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Professora polaca julgada por defender a Rússia e Putin nas redes sociais
Uma professora polaca de 59 anos está a ser julgada por um tribunal polaco por defender o presidente russo, Vladimir Putin, e apoiar a vitória russa na guerra com a Ucrânia, em mensagens publicadas 'online' em redes sociais.
Sob Marzena T, cujo nome completo é omitido para privacidade, pesa a acusação de "promover uma guerra ou elogiá-la publicamente", crime punível com pena de três a cinco anos de prisão, segundo o código penal polaco.
A imprensa polaca noticiou hoje que, entre 25 de fevereiro e 12 de maio do ano passado, a arguida admitiu ter escrito algumas das mensagens publicadas nas suas contas de redes sociais e explicou que outros as copiaram, mas em todos os casos agiu "por medo e pelo desejo de que não houvesse derramamento de sangue", bem como movida pela sua "grande empatia".
Nas mensagens, Marzena T terá criticado a "falta de integridade" do governo ucraniano, declarado fé "na vitória da Rússia e que ajudará os eslavos", bem como expressado a sua crença de que "Putin liderará as nações oprimidas por Sionismo ", como "Ucrânia, cujos cidadãos não têm ideia de que são controlados pelos judeus" e dito que rezava para que a Rússia "ajudasse a Polónia a libertar-se dos seus opressores".
Durante o julgamento, Marzena T declarou-se inocente e justificou os seus atos por "ser mãe de dois rapazes", um deles com necessidades especiais, que criou sozinha, e disse que temia pela sorte deles em caso de eclosão de uma guerra que afetou Polónia.
Questionada pelo magistrado, a professora do ensino primário, que concilia este trabalho com a gestão imobiliária, não soube explicar o sentido de alguns dos textos que publicou e dos quais disse não se lembrar nem reconhecer.
O juiz encarregado do caso, Artur Kosmala, pediu a dois psiquiatras que examinasse Marzena T antes de emitir a sentença.
Putin usa métodos comparáveis à era soviética, diz historiadora
A historiadora Anne Applebaum, vencedora do Prémio Pulitzer, considera que o Presidente russo, Vladimir Putin, começa a usar métodos do império soviético, na repressão da oposição ao seu regime, embora veja diferenças na forma como usa a propaganda.
Em entrevista à Lusa a propósito do seu livro "A Cortina de Ferro - A Destruição da Europa de Leste", lançado em Portugal na quinta-feira pela Bertrand, a historiadora, especializada em comunismo e Europa pós-comunista, acredita que líder russo "está agora a começar a usar os mesmos métodos" da antiga União Soviética, ao não permitir divergências sobre a forma como exerce o poder, sobretudo desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado.
Na sua presidência, segundo a professora na London School of Economics, Putin tolerou "por um longo tempo uma certa dose de dissidência, desde que esta não fosse muito popular", ao nível de partidos políticos ou imprensa independentes.
"Isso começou a mudar e, no último ano, tornou-se muito dramático desde que a guerra começou", sustentou, acrescentando que "agora sinais muito pequenos de dissidência ou desacordo com a política de guerra podem ter consequências muito drásticas".
Anne Applebaum deu um exemplo recente de uma aluna, do 6.º ano, com cerca de 12 ou 13 anos, que fez um desenho antiguerra na sala de aula: "É filha de um pai solteiro. Ele foi preso, e julgo que ela foi levada para um orfanato".
Apontando que estes métodos sugerem "reminiscências dos tempos soviéticos", no controlo total da vida e opinião pública, a autora vê no entanto diferenças na forma como o Presidente russo usa a sua propaganda.
A propaganda soviética "tentava fazer com que as pessoas se envolvessem numa espécie de projeto soviético para criar o futuro", mas a de Putin "é projetada para fazer as pessoas sentirem-se apáticas, entediadas e desinteressadas", e "com medo de se envolver em política", envolvendo piadas sobre o ocidente e a Ucrânia e evitando perguntas muito profundas.
Noutro ponto de contacto com o período soviético - que investigou com várias obras publicadas, incluindo "Gulag", Prémio Pulitzer em 2004 - a historiadora disse não ser nenhum mistério que Putin "deixou muito claro que está interessado em recriar um império russo" nos antigos territórios soviéticos.
"Ele acha que tudo o que foi conquistado pela União Soviética - e eu incluiria a Alemanha de Leste - é território natural russo. Acho que também está particularmente interessado na Ucrânia e com raiva da Ucrânia porque os ucranianos desafiaram com sucesso várias tentativas de que a sua política fosse 'russificada' e têm continuamente pressionado para criar uma democracia liberal", observou.
"Esse tipo de retórica, a retórica democrática, é exatamente o que Putin receia em casa", frisou.
Com o fim da guerra fria, houve uma ilusão de que a Rússia acabaria por pertencer ao espaço democrático global e "era justo esperar mudanças, e certamente havia russos que queriam que o seu país fosse diferente e muitos trabalharam para torná-lo diferente".
No entanto, nos últimos 10 ou 15 anos, "tem sido bastante claro que a Rússia não seria uma democracia, mas uma ameaça para os seus vizinhos", apontou Anne Applebaum, lembrando a crise na Geórgia, em 2008, e que a primeira invasão russa da Ucrânia começou em 2014, para além de "ameaças à Polónia, aos Estados Bálticos e até à Suécia, que têm sido bastante frequentes e repetidas ao longo dos anos", e que deram a esses países "boas razões" para se preocuparem com as intenções de Moscovo.
Apesar da ofensiva russa lançada há mais de um ano na Ucrânia, a situação no terreno poderá conduzir a mudanças em Moscovo, em que "as vitórias militares ucranianas no sul, e talvez especialmente na Crimeia, possam finalmente afetar o equilíbrio de poder" e evoluções no próprio Kremlin, mas todo o quadro é incerto.
É possível que os russos entendam que o esforço já não vale a pena, como no passado a França fez em relação à Argélia, ou Portugal em relação às suas colónias (embora, após um golpe militar que derrubou um regime ditatorial), comparou.
"Se a Rússia chegar a esse tipo de conclusão que a maioria dos países europeus fez há muitas décadas, então a guerra estará acabada.
Portanto, não um conflito congelado, não apenas temporariamente parado, mas realmente terminado".
E, nesse quadro, o futuro do líder russo é outra incerteza: "Se está a perguntar o que vem depois de Putin, a resposta é que, claro, eu não sei e ninguém sabe", afirmou, comentando, porém, que "algum tipo de mudança de poder ou algum tipo de mudança de pensamento tem de acontecer".
"Se isso acontece porque Putin acorda de manhã e muda de ideias depois, ou porque ele cai de uma janela, ou porque há um golpe de Estado, eu não sei. Mas é nesse momento que haverá uma mudança definitiva de direção que teremos para o fim da guerra", afirmou, apesar de, mais uma vez, a situação atual não permitir previsões acabadas, porque a guerra só "vai terminar quando alguém ganhar". By Kok@s
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Russo detido após tentar entrar na Ucrânia a nado para lutar na guerra
Homem não concordava com a invasão e queria juntar-se às tropas ucranianas.
Um cidadão russo, que tentou nadar da Crimeia, ocupada pela Rússia, até ao porto ucraniano de Odessa, para se juntar ao exército da Ucrânia, foi detido e condenado a uma pena de prisão, segundo noticiou, esta segunda-feira, a RIA Novosti.
De acordo com a agência russa, o homem, morador de São Petersburgo, foi condenado pelo Supremo Tribunal da Crimeia a seis anos de prisão.
A procuradoria revelou que o homem, de 40 anos, decidiu deixar a Rússia, no ano passado, e ir para a Ucrânia para participar no conflito ao lado das Forças Armadas da Ucrânia. Para isso, entrou em contacto, através da Internet, com membros da legião de voluntários que combatem contra a Rússia na Ucrânia.
Depois de uma primeira tentativa falhada para atravessar a fronteira através da região de Bryansk, o homem tentou chegar à Ucrânia por mar, através da Crimeia - comprou roupa de mergulho, barbatanas de natação, uma bússola, uma lanterna subaquáticas e mochilas de tecido impermeável.
O homem chegou à Crimeia em agosto do ano passado e mergulhou depois no Mar Negro, em direção a Odessa, acabando por ser detido e acusado de alta tração e travessia ilegal da fronteira.
Segunda mobilização em massa atrasada para evitar "distúrbios" na Rússia
Em setembro, a mobilização de recrutas anunciada pelo presidente russo gerou grande contestação popular, raros protestos e um êxodo em massa junto das fronteiras terrestres.
A Rússia continua a enfrentar baixas muito significativas no leste da Ucrânia, com centenas de soldados mortos todos os dias e, segundo o instituto norte-americano Institute for the Study of War (ISW, na sigla em inglês), o presidente russo poderá estar a atrasar o anúncio de uma nova mobilização de recrutas para evitar maior descontentamento popular.
Numa publicação esta segunda-feira, o ISW explica que "o presidente russo, Vladimir Putin, tem adiado o anúncio da segunda onda de mobilização desde janeiro e está a redobrar esforços na aposta na 'mobilização silenciosa', para evitar possíveis distúrbios na Rússia".
Isto tem sido feito através de "centros de recrutamento em cerca de 30 cidades, a partir do dia 5 de março", com alguns dos locais a serem mesmo operados pelo Grupo Wagner, a milícia armada russa, liderada pelo oligarca Yevgeny Prigozhin, que tem lutado na Ucrânia.
Citando dados da Casa Branca e das autoridades ucranianas, os russos mantêm grandes dificuldades em substituir as baixas em combate e repor uma quantidade significativa de tropas na linha da frente. Desde o início da guerra que várias entidades internacionais apontaram também para as graves dificuldades técnicas, logísticas e de pessoal que a Rússia tem na sua invasão.
#Russia's offensive to capture #Bakhmut will likely culminate whether its forces capture the city or not. The #Russian military will likely struggle to maintain any subsequent offensive operations for some months, giving #Ukraine a chance to seize the initiative. (1/9) https://t.co/7eK79cTsse
— ISW (@TheStudyofWar) March 6, 2023
Os Estados Unidos afirmam que, a 17 de fevereiro, o grupo Wagner já tinha registadas 30 mil baixas, com cerca de 9 mil mortos. Já a Rússia, no total, terá registado mais de 60 mil baixas, segundo os últimos dados apresentados por organizações ocidentais.
O ISW, que estuda o conflito, considerou que "é altamente improvável que as forças russas consigam sustentar ataques desgastantes humanos após a captura de Bakhmut, e o Kremlin precisará de lançar outra onda de mobilização para repor as pesadas perdas russas na área desde maio de 2022".
Como tal, esclarece ainda o 'think tank' norte-americano, os esforços de recrutamento para arranjar mais soldados "levarão meses" e os atrasos "provavelmente privarão a Rússia da iniciativa e apoiarão a capacidade da Ucrânia de conduzir contraofensivas.
A cidade de Bakhmut continua a ser alvo de confrontos intensos entre russos e ucranianos, sendo também onde se têm registado mais baixas de ambos os lados. O local está completamente devastado pela guerra e pelos bombardeamentos, e a Ucrânia já admitiu estar a discutir uma retirada estratégica para não sacrificar mais forças no terreno.
Execução a sangue-frio de soldado ucraniano. Zelensky já reagiu
O momento foi gravado pelas tropas russas. O presidente ucraniano já condenou o crime e o ministro dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação ao TPI.
Um prisioneiro de guerra ucraniano terá sido executado por tropas russas após ter gritado ‘Viva a Ucrânia’. O momento da execução foi gravado e circula atualmente nas redes sociais, mas não é certo quando ou onde ocorreu o crime.
Nas imagens, vê-se o soldado ucraniano a fumar um cigarro. No fundo, ouve-se, em russo, alguém a pedir “filma-o”. O prisioneiro de guerra responde com “Viva a Ucrânia” e é alvejado várias vezes com uma arma automática, caindo inanimado. “Morre, cabrão”, ouve-se ainda em russo.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reagiu ao vídeo e pediu ao povo ucraniano que responda “em unidade”: “Glória ao Herói. Glória aos Heróis. Glória à Ucrânia”.
“Hoje, surgiu um vídeo dos ocupantes a matar brutalmente um guerreiro que, corajosamente, disse na cara deles: ‘Glória à Ucrânia!’. Quero que todos respondamos às suas palavras juntos, em unidade: ‘Glória ao Herói! Glória aos Heróis! Glória à Ucrânia!’”, afirmou na plataforma Telegram. “E encontraremos os assassinos”, garantiu.
“Vídeo horrível de um prisioneiro de guerra ucraniano desarmado executado por forças russas por apenas ter dito 'Glória à Ucrânia'. Mais uma prova de que esta guerra é genocida", comentou Dmytro Kuleba, na rede social Twitter. "É imperativo que (o procurador do TPI) Karim Khan lance um inquérito imediato sobre este crime de guerra odioso", acrescentou.
O comissário dos direitos humanos da Rada (parlamento da Ucrânia), Dmitro Lubinet, afirmou tratar-se de “maldade e vilania” e acusou a Rússia de, “mais uma vez, violar as Convenções de Genebra”.
“Terrível exemplo de como o agressor tenta parar a guerra matando o nosso soldado capturado por um slogan patriótico ucraniano! Maldade e vilania! Mais uma vez, violam as Convenções de Genebra”, destacou no Twitter.
Russos dizem controlar "praticamente metade" do território de Bakhmut
As autoridades russas na região de Donetsk afirmaram hoje que as forças militares da Rússia controlam quase metade do território da cidade de Bakhmut, epicentro dos combates no leste da Ucrânia.
"A nossa artilharia, o nosso equipamento e as nossas tropas estão dentro [da cidade]. Controlam quase metade de Artiomovsk [nome russo de Bakhmut]", declarou Yan Gaguin, assessor do líder interino de Donetsk, Denis Pushilin, à televisão russa.
Gaguin apontou que Bakhmut se tornou um "matadouro" para as tropas ucranianas.
No entanto, o assessor não descartou as tentativas dos ucranianos de realizarem operações ofensivas na cidade para evitar a sua queda.
Anteriormente, especialistas russos afirmavam que as forças de Moscovo controlavam cerca de 40 por cento do território de Bakhmut, onde os combates começaram há mais de oito meses.
O chefe do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, admitiu na segunda-feira que os soldados ucranianos defenderão a cidade sitiada "até ao fim".
"Vão lutar por Artiomovsk até ao fim, isso é evidente", disse Prigozhin na rede social Telegram.
Prigozhin também acrescentou que os combatentes do grupo Wagner também deverão realizar o seu trabalho até ao fim.
Líder do Grupo Wagner envia champanhe a ucranianas no Dia da Mulher
Bebida foi produzida em Bakhmut, uma das cidades em que atualmente se desenrolam os mais violentos confrontos na Ucrânia. Yevgeny Prigozhin fez um vídeo a 'imortalizar' o momento.
Yevgeny Prigozhin, o fundador do Grupo Wagner, enviou um "camião carregado de champanhe" a ucranianas para assinalar o Dia Internacional da Mulher - que se marca amanhã. A informação, adiantada pelo The Telegraph, revela ainda que a bebida foi produzida em Bakhmut, uma das cidades em que atualmente se desenrolam os mais violentos confrontos na Ucrânia.
Os mercenários liderados por Prigozhin capturaram no passado mês de dezembro e ainda detêm em seu poder a fábrica que na região produz a bebida alcoólica. Não foi, contudo, possível apurar se foi desde esta localização - ou mesmo de Bakhmut - que as garrafas foram enviadas.
Numa publicação colocada no Telegram, o chefe do Grupo Wagner é visto a escrever uma mensagem numa das caixas que contêm o champanhe: "Para as mulheres ucranianas, da Companhia Militar Privada Wagner", pode ler-se.
Estas foram, depois, colocadas num camião conduzido por soldados russos, onde é possível ver outro 'escrito' cruel: "Feliz dia 8 de março".
Centenas de pessoas homenagearam em Kyiv "sabotadores" mortos na Rússia
Centenas de pessoas compareceram hoje, em Kyiv, ao funeral de combatentes mortos durante uma missão de "sabotagem" na Rússia, após nos últimos meses terem sido registados vários ataques deste género ao longo da fronteira russa.
Muitos dos participantes, que utilizavam roupa camuflada e tinha os rostos tapados, deslocaram-se até ao mosteiro de São Miguel, no centro de Kyiv, para o funeral dos quatro homens mortos em dezembro na região de Bryansk, na fronteira com a Ucrânia, no oeste da Rússia.
Os serviços de segurança russos (FSB) anunciaram que mataram estes homens, alegando que estavam armados com armas e explosivos.
Os 'media' russos acrescentaram que os seus corpos foram devolvidos este mês.
Os caixões dos quatro combatentes foram cobertos com a bandeira do batalhão nacionalista "Bratstvo" (Irmandade), criado com base no partido político com o mesmo nome.
Estes combatentes faziam parte de "um dos grupos de reconhecimento e sabotagem Bratstvo que participam em missões atrás das linhas inimigas, quer nos territórios ocupados (...) como em solo russo", explicou à agência France-Presse (AFP) o líder do partido, Dmytro Kortchinsky, à saída da igreja.
De acordo com Dmytro Korchinsky, o batalhão atua "por sua conta e risco" ao operar na Rússia e não se coordena com as Forças Armadas ucranianas.
Após a cerimónia religiosa, a multidão prestou as suas últimas homenagens na praça da Independência, no coração de Kyiv, aos quatro homens: Yuriy Gorovets, de 34 anos, Maksym Mykhaylov, 32, Taras Karpyuk, 34, e Bogdan Lyagov, 19.
Oficialmente, as Forças Armadas ucranianas não lutam contra Moscovo além das fronteiras do país.
No entanto, vários incidentes importantes foram registados nos últimos meses, incluindo uma explosão em outubro que destruiu parcialmente a ponte construída pela Rússia para ligar a Crimeia anexada ao seu território.
Dmytro Korchinsky sublinhou que o batalhão Bratstvo realiza vários tipos de operações, incluindo "explodir coisas".
Os quatro combatentes mortos "contornaram os guardas de fronteira e entraram em território russo, onde foram avistados e lutaram contra o inimigo", referiu.
"Os russos afirmam que eles [os ucranianos] foram cercados e ofereceram-se para se render", acrescentou, considerando a recusa como "normal".
Na semana passada, Moscovo afirmou que "nacionalistas ucranianos" entraram na região de Bryansk e mataram dois civis, denunciando um "ataque terrorista", enquanto Kyiv rejeitou estas acusações.
Um grupo de nacionalistas russos de extrema-direita, que luta ao lado da Ucrânia, chamado Corpo de Voluntários Russos, afirmou nas redes sociais ter entrado naquela região.
O líder deste grupo é Denis Kapustin, conhecido pelo pseudónimo Denis Nikitin, nascido em Moscovo em 1984, que tem sido descrito por vários meios de comunicação social ocidentais como um neonazi, segundo a agência espanhola EFE. Este recusou-se a comentar o tema à AFP.
O FSB disse que Kapustin vive na Ucrânia e "atua sob o controlo do Serviço de Segurança da Ucrânia, participando em operações de combate contra as tropas russas do lado ucraniano".
O Corpo de Voluntários Russos afirma ser uma formação que integra as forças armadas ucranianas, algo que Kyiv não confirmou.
Esta semana, o FSB também acusou o mesmo grupo de tentativa de assassinato de um empresário nacionalista russo ligado ao Kremlin.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Manter soldados? "Depois de Bakhmut russos podem ir mais longe"
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky esclareceu que a sua decisão de manter as forças ucranianas na cidade sitiada é "tática" e "é por isso que os nossos soldados permanecem firmes".
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky alertou, esta terça-feira, que as tropas russas terão um "caminho aberto" para capturar cidades-chave no leste da Ucrânia se assumirem o controle de Bakhmut. Nesse sentido, instruiu o exército a encontrar forças para reforçar a defesa da cidade.
Numa entrevista à CNN Internacional em Kyiv, Zelensky esclareceu que a sua decisão de manter as forças ucranianas na cidade sitiada é "tática" e "é por isso que os nossos soldados permanecem firmes".
"Sabemos que depois de Bakhmut [russos] podem ir mais longe. Podem ir para Kramatorsk, podem ir para Sloviansk, seria um caminho aberto para os russos para outras cidades na Ucrânia na direção de Donetsk", afirmou o presidente ucraniano.
A batalha por Bakhmut, que ainda está sob o controle de Kyiv, dura há sete meses, com milhares de pessoas mortas e centenas de prédios destruídos. Os poucos civis restantes estão confinados em porões há meses, sem água corrente, eletricidade ou gás.
De acordo com Zelensky, as suas motivações para manter a cidade são "muito diferentes" dos objetivos da Rússia: "Entendemos o que a Rússia quer alcançar lá. A Rússia precisa de pelo menos uma vitória mesmo arruinando tudo em Bakhmut e matando todos os civis".
Caso a Rússia consiga "colocar a sua bandeirinha" em Bakhmut, isso ajudaria a "mobilizar a sua sociedade para criar a ideia de que eles são um exército poderoso", elaborou, reforçando que a Ucrânia tem de "pensar primeiro no povo e ninguém deve ser cercado". "Isso é muito importante", rematou.
Recorde-se que os combatentes do grupo Wagner estão na linha da frente da batalha por Bakhmut, uma cidade no leste da Ucrânia que a Rússia está a tentar conquistar há vários meses e que se tornou num símbolo da luta pelo controlo da região industrial do Donbass, formada pelas autoproclamadas repúblicas independentes de Lugansk e de Donetsk.
Apesar das fortes tensões entre o grupo Wagner e o exército, as forças russas fizeram, nos últimos dias, progressos na zona de Bakhmut e ameaçam agora cercar a cidade que os ucranianos continuam a defender ferozmente.
Jovem que desacreditou exército russo lembra: "Rússia não é Putin"
Ivanov esclareceu, antes de entrar para a sala do tribunal onde foi condenado, que a Rússia "não votou" em Vladimir Putin e "não nos questionou sobre o início desta guerra com os nossos vizinhos mais próximos".
Dmitry Ivanov, o jovem ativista condenado a oito anos e meio de prisão por difundir informação “falsa” sobre as Forças Armadas da Rússia, frisou, esta terça-feira, antes de saber a sentença, que "a Rússia não é Putin".
Entrevistado pela correspondente da Sky News em Moscovo, Diana Magnay, antes de entrar para a sala do tribunal onde foi condenado, Ivanov esclareceu que a Rússia "não votou" em Vladimir Putin e "não nos questionou sobre o início desta guerra com os nossos vizinhos mais próximos".
"Sei que dezenas de milhões de pessoas aqui na Rússia são contra esta guerra criminosa", apontou o jovem de 23 anos, acrescentando que "muitos têm amigos e familiares na Ucrânia e sentem a sua dor".
Ivanov chamou à guerra "uma grande tragédia" para as pessoas na Ucrânia, assim como "os russos apelam à paz com os seus vizinhos".
A mãe do jovem ativista, Elena Stromskaya, também entrevistada pela correspondente da Sky News, disse estar "orgulhosa" do seu filho "apesar de tudo". "Estou orgulhosa por ele se estar a aguentar e por continuar a lutar", desabafou.
Segundo a imprensa internacional, que cita um comunicado da advogada do jovem, Ivanov administrava um canal na plataforma Telegram dirigido a estudantes da Universidade Estatal de Moscovo.
Em tribunal, negou todas as acusações e manteve as declarações originais, que considera serem “factualmente corretas”.
Grupo Wagner diz que tomou toda a parte oeste de Bakhmut
O chefe do grupo paramilitar russo Wagner disse hoje que as tropas tinham tomado "toda a parte oeste" da cidade de Bakhmut, centro dos combates no leste da Ucrânia.
"As unidades de Wagner tomaram toda a parte oeste de Bakhmut, tudo o que fica a leste do rio Bakhmutka", disse Yevgeny Prigozhin, numa mensagem áudio.
Nos últimos dias, a pressão aumentou consideravelmente sobre as forças ucranianas que defendem Bakhmut, enfrentando os avanços russos e a ameaça de cerco.
No último relatório, publicado na terça-feira pelo Instituto para os Estudos da Guerra, um painel norte-americano, afirma-se que as tropas do Kremlin tinham provavelmente capturado a parte oeste da cidade depois de uma "retirada controlada" das forças ucranianas.
Contudo, numa entrevista à cadeia de televisão norte-americana CNN, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assegurou que as tropas estavam determinadas a defender a cidade.
Depois de Bakhmut, os russos "podiam ir mais longe, (...) para Kramatorsk, para Sloviansk, o caminho ficaria livre (...) para outras cidades na Ucrânia", explicou.
Ainda que o valor estratégico de Bakhmut seja contestado, a cidade ganhou importância simbólica e tática, dadas as pesadas perdas sofridas por ambas as partes. É a batalha mais longa e mortífera desde que a ofensiva russa começou em fevereiro de 2022.
Russos voltaram ao "esquema" de "atacar enquanto as pessoas dormem"
Podolyak frisou que a infraestrutura foi atingida e que a central nuclear de Zaporíjia está sem energia nem água.
As forças russas "voltaram ao seu antigo esquema" de lançar ataques de mísseis "à noite", escreveu Mykhailo Podolyak, conselheiro do Volodymyr Zelensky, reagindo aos mais recentes ataques que já fizeram, hoje, pelo menos, cinco mortos.
Podolyak frisou que a infraestrutura foi atingida e que a central nuclear de Zaporíjia está sem energia nem água.
"Os russos voltaram ao seu antigo esquema - ataques maciços de mísseis à noite, enquanto as pessoas estão a dormir", escreveu na rede sociais Twitter.
"Explosões foram registadas na maioria das regiões - instalações de infraestrutura e áreas residenciais foram atingidas."
Os ataques ocorreram horas após a visita de António Guterres a Kyiv, onde falou com Volodymyr Zelensky sobre a extensão de um acordo que permite à Ucrânia embarcar cereais dos seus portos no Mar Negro e permite à Rússia exportar alimentos e fertilizantes.
Pelo menos quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, foram hoje mortos na região ucraniana de Lviv (oeste), e uma quinta pessoa morreu na região de Dnipropetrovsk, na sequência de um ataque russo, anunciaram as autoridades locais.
Pelo menos cinco mortos em ataque russos à Ucrânia, dizem autoridades
Pelo menos quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, foram hoje mortos na região ucraniana de Lviv (oeste), e uma quinta pessoa morreu na região de Dnipropetrovsk, na sequência de um ataque russo, anunciaram as autoridades locais.
Um míssil russo, que caiu num bairro residencial de Zolotchiv, destruiu três edifícios, disse o governador Maksym Kozytsky, na rede social Telegram.
"Os destroços estão a ser retirados, outras pessoas podem estar sob os escombros", acrescentou.
A quinta pessoa morreu e duas ficaram feridas na região de Dnipropetrovsk, onde foram alvo dos bombardeamentos infraestruturas de energia e edifícios industriais, disse o governador Serhii Lysak, citado pela agência de notícias Associated Press.
Alarmes aéreos soaram durante a madrugada em toda a Ucrânia, incluindo na capital, Kiev, onde explosões foram registadas em duas zonas, no ocidente da cidade.
Os sistema de defesa antiaéreos foram ativados em todo o país, desconhecendo-se ainda quantos mísseis atingiram alvos ou quantos foram intercetados.
A administração de Kiev disse que a cidade foi atacada com mísseis e 'drones' (veículos aéreos não tripulados) com explosivos.
Pelo menos duas pessoas ficaram feridas na zona ocidental da cidade, onde veículos ficaram em chamas, disse o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko.
De acordo com a administração militar, 40% dos consumidores em Kiev estão sem eletricidade.
A Rússia desencadeou esta madrugada vários ataques contra infraestruturas essenciais e edifícios residenciais na Ucrânia, incluindo em Karkhiv (leste), atingida por 15 mísseis, Odessa (sul) e Kiev.
Também a central nuclear de Zaporíjia, ocupada pelo exército russo, ficou sem ligação à rede elétrica ucraniana, estando a garantir o fornecimento de eletricidade através de 18 geradores de emergência, com capacidade para dez dias.
Os alarmes em Kiev deixaram de se ouvir pouco antes das 08h00, ao fim de sete horas de ataque russo. O último tinha acontecido a 16 de fevereiro.
Central nuclear de Zaporíjia sem eletricidade, acusa operador
A central nuclear de Zaporíjia, ocupada pelo exército russo no sul da Ucrânia, ficou sem ligação à rede elétrica ucraniana na sequência de um ataque russo, afirmou hoje o operador da central, advertindo para o risco de acidente.
"A última linha de comunicação entre a central nuclear ocupada de Zaporíjia e a rede elétrica ucraniana foi cortada devido aos ataques de foguetes" russos, indicou, em comunicado, a Energatom, precisando que geradores a diesel de emergência estão a garantir a alimentação mínima da central.
A Rússia desencadeou esta madrugada vários ataques contra diferentes alvos na Ucrânia, incluindo em Karkhiv (leste), Odessa (sul) e Kiev.
"Atualmente, a central (...) encontra-se em 'black out' pela sexta vez desde a ocupação, os reatores das unidades 5 e 6 foram desligadas", acrescentou a Energatom.
O operador da central precisou que 18 geradores de emergência estão a garantir a alimentação mínima da central.
"Têm combustível suficiente para 10 dias. A contagem decrescente começou", sublinhou.
"Se não for possível renovar o fornecimento elétrico externo da central, poderá ocorrer um acidente com consequências radioativas", advertiu o operador.
O exército russo ocupou, a 04 de março de 2022, nove dias depois do início da invasão, este imenso complexo nuclear no sul da Ucrânia.
A central, que chegou a produzir 20% da eletricidade ucraniana, continuou a funcionar nos primeiros meses da invasão, apesar dos períodos de bombardeamentos. Em setembro, a produção foi cortada.
Desde então nenhum dos seis reatores VVER-1000, datados da época soviética, produz energia, mas a central continua ligada ao sistema energético ucraniano e consome eletricidade produzida por este para as suas necessidades.
Anteriormente, o operador nuclear ucraniano tinha advertido que a suspensão da central levava a "uma degradação eventual de todos os sistemas operacionais e do equipamento", com a Energatom a manifestar preocupação com o "risco de um acidente nuclear" em caso de rutura da última linha elétrica de ligação da central ao sistema energético ucraniano
"Glória aos heróis". Pai e filho ucranianos mortos em combate em Bakhmut
Segundo a publicação na rede social Twitter, a dupla juntou-se às forças armadas da Ucrânia logo após o início da invasão.
Oleh e Mykyta Khomyuk, pai e filho, foram mortos em combate em Bakhmut, informou o Ministério da Defesa da Ucrânia, esta quinta-feira.
Segundo a publicação na rede social Twitter, a dupla juntou-se às forças armadas da Ucrânia logo após o início da invasão.
Embora tenham morrido "juntos", "os verdadeiros heróis não morrem, permanecem para sempre nos nossos corações", lê-se na nota.
"Glória aos heróis!", termina.
A batalha por Bakhmut, que ainda está sob o controlo de Kyiv, dura há sete meses, com milhares de pessoas mortas e centenas de prédios destruídos.
Os poucos civis restantes estão confinados em porões há meses, sem água corrente, eletricidade ou gás.
Bakhmut? Se fosse tomada lançaria "ofensiva em larga escala", diz Ucrânia
O general Oleksandr Syrsky, comandante das Forças Terrestres da Ucrânia, referiu que "cada dia de defesa da cidade permite-nos ganhar tempo para preparar reservas e nos prepararmos para futuras operações ofensivas".
O general Oleksandr Syrsky, comandante das Forças Terrestres da Ucrânia, reforçou, esta quinta-feira, que se as tropas de Moscovo conseguissem tomar Bakhmut, isso daria recursos para lançar uma "ofensiva em larga escala".
"Cada dia de defesa da cidade permite-nos ganhar tempo para preparar reservas e nos prepararmos para futuras operações ofensivas", esclareceu, em comunicado, citado pelo New York Times.
De acordo com o comandante, "ao mesmo tempo, nas batalhas por esta fortaleza, o inimigo sofre perdas da parte mais preparada e apta para o combate do seu exército - as tropas do grupo Wagner".
Apontando para as declarações do fundador do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, o comandante ucraniano referiu que a captura de Bakhmut permitiria que o grupo fosse "libertado".
"A Rússia será capaz de lançar uma ofensiva em grande escala com o uso do exército e unidades aerotransportadas em equipamentos de combate", destacou, reforçando que "isso prova, mais uma vez, o papel muito importante de Bakhmut no sistema de defesa da Ucrânia".
Vários especialistas disseram anteriormente que Bakhmut tem pouca importância estratégica para a Rússia ou a Ucrânia, embora seja uma vitória significativa para ambos os lados.
As forças russas - lideradas em parte pelas tropas de Wagner - lutam para tomar a cidade desde o verão passado.
Ataques russos? "O nosso Estado e povo ainda não estão acorrentados"
Os "ataques massivos" russos desta quinta-feira na Ucrânia levaram a falhas de energia, aquecimento e água em algumas regiões, sublinhou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que insistiu na importância da ajuda internacional para a defesa aérea.
"As equipas de reparações, engenheiros de energia, autoridades locais, autoridades centrais - todos trabalharão o tempo que for necessário para restaurar o fornecimento de energia para cidades e regiões onde há problemas agora. Agradeço a todos que trabalham para isso", realçou Zelensky, no seu habitual discurso noturno diário divulgado nas redes sociais.
O chefe de Estado ucraniano adiantou que as situações mais difíceis ocorreram em Kharkiv, na região de Zhytomyr, em Odessa, na região de Dnipropetrovsk, em Kyiv e em Zaporizhzhia.
Nestas regiões, os ataques russos resultaram em cortes temporários de energia, aquecimento e água, sublinhou.
"Já mostramos do que a Ucrânia é capaz. E não importa quantas coisas más a Rússia faça, o nosso Estado e povo ainda não estão acorrentados. Nem mísseis nem atrocidades russas ajudarão nisso", garantiu.
Zelensky agradeceu ainda "a todos no mundo que percebem como é importante dar proteção total ao céu ucraniano", apontando que este é o caminho para "garantir a vida normal das pessoas".
A Rússia admitiu esta quinta-feira ter realizado "ataques massivos" na Ucrânia em retaliação contra uma incursão recente no seu território pela qual responsabiliza "os sabotadores" de Kyiv.
"Em resposta aos atos terroristas do regime de Kyiv na região [russa] de Britansk, em 02 de março, as Forças Armadas da Federação Russa lideraram ataques massivos de represálias", afirmou o Ministério da Defesa da Rússia em comunicado.
De acordo com o ministério, os ataques foram realizados sobretudo com mísseis supersónicos "Kinjal" ("Punhal", em russo).
Estes mísseis foram usados pelo Exército russo pela primeira vez no ano passado e caracterizam-se por serem muito manobráveis e conseguirem desafiar os sistemas de defesa antiaérea, segundo Moscovo. São o primeiro armamento hipersónico a ser utilizado em conflitos.
Os ataques russos, os maiores das últimas semanas, mataram pelo menos seis pessoas e cortaram a eletricidade a parte da população e à central nuclear de Zaporijia.
De acordo com o Exército ucraniano, a defesa antiaérea destruiu 34 dos 81 mísseis lançados por Moscovo e quatro 'drones' explosivos de fabrico iraniano.
A Rússia tem bombardeado regularmente, desde outubro, as principais instalações de energia da Ucrânia com mísseis e 'drones', pelo que milhões de pessoas têm vivido sem luz nem aquecimento.
Ucrânia está a usar tanques insufláveis como engodo para os russos…
A agressão da Rússia contra a Ucrânia continua e como temos acompanhado tem valido tudo. De acordo com informações muito recentes, a Ucrânia estará a usar tanques insufláveis como engodo para os russos...
Tanques Insufláveis: vendas aumentaram cerca de 30%
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia não acontece apenas com armas, munições, força humana, etc. A estratégia inteligente que dá indicações de ação aos militares tem feito toda a diferença no campo de batalha.
Como forma de enganar as formas russas, a Ucrânia está a usar tanques insufláveis. Estes insufláveis, muito semelhantes a um tanque real, pesa 100 quilos e custa 94 mil euros.
Vojtech Fresser, diretor-executivo da Inflatech, não confirmou à Euronews que vende estes tanques insufláveis à Ucrânia. No entanto, sabe-se que as vendas aumentaram cerca de 30% e o diretor-executivo chegou mesmo a dizer que estes equipamentos podem ajudar quem precisa de ajuda.
Estes insufláveis são "versões falsas" do sistema de transporte de rockets HIMARS fabricado nos EUA, que foram enviados para a Ucrânia. Para a construção, a empresa utiliza materiais leves, como seda artificial. São necessários quatro soldados para operar um tanque destes e apenas 10 minutos para que fique operacional.
Fresser disse que prefere fazer brinquedos para crianças. “Mas primeiro, temos que garantir um mundo seguro para eles. Então, esperamos retornar aos projetos civis”, referiu
Segundo a Presidência da Ucrânia, o funeral do comandante do 1.º batalhão da 67.ª Brigada Mecanizada Separada decorreu na Catedral de São Miguel das Cúpulas Douradas, na capital ucraniana.
“Volodymyr Zelensky e Sanna Marin deitaram flores no caixão de Dmytro Kotsiubailo e expressaram as suas condolências à família”, lê-se numa nota.
O jovem soldado, de 27 anos, foi condecorado postumamente com a Cruz de Mérito Militar pelos seus “méritos pessoais, notáveis na defesa da soberania do Estado e integridade territorial da Ucrânia”.
Após as cerimónias fúnebres, Zelensky e Marín deslocaram-se ao Muro em Memória dos Defensores Caídos da Ucrânia na Guerra Russo-Ucraniana, onde colocaram flores e “honraram a memória dos defensores com um momento de silêncio”.
Wagner em dificuldades devido a "zona de matança" ucraniana em Bakhmut
O Reino Unido dá conta de posições bem definidas entre forças invasoras e invadidas, mas os ataques ucranianos a pontes cruciais estão a limitar o progresso da milícia russa.
Perante as recentes notícias sobre o reforço de forças ucranianas em Bakhmut, com vista a manter a cidade, o Ministério da Defesa do Reino Unido alertou este sábado que os ucranianos conseguiram criar uma "zona de matança" na cidade e que tem travado mais avanços por parte do grupo Wagner.
No mais recente relatório dos serviços secretos britânicos, divulgado através do Twitter, Londres explica que "ao longo dos últimos quatro dias, as forças do grupo Wagner tomaram o controlo da maioria da zona este da vila de Bakhmut", com a linha da frente a ser dividida no centro da localidade, no rio Bakhmutka.
No entanto, os ucranianos, que mantêm o controlo na zona oeste da cidade, "demoliram pontes importantes sobre o rio, que passa do norte para o sul, ao longo de uma faixa de campo aberto com 200 a 800 metros de largura".
"Com os ucranianos a conseguirem abrir fogo a partir de edifícios fortificados a oeste, esta área tornou-se numa zona de matança, provavelmente tornando-se mais difícil para as forças Wagner conseguiram continuar com os seus ataques em frente", afirmam os britânicos.
Ainda assim, as forças de Kyiv e "as suas linhas de fornecimento a oeste continuam vulneráveis às tentativas continuadas dos russos de os cercar a partir do norte e do sul".
Nos últimos dias, as autoridades e o governo ucranianos afirmaram que, após ter estado em cima da mesa uma saída estratégica de Bakhmut, o plano será agora continuar a segurar as forças na localidade, dado o número de recursos, de homens e de armamento que esta batalha tem obrigado os russos a perder.
Bakhmut tornou-se no centro das atenções na linha da frente e o grupo Wagner, até há poucos meses uma entidade algo clandestina e obscura, relevou-se finalmente a público para contestar posições do exército russo e assumir o controlo sobre a situação no terreno em Bakhmut.
O grupo Wagner é uma milícia paramilitar russa, fundada e liderada pelo oligarca Yevgeny Prigozhin. Prigozhin é um dos oligarcas mais próximos de Vladimir Putin e, ao longo da guerra, várias agências têm apontado para a influência do empresário na máquina de guerra russa e no Kremlin.
Zelensky sublinha perdas de militares russos nos combates em Bakhmut
Mais de mil militares russos morreram e pelo menos 1.500 ficaram gravemente feridos nos combates da última semana na cidade ucraniana de Bakhmut, disse, este domingo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
No discurso diário ao país, Zelensky fez um balanço dos combates em Bakhmut, cidade localizada no leste da Ucrânia, onde decorre uma longa batalha há meses e na qual se registam elevadas baixas de ambas as partes.
No entanto, Zelensky afirmou que, desde 6 de março, só na zona de Bakhmut, morreram "mais de 1.100 soldados inimigos, que são perdas irreversíveis da Rússia", e mais de 1.500 militares foram feridos com gravidade.
De acordo com o presidente ucraniano, as forças de Kyiv destruíram mais de dez depósitos russos de munições e dezenas de unidades militares.
No sábado, o grupo de reflexão ('think tank') Instituto para o Estudo da Guerra, em Washington, Estados Unidos, revelou que as forças russas e os mercenários do Grupo Wagner, com ligações ao Kremlin, continuam a lançar ataques terrestres, mas sem sinais de avanço no terreno em Bakhmut.
Esta informação da organização norte-americana surgiu depois de fontes oficiais da Defesa britânica terem referido que os operacionais do Grupo Wagner já tinham tomado grande parte da zona leste de Bakhmut, com o rio Bakhmutka a marcar agora a linha da frente dos combates.
A batalha que dura há seis meses pela cidade ucraniana de Bakhmut, na região de Donetsk, tem sido a mais longa e sangrenta luta da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Para o Kremlin, capturar Bakhmut é essencial para alcançar o seu objetivo declarado de assumir o controlo total de Donetsk, uma das quatro regiões ucranianas que Moscovo anexou ilegalmente em setembro.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
As informações sobre a guerra na Ucrânia divulgadas pelas duas partes envolvidas no conflito não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.
Kyiv confirma identidade de soldado executado por militares russos
Os serviços de segurança ucranianos confirmaram, este domingo, a identidade do soldado alegadamente fuzilado por tropas russas, caso que foi dado a conhecer por um vídeo que se tornou viral.
"Os investigadores concluíram que o soldado ucraniano que foi abatido (...) era um atirador de elite do 163.º batalhão da 119.ª brigada de defesa territorial da região de Tchernihiv", chamado Oleksandr Matsiyevsky, anunciaram os serviços SBU, em comunicado.
No vídeo de alguns segundos, conhecido no início de março, um homem vestindo uniforme militar, mas desarmado, fuma um cigarro. Um homem, que não aparece no vídeo, diz a outro, em russo, para o filmar. "Glória à Ucrânia!", grita o soldado ucraniano, que é, de seguida, executado com rajadas de metralhadora.
Na segunda-feira, o vídeo viralizou nas redes sociais, com muitas publicações, fotos e desenhos em homenagem ao soldado.
O anúncio do SBU surge alguns dias depois de várias fontes oficiais do exército ucraniano terem gerado a confusão ao mencionaram duas identidades diferentes para o soldado, uma das quais a agora confirmada.
Nos últimos dias, a mãe do soldado falou a uma televisão confirmando a sua identidade, a que os investigadores juntaram a análise de fotografias e vídeos e a perícia médico-legal para concluírem tratar-se de Oleksandr Matsiyevsky.
Segundo o departamento regional da secção norte das forças armadas ucranianas, Oleksandr Matsiyevsky nasceu a 10 de maio de 1980, na Moldova, e foi capturado pelas tropas russas quando se encontrava na região oriental de Donetsk, com outros quatro soldados.
No comunicado, o chefe dos serviços SBU, Vasyl Malyouk, elogiou o soldado por, "mesmo perante a morte, ter mostrado ao mundo inteiro de que é feito o caráter e a invencibilidade dos ucranianos".
O responsável adianta ainda que os serviços de segurança estão a tentar identificar os militares russos que cometeram este "crime sangrento".
O exército ucraniano prometeu, na terça-feira, vingar a execução e, numa comunicação feita, este domingo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, elogiou "a bravura" do soldado, a quem entregou o "título de herói da Ucrânia".
"Hoje conferi o título de Herói da Ucrânia a Oleksandr Matsiyevsky, um soldado. Um homem que todos os ucranianos conhecerão. Um homem que será lembrado para sempre. Pela sua bravura, pela sua confiança na Ucrânia e pela sua "Glória à Ucrânia!'", disse o chefe de Estado ucraniano numa publicação partilhada no Telegram. A mensagem foi também partilhada no Instagram de Zelensky.
A (longa) lista de opositores perseguidos, exilados e presos pela Rússia
O opositor russo Vladimir Kara-Murza, que começou hoje a ser julgado na Rússia por acusações de alta traição, integra um grupo de centenas de ativistas e organizações perseguidos, exilados e presos pelo Kremlin.
As autoridades russas acusam Kara-Murza de alta traição, de colaborar com organizações aliadas da NATO e de disseminar informação falsa, o que indica que o ativista de 41 anos, detido em abril de 2022, pode enfrentar uma pena de até 20 anos de cadeia.
Nos últimos cinco anos -- e de forma mais intensa desde a anexação da Crimeia, em 2014, e da invasão da Ucrânia em 2022 - o regime do Presidente Vladimir Putin montou uma violenta operação repressiva e de perseguição a centenas de ativistas e de organizações de defesa de direitos cívicos e humanos.
Eis uma lista de alguns dos principais rostos e organizações opositoras de Putin que foram alvo de várias formas de repressão:
Alexei Navalny
Em janeiro do ano passado, o nome de Navalny foi incluído na lista do Kremlin de terroristas e extremistas, depois de ter sido detido no ano anterior, quando regressava de uma viagem à Alemanha, onde esteve durante cinco anos a recuperar de um envenenamento por um agente nervoso. Foi condenado a dois anos e meio de cadeia, por uma acusação de fraude.
Lyubov Sobol
Detida por ligações a Navalny, Sobol era advogada da fundação anti-corrupção liderada por aquele, tendo ficado em prisão domiciliária cerca de um mês, por alegadamente ter violado regras contra a pandemia de covid-19, acabando por ser condenada por este crime numa sentença de pena suspensa de um ano e meio.
Andrei Pivovarov
O diretor da entretanto extinta organização Open Russia foi retirado de um voo entre Varsóvia e São Petersburgo, para ser detido, acusado de ter violado leis de segurança nacional em favor de "organizações indesejáveis", tendo ficado preso, em 2021, preventivamente por dois meses a aguardar julgamento.
Em 2022, Pivovarov foi condenado a quatro anos de cadeia, apesar de organizações como a Amnistia Internacional terem protestado contra a sentença, alegando que o ativista se limitou a exercer o seu direito de associação.
Dmitry Gudkov
Em 2021, este deputado (2011-2016) de 41 anos foi detido sob acusações de tentativa de perturbação de atos eleitorais, acabando por ser obrigado a sair do país, em direção à Ucrânia, onde acabou por saber que tinha sido condenado à revelia num processo de atraso no pagamento de rendas imobiliárias.
Gudkov foi membro e dirigente do partido Rússia Justa, de onde foi expulso em 2013, depois de ter sido acusado de pedir aos Estados Unidos para interferir nas eleições russas.
Andrei Soldatov e Irina Borogan
Estes dois investigadores, autores de um livro sobre a história dos russos no estrangeiro ("Os compatriotas"), tiveram de pedir asilo no Reino Unido, em 2021, face a várias ameaças por parte do Kremlin, que os começou a intimidar e a acusar de envolvimento com grupos extremistas.
Kira Yarmysh
Esta antiga porta-voz da fundação anti-corrupção foi detida em janeiro de 2021, durante uma manifestação a favor de Navalny, tendo ficado detida durante nove dias, acusada de organização de eventos não autorizados.
No mês seguinte, Yarmysh foi colocada sob prisão domiciliária, tendo fugido da Rússia para evitar cumprir uma pena de prisão por estar por detrás dos movimentos de apoio a Navalny.
Leonid Volkov
Especialista em Tecnologias de Informação e diretor de campanha de Alexei Navalny, nas presidenciais de 2018, Volkov abandonou a Rússia em 2019, depois de as autoridades russas terem aberto uma investigação por suspeitas de lavagem de dinheiro da fundação anti-corrupção.
Ivan Zhdanov
Dirigente do partido Rússia do Futuro, e membro da fundação anti-corrupção de Navalny, Zhdanov saiu do seu país em 2019, depois de o seu pai ter sido detido sob suspeita de atividades políticas ilícitas.
Roman Dobrokhotov
Jornalista e editor da plataforma digital The Insider, Dobrokhotov foi detido em 2021 sob alegações de ter divulgado informações que podem afetar a segurança nacional, em colaboração com entidades ocidentais.
A sua plataforma The Insider foi incluída na lista de "agentes estrangeiros" e o passaporte do jornalista foi retido, bem como telemóveis e computadores portáteis, para averiguações.
Mikhail Khodorkovsky
Homem de negócios e ativista opositor de Putin, MBK, como é conhecido, foi condenado a nove anos de cadeia, em 2005, por "atividades subversivas". Em 2009, quando estava a meio da sua pena, foi de alvo de novas acusações, para um segundo julgamento que se iniciou nesse ano, tendo sido condenado a mais 11 anos de prisão.
Khodorkovsky acabou libertado em dezembro de 2013, após vários recursos apoiados por organizações internacionais, e exilou-se, passando a viver em vários países ocidentais e tornando-se o porta-voz de movimentos de oposição ao regime de Putin.
Roman Badanin
O editor executivo da plataforma noticiosa Proekt foi obrigado a fugir da Rússia, em 2019, para evitar um processo judicial, duas semanas depois de as autoridades terem proibido a atividade da sua organização, que foi incluída na lista de "agentes estrangeiros".
Badanin acabou por se exilar nos Estados Unidos, tendo recentemente denunciado pressões das autoridades russas sobre amigos e familiares, por causa da sua alegada "atividade subversiva".
Memorial
Organização internacional de defesa dos Direitos Humanos, fundada durante a queda da União Soviética, para investigar casos de violação de direitos cívicos e humanos durante a época do ex-líder soviético Josef Stalin.
Após a aprovação da Lei de Agentes Estrangeiros, em 2012, a Memorial começou a sentir forte pressão por parte do regime do Presidente Putin, tendo sido declarada "agente estrangeiro" pelo Ministério da Justiça.
Em 2021, a organização foi encerrada e liquidada por um tribunal de Moscovo, que alegou a violação da Lei de Agentes Estrangeiros, tendo, contudo, continuado alguma da sua atividade a partir de outros países, em particular da Alemanha.
Free Russian Forum
Organização fundada em 2016 pelo ex-campeão de xadrez e ativista político Garry Kasparov, tem por objetivo "criar alternativas intelectuais ao regime de Putin, tendo colocado a sua base de operações na Lituânia.
Em 2019, foi colocada na lista de "agentes estrangeiros" e o Ministério da Justiça iniciou um processo contra vários dos seus dirigentes na Rússia por suspeita de atividades subversivas contra o Estado.
Vesna
Organização ligada ao movimento político Yabloko, tornou-se uma das mais relevantes plataformas de oposição a Putin, com uma forte componente de ações de protesto nas ruas.
Em fevereiro de 2022, logo a seguir ao início da invasão da Ucrânia, o movimento viu alguns dos seus líderes serem detidos, pelos protestos contra a agressão militar, e foi notificada de duas ações criminais, por violação da Lei de Agentes Estrangeiros.
Batalha de Bakhmut dura há sete meses num impasse com milhares de mortos
A batalha de Bakhmut, no leste da Ucrânia, dura há mais de sete meses, com baixas estimadas em milhares de soldados de ambos os lados, avanços territoriais insignificantes e desfecho incerto.
Esta é a batalha mais longa e sangrenta desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro do ano passado, e que se intensificou recentemente, após as forças de Moscovo terem perdido Kharkiv, no nordeste do país, e Kherson, no sul, concentrando a sua ofensiva em Bakhmut, na tentativa de conquistar a totalidade da província de Donetsk, ilegalmente anexada em setembro.
Com contínuos combates de grande violência, numa luta de trincheiras já comparada à I Guerra Mundial, as tropas russas têm a cidade praticamente cercada, mas não tomaram o centro, e na região terão apenas conquistado 60 quilómetros quadrados, segundo uma estimativa do projeto de investigação jornalística Grid.
Quanto às forças da Ucrânia, recentemente reforçadas, estão agora a resistir contra ataques do norte, leste e sul e a sua única via de abastecimento situa-se a oeste e sob fogo da artilharia russa.
A importância estratégica de Bakhmut é duvidosa, mas ambas as partes, segundo analistas, continuam apostadas numa campanha de desgaste, antecipando a intensificação das ofensivas ucranianas e russas que são esperadas na primavera.
"É preciso ganhar tempo para construir reservas e lançar uma contraofensiva, que não está longe", disse o chefe das forças terrestres da Ucrânia, Oleksandrem Syrskyi, em comunicado no domingo, embora tenha reconhecido depois que a situação em Bakhmut era difícil.
Do lado russo, Yevgeny Prigozhin, o fundador do Grupo Wagner, que lidera o cerco a Bakhmut, através do Telegram, disse o mesmo, descrevendo um cenário "difícil, muito difícil", em que "o inimigo luta a cada metro", num momento em que esta empresa de mercenários mantém relações tensas com o Estado-Maior e o Ministério da Defesa da Rússia, acusando-os de incompetência ou mesmo de traição por falta de fornecimento de munições de artilharia.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou no domingo que houve mais de 1.100 mortos de militares russos nos dias anteriores, enquanto o Ministério da Defesa da Rússia alegou, na segunda-feira, 220 perdas ucranianos em 24 horas.
Embora a ordem de Kiev seja resistir, vários aliados e analistas entendem que as forças ucranianas deveriam abandonar Bahkmut e concentrar-se na contraofensiva iminente, havendo relatos, segundo o jornal Guardian, de dezenas de vídeos na rede TikTok na semana passada de soldados ucranianos apelando a Zelensky para uma retirada.
Agências de informação ocidentais estimam que a Rússia tenha sofrido entre 20 mil e 30 mil baixas só na batalha de Bakhmut, um número em linha com as autoridades ucranianas, que apontam que 30 mil dos 50 mil soldados do Grupo Wagner, muitos dos quais recrutados em prisões russas, desertaram, foram mortos ou feridos, a grande maioria nesta cidade e arredores.
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, afirmou, por sua vez, na terça-feira, que a Ucrânia perdeu mais de 11 mil soldados em fevereiro, igualmente em Bakhmut e arredores, números que são recusados por autoridades ocidentais, citadas pela BBC.
"A indiferença do regime de Kiev em relação ao seu próprio povo é surpreendente", afirmou Shoigu, no Telegram, numa declaração que pode ser interpretada como uma ironia de devolver o mesmo tipo de acusação à forma como a Rússia usa os seus militares como 'carne para canhão'.
No passado dia 05, o tenente Petro Horbatenko, um combatente ucraniano na batalha de Bakhmut, descreveu ao Wall Street Journal que houve dias em que até 18 vagas de homens das tropas do Grupo Wagner atacaram uma única trincheira num período de 24 horas.
A guerra dos números e respetivas propagandas não permitem certezas, sobretudo pela enorme diferença apontada pelas partes e até analistas.
Mykhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky, estimou no início de dezembro que até 13 mil ucranianos foram mortos desde o começo da guerra.
Mas, segundo o projeto Grid, no início de novembro, o chefe do Estado-Maior os EUA, general Mark Milley, calculou que cada lado teve cerca de mais de 100 mil soldados mortos ou feridos. Mais recentemente, em 22 de janeiro, o chefe das Forças Armadas da Noruega, Eirik Kristoffersen, também apontou 100 mil baixas das tropas de Kiev e 180 mil das de Moscovo.
As perdas da Rússia são ainda mais díspares. Na semana passada a Ucrânia indicou 155 mil mortos russos, mas o Kremlin numa atualização distante, em setembro, enumerou apenas 5.937 baixas.
Um relatório da Meduza, um meio de comunicação russo independente, e da filial russa da BBC, confirmou pelo menos 10 mil soldados russos mortos até dezembro do ano passado.
Mais recentemente, um estudo do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, com sede em Washington, estimou que entre 60 mil e 70 mil soldados russos foram mortos entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023.
Estas estimativas, segundo o relatório consultado pela Lusa, incluem soldados russos regulares, Serviço de Segurança Federal e Serviço de Guarda Federal, combatentes de milícias pró-Rússia, como a Milícia do Povo de Donetsk e a Milícia do Povo de Lugansk; e empresas militares privadas como o Grupo Wagner. Somando os feridos e desaparecidos, o número atinge a escala de entre 200 mil e 250 mil.
"A Rússia sofreu mais mortes em combate na Ucrânia no primeiro ano da guerra do que em todas as suas guerras desde a II Guerra Mundial juntas, de acordo com uma nova análise do CSIS da disposição da força e das operações militares das unidades russas e ucranianas", refere o documento.
As baixas russas integram ainda oficiais superiores: 13 generais russos foram mortos, segundo as autoridades ucranianas, enquanto os serviços de informação dos EUA coloca o número entre oito e dez, de acordo com o Grid.
Quanto a equipamentos militares, o projeto Oryx, com sede de Holanda, calcula, na totalidade, 9.628 perdas russas, entre aviões, 'drones', mísseis, peças de artilharia, tanques, viaturas blindadas, de transporte de infantaria ou postos de comando; do total, 6.161 foram destruídos, 280 atingidos, 382 abandonados e 2805 capturados.
O projeto Oryx ganhou destaque internacional desde a invasão russa, contando e acompanhando as perdas materiais com base em provas visuais e informações abertas nas redes sociais e verificáveis.
Do lado ucraniano, são indicadas perdas de equipamentos militares bastante menores, num total de 3.077, dos quais 1.958 destruídos, 156 atingidos, 79 abandonados e 886 capturados.
Também o número de civis mortos é incerto. A estimativa mais recente das Nações Unidas é de mais de 8.100, mas a organização observa constantemente que o número deve ser bastante superior, bem como o cálculo do total de vítimas -- uma combinação de fatalidades e ferimentos -, que são mais de 21 mil.
Antes da guerra, Bakhmut tinha uma população de mais de 70 mil pessoas, e, segundo o Grid, tem hoje menos de cinco mil, sem contar as forças de combate.
Putin enfrenta acusações de crimes de guerra desde o ano de 2000
Vladimir Putin enfrenta acusações de crimes de guerra desde a subida ao poder no Kremlin em 2000, que coincidiu com a segunda guerra da Chechénia, seguindo-se a intervenção militar na Síria (2015) e agora a invasão da Ucrânia.
Ochefe de Estado russo já tinha sido acusado de ser responsável, direta ou indiretamente, pela prática de crimes contra a humanidade.
No entanto, é a primeira vez que um órgão como o Tribunal Penal Internacional (TPI) emite um mandado de captura por crimes de guerra contra o líder do Kremlin, numa decisão divulgada hoje.
A presidência russa já reagiu à decisão, referindo que não reconhece a jurisdição do TPI e que, por isso, considera as suas decisões "juridicamente nulas", noticiou a agência Efe.
Logo em abril de 2000, um mês depois de Putin ter sido eleito Presidente da Rússia, a Federação Internacional das Ligas de Direitos Humanos (FIDH) e a organização russa Memorial publicaram um relatório sobre os abusos cometidos na república da Chechénia, no norte do Cáucaso.
Ambas as organizações concluíram que Putin e o seu antecessor, Boris Yeltsin, "devem ser os principais responsáveis, pelo menos pelas funções que ocuparam, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade perpetrados na Chechénia pelas forças russas".
Além disso, recomendaram ao Conselho de Segurança da ONU a criação de um Tribunal Penal Internacional 'ad hoc' para a Chechénia, onde Putin lançou uma brutal operação terrorista em 1999 para derrubar os guerrilheiros islâmicos.
Putin sustenta que, quando chegou ao poder, a Federação Russa, como a URSS em 1991, estava ameaçada de desintegração, em grande parte devido às atividades no Cáucaso de organizações terroristas apoiadas, entre outros, por países ocidentais.
Os governos da Síria e da Rússia foram acusados de cometer crimes de guerra ao bombardear violentamente a cidade de Aleppo em setembro e outubro de 2016, onde ambas as forças de oposição ao regime de Bashar al-Assad e grupos terroristas estavam entrincheirados, segundo Moscovo e Damasco.
De acordo com organizações de direitos humanos, várias centenas de civis, incluindo cerca de uma centena de crianças, morreram nestes bombardeamentos efetuados por aviões russos e sírios, ataques que atingiram casas e infraestruturas sociais, incluindo hospitais.
Em reação, a chanceler alemã Angela Merkel e o Presidente francês François Hollande alertaram Putin que esses ataques representavam um crime de guerra e um martírio para a população.
Al-Assad visitou a Rússia esta semana, onde foi recebido por Putin, e manifestou o seu apoio contra o que considerou velhos e novos nazis.
Já no atual conflito na Ucrânia, após a retirada das tropas russas do norte de Kiev no início de abril de 2022, as autoridades locais encontraram vários corpos de pessoas supostamente executadas por soldados russos nas ruas da cidade de Bucha.
Dias depois, Kiev denunciou a descoberta de valas comuns com centenas de corpos no norte da capital ucraniana e também em outros locais, como na região leste de Kharkov e Donbass.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou abertamente a Rússia de crimes de guerra, com diversos chefes de Estado que visitaram o país invadido pela Rússia a deslocarem-se a Bucha, para prestar homenagem às vítimas.
Depois, também o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o seu homólogo russo deveria ser julgado por crimes de guerra.
Num comunicado divulgado hoje, o TPI acusa Putin de ser "alegadamente responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população (crianças) e transferência ilegal de população (crianças) de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa".
Um relatório sobre o Programa Sistemático da Rússia para a Reeducação e Adoção de Crianças da Ucrânia, lançado, em fevereiro, pelo Laboratório de Pesquisa Humanitária da Escola de Saúde Pública de Yale (HRL), estima em mais de seis mil os menores ucranianos colocados em 43 campos de reeducação ou orfanatos russos após a invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro de 2022. O relatório admite que o número pode ser bastante maior.
A organização não-governamental (ONG) Human Rigths Watch (HRW) estima, num outro relatório, que milhares de crianças ucranianas que viviam em orfanatos foram transferidas à força para a Rússia ou para territórios ocupados.