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A sonda LISA Pathfinder irá testar a tecnologia mais avançada e precisa já construída, na tentativa de observar as ondas gravitacionais a partir do espaço.
[Imagem: ESA/ATG Medialab]
Ondas Gravitacionais
A longamente esperada sonda espacial LISA Pathfinder, da Agência Espacial Europeia (ESA), finalmente foi lançada para o espaço, a bordo de um foguete Vega, que partiu do Porto Espacial Europeu em Kourou, na Guiana Francesa.
O grande objectivo da missão é fazer a melhor tentativa já realizada para a detecção das ondas gravitacionais.
As ondas gravitacionais seriam ondulações no tecido do espaço-tempo, previstas há exatamente um século, por Albert Einstein, na sua Teoria Geral da Relatividade, publicada em 2 de dezembro de 1915.
De acordo com a teoria de Einstein, estas flutuações seriam universais, geradas por objectos de grande massa e alta velocidade.
No entanto, e apesar de inúmeros esforços experimentais, essas ondas gravitacionais ainda não foram detectadas.
Um dos problemas é que elas são ondas pequenas demais.
Para se ter uma ideia, as ondas gravitacionais geradas por um par de buracos negros esticaria uma régua de um milhão de quilómetros, num tamanho menor do que átomo.
Observatório LISA
A sonda LISA Pathfinder irá testar a tecnologia mais precisa já construída até hoje, na tentativa de observar as ondas gravitacionais a partir do espaço.
No centro do equipamento detector estão um par de cubos idênticos de platina e ouro, medindo 46 milímetros e separados um do outro por 38 centímetros.
Dentro da sonda eles estão isolados de todas as forças, externas e internas, que poderiam actuar sobre eles, exceto a gravidade.
Durante a missão, estes dois cubos irão sofrer a queda livre mais pura já produzida no espaço, enquanto as suas posições relativas serão monitorizadas com uma precisão inédita, estabelecendo as bases para a observação das ondas gravitacionais.
Estas medições serão complementares às realizadas por diversos observatórios em terra, uma vez que as experiências no espaço e em terra são sensíveis a diferentes fontes de ondas gravitacionais.
Esquema do detector de ondas gravitacionais da sonda LISA Pathfinder.
[Imagem: ESA/ATG Medialab]
O detector das ondas gravitacionais
Quando a sonda chegar à sua órbita final, os dois cubos serão libertados do mecanismo, que os prendeu durante o lançamento e a viagem deixarando de estar em contato mecânico com a nave.
Um complexo sistema de lasers entre os dois cubos começará então a avaliar o quão perto eles estão da verdadeira queda livre, com uma precisão de bilionésimos de milímetro, pois calcula-se que as ondas gravitacionais tenham dimensões da ordem de alguns milionésimos de milímetro para distâncias de milhões de quilómetros.
A própria nave será uma parte activa na experiência, disparando minúsculos motores cerca de 10 vezes por segundo para ajustar a sua posição e evitar entrar em contato com os cubos, protegendo-os assim de qualquer força extra, para que eles se movam sob exclusiva acção da gravidade.
"Depois de muitos anos de desenvolvimento e teste em terra, estamos ansiosos pelo derradeiro teste, que só pode ser feito no espaço," diz Paul McNamara, gerente do projecto.
Ponto de Lagrange
Ao longo das próximas duas semanas, a nave irá elevar-se através dos seus potentes motores para finalmente atingir sua posição operacional, em órbita de um ponto virtual estável no espaço chamado L1 (Ponto de Lagrange 1), a cerca de 1,5 milhões de quilómetros da Terra, em direcção ao Sol.
A expectativa é que a LISA Pathfinder atinja a sua órbita operacional cerca de 10 semanas após o lançamento, em meados de Fevereiro.
Depois das verificações finais (em 1 de Março),começará a sua missão científica com a duração de seis meses.
ESA
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