Costner como o agente do governo Eliot Ness; Robert De Niro como Al Capone e Sean Connery como director irlandês-americano Jimmy Malone. O filme segue o relato autobiográfico de Ness e dos seus esforços e de seus Intocáveis ​​para trazer à justiça Capone durante a Lei Seca. O filme "Os Intocáveis" ​​foi lançado em 3 de Junho de 1987, e recebeu críticas positivas. Observadores elogiaram o filme por sua abordagem, bem como a sua direcção. O filme também foi um sucesso financeiro, arrecadando 76 milhões de dólares no mercado interno.
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Na selvagem Chicago dos anos 30, o jovem polícia Eliot Ness decide bater de frente com o crime
organizado do temido Al Capone, recrutando alguns homens sem medo para neutralizar o tráfico de
bebidas do criminoso, durante a Lei Seca americana.
 
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Guerra de Castellammare (1929-1931)

Este conflito entre mafiosos italianos, não passou de uma luta pelos seus valores que dividiam os italianos, especialmente os sicilianos e os italo-americanos. Os sicilianos tinham a alcunha de "Mustache Pete", nome dado aos membros da Máfia Siciliana que vieram para os Estados Unidos como adultos, no início de 1900. Ao contrário dos mais jovens sicilianos-americanos conhecidos como os "Jovens Turcos", a Velha Guarda Mustache Petes tinha grandes bigodes e geralmente cometeram seus primeiros assassinatos na Itália. Os membros mais proeminentes deste grupo eram Joe "The Boss" Masseria e Salvatore Maranzano. Muitos deles também tinham ligações com a Máfia Siciliana. Os Mustache Petes queriam manter as suas tradições sicilianas no novo país e estavam mais interessados ​​em trabalhar com os italianos, em vez de outras etnias. Isso iria contra a nova geração de italianos criada nos Estados Unidos, que tinham interesse em trabalhar com os irlandeses e judeus. Além disso, não se interessavam muito pelos valores tradicionais sicilianos, antes preferiam a luta pelo poder.
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Durante a Guerra Castellammarese, Luciano construiu uma rede de mafiosos mais jovem em ambos os campos de Masseria e Maranzano, e secretamente a intenção de assassinar um dos chefes mais velhos, e em seguida, esperar o momento propício antes de matar o outro. Eles finalmente decidiram matar Masseria, e fingir lealdade a Maranzano até que tivessem a oportunidade de eliminá-lo também.
reducirimagen.asp

Após isso, a nova geração de mafiosos italianos reorganizou o novo Sindicato do Crime e fundou a Comissão, tornando-se mais perto da moderna Mafia Americana de hoje. Acredita-se que, após esses eventos, realizou-se a operação conhecida por "Noite das Vésperas Sicilianas", tendo sido eliminado a maioria dos mafiosos da velha guarda siciliana. Algumas histórias do Sindicato Nacional do Crime da América afirmam que na mesma data em que Salvatore Maranzano foi assassinado, pondo fim à Guerra dos Castellammarese, no dia 10 de Setembro de 1931, foram mortos outros 40 mafiosos da velha guarda em todo o país, por ordem de Lucky Luciano. Mas estudos mais recentes contestam esta versão, notando apenas que duas outras vítimas, os mafiosos do Bronx Sam Monaco e Louis Russo foram raptados e mortos na data em questão. Com a sua ascensão ao poder, o crime organizado estava prestes a expandir-se para uma combinação verdadeiramente nacional e multi-étnica. A Mão Negra torna-se então, no novo tipo de Máfia: a Cosa Nostra Americana.

A Comissão

Após a queda de Al Capone, a Máfia Ítalo-Americana assemelha-se a um verdadeiro sindicato criminoso, organizado pelo novo homem forte do submundo: Lucky Luciano.

A Guerra dos Castellemmarese permitiu a Luciano destruir a velha geração de mafiosos de forma a apoderar-se do poder. Vitorioso, Luciano cria em 1931, uma Comissão constituída por 25 Famílias dispersas pelas grandes metrópoles americanas, como Nova Iorque, Chicago, Los Angeles, Cleveland, Nova Orleães, Filadélfia, etc. A Comissão assemelha-se a um tribunal que decide o caso de conflito de interesses entre as famílias.

Actualmente, das 25 Famílias fundadoras da Comissão em 1931, cinco são originárias de Nova Iorque:
- A Família Gambino opera sobretudo no domínio do betão, droga e pornografia.
- A Família Genovese, que teve Vincente Gigante como chefe e a cumprir pena perpétua desde 1997, permanece activa no tráfico de droga, no controlo das docas e na construção civil.
- A Família Bonano infiltrou-se nos sindicatos e pratica a extorsão e o tráfico de drogas.
- A Família Luchese dedica-se aos mesmos negócios que a sua rival, a Família Bonano.
- A Família Colombo controla o jogo, a construção civil, o álcool e a prostituição.
Na época de Luciano, os laços entre a Máfia Americana e a Cosa Nostra Siciliana eram muito estreitos, uma vez que são laços familiares. Até 1957, a CIA não acreditava na existência de uma sociedade criminosa clandestina e estruturada à escala do país.
 

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A Reunião de Apalachin

Em 14 de Novembro de 1957, cerca de 100 homens, entre chefes da Máfia Americana, seus assessores e guarda-costas, reuniram-se na propriedade do mafioso Joseph "Joe the Barber" Barbara em Apalachin, cidade situada ao longo da costa sul do rio Susquehanna, perto da fronteira com a Pensilvânia, a cerca de 200 km a noroeste de Nova Iorque. O objectivo da reunião foi discutir as operações de La Cosa Nostra, tais como jogos de azar, casinos e narcóticos.
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Na época anterior à reunião de 1957, o polícia Edgar Croswell vigiava a casa do mafioso Barbara, e estranhou a presença de muitos carros de luxo estacionados na casa do mafioso. Tomou nota das matrículas e verificou que muitos desses carros pertenciam a mafiosos conhecidos. Imediatamente, chama os reforços policiais estaduais que chegam ao local. Alguns mafiosos conseguiram fugir; outros foram detidos no bloqueio policial; e ainda outros fugiram pelos campos e bosques estragando os seus fatos caros, antes de serem apanhados.

Os moradores locais relataram a descoberta de notas de 100 dólares espalhadas pelo campo durante meses após a reunião. Cerca de 50 homens escaparam, mas 58 foram detidos, incluindo os membros da Comissão, Genovese, Carlos Gambino, Joseph Profaci e Joseph Bonano. A desculpa destes mafiosos à polícia foi que ouviram falar que Joseph Barbara estava doente e que tinham vindo visitá-lo.
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Cerca de 20 mafiosos que participaram da reunião Apalachin foram acusados ​​de conspiração de obstruir a justiça por mentir sobre a natureza da reunião, e considerados culpados em Janeiro de 1959. Todos foram multados em 10.000 dólares e houve penas de prisão que variaram entre três a cinco anos. Mas no ano seguinte, as condenações foram anuladas.

O director do FBI J. Edgar Hoover tinha negado a existência de um Sindicato do Crime Nacional, não acreditando na existência do crime organizado na América. Após a Reunião de Apalachin, J. Edgar Hoover criou o "Top Programa Gorilas" e foi atrás dos poderosos chefes da Cosa Nostra em todo o país. Muitos dos chefes mais poderosos do sindicato, como Genovese, Bonanno, Sam "Momo" Giancana, Stefano Magaddino, Costello, Carlos Marcello, Lansky, Longy Zwillman e Philip "Dandy Phil" Kastel, encontraram-se diante de um maior controlo da aplicação da lei com acusações e grandes intimações da parte do júri.
 
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La Cosa Nosta: Poderosa e Organizada!

Nos anos 30, o fracassado esforço moralizante da Lei Seca obrigou as autoridades do país a realizarem uma reforma da lei a ser publicada no ano de 1933. Pela nova emenda, o comércio e a fabricação de bebidas voltou a ser legalizada, e com isso, a maior fonte de lucros da Máfia seria extinta. Aliás os efeitos do crash de 1929, obrigaram os mafiosos a investir em outras actividades que pudessem ainda sustentar as famílias e seus vultosos lucros. A dificuldade económica trouxe o acirramento entre as diferentes gangues que buscavam preservar cada palmo de suas áreas de influência. A guerra entre Giussepe Masseria e Salvatore Maranzano foi uma das mais conhecidas disputas acontecidas nos primeiros anos de 1930. Depois disso, a nova era na máfia abandonou as rixas pessoais e a influência de poder local, para se infiltrar nos cargos públicos e em redes de crime muito mais amplas.
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As novas gerações da Máfia eram compostas por figuras que completaram seus estudos, e a partir de então, puderam estabelecer vínculo com juízes, polícias e procuradores de Justiça. De facto, a Máfia da década de 1930 foi mais discreta e articulada, não realizando acções criminosas à luz do dia ou promovendo espectáculos públicos de violência.

A nova Cosa Nostra ficou alheia às disputas de gangues para buscar o lucro e a cooperação dos grupos. O poder alcançado pela Máfia nos Estados Unidos foi uma clara consequência de condições históricas específicas responsáveis por engrenar esse tipo de situação. Os nomes e o glamour marginal dado à Máfia iam contra os ideais patrióticos, familiares e liberais que tão profundamente marcaram a cultura norte-americana. Em contrapartida, vários indícios sugerem que a Máfia preservou seu poder e influência entre as elites económicas dos Estados Unidos.

No centro destas grandes alterações na Máfia estava um dos maiores mentores, o gângster Charles "Lucky" Luciano, que alcançou uma posição de grande influência dentro da Cosa Nostra e deu seu apoio a uma ideia que estava circulando nos meios mafiosos havia algum tempo: a criação de uma comissão multifamiliar que aprovasse as actividades mafiosas em território nacional. Actualmente, a Comissão vem encolhendo desde a sua formação, e algumas famílias perderam influência e já não enviam representantes. Circula rumores de que ela ainda existe, mas está restrita à costa Leste dos E.U.A., mas já não tem o poder dos tempos de Lucky Luciano.
 
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Charles "Lucky" Luciano: Pai do Crime Organizado

Nasceu na Sicília, doutorou-se nas ruas de Manhattan e foi eleito pela Time um dos 100 génios empresariais mais influentes do século XX.

Salvatore Lucania (1897-1962) nasceu na aldeia de Lercara Friddi, na Sicília, no dia 24 de Novembro de 1897. Emigrou para Nova Iorque com a família aos 10 anos de idade, e instalaram-se no East Side de Nova Iorque em 1906, onde foi preso pela primeira vez em 1907, acusado por furto. O seu primeiro empreendimento criminoso envolvia a extorsão de dois cêntimos por dia aos colegas da escola, cuja alternativa era uma valente tareia. Aqueles que eram suficientemente duros para lhe resistir, como os jovens Meyer Lansky e Benjamim Siegel, rapidamente se tornaram seus parceiros no crime.
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Em 1916, Luciano era membro do Five Points Gang e suspeito de múltiplos assassinatos. No gangue Five Points, Luciano foi instruído por John Torrio, e tornou-se amigo de Al Capone. Começou seu próprio negócio de prostituição em 1920, e em 1925, teve vasto controlo sobre a prostituição em Manhattan, onde na verdade começou a pegar casas de prostituição para seus negócios. Em 1928 isso tinha tornado Charles "Lucky" Luciano um milionário. Em 1929, Luciano foi espancado por 5 homens, e ficou gravemente ferido, sobreviveu e ganhou o apelido de "Lucky"(Sortudo). A polícia chegou a perguntar a ele quem tinham sido os autores, mas não identificou quem o tinha atacado, cumprindo com a omertà (lei do silêncio).

O advento da lei Seca em 1920 veio encontrar Luciano numa lucrativa aliança com Lansky e Siegel, enquanto Salvatore Maranzano e Masseria o pressionavam para que juntasse às suas famílias, visto que os dois amigos dele eram judeus. Relutantemente, Luciano escolheu o lado de Masseria. Ao estalar a Guerra dos Castellammarese em 1930 lançou Maranzano contra Masseria, enquanto Luciano e os seus colegas prosseguiam com os seus planos secretos. De início, Masseria venceu, mas a maré de azar virou-se contra ele, no início de 1931. Oportunista, Luciano negociou com Maranzano para combinar o assassinato de Masseria no restaurante de Doney Island, ascendendo assim à liderança do gangue de Masseria, enquanto Maranzano se proclama a si próprio como «Patrão dos Patrões». Quando em seguida Maranzano exigiu a morte dos amigos judeus de Luciano, este voltou-se contra Maranzano, coordenando a sua execução em Setembro de 1931.

A Nova Máfia

Com a morte destes dois chefes da antiga Máfia, Luciano pode criar uma nova Máfia ou novo Sindicato Nacional do Crime, maior e multiétnico. Seguiram-se cinco anos de paz e prosperidade, até o Procurador Thomas Dewey condenar Luciano em 1936, com base em acusações por escravatura branca, o que resultou numa pena de prisão de 30 a 50 anos. Luciano foi enviado para a prisão de Dannemora, encarada como a Sibéria do sistema penal de Nova Iorque, onde as autoridades acreditavam que Luciano não seria capaz de manter a liderança da sua família criminosa. Mas a Segunda Guerra Mundial iria altera a sua situação.

Na Segunda Guerra Mundial, a Marinha dos Estados Unidos pediu ajuda à Máfia para eliminar a sabotagem da linha costeira na costa Leste. Os estragos causados foram atribuídos a sabotadores nazis, embora alguns historiadores pensam que tenham sido os mafiosos a levar a cabo os ataques com fogo posto, para conseguirem um acordo com Luciano. Quando os oficiais da Marinha abordaram Joseph «Socks» Lanza, conhecido como o patrão da linha costeira de Nova Iorque, foram informados de que apenas uma ordem de Luciano poderia conseguir o resultado desejado. Assim nasceu a "Operação Submundo", que pode ou não ter incluído a ajuda da Máfia à invasão da Sicília pelos Aliados em 1943.

De acordo com uma lenda popular, Luciano terá comunicado aos seus companheiros mafiosos na Sicília, pedindo-lhes ajuda contra as tropas nazis quando os invasores americanos desembarcassem. Quando as forças americanas alcançaram as praias sicilianas, alguns dos seus carros de combate exibiam pequenas bandeiras com a letra «L» (de Luciano) nas suas blindagens. O episódio nunca foi confirmado, e alguns historiadores consideram-no um mito.
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Como recompensa pela ajuda aos Aliados durante a guerra, Luciano saiu em liberdade condicional e foi deportado para a Itália em 1946. Voltou a aparecer em Cuba antes do final do ano, conduzindo os negócios da Máfia a partir de Havana, mas os protestos do agente dos narcóticos Harry Anslinger conduziram pouco depois Luciano de regresso a Itália, deportando-o à força de Cuba em Fevereiro de 1947. Daí, Luciano organizou carregamentos de heroína para a América a partir da Turquia e da Córsega, colaborando com mafiosos franceses para lançar as raízes de uma «French Connection» (Ligação Francesa) do pós-guerra. O tráfico de droga engordou os cofres de Luciano, ao mesmo tempo que continuava a receber tributos dos Estado Unidos.

French Connection (Ligação Francesa)

Nos finais de 1920,começaram a circular carregamento de heroína turca através de França para os Estados Unidos. Mas a polícia de Marselha conseguiu as suas primeiras vitórias em 1937, destruindo vários laboratórios de drogas ilegais detidos pelo mafioso corso Paul Carbone. A ocupação e guerra marítima alemã sufocaram o comércio da droga entre 1940-1945, mas a produção em grande escala foi retomada no final da Segunda Guerra Mundial, auxiliada após 1947 por agentes da CIA e oficiais dos serviços secretos franceses que dependiam dos mafiosos corsos para ajudar a desfazer o partido Comunista Francês e coligações radicais.
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Marselha permaneceu o ponto transatlântico principal, recebendo morfina da Turquia e da Indochina Francesa, e exportando heroína refinada para compradores da Máfia em Nova Iorque. Mas as pequenas percentagens de heroína apreendida pelas autoridades policiais, revelam apenas que houve cumplicidade de ambos os lados do Atlântico. A aplicação da lei e as famosas guerras contra a droga ficaram em segundo plano, com a intriga política e as alegações de que o auxílio do submundo era necessário para a segurança nacional tanto da França como dos Estados Unidos.

Os Incorruptíveis contra a Droga (Filme)

Enquanto as drogas continuavam a fluir de Marselha, a Conexão Francesa tomou de assalto Hollywood.


"The French Connection" (Os Incorruptíveis contra a Droga) é um filme norte-americano realizado em 1971, do género policial, dirigido por William Friedkin e com a participação de Gene Hackman.
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O roteiro do filme é uma adaptação de romance policial de Robin Moore, que por sua vez é baseado numa história real. O filme mostra uma Nova Iorque suja, corrupta e violenta, e um polícia durão e nada simpático, o detective Jimmy Popeye Doyle. Juntos, Popeye e o detective Buddy Russo, tentam desmantelar uma rede de tráfico de narcóticos e acabam descobrindo a Operação França. Para além de excelente representação e realização, o filme tornou-se célebre pelas perseguições de carros, revelando um pouco da realidade do narcotráfico de Marselha para Nova Iorque.

Em 1975 Gene Hackman repete novamente o papel para o seguinte filme "Os Incorruptíveis contra a Droga II" (French Connection 2), mas não obteve o mesmo sucesso do anterior.
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"French Connection II" é um drama policial de 1975 dirigido por John Frankenheimer e com a participação de Gene Hackman. É a continuação do filme "The French Connection" de 1971.

Em 1986 foi feito uma tentativa de realizar uma série para televisão com o episódio piloto "Popeye Doyle" tendo o actor Ed O´Neil tomado o lugar de Hackman. Mas as baixas audiências deitaram por terra esta série televisiva.
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O Fim de Luciano

Na Sicília, Lucky Luciano exilado, continuava a dirigir a Máfia a nível internacional com a toda a impunidade.

No final da década de 50, as relações entre Lucky Luciano e Meyer Lansky tinham azedado. Lucky queixava-se de que as remunerações que lhe chegavam da América estavam reduzidas a uma ninharia, ao mesmo tempo que a sua autoridade entre os antigos colegas americanos estava a decair. Luciano começou a escrever as suas memórias, e sonhava com um filme sobre a sua vida. Em 26 de Janeiro de 1962, foi para o Aeroporto de Nápoles reunir-se com um produtor de cinema americano, que estava interessado na ideia. Enquanto caminhava até ao produtor, preparando para cumprimentá-lo com um aperto de mãos, levou a mão ao tórax e caiu. Luciano morreu devido a ataque de coração.

Após a sua morte, foi alvo de polémica, quando as autoridades norte-americanas recusaram receber o corpo de Luciano. O caso chegou ao tribunal federal onde um juiz decidiu a favor de Luciano, declarando que o governo não podia legalmente impedir o funeral com base em actividade criminosa anterior. Segundo o tribunal federal, um corpo não é cidadão de nenhum país, nem está sujeito às restrições de imigração.
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Vitorioso na morte, Charles Lucky Luciano foi sepultado no cemitério
de St. Johns, no bairro de Queens, Nova Iorque (E.U.A.).

Opinião sobre Lucky Luciano

Charles Lucky Luciano era o homem com quem qualquer mulher com atracção pelo perigo queria casar. «As pessoas que eu mais admiro são aquelas que nunca acabam», escreveu um dia Almada Negreiros. A frase, que poderia descrever o charme de um dos mafiosos mais carismáticos da história, resume a vida de Luciano.

Apreciador do belo, Luciano lançou a tendência do mafioso chique: usava fatos elegantes, camisas de seda, sapatos feitos à mão e casacos de caxemira. Andava sempre rodeado de mulheres bonitas e tinha Frank Sinatra ou George Raft como amigos. Os seus homens também tinham de obedecer a certas regras de estilo. Nada de chapéus de abas largas, camisas ou gravatas espampanantes ou fatos espalhafatosos. «Deixem o Capone e os gajos de Chicago fazer isso. Nós não», afirmava Luciano, segundo o livro "The Last Testament of Lucky Luciano", citado pelo New York Times.
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Nomeado pela Time entre os 100 génios empresariais mais influentes do século XX, a Luciano se deve a modernização da Máfia, a sua transformação no consórcio orientado por objectivos. A organização era formada por duas dezenas de chefes de família que controlavam o contrabando, os narcóticos, a prostituição, mas também empresas legítimas como supermercados, restaurantes, pastelarias, lojas de roupa e escritórios de contabilidade. Um consórcio organizado em rede, uma expressão actualmente muito em voga, mas um conceito em que Luciano foi visionário. Uma rede que se expandiu, infiltrando-se, seduzindo e corrompendo negócios legítimos, políticos e a polícia.
 
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Meyer Lansky: Presidente do Conselho de Administração

Filho de judeus polacos, Meyer Lansky (1902-1983), nasceu em Grodno (actual Hrodna, na Bielorússia), no dia 4 de Julho de 1902. Emigrou para o Lower East Side, Nova Iorque, com a família quando tinha 9 anos de idade. Resistiu violentamente às tentativas de extorsão do jovem Luciano no pátio da escola, que este ficou impressionado e tornaram-se amigos para toda a vida.
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Enriqueceu com a proibição de bebidas alcoólicas na época da Lei Seca. Enquanto Luciano confraternizava com os seus parentes sicilianos na Máfia, Lansky e o seu amigo Siegel lideravam a Máfia do Bug e do Meyer, promovendo uma lucrativa carreira paralela de assassínios por contrato. Luciano manteve a sua associação com Lansky e Siegel apesar das queixas de Joe The Boss Masseria, que recrutou Luciano para a sua família mafiosa. Durante a Guerra dos Castellammarese, Lansky ajudou a planear as mortes de Maseria e do rival Salvatore Maranzano, colocando Luciano à frente da Máfia de Nova Iorque. Entretanto, contrabandeava álcool proveniente de Cuba e das Bahamas, fazendo amigos nas Caraíbas que seriam úteis à Máfia depois da Segunda Guerra Mundial.

Durante a década de 30, Lansky colocou os seus bandidos judeus contra os manifestantes nazis da Liga Germano-Americana. Anos mais tarde, descreveria um incidente aos biógrafos: «O palco estava decorado com uma suástica e uma fotografia de Hitler. Os oradores começaram a declamar. Nós eramos apenas 15, mas pusemo-nos em acção. Atirámos alguns deles pela janela fora. A maior parte dos nazis entrou em pânico e fugiu. Fomos atrás deles e espancámo-los. Queríamos mostrar-lhes que os judeus não iam ficar sempre quietos e aceitar ser insultados».

Com o fim da Lei Seca em 1933, Lansky concentrou-se principalmente no jogo ilegal, gerindo casinos sumptuosos de Nova Iorque e Nova Jersey até à Flórida e a Nova Orleães. A condenação de Luciano por escravatura branca em 1936 deixou Lansky como principal porta-voz de Luciano nas negociações com o Sindicato, enquanto Luciano estava na prisão. Nesse papel, em inícios de 1942, Lansky negociou os termos da "Operação Submundo", segundo os quais o Sindicato cooperaria com as chefias dos serviços secretos da Marinha Americana, para eliminar a sabotagem da linha costeira e abrir caminho para uma invasão da Sicília pelos Aliados. A contrapartida, em 1946, foi a libertação condicional de Luciano e a sua deportação para a Itália. Rapidamente, Lansky conseguiu que Luciano ficasse em Havana (Cuba), onde o ditador cubano Fulgêncio Batista acolhia favoravelmente os investimentos da Máfia em casinos, prostituição e o florescente tráfico de heroína.

Lansky estabeleceu novos postos avançados em Las Vegas, no Estado do Nevada, sob a supervisão de Siegel. Uma contabilidade descuidada no Hotel Flamingo selou o destino de Siegel em 1947, mas Lansky permaneceu com o poder nos bastidores de Las Vegas, colaborando com aliados poderosos como o Moe Dalitz, até à chegada do reservado multimilionário Howard Hughes em 1966.
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Moe Dalitz (1899-1989), empresário
e proprietário de casinos, era uma das
grandes figuras que moldaram Las
Vegas. É muitas vezes referido como
Mr. Las Vegas.

Quando Fidel Castro subiu ao poder em Cuba, foram imediatamente encerrados os casinos, mas Lansky recorreu a subornos e abriu caminho até Nassau e fundou um novo império de casinos nas Bahamas. No início da década de 70, Lansky refugiou-se em Israel, esquivando-se às acusações norte-americanas por evasão fiscal, mas Israel expulsou-o ao fim de três anos. Ofereceu 1 milhão de dólares em troca de refúgio, mas vários países recusaram a oferta. Não tendo saída, Lansky regressou aos Estados Unidos para ser julgado. O júri condenou Lansky, mas este ficou pouco tempo na prisão. A saúde debilitada permitiu-lhe ser libertado, acabando por morrer de cancro no pulmão em 15 de Janeiro de 1983, na sua casa em Miami Beach, na Flórida (E.U.A.).
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Na revista Forbes de Setembro de 1982, Lansky surge ao lado de Moe Dalitz, na lista das 400 pessoas mais ricas da América, com uma fortuna estimada em 100 milhões de dólares, contra os 110 milhões de Moe. Após a morte de Lansky, calculou-se que a sua riqueza varia de 3 milhões a 400 milhões de dólares. Existem boatos de que há várias contas de Lansky na Suíça e noutros locais, mas falta documentos para comprovar.

Lenda do Submundo do Crime

Na morte como na vida, Meyer Lansky permanece uma figura lendária na história da Máfia Americana. Vários biógrafos dão-lhe crédito às suas acções no submundo, desde os gangues dedicados ao contrabando que se guerreavam entre si até um Sindicato Nacional do Crime infiltrado em numerosas actividades:
- Condenação de Al Capone de Chicago e Waxey Gordon de Nova Jersey por evasão fiscal, graças às informações dadas por Lansky às finanças.
- O assassinato de Kingfish da Louisiana, por ameaçar o controlo de Lansky sobre os casinos de Nova Orleães.
- O homicídio de Sir Harry Oakes nas Bahaams para eliminar um rival do jogo.
- A execução em 1957 do patrão da Máfia Albert Anastasia por se apossar dos domínios de Lansky em Cuba.
- O suicídio suspeito do mafioso Longy Zwillman, em 1959, rival de Lansky.
No meio de tantos homicídios, assassinatos e execuções, que Lansky mandou discretamente fazer, existe um rumor de que ele poderia estar envolvido no assassinato do Presidente dos E.U.A., John F. Kennedy em 1963, como vingança por não ter libertado Cuba e restabelecido os casinos da Máfia encerrados por Fidel Castro em 1959. Trata-se apenas de uma teoria sem provas.

Mas por outro lado, Lansky foi o pioneiro no branqueamento de capitais a nível internacional. Abriu a sua primeira conta bancária na Suíça em 1934, seguida mais tarde de contas secretas nas Caraíbas e noutros locais. Lansky foi pioneiro em desbastar lucros livres de impostos dos casinos legais do Nevada, e sem dúvida continuou essa prática nas Bahamas, duas décadas mais tarde. Independentemente da fortuna, que restava a Lansky aquando da sua morte, continua a ser uma figura de referência no submundo do crime, cuja influência alcançou uma dimensão que desmente a sua alcunha de "O Homenzinho".
 

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Benjamin Hyman Siegel: O Rei de Las Vegas

Apelidado de "Bugsy" (Insecto), Siegel era conhecido por ser implacável para com os associados mafiosos que a Cosa Nostra considerava traidores e adquiriu notoriedade como um dos gângsteres mais famosos e temidos da sua época. Descrito como atraente e carismático, tornou-se um dos primeiros gângsteres a ganhar celebridade, podendo-se considerá-lo como o impulsionador do desenvolvimento da chamada "Las Vegas Strip".
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Siegel foi um dos fundadores e líder da Murder Incorporated, sendo um assassino psicótico. Ganhou a alcunha de "Bugsy", que no calão do submundo significa "louco". É possível que fosse mentalmente perturbado, do ponto de vista clínico, tendo em conta algumas histórias contadas pelos seus colegas do submundo do crime. Há relatos de que numa ocasião Siegel terá alvejado e assassinado outro jogador durante uma partida de póquer, por suspeitar de que este tinha feito batota. Feito isso, Siegel voltou a colocar o morto na cadeira, deu outra mão de cartas e depois alvejou novamente o homem quando este não subiu a parada. Ao examinar as cartas do morto, Siegel considerou-o chanfrado por o morto não ter apostado tendo na mão um «full house».

Siegel foi um dos principais contrabandistas de bebidas durante a Lei Seca. Quando a Lei Seca foi revogada em 1933, os seus interesses criminosos voltaram-se para o jogo. Em 1936, por ordem de Charlie Luciano, deixou Nova Iorque e mudou-se para a Califórnia, para dirigir as actividades da Máfia em Hollywood. Em 1939, suspeito da autoria do assassinato do colega mafioso Harry Greenberg, foi preso e julgado mas acabou por ser absolvido em 1942, por falta de provas.

Entretanto, aproveitando-se do seu temível estatuto, frequentava a alta-roda artística e convivia com os mais famosos actores cinematográficos como Gary Cooper e George Raft. As actrizes sentiam-se atraídas por ele, convidando para as suas camas, bem como as bailarinas da época. Dorothy Taylor, filha de negociantes milionários, casada com o conde italiano Di Frasso, fascista convicto, também deitava o famoso bandido na sua cama. Conta-se que, em viagem a Itália, Siegel ficou instalado na Villa Madama, em Roma, propriedade dos condes Frasso. Na sua juventude, Siegel violava jovens raparigas, crime que esteve na origem de uma das suas primeiras detenções em 1926, mas que ele repetiu ao longo da vida.

Benjamin Siegel nasceu no dia 28 de Fevereiro de 1906, em Williamsburg, no Brooklyn, Nova Iorque. Era filho de pais judeus pobres emigrados de Letychiv, Podólia Governorate, pertencente ao Império Russo (actualmente, pertence à Ucrânia). Outras fontes afirmam que a sua família era oriunda da Áustria. Siegel, o segundo de cinco filhos, prometeu-lhes que subiria na vida e dar-lhes-ia uma vida melhor. Ainda menino, Siegel abandonou a escola e juntou-se a um gangue da Lafayette Street, no Lower East Side de Manhattan. Cometia essencialmente pequenos roubos, até que conheceu Sedway Moe. Com Sedway, Siegel desenvolveu um esquema de protecção em que os comerciantes eram obrigados a pagar-lhes um dólar contra a ameaça de ser destruída as suas mercadorias. A ficha criminal de Siegel incluía assaltos à mão armada, violação e assassinato, numa espiral de crimes que remontava à sua adolescência.

No decorrer da juventude, fez amizade com Meyer Lansky, especializando-se nos negócios de jogo e roubo de carros. Em 1930, o seu gangue juntou-se com a de Charles Luciano para formar a Murder Inc., na qual ele era o terceiro membro. Siegel teria liquidado o adversário Joe "The Boss" Masseria o que coincidiu com o final da guerra dos gangues. Siegel continuou a levar a cabo assassinatos para Luciano, e por volta de 1937, havia um grande número de contratos de Siegel, nomeadamente a eliminação violenta de membros de outros gangues, o que lhe granjeou bastante ódio por parte de muitos chefes da Máfia. Para o proteger, Lansky e Luciano persuadiram-no a mudar-se para a Califórnia.

Na Califórnia, Siegel era o homem chave no gangue de Luciano e Lansky e extorquía dinheiro aos proprietários dos estúdios de filmes. Mais tarde, Siegel pediu 5 milhões de dólares ao sindicato do crime para construir o primeiro casino/hotel em Las Vegas, o Flamingo Las Vegas. Devido a diversos factores, mas principalmente por má gestão, o Flamingo Las Vegas tornou-se num desastre financeiro. Luciano exigiu o pagamento da dívida mas Siegel, julgando-se mais poderoso, recusou. Então, Luciano ordenou a sua morte. Embora Siegel tenha sido avisado por Lansky deste plano, continuou a recusar pagar, o que lhe foi fatal.
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Em 20 de Junho de 1947, um mafioso a mando de Charlie "Lucky" Luciano, entrou por uma janela aberta no apartamento da namorada de Bugsy (a qual, avisada a tempo, saíra para arejar), matou-o com sete tiros de uma pistola a que acrescentou uma rajada de metralhadora.
 
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John Gotti: O Padrinho da Máfia

O mais famoso gângster da América desde Al Capone ou Lucky Luciano, John Gotti Júnior nasceu na cidade de Nova Iorque, no dia 27 de Outubro de 1940. Sendo um de cinco irmãos, todos eles dedicados a carreiras no submundo do crime. Gotti e os seus irmãos cresceram na pobreza e entraram cedo para a vida do crime. Nenhum dos seus irmãos, Gene, Peter, Richard e Vincent, rivalizava com a reputação de John entre os mafiosos. A maioria das fontes concorda que John Gotti começou o mandato com a Família Gambino como soldado às ordens do capo (subchefe) Carmine Fatico, ganhando reputação tanto como assassino eficiente como na qualidade de fonte produtiva de rendimentos. Com o tempo, acabou por liderar a sua própria equipa da Máfia na Família de Paul Castellano, mas a equipa de Gotti que incluía os seus irmãos, desobedeceram a Castellano que os proibiu de negociar drogas. Por isso, Castellano pretendia desmantelar a equipa de Gotti. Esta decisão foi fatal.

No dia 16 de Dezembro de 1985, os partidários de Gotti fizeram uma emboscada a Castellano à porta de um restaurante em Manhattan, matando-o a ele e ao subchefe Thomas Biloti. Com o assassinato de Paul Castellano, John Gotti foi escolhido como novo chefe da Família Gambino, uma das famílias criminosas mais poderosas da América. Fez centenas de milhões de dólares por ano a partir da construção, rapto, agiotagem, jogos de azar, extorsão e outras actividades criminosas.
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Gotti foi um dos chefes do crime mais poderosos da sua época e se tornou amplamente conhecido por sua personalidade franca e estilo extravagante, que ganhou a simpatia de grande parte do público em geral. Enquanto seus colegas evitavam chamar a atenção, Gotti ficou conhecido como o "The Don Dapper" por suas roupas caras e por sua personalidade em frente as câmaras dos noticiários. Mais tarde, foi dado o apelido de "The DonTeflon" após três julgamentos de grande visibilidade na década de 80 que resultarem na sua absolvição, ainda que mais tarde fosse revelado que os veredictos foram resultado da adulteração do júri, má conduta dos jurados e intimidação das testemunhas. No entanto, as autoridades policiais não ficaram impressionadas com o seu estilo ou sua reputação, e continuaram a juntar provas contra Gotti, que posteriormente ajudaram a levar à sua queda.

Atentado e queda de Gotti

Quando Joh Gotti tornou-se chefe da Família Gambino, Vincent Gigante, chefe da Família Genovese, preparou um plano para o assassinar juntamente com Vittorio "Vic" Amusio, chefe da Família Luchese. Em 13 de Abril de 1986, a armadilha preparada para Gotti, vitimou seu subchefe Frank DeCicco enquanto este se dirigia para uma reunião com os caporegimes da Família. Segundo o plano de Gigante, uma bomba seria colocada no carro utilizado para reunião. Carro que ele pensava que estaria John Gotti e não DeCicco. Após a prisão de seu primeiro sucessor, Joseph Armone, Salvatore "Sammy The Bull" Gravano se tornou o novo sottocapo da Família.

John Gotti seria indiciado pela justiça pelo menos três vezes, sendo inocentado em todas. Mas a sorte de John teve fim, quando uma escuta foi plantada no local em que este costumava organizar suas reuniões, no discreto apartamento em Little Italy. Nas conversas, a polícia ouviu John organizando suas operações ilegais e reclamando sobre muitos de seus subordinados. Entre eles, "Sammy" Gravano, que temendo por sua integridade, tornou-se testemunha de acusação. Em Abril de 1992, sob o testemunho de Gravano, John Gotti e seu consiglieri Frank LoCascio foram condenados a prisão perpétua por diversos crimes. Depois da prisão de John Gotti, seu filho de mesmo nome, assumiu o posto de chefe no lugar do pai, que ainda comandava a organização da cadeia.
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No entanto, John "Junior" Gotti, como era chamado,
foi preso em 1999, sendo condenado a 77 meses de
prisão por extorsão.

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Funeral do Padrinho da Máfia, John Goti, da Família Gambino.

Em 2002, o velho John Gotti morreu na prisão, e o seu irmão Peter Gotti assumiu o comando por um tempo, antes de ser preso em 2003. Hoje em dia, a Família Gambino ainda controla operações em portos do Brooklyn e de Staten Island, infiltrados em sindicatos e associações trabalhistas. Diversas operações e investigações entre 2009 e 2010 mostram que a Família Gambino ainda está muito activa na cidade de Nova Iorque. Durante o ano de 2009, muitos membros importantes da organização foram libertados da prisão.
 
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Os Negócios da Máfia Americana

Após a proibição da venda de bebidas alcoólicas terem sido levantadas em 1933, a Máfia Ítalo-Americana volta a centrar-se nos sectores tradicionais:
- A extorsão no comércio, na construção civil e nos sindicatos.
- No jogo e na prostituição.
Entre outros negócios rentáveis, é no tráfico de drogas que reside a sua enorme força financeira. O controlo dos portos e das docas é um elemento essencial no tráfico. A influência dos casinos permitiu branquear enormes quantias de dinheiro anualmente. O atractivo do lucro também explica o interesse da Máfia Americana por Hollywood. É evidente na extorsão de artistas e produtores. Ao longo de décadas, a Máfia Americana teve lucros na ordem de milhares de milhões de dólares. Toda uma equipa corrupta constituída por contabilistas, advogados, correctores, trabalham para a organização do crime.

Esse poderio é possível graças a cumplicidade de políticos corruptos que até aceitaram dinheiro da Máfia para as suas campanhas eleitorais, como é o caso de alguns presidentes dos Estados Unidos. Sabe-se que Joseph Kennedy, pai de John Kennedy, era amigo de dois mafiosos, Sam Giancana de Chicago e Frank Costelo de Nova Iorque. Hoje parece certo que o pai de John Kennedy se aproveitou das relações para financiar as campanhas do seu filho para a presidência. Terá John Kennedy concordado com estas práticas? O mistério persiste.

Cosa Nostra estende a sua rede na Internet

Através dos tempos, a Máfia soube adaptar-se a novos tipos de negócios. Uma vasta investigação policial iniciada em 2001 provou que a Cosa Nostra se tinha infiltrado na Bolsa de Valores para fazer negócios chorudos. Mas as operações bolseiras exigem novas estratégias que os mafiosos não tardam a organizar: criação de sociedades fictícias supostamente em crescimento, introdução e posterior revenda das respectivas acções em alta, através de correctores corruptos. Em 1997, um negócio deste tipo lesou 10 milhões de pequenos accionistas. Por fim, temos um negócio florescente e lucrativo: a pornografia.
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Com efeito, a Máfia financia não só os filmes mas também a indústria do sexo, nomeadamente através da Internet. Estima-se que é impossível trabalhar nesta área de negócio sem ter contacto com a Cosa Nostra. A incursão na indústria do sexo na Internet permite assim à Máfia estar presente no mundo da alta tecnologia que criará as novas riquezas do futuro.
 

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A Máfia no Cinema

Entre inúmeros filmes sobre a Máfia realizados em Hollywood, a trilogia "O Padrinho" de Francis Ford Coppola, realizados no período de 1972, 1974 e 1990, respectivamente, aborda a saga da Cosa Nostra. A Máfia impõe-se assim no ecrã, porque a imagem de um país onde a violência e o sucesso financeiro de ex-repatriados decididos a enriquecer, são características da América.

Baseado no livro de Mário Puzo, o "Padrinho I" foi realizado em 1972 pelo realizador norte-americano Francis Ford Coppola (também ele descendente de italianos). Teve a participação de Marlon Brando como Padrinho da Máfia, Don Vito Andolini Corleone. Recebeu 10 Óscares.
[video=youtube_share;FUYslxFNMhk]http://youtu.be/FUYslxFNMhk[/video]
O filme "Padrinho I" conta a história da Família mafiosa Corleone, de 1945 até 1955. O American
Film Institute apontou o como o melhor filme de gângster de todos os tempos e o segundo melhor
filme da história na Lista dos melhores filmes norte-americanos.

O "Padrinho II" realizado em 1974 é uma sequência do primeiro filme de 1972, ambos com roteiro baseado no romance de Mário Puzo. Neste segundo filme, o Padrinho da Máfia é Michael Corleone, interpretado por Al Pacino. O jovem Vito Corleone é interpretado por Roberto de Niro. Recebeu 11 indicações ao Óscar, mas só ganhou em seis categorias, incluindo o melhor filme do ano. O filme foi considerado culturalmente, historicamente ou esteticamente significante e seleccionado pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, para ser preservado no National Film Registry.
[video=youtube_share;qJr92K_hKl0]http://youtu.be/qJr92K_hKl0[/video]
Na segunda parte da saga da família Corleone, que terminou em 1974, são contadas duas histórias
paralelas. Agora, Michael está mais maduro e ousado no controle da família, e os Corleones tentam
expandir seu império actuando na costa leste dos Estados Unidos. Paralelamente, o filme apresenta
toda a infância e a juventude de Vito Andolini, que mais tarde seria conhecido como Don Vito Corleone.

O "Padrinho III" foi realizado em 1990, também baseado no livro de Mário Puzo. Neste terceiro filme, Michael Corleone continua a ser o Padrinho da Máfia, tentando legalizar os seus negócios. No final do filme, Michael já velho, convida Vincent Mancini (interpretado por Andy Garcia), filho ilegítimo de Sonny Corleone, morto no primeiro filme.
[video=youtube;sQg21QwYxG8]https://www.youtube.com/watch?v=sQg21QwYxG8[/video]
Neste filme entra versões de conspiração que mistura eventos reais com ficção: a súbita morte do Papa
João Paulo I em 1978; e o escândalo do Banco Ambrosiano (1981-1982).
 
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Curiosidades da Máfia

A tabela de Preços do Whyos

No século XIX, o gangue nova-iorquino oferecia descaradamente um menu de acções violentas, com a indicação dos preços.

A lista incluía o seguinte:
- Esmurrar: 2 dólares;
- Os dois olhos negros: 4 dólares;
- Nariz e queixo partidos: 10 dólares;
- Pôr a vítima inconsciente (KO): 15 dólares;
- Cortar uma orelha: 15 dólares;
- Partir perna ou braço: 19 dólares;
- Tiro na perna: 25 dólares;
- Esfaqueamento: 25 dólares;
- O serviço completo (assassínio): 100 dólares.

Os Assassinos do Barril

Os primeiros mafiosos e terroristas da Mão Negra nos Estados Unidos viam-se com frequência livres das suas vítimas enfiando os corpos dentro dos barris em madeira e deixando-os em locais remotos ou no charco de água mais próxima. Em alguns casos, eram enviados de comboio barris selados, contendo corpos, para cidades distantes, sendo muitas vezes despachados para endereços fictícios. O último famoso assassinato do barril do submundo do crime ocorreu em 1976, quando o membro da Máfia John Rosselli foi morto, enfiado no tambor de petróleo e lançado à água na costa da Flórida. Esse assassínio impediu Rosselli de discutir os acordos entre a CIA e a Máfia com os investigadores do Senado norte-americano.

Tommy Gun: A Arma preferida dos Gângsteres

A Thompson foi inventada pelo Brigadeiro-General John T. Thompson e fabricada pela Auto-Ordnance Corporation. Era uma arma refinada de calibre 45, com coronha e empunhaduras de madeira e um acabamento de muita classe. Tal qual suas correspondentes MP40 (Alemanha) e Sten (Inglaterra) foi uma das primeiras submetralhadoras (pistolas-metralhadoras).
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A Thompson foi muito usada pelos gângsteres americanos na época da lei Seca,
e ficou eternizada como o símbolo de Al Capone. Era conhecida pela alcunha de
Tommy Gun.
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Durante a Lei Seca, os gângsteres usaram a Tommy Gun por ser de disparo rápido. Os atiradores e os jornalistas chamaram-na de Piano de Chicago, Máquina de Escrever ou Cutelo. A posse dessa metralhadora por civis não foi controlada até 1934, quando a lei Nacional Sobre Armas de Fogo passou a tributar, mas não baniu, a propriedade particular. A venda de novas metralhadoras a particulares foi finalmente proibida em 1987. Embora a lei dos Estados Unidos deixasse de fora as armas que tinham sido fabricadas anteriormente.

Murder Incorporated (Homicídio, S.A.)

Morte por encomenda

Quando o Sindicato Nacional do Crime foi organizado, no decurso de um série de reuniões que tiveram lugar entre 1929 e 1933, os seus dirigentes decidiram que deveria existir uma única unidade para se encarregar de todos os homicídios relevantes a nível nacional. Os patrões individuais manteriam a autoridade para os assassinatos locais, mas as execuções mais importantes seriam levadas a cabo por uma equipa especial de assassinos, mediante votação por maioria do conselho que dirigia o Sindicato.

A maioria dos assassinos eram gângsteres italianos e judeus de Brooklyn, de Brownsville, Leste de Nova Iorque e Oceano Colina. Além de levar a cabo o crime em Nova Iorque, também aceitavam contratos de assassinato de chefes da Máfia em todos os Estados Unidos. Algumas estimativas das actividades do grupo referem 1000 vítimas por todo o país durante a década de 1930. Os atiradores viajavam muito, confundindo assim as polícias locais. Recebiam um salário base e bónus de 1000 a 5000 dólares por cada homicídio.

Embora os mafiosos nunca tenham referido a designação Murder Incorporated, os jornalistas inventaram o nome depois de Reles se ter tornado informador para escapar a uma acusação de homicídio em 1940. O seu testemunho enviou vários atiradores contratados para a cadeira eléctrica, em Nova Iorque. Quanto a Reles, deu uma queda para a morte de uma janela do seu quarto de hotel, guardado pela polícia, em Coney Island, em 12 de Novembro de 1941. As autoridades declaram a morte como tendo sido acidental, mas fontes da Máfia afirmam que os próprios guardas tinham sido pagos para silenciarem Reles para sempre.
 

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Máfia Russa: Máfia Vermelha

O crime organizado russo teve as suas origens na Revolução Bolchevique de 1917. O advento do comunismo soviético criou um mercado negro para produtos de primeira necessidade e de luxo na Rússia a partir de 1917.

Enquanto os representantes soviéticos desde Lenine até Gorbachev, descreviam o Estado comunista da União Soviética como o paraíso dos trabalhadores livre de crime, a verdade é que as políticas desse regime proibiam a propriedade privada e o lucro, mas criaram uma economia subterrânea fornecida por gângsteres, tal como tinha acontecido nos Estados Unidos durante a Lei Seca de 1920-1933 em resultado da proibição de venda de álcool. Actualmente, a Máfia Russa é controlada tanto por mafiosos como por políticos corruptos.
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Em 1926, a polícia deteve Mikhail Florinsky, um diplomata russo veterano, por comprar uma máquina fotográfica roubada. Operava em Moscovo um grande mercado de ladrões sob o olhar atento da polícia, com rusgas periódicas para dar a impressão de que o sistema funcionava. Estaline utilizou os mafiosos russos como informadores, para denunciar supostos traidores em troca de autorização para roubar. A importação de drogas também foi um dos negócios da Máfia Russa, que era coberta pelos censores do regime perante o povo.

Com a consolidação do regime soviético, as autoridades soviéticas fundaram campos de trabalho forçado de segurança máxima, com o objectivo de punir quem fosse considerado inimigo do Estado. Estes campos ficaram conhecidos como Gulags, onde se formou uma elite criminal, dando origem à Máfia Russa moderna. Em 1941, com a invasão de Hitler à União Soviética, o governo necessitava de cada vez mais recrutas, e foi compensar a falta de reservistas com a convocação de prisioneiros, em troca da liberdade. Ao mesmo tempo que aspiravam pelo fim do cárcere, os prisioneiros também se viam no dilema de se aliar ao governo, o que seria um grave crime de traição dentro da organização criminal. Muitos dos prisioneiros optaram pela liberdade, e foram aos campos de batalha defender a bandeira da União Soviética.

A Guerra das Cadelas

As autoridades, contudo, não cumpriram o estabelecido, e enviaram os criminosos novamente para as prisões. Os heróis de guerra foram então confrontados pelos que não participaram da guerra, e foram apelidados "suki" (cadelas, em russo). Os suki, por outro lado, passaram a se organizar com o apoio dos oficiais, que além de privilegiarem os heróis de guerra, também viam na segregação entre os dois grupos um modo de limpar a prisão e diminuir o número dos que não participaram na guerra. A rixa entre as duas facções levou à Guerra das Cadelas, que tirou a vida de milhares de prisioneiros, sendo um dos principais argumentos na crítica ao sistema de Gulags. Em 1953, com a morte de Estaline, o novo líder soviético, Nikita Khrushchov, dissolveu os Gulags e enviou os prisioneiros mais perigosos para prisões comuns, encerrando a guerra interna, que todavia continuaria nas prisões, conhecidas como "colónias".

Piramida: A Máfia Soviética

Piramida, ou Piramida-1, citada como Pirâmide Vermelha, é o nome dado em 1991, pelos escritores Telman Gdlian e Evgueni Dodolev a uma organização soviética com características mafiosas, sendo mais conhecida na época como Máfia Vermelha. Esta sociedade criminosa agia no estrangeiro, praticamente em todas as nações que se alinhavam ao Ocidente, e principalmente nos Estados Unidos e no Reino Unido, em nome dos interesses do governo soviético desde os anos 1950, ainda que independente do país, e ganhou muita força durante os anos 1970, relacionando-se com as operações no estrangeiro do KGB. Com o passar do tempo, a Máfia Soviética, composta pelos "siloviki" (agentes da polícia, que aproveitando-se do poder, se aliaram à ordem criminal já existente), baseada nas reminiscências dos Gulags, criou uma filial no próprio território soviético, onde concentrava as suas operações, que envolviam o contrabando, o controle de grandes negócios privados estrangeiros, grandes assaltos, envolvimentos no tráfico de armas, pedras preciosas, participações em casinos, uso dos serviços secretos soviéticos a favor da organização, execuções de influentes criminosos, políticos, banqueiros e opositores, sabotagem e outros trabalhos sujos. Ao mesmo tempo que pode-se atribuir à Piramida a falência e limpeza de muitas organizações criminosas, também pode-se considerar o grande volume de sangue derramado por essa organização.

A organização deu origem ao livro "Pirâmide, a Máfia Soviética", dos investigadores Telman Gdlian e Evgueni Dodolev. A organização, que entrava em decadência no início dos anos 1980, desapareceu devido a perda de forças no final dos anos 1980, tendo boa parte do seu património sido usurpado pela máfia capitalista dos novos-ricos, na então recém-criada Máfia Organizatsiya (Máfia Russa), no início da década de 1990. Muitos oficiais do KGB, FSB e SVR ainda negam a existência do grupo, mesmo após os depoimentos de Gdlian e Dodolev.

Curiosidades:

Galina Brejnev, a filha do excêntrico presidente soviético Leonid Brejnev, participava da Máfia Piramida, sendo presa por contrabando de diamantes.

O líder da U.R.S.S., Leonid Brejnev viu seu nome envolvido nos quadros da Máfia Russa.
 
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O Poderio da Máfia Russa

Desde que a União Soviética desapareceu em 1991, a Máfia Russa foi a única instituição que funcionava na Rússia pós-comunista. Tornou-se a maior organização do mundo, controlando as 15 Repúblicas, cobrindo 11 fusos horários e um sexto da superfície terrestre do planeta.
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A Máfia Russa é a maior e a mais popular dos grupos criminosos que surgiram após a queda da União Soviética.
Mas existem outros grupos mafiosos que são os seguintes:
- Bratva (Os Chapas);
- Organizatsiya (A Organização);
- Vory v Zakone (Bandidos dentro da Lei).
A grande maioria destes grupos estão actualmente extintos.
Entre as organizações mafiosas russas mais conhecidas cita-se:
- Tambovskaia, de São Petersburgo;
- Os gangues de Balashikhinski, Orekhov e Solntsevo (todos de Moscovo);
- Uralmash, de Ecaterimburgo;
- Chetchenskaia, da Chechénia.
No plano internacional, os mais conhecidos grupos criminosos de origem russa são:
- O Círculo dos Irmãos, com actividades no Médio Oriente, África e América Latina;
- O Nevski, com actividades nos Estados Unidos;
- O Obtshak-Ühiskassa, aliado à Máfia da Finlândia.
Segundo o livro "Thieves' World: The Threat of the New Global Network of Organized Crime" da jornalista Claire Sterling, desde 1993 a Máfia Russa conseguiu unificar sob seu comando todas as máfias do mundo.

Enriquecidos pelo capitalismo e a liberdade para viajar após a queda da União Soviética, vários grupos mafiosos ex-soviéticos espalharam-se pelo mundo, procurando novas oportunidades e mercados para os seus serviços: arménios, azerbaijanos, chechenos, georgianos, ucranianos, etc. Actualmente, encontra-se criminosos com raízes russas pela Europa, América, Médio Oriente, África, Ásia, e nas nações das ilhas do Pacífico. Presentemente, as autoridades russas estimam em 100.000 a população de mafiosos confirmados do país, divididos por alguns 8000 gângsteres reconhecidos, com um número incerto de aliados de todas as posições sociais.

Ladrões por afinidade

Os mafiosos de origens russas descrevem-se como «vor v zakonye» (ladrões por afinidade), indicando fidelidade a um antigo código de conduta para criminosos. Embora o submundo da Rússia possa parecer caótico, a polícia local mantém que existe uma estrutura organizada, com o derradeiro poder a ser conferido a um "círculo de irmãos" composto por líderes da Máfia que vivem e trabalham de acordo com o código dos ladrões (pelo menos em teoria). Cada Família do crime é liderada por um Pakhan (Padrinho), subdividida em unidades lideradas por brigadeiros que supervisionam os Boyeviky (Soldados). A filiação em várias famílias está limitada por etnias e antecedentes criminosos (muitas vezes gravadas no corpo do criminoso com tatuagens).
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A estrutura paramilitar das organizações criminosas russas não é uma coincidência, dado que muitos membros de topo eram antigos oficiais da União Soviética e do KGB. Os antigos membros das forças especiais militares (Spetznaz) são especialmente apreciados pela organização criminosa. Também ingressavam na sociedade criminosa, atletas, em especial halterofilistas e praticantes de artes marciais, usados como os músculos da Máfia Russa. Circularam rumores de que os líderes da Máfia Russa recrutaram atiradores especiais olímpicos para determinados assassinatos de longa distância.

A Máfia Russa segue todas as vias de rendimento ilícito praticadas por outras organizações criminosas do mundo: jogo, prostituição, tráfico de narcóticos, extorsão, assassinatos contratados, furtos, e variadas formas de fraude. Mutos gangues estão profundamente submersos na venda de viaturas e armas (incluindo ogivas nucleares) saqueadas de arsenais militares nas várias antigas repúblicas soviéticas. O tráfico humano, em especial a venda de mulheres e crianças para escravatura sexual, é outra actividade criminosa popular entre os membros da Máfia Russa. A infiltração em negócios legais é outra fonte de rendimentos. Durante 1992-1994, a Máfia Russa cansada de efectuar depósitos limitados em bancos legítimos, decidiram comprar os bancos. Executivos legítimos que resistiram aos mafiosos foram assassinados.

O impacto da Máfia Russa na Rússia pós-soviética tem sido catastrófico:
- Tiroteios em Moscovo tiraram uma média de 10.000 vidas por ano;
- As empresas estrangeiras pagam à Máfia Russa 20% dos lucros anuais para protecção;
- A corrupção, ineficiência e negligência da polícia geraram uma indústria de segurança pessoal florescente: 25.000 empresas com alguns 800.000 empregados.
- Homens de negócios que desafiaram a Máfia Russa e perderam a vida ou ficaram feridos.
Nos Estados Unidos, os mafiosos russos instalaram quartéis-generais em Brighton Beach, em Nova Iorque (conhecida por «pequena Odessa») e em Miami, na Flórida.
 

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Oligarcas Russos

Após o colapso da União Soviética, surgiu uma nova classe: os oligarcas russos, um pequeno grupo de homens de negócios que adquiriu uma enorme riqueza, influência política e o controle dos meios de comunicação social, em várias antigas repúblicas soviéticas.

Os oligarcas ganharam destaque em 1992, explorando o mercado que emergiu do caos com o colapso do país devido aos seus problemas económicos, quando uma equipa de jovens reformadores liderados por Anatoly Chubais começou a criar as bases de uma economia capitalista na Rússia. Em 1993, o governo fez uma distribuição de cheques no valor de mil rublos para que a população em geral comprasse acções de companhias estatais, com o objectivo de incentivar a iniciativa privada. Contudo, os cidadãos comuns e pouco acostumados com o sistema capitalista, não sabiam onde e como aplicar os cheques, e em meio à ânsia de obter qualquer valor monetário que fosse para se livrar da pobreza, os vendiam para compradores a um preço muito menor do que os das acções. Isso resultou na falência do plano de cheques e na consequente compra de acções por parte de uma camada privilegiada da população, os oligarcas, enquanto a grande maioria do povo empobrecia.
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A Máfia Russa ficou conhecida pelas operações e transacções obscuras, pelo seu forte poder bélico e por sua facilidade em driblar os sistemas de leis do país. Inclusive, os chefes da Máfia costumavam, no seu ápice, nos anos 1990, ter assombrosa influência na legislação do país, contestando as leis que fossem contra seus negócios, fazendo jus ao apelido de "Vory v Zakone" (Bandidos dentro da Lei). A corrupção gerada pelas organizações era tanta que os criminosos chegavam até mesmo a manipular e empregar o próprio presidente russo, Boris Ieltsin, para obter benefícios, em troca de favores e apoio ao cargo. As organizações criminosas russas tinham tanto poder no país nesse tempo que não era raro encontrar pessoas comuns e de baixa renda que realizassem serviços para elas. O governo da época via este processo como um mal menor, comparado com o peso no orçamento das indústrias subsidiadas e ao défice do Estado. Houve também guerras entre os oligarcas, na disputa pelas melhores fatias do bolo estatal. Um pequeno grupo de empresários adquiriu quase metade de todos os activos financeiros da Rússia.

Entre os pioneiros, o mais rico é Boris Berezovsky "O Cardeal Cinzento" do Kremlin, que começou seu império empresarial com um negócio que lhe garantia direitos exclusivos na venda de carros Lada. Era próximo a Yeltsin, agindo como coordenador do grupo de conselheiros do ex-presidente. Beneficiou com a liberalização económica pós-soviética, tornando-se imensamente rico e influente.
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Boris Abramovich Berezovsky (1946-2013), o "Cardeal Cinzento" do Kremlin.

Os oligarcas chegaram ao seu auge em 1996, durante o governo de Boris Yeltsin, quando os grandes empresários, além da sua força económica, começaram a ter também enorme poder político. Na época, a parcela dos meios de comunicação social da Rússia em poder do sector privado era controlada por dois oligarcas, Berezovsky e Vladimir Gusinsky. Para eles, era essencial que Yeltsin continuasse presidente e portanto investiram fortemente na sua reeleição.

Queda da Máfia Russa

Com a chegada do presidente Vladimir Putin em 2000, e sua consolidação no cargo, a Máfia Russa entrou em crise. Putin reuniu em si uma força poderosa de apoiantes que puderam fazer frente à Máfia Russa. Eleito em 2000, e depois reeleito em 2004, Putin combateu os oligarcas ligados à Máfia Russa. Foram investigados e alguns foram presos sob acusações de roubar propriedades do Estado em 1994. Boris Berezovsky "O Cardeal Cinzento" do Kremlin, e Vladimir Gusinsky foram forçados a se exilar em Londres e em Israel, respectivamente. Posteriormente, a crise económica de 2008 também não poupou os oligarcas russos, mesmo aqueles mais próximos de Putin.

Com a eliminação de diversos oligarcas e agentes corruptos da polícia, a Máfia Russa perde os seus contactos internos. Oligarcas como Roman Abramovich, Boris Berezovsky, Alexander Litvinenko, Mikhail Khodorkoovski, Mikhail Prokhrov, entre outros, transferiram as suas actividades para o estrangeiro, principalmente no Reino Unido.

Mikhail Boríssovitch Khodorkóvski nascido em 26 de Junho de 1963, empresário e magnata russo, foi proprietário da petrolífera Yukos.
Em 2003, Khodorkóvski foi condenado a 10 anos de prisão por corrupção, fraude, sonegação de impostos e evasão de divisas.
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Khodorkóvski começou a carreira como militante activo do Komsomol (Juventude Comunista) e se beneficiou com as reformas pró-capitalistas e neoliberais de Gorbatchov e Iéltsin nos anos 1990. Assim, tornou-se um dos mais importantes membros da nova oligarquia de empresários formada repentinamente no seu país. Através de investimentos na companhia de petróleo Yukos e suas subsidiárias, Khodorkóvski chegou a ser o principal rival do poder estabelecido no Kremlin e várias vezes especulou-se que o empresário seria candidato à presidência contra Vladimir Putin. Este grande poder económico e político incomodou o governo russo, que passou a ser severo com as empresas de Khodorkóvski.

Em 2003, a Justiça cobrou todos os impostos atrasados e sonegados da Yukos, levando a companhia à concordata. Mesmo assim, em 2004, Khodorkóvski foi considerado o homem mais rico da Rússia e o 16º rico do mundo. Até ser preso, era considerado um dos mais poderosos oligarcas da Rússia. Em Dezembro de 2013, após dez anos, o governo da Rússia o amnistiou.

Roman Arkadyevich Abramovich, nascido em 24 de Outubro de 1966, bilionário russo, é dono do famoso clube inglês de futebol Chelsea.
Abramovich ocupa a 68° posição no ranking das pessoas mais ricas do planeta, segundo a Revista Forbes1 com 12.1 biliões de dólares.
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Roman Abramovich, bilionário russo, dono do Clube inglês de Futebol Chelsea.
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Abramovich também é proprietário de um iate de 120 metros e de um Boeing
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CSKA Moscovo.

Abramovich é acusado na justiça russa de desvio de centenas de milhões de rublos em impostos. Não sofreu o destino de Berezovski, entre outras coisas por gozar de imunidade, na qualidade de ex-governador de Chukotka - um distrito gelado da Rússia - embora a Câmara de Auditoria, órgão do governo russo, o acuse de desvios de dinheiro durante seu mandato. Abramovich confessou ter pago biliões de dólares para favores políticos e protecções honorárias em troca do controle da riqueza mineral no processo de privatização do Estado soviético. Ele subornou os velhos oligarcas em troca de uma grande quota do petróleo da Rússia e activos de alumínio.

Abramovich foi acusado pelo jornal francês Le Monde, de estar envolvido no contrabando de diamantes de Angola. E o jornal inglês The Times revelou que parte do empréstimo de 4,8 biliões de dólares do FMI à Rússia, durante a crise financeira de 1998, foi desviada pelo então presidente Ieltsin para a Suíça, onde ficou sob o controle da Runicom, empresa de Abramovich, que passou a ser cobrada judicialmente pelo Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento por uma dívida de 14 milhões de dólares.

Com as falências de muitas de suas associações na Federação Russa, as principais lideranças da Máfia Russa seguiram outros caminhos: optaram por outras actividades semelhantes ou para actividades lícitas; ou então para a prisão. O ano de 2007 foi considerado o ano da ruína da Máfia Russa. Mas muitos acreditam que apesar da queda da Máfia Russa, a própria Rússia ainda é assombrada por organizações mafiosas, originárias do combate aos antigos grupos, devido ao poder que se conquistou durante aquele período. Para estes, esta Máfia é dirigida pelo mais importante político russo Vladimir Putin.

 

mjtc

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Negócios da Máfia Russa

Máfia Russa na América

O aparecimento da Máfia Russa nos Estados Unidos foi durante muito tempo ignorado. Um pequeno grupo de bandidos russos andava a roubar aos cobradores de impostos cerca de 3 biliões de dólares por ano em gasolina ilegal na altura em que foram apanhados em 1986.


O seu chefe, um verdadeiro filho do Mundo dos Ladrões, Marat Balagula, tinha feito fortuna na antiga União Soviética, na era Brejnev. Tinha sido um grande vendedor do mercado negro. Atraído pelo capitalismo americano, emigrou para os Estados Unidos em 1977, como refugiado político. Tornou-se conselheiro de Evsei Agron, patrão reinante da Organizatsyia em Brighton Beach, Brooklyn, em Nova Iorque. Brighton Beach era conhecida por "Pequena Odessa", devido à presença de imigrantes russos e ucranianos, bem como judeus.

Agron, um ex-condenado soviético que andava sempre com um agulhão de gado para manter os seus súbditos na ordem, tinha um bando activo de 500 ladrões. O seu rendimento, devido a depósitos forçados, fogo posto, conto do vigário, falsificação, roubo, assalto à mão armada, jogo, prostituição, fraude, contrabando, tráfico de drogas, tráfico de armas, assassínios por encomenda, aproximava-se de 100 milhões de dólares por ano em meados dos anos 80.
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Gangues russos associados de forma livre com o gangue de Agron, estava a fazer o mesmo em Los Angeles, São Francisco, Filadélfia, Chicago, Dallas, Miami, Boston, entre muitas cidades dos Estados Unidos e Canadá. Um agente do FBI considerou os gangues russos como os mais brutais, desumanos e assustadores criminosos que a América jamais vira. Antes de atingirem os Estados Unidos, estes mafiosos russos tinham estabelecido contactos com a Máfia Italiana, que lhes disse a quem procurar. Em 1985, Evsei Agron foi morto a tiro, deixando o seu lugar para Marat Balagula.
 

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Evsei Agron: O Pequeno Don

Nascido em 1932 em Leningrado (actual São Petersburgo), na Rússia, Evsei Agron passou sete anos numa prisão russa por homicídio. Teve autorização para abandonar a União Soviética em 1971. Primeiro viajou até Hamburgo, na Alemanha, onde geriu uma rede de bordéis e casas de jogos ilegais. Em Outubro de 1975, emigrou para Brighton Beach, em Nova Iorque, onde o precedia uma reputação como membro impiedoso da Máfia Vermelha.
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O negócio de extorsão de Agron imitava as tácticas da Mão Negra dos imigrantes italianos do século XIX, tendo como alvo os imigrantes russos, exigindo dinheiro sob ameaças de morte. Houve um caso em que recebeu 15.000 dólares de um imigrante russo depois de ameaçar assassinar a filha da vítima no dia do casamento. Caso a personalidade violenta de Agron não fosse suficientemente intimidatória para a vítima, tinha o apoio dos irmãos Nayfeld, Benjamin e Boris. Benjamin esfaqueou uma vez um homem até à morte em Brighton Beach, perante múltiplas testemunhas, por insultar a namorada de Nayfeld. No entanto, apesar da violência feroz e das ligações à Família Genovesa, mesmo assim Agron tinha inimigos dispostos a enfrentá-lo.

Agron foi assassinado em Maio de 1985, enquanto esperava pelo elevador no 6º andar do seu prédio. No início da manhã foi baleado por um pistoleiro na parte de trás da cabeça. Antes de seu assassinato, houve duas outras tentativas de assassina-lo, nas quais ele fora ferido. A primeira tentativa foi em Brighton na praia e a segunda foi na garagem do seu prédio no dia de seu aniversário.
 

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Golpe do Imposto da Gasolina

Com a morte de Evsei Agron, sucedeu-lhe o judeu russo Marat Balagula, em 1985, em Brighton Beach. Balagula era mais criativo e letrado, do que o seu antecessor, e tinha uma licenciatura em Economia. Jim Moody, do FBI observou: «John Gotti da Máfia Americana, não tem gente com educação universitária. Nem oficiais militares treinados como a Máfia Russa tem».
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Por essa altura, Balagula e a sua gente tinham estado a trabalhar o golpe dos impostos da gasolina desde havia vários anos, com a Cosa Nostra a fornecer-lhes cobertura. O acordo tinha sido negociado em Long Island em 1982, com um capitão da Família Colombo, Michael "Filhinho" Franzese, e o seu associado, Larry Iorizzo. Os italo-americanos acharam que os russos eram bons tipos, não muito gananciosos, fiáveis e inocentes. Por isso fizeram o acordo. Os russos davam um quinhão aos italo-americanos, e estes por sua vez dava-lhes segurança e ainda a custódia de polícias corruptos. Os russos estavam a pagar uma «taxa de família» às Famílias Gambino, Lucchese, Colombo e Genovese, de Nova Iorque.

O imposto da gasolina já tinha sido trabalhado numa versão rudimentar em Baku, no Azerbaijão, com a Máfia Russa do petróleo. As bombas de combustíveis na cidade de Baku vendiam a gasolina a dinheiro que não era registado. Na América, os russos desenvolveram um modelo muito mais sofisticado, conhecido por «cadeia dos malmequeres». De concepção simples, o esquema repousava sobre o facto de a lei exigir que os impostos sobre a gasolina fossem pagos, não no terminal de venda por grosso, mas na bomba. A cadeia de malmequeres consistia em numerosas companhias fictícias que começavam no terminal de venda por grosso (frequentemente na América do Sul ou em África), passando a gasolina de umas para as outras em falsas operações de papéis, até que o rasto era perdido. A companhia fantoche no final da linha vendia então a gasolina aos retalhistas com um desconto, com recibos de impostos falsificados. Ao primeiro sinal de aproximação de um inspector de impostos, a companhia fantoche levantava o acampamento e mudava-se.

Nunca ninguém nos Estados Unidos tinha inventado um esquema tão impecável de fazer dinheiro. Os retalhistas de gasolina, perante uma concorrência redutora de preços, eram forçados ou a seguir com aquilo ou a ir-se abaixo. Até mesmo a gigantesca Getty Oil entrou nisso. Inúmeras outras alinharam quando o esquema se espalhou de Nova Iorque para o resto da costa leste e para a costa ocidental. O governo federal estava a perder 1 bilião de dólares por ano, e os governos dos Estados Federais estavam a perder outros 2 biliões de dólares. Quatro Famílias da Cosa Nostra de Nova Iorque estavam a receber mais de 40 milhões de dólares por ano sem mexerem um dedo. Os russos estavam a enviar centenas de milhões para lavagem no Panamá, Áustria e Rússia. Estavam a planear comprar terminais petrolíferos baratos e contínuos, quando o longo braço da lei os atingiu.

A descoberta do esquema não acabou com ele. Balagula foi apanhado no Aeroporto de Francoforte em 1989, depois de ter visitado 36 países como fugitivo. As autoridades dos Estados Unidos foram lentas a ver mais alguma coisa do que apenas um tipo com uma ideia brilhante por detrás do esquema da gasolina. Ainda em 1989, a Subcomissão do Senado sobre as investigações não incluía a Máfia Russa na lista de grupos criminosos não tradicionais, como era o caso de bandos armados jamaicanos e os gangues americanos Bloods e Crips. Por essa altura, a Máfia Russa estava envolvida em casos de moedas falsas, ícones falsificados, jóias Fabergé antigas falsas, cartões de crédito American Express e cheques bancários Citibank fabricados, roubos a nível nacional, apropriação de jóias e uma multidão de outros esquemas.

O seu esquema de 1 bilião de dólares na Califórnia, em 1991, foi a maior fraude nos seguros de saúde da história dos Estados Unidos. Uma falsa clínica médica foi usada como cobertura da operação em Los Angeles, atraindo os pacientes para centros de diagnósticos móveis por meio da promessa de observações gerais grátis, persuadindo-os a assinarem as suas reclamações de seguros e cobrando às companhias de seguros de 8000 a 10.000 dólares por paciente. Umas 1400 companhias de seguros pagaram com base em reclamações falsificadas. As companhias estavam a ser tão penalizadas que os prémios do seguro de saúde subiram em toda a Califórnia. O pequeno grupo autor do golpe era constituído por David Shmushkevich de Brighton Beach, e a sua amante, dois médicos, um advogado e cinco outros. Só Shumushkevich foi acusado de 175 casos de fraude postal, lavagem de dinheiro, banditismo e conspiração, pelos quais enfrentou 1980 anos de prisão.
 

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O Golpe do Rublo

Em 1990, surgiram vestígios de um tráfico de rublos aparentemente sem sentido, na América e na Europa. O rublo ainda não era uma moeda convertível. Ainda existia a União Soviética. O seu poder de compra era zero no Ocidente e virtualmente zero na União Soviética, onde dificilmente podia-se comprar alguma coisa com essa moeda. Exportá-lo era proibido. Não obstante, foram avistados remessas maciças de rublos em dinheiro, na Polónia, Alemanha, Holanda, Bélgica, França e Itália. Chegavam comboios e camiões cheios de rublos. A moeda russa era remetida por contentores de avião. Dezenas desses contentores foram enviados por via aérea para Zurique, e depois entregues a clientes por camião.
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Um sólido banco de investimentos europeu ofereceu a um investidor americano 1 bilião de dólares em rublos com cartas oficiais a garantirem a sua reentrada no mercado soviético. Vários sinais sugerem um intenso interesse criminoso neste tráfico. Particularmente, a Máfia Siciliana foi descoberta a investir fortemente em rublos; o mesmo fazia os cartéis da cocaína da Colômbia. Em Belinzona, na Suíça, nos finais de 1990, um agente secreto dos narcóticos foi abordado por um notório traficante de heroína turco, Hamza Türkeresin, que tentava vender rublos que enchiam um contentor de cargas. Türkeresin era o homem de mão em Milão da Máfia Turca de Istambul, procurado na Suíça por causa de um carregamento de 100 kg de heroína apanhado a caminho de Itália. Nessa ocasião, movimentava cocaína na Europa para o cartel de Medelim, de Pablo Escobar. Mais estreitamente trabalhava com o famoso traficante de drogas italiano Santo Pasquale Morabito. Morabito é uma das mais poderosas famílias do submundo de Calábria. Morabito que também trabalhava a partir de Milão dirigia uma poderosa Família da Máfia na Catânia, e uma extensão N`drangheta na Calábria. Em 1990, Morabito comprou cerca de 70 biliões de rublos em dinheiro (no valor de 4 milhões de dólares no mercado negro), esperando conseguir lucro revendendo-os em troca de moeda forte.

Em Genebra, o juiz Jean-Pierre Trembley ordenou a prisão de cinco homens que representavam um fugitivo alemão, Andreas Behrens, procurado por lavar vários milhões de narcodólares, através do Canadá, para Pablo Escobar. Eram cambiadores de dinheiro, um colombiano, um alemão e três argentinos, que se tinham encontrado no Hotel Century, em Genebra, tentando trocar um lote dos 70 biliões de rublos de Morabito por 4,6 biliões de dólares, cerca de 15 vezes menos que a taxa comercial oficial da Rússia, de 1 rublo por 1,20 dólares. O juiz Trambley não conseguiu localizar os rublos, deixados no contentor em Brinks, na Holanda. Por esse motivo, libertou os suspeitos.

Mas o juiz Trembley ficou impressionado com o caso, e disse: «Eu não podia acreditar que alguém no seu juízo perfeito quisesse trocar narcodólares por rublos que ninguém podia gastar».

No entanto, grandes trocas estavam a ser feitas por homens que eram tudo menos atrasados mentais. Pouco antes de o negócio dos rublos de Morabito ser descoberto na Suíça, um camião TIR atafulhado de rublos foi detectado a viajar através do Norte de Itália. Sabe-se apenas que a embaixada soviética estava envolvida no negócio. Uma vasta organização criminosa dedicada principalmente a actividades financeiras ilícitas em território italiano e no estrangeiro, estava a operar em ligação com grupos da Máfia em Palermo, Catânia e Trapani, lavando o dinheiro das Famílias da Máfia e convertendo em rublos o seu capital, através de bancos suíços.

Descobriu-se depois que a Máfia roubava os cheques e fazia a sua lavagem transformando-os em dólares, que por sua vez eram depositados nos bancos suíços. A seguir os bancos suíços convertiam os dólares em rublos russos, e depois os rublos transformavam-se em certificados para rublos de ouro, que seriam usados para comprar dólares, armas e drogas, em Miami, na Flórida. Os rublos de ouro soviéticos eram moeda legal no estrangeiro, garantidos pelo Banco Central Soviético para uso comercial, livremente cambiáveis ao câmbio oficial de 1,2 dólares por rublo. Falsificar os papéis para transformar o rublo comum em rublo de ouro era arriscado, mas possível com a conivência do lado russo. E a Máfia Russa era perita nisso.
 

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Máfias da Ásia

Na Ásia situa-se os sindicatos do crime mais antigos do mundo. Estabelecidos primeiramente por motivos políticos e religiosos, aprenderam novas lições com a invasão dos europeus e norte-americanos, e hoje ultrapassa-os em força numérica, rendimentos iniciais e pura selvajaria.
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Máfia Chinesa: Sociedade das Tríades

As sociedades das Tríades tiveram a sua origem em meados do século XVII, quando a dinastia Ming (1368-1644), perdeu a sua luta na expulsão dos invasores oriundos da Manchúria. O último imperador Ming matou-se em 1644. A partir daí, a China foi governada pela dinastia Manchu ou Ching, durante 268 anos, até 1911.

Tradicionalmente, o novo recruta cumpria 36 juramentos de sangue durante uma cerimónia de iniciação. Os iniciados juram ser leais à sociedade e aos seus irmãos e nunca divulgarem os segredos da organização. Uma das penas por quebra dos juramentos é a morte por "miríades de espadas". O 36º juramento resume os objectivos das Tríades: «Serei leal e farei todos os esforços para destruir a dinastia Ch`ing (Manchu) e restaurar a dinastia Ming, ao coordenar os meus esforços com os dos meus irmãos de espadas». Os juramentos caíram no esquecimento, quando em 1911, os revolucionários liderados por Sun Yat-sem derrubaram finalmente a dinastia Manchu. Com Sun como primeiro presidente da China, as Tríades deveriam ter terminado, pois o seu objectivo principal estava cumprido. Mas fortalecidos por séculos de guerras, conspiração e banditismo, os membros das Tríades tornaram-se simples gângsteres. Quando os donativos públicos acabaram, as Tríades juntaram extorsão as suas actividades criminosas.
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Com o tempo, vários membros das Tríades deslocaram-se da China para novas terras, levando com eles as tradições e a corrupção. A cidade de Hong Kong foi a primeira paragem, ainda hoje infestada por cerca de 57 grupos Tríades rivais. Embora as autoridades chinesas insistem que apenas 15 a 20 gangues das Tríades estão activas. Estima-se que na década de 1950, havia cerca de 300.000 membros da Tríade em Hong Kong. Daí partiram para Macau, e depois invadiram a Malásia, Singapura, Vietname, e içaram as suas bandeiras nas Chinatowns das cidades espalhadas pela Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Estados Unidos, África do Sul, e até na Europa.

Chinatown

As Chinatowns são grandes comunidades chinesas espalhadas principalmente na América do Norte, tanto no Canadá como nos Estados Unidos. Na Europa, as principais Chinatowns situam-se em Amesterdão, na Holanda, e em Londres, na Inglaterra. As primeiras Chinatowns foram criadas no século XIX, no Canadá e Estados Unidos, como resultado de leis discriminatórias que proibiam a venda de terra aos chineses. Como tal, ficaram restritos a uma determinada área da cidade, isolando-os de outras comunidades.
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Chinatown, São Francisco, Califórnia (E.U.A.).

Em Paris, a Chinatown foi criada durante a Primeira Guerra Mundial como uma forma de substituir os trabalhadores franceses que lutavam na guerra. Na Inglaterra, as Chinatowns não se concentram apenas no bairro, mas em várias regiões da cidade, principalmente em áreas comerciais.

Os maiores grupos de Tríades são os seguintes:
- O 14K (Nome com origem nos 14 Karat Gold (ouro Karat), lançado nos anos 40 como uma guerrilha anticomunista);
- Sun Yeet On (A maior Tríade de Hong Kong);
- Wo Group (A mais velha de Hong Kong, criada em 1939, com 9 facções participantes).
A revolução comunista da China em 1949 representou um potencial desastre para as Tríades, apesar de Hong Kong continuar sob domínio britânico até 1997. Entretanto, muitos gângsteres foram para Taiwan (antiga Formosa), que era liderada pelo General Chiang Kai-shek (membro das Tríades).

Armas das Tríades

Embora s Tríades modernas não evitam as armas modernas, continuam a usar as armas tradicionais, como o cutelo e a catana (faca para melancia). A execução dos traidores é cumprida, sempre que possível, por lingchi (a morte dos mil cortes) ou sendo enterrados vivos. Para pequenas disputas, os membros da Tríade preferem lutas numa rua pública até a polícia chegar e separar os combatentes. Armas e explosivos estão reservados para batalhas com forasteiros, como em muitas lutas territoriais entre as Tríades e a Máfia, ou contra gângsteres nativos estabelecidos na Europa, especialmente no Reino Unido, ou mesmo nas Filipinas.

As actividades criminosas das Tríades

As Tríades envolvem-se actualmente numa variedade de crimes, como extorsão, lavagem de dinheiro para o tráfico de drogas e prostituição. Estão também envolvidos no contrabando e falsificação de produtos, tais como música, vídeo e software, bem como bens mais tangíveis, tais como roupas, relógios e dinheiro.
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As Tríades dedicam-se à falsificação desde a década de 1880. Entre os anos 1960 e 1970, as Tríades estavam envolvidos em falsificação de moedas. Na mesma década, os gangues chineses também estiveram envolvidos em falsificação de livros, geralmente caros, e vendia-os no mercado negro. Com o advento de novas tecnologias as Tríades evoluíram para a produção de mercadorias de contrafacção, tais como relógios, CD de música e filmes em DVD, roupas e bolsas de marca.

Fraude dos cuidados de saúde

Em 2012, no Japão, quatro membros das Tríades foram apanhados a realizar operações relativas a fraude de cuidados de saúde.
 
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Os Rituais e Códigos de Conduta

Iniciação

Semelhante à Máfia Siciliana ou a Japonesa Yakuza, os membros da Tríade são sujeitos a cerimónias iniciáticas.

A cerimónia iniciática ocorre no altar dedicado a Guan Yu (general que serviu o senhor da guerra Liu Bei, no final da dinastia Han Oriental), com incenso e um sacrifício de animal (geralmente frango, porco ou cabra). Depois de beber uma mistura de vinho e sangue do animal, o membro irá passar por baixo de um arco de espadas enquanto recita juramentos da Tríade. O papel em que os juramentos são escritos será queimado sobre o altar para confirmar a obrigação do usuário para poder exercer as suas funções aos Deuses. Três dedos na mão esquerda, será levantado como um gesto de ligação.

36 Juramentos

A Triade iniciado é obrigado a aderir a "36 juramentos":

Depois de ter inserido os portões, Hung I deve tratar os pais e parentes de meus irmãos jurados como a minha própria família. Vou sofrer a morte de cinco raios, se eu não manter esse juramento.

Vou ajudar meus irmãos jurados para enterrar seus pais e irmãos, oferecendo assistência financeira ou física. Devo ser morto por cinco raios se eu fingir que não tenho conhecimento de seus problemas.

Quando os irmãos Hung visitarem a minha casa, vou dar-lhes alimentação e alojamento. Devo ser morto por miríades de facas se eu tratar os meus irmãos como estranhos.

Eu sempre vou reconhecer os meus irmãos Hung quando eles se identificam. Se eu ignorá-los vou ser morto por miríades de espadas.

Eu não devo divulgar os segredos da família Hung, nem mesmo para os meus pais, irmãos ou esposa. Eu nunca devo divulgar os segredos por dinheiro. Eu vou ser morto por miríades de espadas se eu fizer isso.

Nunca vou trair meus irmãos jurados. Se por um mal-entendido, eu causei a prisão de um dos meus irmãos eu devo libertá-lo imediatamente. Se eu quebrar este juramento vou ser morto por cinco raios.

Vou oferecer assistência financeira aos irmãos jurados que estão com problemas, a fim de que eles podem pagar a sua taxa de passagem, etc. Se eu quebrar este juramento vou ser morto por cinco raios.

Eu nunca devo causar danos ou trazer problemas para os meus irmãos jurados ou ao Mestre do incenso. Se eu fizer isso vou ser morto por miríades de espadas.

Eu nunca devo cometer agressões indecentes sobre as esposas, irmãs ou filhas, dos meus irmãos jurados. Devo ser morto por cinco raios se eu quebrar este juramento.

Eu nunca devo desviar dinheiro ou bens de meus irmãos jurados. Se eu quebrar este juramento vou ser morto por miríades de espadas.

Eu vou cuidar bem das esposas ou filhos de irmãos jurados confiados à minha guarda. Senão vou ser morto por cinco raios.

Se eu tiver fornecido informações falsas sobre mim com o propósito de unir a Família Hung I devo ser morto por cinco raios.

Se eu mudar minha mente e negar a minha adesão à Família Hung I serei morto por miríades de espadas.

Se eu roubar um irmão jurado ou ajudar uma pessoa de fora a fazer isso, eu vou ser morto por cinco raios.

Se eu tirar vantagem de um irmão jurado ou forçar promoções comerciais desleais com ele, eu vou ser morto por miríades de espadas.

Se eu conscientemente converter dinheiro ou bens do meu irmão jurado para meu próprio uso, devo ser morto por cinco raios.

Se eu tomar indevidamente dinheiro ou a propriedade de um irmão jurado durante um assalto, devo devolvê-los a ele. Senão vou ser morto por cinco raios.

Se eu for preso depois de cometer um delito, devo aceitar o meu castigo e não tentar colocar a culpa nos meus irmãos jurados. Se eu fizer isso vou ser morto por cinco raios.

Se algum dos meus irmãos jurados são mortos ou presos, ou já partiram para algum outro lugar, eu vou ajudar suas esposas e crianças que podem ter necessidades. Se eu fingir que não tenho conhecimento de suas dificuldades serei morto por cinco raios.

Quando um dos meus irmãos jurados for assaltados ou culpado por outros, eu tenho que vir para a frente e ajudá-lo se ele está certo ou aconselhá-lo a desistir se ele está errado. Se ele tem sido repetidamente insultado por outros que devem informar os nossos outros irmãos e organizar para ajudá-lo fisicamente ou financeiramente. Se eu não cumprir este juramento vou ser morto por cinco raios.

Se eu tiver conhecimento que o Governo está a procurar qualquer um dos meus irmãos jurados que vêm de outras províncias ou do exterior, eu devo informá-lo imediatamente, a fim de que ele pode fazer a sua fuga. Se eu quebrar este juramento vou ser morto por cinco raios.

Eu não devo conspirar com pessoas de fora para enganar meus irmãos jurados no jogo. Se eu fizer isso vou ser morto por miríades de espadas.

Eu não devo provocar a discórdia entre os meus irmãos jurados, espalhando falsos boatos sobre qualquer um deles. Se eu fizer isso vou ser morto por miríades de espadas.

Não vou nomear-me como Mestre do incenso sem autoridade. Depois de introduzir os portões Hung por três anos, os leais e fiéis podem ser promovidos pelo Mestre Incenso com o apoio de seus irmãos jurados. Devo ser morto por cinco raios se eu fizer alguma promoção não autorizada.

Se meus irmãos naturais estão envolvidos em alguma disputa ou acção judicial com os meus irmãos jurados não devo ajudar qualquer uma das partes contra a outra, mas deve tentar que o assunto seja resolvido amigavelmente. Se eu quebrar este juramento vou ser morto por cinco raios.

Depois de introduzir os portões Hung, devo esquecer quaisquer ressentimentos anteriores para que possa ser suportado pelos meus irmãos jurados. Se eu não fizer isso vou ser morto por cinco raios.

Eu não devo invadir sobre o território ocupado pelos meus irmãos jurados. Devo ser morto por cinco raios se eu fingir que não tenho conhecimento dos direitos dos meus irmãos em tais assuntos.

Eu não devo cobiçar quaisquer bens ou dinheiro obtido por meus irmãos jurados. Se eu tiver essas ideias, vou ser morto.

Eu não devo revelar qualquer endereço onde os meus irmãos jurados mantêm seus bens, nem devo conspirar para fazer mau uso de tais conhecimentos. Se eu fizer isso vou ser morto por miríades de espadas.

Eu não devo dar apoio a pessoas de fora, se fizer é contra os interesses de qualquer dos meus irmãos jurados. Se eu não cumprir este juramento vou ser morto por miríades de espadas.

Eu não devo tirar proveito da Irmandade Hung para oprimir ou aproveitar violento ou irracional dos outros. Tenho que me contentar e ser honesto. Se eu quebrar este juramento vou ser morto por cinco raios.

Devo ser morto por cinco raios se eu comportar indecentemente para com as crianças de pequenas de famílias dos meus irmãos juramentados.

Se algum dos meus irmãos jurados cometeu uma grande ofensa não devo informar sobre eles ao Governo para efeitos de obtenção de uma recompensa. Devo ser morto por cinco raios se eu quebrar este juramento.

Não deve tomar a mim mesmo as esposas e concubinas de meus irmãos jurados, nem cometer adultério com eles. Se eu fizer isso vou ser morto por miríades de espadas.

Nunca devo revelar segredos ou sinais Hung ao falar com estranhos. Se eu fizer isso vou ser morto por miríades de espadas.

Depois de entrar nos portões Hung, serei leal e fiel e envidarei esforços para derrubar Ch'ing e restaurar Ming, por coordenar os meus esforços com os dos meus irmãos juramentados, mesmo que meus irmãos e eu não podem estar nas mesmas profissões. Nosso objectivo comum é para vingar nossos Cinco Ancestrais.
 

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Estrutura Organizacional Tradicional das Tríades

As Tríades usam códigos numéricos para distinguir entre classes e posições dentro do grupo; os números são inspirados pela numerologia chinesa baseada no I Ching:
- "489" refere-se ao Chefe das Tríades: "Montanha" ou "Mestre Dragão" (Cabeça de Dragão);
- “438” é usado para o Líder Adjunto "Adjunto Mestre da Montanha";
- "432" indica o Chinelo "Relações Públicas", funciona como um elo de ligação entre as diferentes unidades;
- "426" refere-se a um "comandante militar", também conhecida como a "Pole Red", supervisionando as operações defensivas e ofensivas;
- "49 " denota a posição de "soldado" ou membro.
- "415" fornece aconselhamento financeiro e de negócios;
- "25" refere-se a um agente policial à paisana ou espião de outra Tríade, e tornou-se popularmente usado em Hong Kong como uma gíria para "dedo-duro", ou seja informante. São marcados para serem executados.
Por fim, temos as "Lanternas Azuis" que são membros não-iniciados, o equivalente a associados da Máfia, e como tal, não tem uma designação de número.
 

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Yakuza: A Máfia Japonesa

As origens

A Yakuza, também conhecida como gokudō, são uma das sociedades criminosas mais poderosas do mundo. Originária do Japão, a polícia japonesa e a imprensa chamam-na de bōryokudan "grupo de violência", enquanto os membros da Yakuza chamam a si mesmos de ninkyō dantai, "Organização Cavalheiresca".
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As origens da Yakuza então envoltas em mistério. Geralmente, o nome Yakuza não é usado até ao início do século XX. O seu nome deriva aparentemente da perda no jogo Oicho-Kabu (a versão japonesa do Blackjack). Essa pontuação 8-9-3 pronuncia-se foneticamente ya-ku-za. A sua adopção por mafiosos japoneses sugere uma imagem de rejeitados ou excluídos da sociedade. Em calão legal japonês os gangues criminosos chamam-se Boryokudan (grupos de violência).

História da Yakuza

No século XVII, o primeiro Xogum, Tokugawa Leyasu, unificou o Japão, após séculos de guerra civil. Milhares de guerreiros samurais que ficaram desempregados percorreram o campo, ganhando a reputação de "Kabuki Mono" (loucos) pela roupa vistosa e violência impulsiva. Em auto defesa, cidadãos respeitadores da lei organizaram-se como vigilantes ao serviço da cidade para afugentar os gangues samurais. Os membros modernos da Yakuza são descendentes desses samurais, bem como dos Bakutos (jogadores profissionais) e dos Tekiya (vendedores de rua, com licença do governo para terem espadas).

Os Samurais

Os samurais eram muito rígidos moralmente, tanto que se o seu nome fosse desonrado, ele executaria o «seppuku», pois no seu código de ética era preferível morrer com honra a viver sem a mesma.
[video=youtube_share;hcO4MMzdYE8]http://youtu.be/hcO4MMzdYE8[/video]
Seppuku é o nome dado ao suicídio honrado de um samurai que usa uma tanto (espada curta) e com
ela enfia no estômago e puxa-a para cima eviscerando-o. Terminado o corte, o Kaishakunin realizava
a sua função no ritual, a decapitação. Uma morte dolorosa e honrada.

Inicialmente, os samurais eram apenas colectores de impostos e servidores civis do império. Era preciso homens fortes e qualificados para estabelecer a ordem e muitas vezes ir contra a vontade dos camponeses. Posteriormente, por volta do século X, foi oficializado o termo "Samurai", e este ganhou uma série de novas funções, como a militar.
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Nessa época, qualquer cidadão podia tornar-se um samurai, bastando para isso adestrar-se no Kobudo (artes marciais samurais), manter uma reputação e ser habilidoso o suficiente para ser contratado por um senhor feudal. Assim foi até ao xogunato dos Tokugawa, iniciado em 1603, quando a classe dos samurais passou a ser uma casta. Assim, o título de "Samurai" começou a ser passado de pai para filho.
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Pelo fim da Era Tokugawa, os samurais eram burocratas aristocráticos ao serviço dos Daimiô, com as suas espadas servindo para fins cerimoniais. Com as reformas da Era Meiji, no final do século XIX, a classe dos samurais foi abolida e foi estabelecido um exército nacional ao estilo ocidental. O rígido código samurai, chamado Bushido, ainda sobrevive, no entanto, na actual sociedade japonesa, tal como muitos outros aspectos do seu modo de vida. Os Samurais, como classe social, deixaram de existir em 1868, com a restauração Meiji, quando o imperador do Japão retomou o poder do país. Seu legado continua até aos nossos dias, influenciando não apenas a sociedade japonesa, mas também o ocidente.

Yakuza após a Restauração Meiji (1868)

Após a Restauração Meiji (1868), os membros da Yakuza dominavam grupos ultranacionalistas como a Sociedade Dragão Negro e Sociedade Oceano Negro, que promoviam expansões militaristas e matavam oponentes das ambições do Japão imperial. Esse movimento por sua vez impulsionou o Japão para a Segunda Guerra Mundial. Na derrota, Yakuza provou-se versátil, aliando-se com as forças de ocupação norte-americanas e a nova CIA para reprimir movimentos esquerdistas e uniões de trabalhadores no Japão pós-guerra. Em troca desses serviços, a Yakuza teve licença virtual para roubar, tal como a Máfia Italiana. Os líderes da Yakuza controlavam os mercados e portos do Japão pós-guerra, expandindo-se para muitos outros negócios ilícitos.
 
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Actividades Criminosas da Yakuza

Muitos sindicatos Yakuza, com destaque para o Yamaguchi-gumi, oficialmente proíbe seus membros de se envolverem em tráfico de drogas, enquanto alguns sindicatos, como o Dojin-kai, envolvem-se bastante com isto.
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Nos Estados Unidos, a actividade da Yakuza está mais concentrada no Havaí, mas também marcam presença noutras partes do país, especialmente em Los Angeles e na Baía de São Francisco, bem como Fresno, Raleigh, Houston, Oregon, Denver, Chicago, e Nova Iorque.

No Havaí, os membros da Yakuza são dificilmente detectados pelas autoridades americanas, devido à facilidade destes em misturar-se com a população local, graças à presença de turistas do Japão que visitam as ilhas com visto. Além disso, no Havaí, existe uma grande comunidade residente japonesa. No meio dessa comunidade japonesa, os membros da Yakuza trabalham com os gangues locais, encaminhando os turistas japoneses para casas de jogos e bordeis. Consta-se que o Havaí é usado como intermediário pela Yakuza para exportar anfetaminas do Japão para os Estados Unidos. Dos Estados Unidos para o Japão é o tráfico de armas. O FBI suspeita que a Yakuza usa várias operações para lavar dinheiro nos Estados Unidos.

Na Califórnia, a Yakuza fez alianças com gangues locais de vietnamitas e coreanos, bem como da Tríade Chinesa, que tem relações com vietnamitas. A Yakuza tem preferência em manter relações com os gangues vietnamitas, por já ter apreciado o seu potencial extremamente violento: a Yakuza observou os constantes tiroteios em cafés e invasões ao domicílio, na década de 1980 e princípios de 1990.
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Os gângsteres vietnamitas também não são tão imprudentes ou facilmente capturados como outros gangues étnicas da região, o que atrai a Yakuza. Na cidade de Nova Iorque, já foram vistos a cobrar taxas de corretagem de mafiosos e homens de negócios americanos para guiar turistas japoneses para estabelecimentos de jogos de azar, tanto legais quanto ilegais.

Revólveres fabricados nos Estados Unidos contribuem por uma grande fatia dos revólveres apreendidos no Japão (33%), seguido por China (16%) e Filipinas (10%).
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Em 1990, um revólver Smith & Wesson calibre.38 que custa 275 dólares nos Estados Unidos poderia ser vendido por 4000 dólares em Tóquio.
Em 1997 seria vendido por apenas 500 dólares, devido à proliferação de armas no Japão durante a década de 1990.

Alguns grupos Yakuza são conhecidos por lidar com tráfico humano. As Filipinas, por exemplo, são uma fonte de jovens mulheres. A Yakuza convence jovens mulheres de vilas pobres a virem para o Japão, onde elas teriam empregos respeitáveis com bons salários. Mas quando chegam, elas são forçadas a se tornarem prostitutas e strippers.
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A Yakuza possui forte controle sobre a indústria pornográfica japonesa, incluindo a pornografia infantil. Além disso, têm grande participação em esquemas de tráfico sexual e contrabando de armas de fogo, entre muitas outras práticas ilegais de todos os tipos. A cidade de Los Angeles, na Califórnia, é particularmente atraente para os mafiosos japoneses por conta do grande fluxo de jovens actrizes. Desesperadas para terem oportunidade de entrar na indústria cinematográfica, tornam-se alvos fáceis para uso em filmes pornográficos e esquemas de prostituição. As mulheres do mundo Ocidental, especialmente as loiras, são consideradas extremamente atraentes para muitos homens japoneses.

A Yakuza dedica-se a várias actividades criminosas, como extorsão, prostituição, mercado de narcóticos, lavagem de dinheiro, etc.
Lucros criminosos são reinvestidos em imóveis, acções, jogo legal, e outras actividades da indústria do entretenimento.

Uma forma de extorsão praticada pela Yakuza é o Sokaiya, que envolve thugs que compram pequenas quantidades de acções ganhando assim o direito de irem às reuniões de empresas, pedindo depois pagamentos em dinheiro para absterem de surtos violento durante as reuniões. Chantagem é outro assunto da Yakuza, tendo como alvo os homens de negócios ricos ou figuras públicas. Chantagistas jiageya subornam ou aterrorizam pequenos latifundiários para que estes vendam as suas parcelas baratas, depois apostam os saques assim obtidos em negócios lucrativos ou usam-nos como colateral para grandes empréstimos que nunca irão pagar. Os bancários honestos que resistem a estas tácticas são também chantageados ou assassinados.
 
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Hierarquia Yakuza

Na hierarquia Yakusa, o Oyabun manda como autoridade suprema sobre todos os subordinados conhecidos como filhos (Kobun), com posições diferentes atribuídas em ordem decrescente de autoridade. Abaixo do Oyabun, há três oficiais que gerem os negócios da Família. O Saiko Komon (Conselheiro-Mor) que supervisiona o Kaikei do gangue (Contabilista), Komon (Conselheiro) e Kumicho Hisho (Secretário). Entretanto, o Waka Gashira (Homem nº 2) e o Shatei Gashira (Homem nº 3) dividem a responsabilidade das acções dos vários Shatei (Chefes-Mor). O Shatei, por sua vez, lida com o Wakashu (Chefe Júnior), que por sua vez controla a posição dos membros da Yakuza.
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Apesar de terem já passado séculos, as actividades internas da Yakuza permanecem muito ligadas a rituais.

As cerimónias de iniciação incluem troca de copos de sake com a quantidade de licor invertido em cada um estritamente controlado para simbolizar a posição do bebedor relativamente aos companheiros participantes.
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Os membros da Yakuza têm orgulho nas tatuagens de corpo inteiro, inscritas na
sua pele com ferramentas de bambu tradicionais e muito dolorosas. Completar
uma tatuagem enorme dessas pode demorar cerca de 100 horas, testemunhando
a coragem e a resistência de um gângster.
Um membro da Yakuza que ofende
os seus superiores terá de reparar o seu erro através de «yubitsume», ritual auto-
-mutilador que envolve cortar dedos.

Uma sondagem revelou em 1993 que 43% dos membros da Yakuza tinham pelo menos um dedo a menos, enquanto 5% tinham já feito «yubitsume» mais de uma vez. Em casos extremos, os membros da Yakuza penitentes pagam as suas ofensas via «seppuku», ritual de suicídio por esventramento. Ao contrário da Máfia Siciliana que em tempos não aceitava ninguém que não fosse italiano ou seu descendente, a Yakuza aceita os excluídos da sociedade japonesa: coreanos «zainichi», cerca de 10% dos gangues japoneses; e mestiços burakumin (intocáveis).

As Principais Famílias Yakuza:

Yamaguchi-gumi: Criada em 1915 é a maior família da Yakuza, tem mais de 40.000 membros e é dividida em 750 clãs.

Sumiyoshi-rengo: É a segunda maior família da Yakuza, com mais de 10.000 membros divididos em 177 clãs. É inimiga da Yamaguchi-gumi.

Inagawa-kaï: É a terceira maior família da Yakuza, tem mais de 7000 membros e é dividida em 177 clãs. Foi a primeira Yakuza a operar fora e dentro do Japão.

Towa Yuai Jigyo Kumiai, às vezes chamada de Towa-kai: É a quarta maior família da Yakuza, tem mais de 1000 membros e é dividida em 6 clãs. Foi a primeira Yakuza japonesa a ser criada na Coreia.

Actualmente, a Yakuza emprega mais de 100.000 pessoas, o que a torna uma das maiores organizações criminosas conhecidas no mundo. Após a Segunda Guerra Mundial, o total de membros chegou a impressionantes 184.000 membros, o que representa mais da metade da força policial japonesa, que em 2010 contava com 291.475 homens.
 
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A Imagem da Yakuza na Sociedada Japonesa

A Yakuza é considerada uma organização semilegal.

Por exemplo, imediatamente após o Terramoto de Kobe, uma das famílias da Yakuza, o Yamaguchi-gumi, cuja sede é em Kobe, mobilizou-se para fornecer serviços de ajuda, incluindo o uso de um helicóptero, e essa atitude foi amplamente noticiado pelos meios de comunicação social japoneses. A sua resposta de emergência foi muito mais rápida do que o Governo japonês.

A Yakuza repetiu seu auxílio após o terramoto e Tsunami em Tohoku, em 11 de Março de 2011, com grupos abrindo seus escritórios para receber refugiados e enviando centenas de camiões cheios de comida, água, cobertores e acessórios sanitários, para ajudar as pessoas nas áreas afectadas pelo desastre natural.

Tais acções da Yakuza são um resultado de seu conhecimento sobre como é cuidar de si mesmo, sem qualquer auxílio do governo ou apoio da comunidade, porque eles também são considerado párias e abandonados pela sociedade. Além disso, o código de honra da Yakuza (Ninkyo) valoriza a justiça e a honra acima de tudo e proíbe permitir o sofrimento aos outros.

Devido à sua história como uma organização feudal legítima e sua ligação aos políticos japoneses, através do uyoku (grupos políticos de extrema direita), a Yakuza faz parte das instituições japonesas, com seis revistas relatando as suas actividades.
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Uyoku são grupos políticos de extrema direita japonesa.

Na década de 1980, na província de Fukuoka, uma guerra Yakuza saiu fora do controle e feriram civis. Foi um grande conflito entre o Yamaguchi-gumi e o Dojin-kai, chamado de Guerra Yama-Michi. A polícia interveio e forçou os chefes dos dois lados a declararem uma trégua em público.
 
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