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Em termos territoriais o Brasil é o quinto maior país do mundo e o maior da América do Sul. Aqui se regista uma significativa diversidade cultural que tem as suas origens não só nas respectivas características naturais, mas também nos variados processos históricos que moldaram a ocupação e o desenvolvimento do país. Este é um dos mais representativos exemplos duma nação que se foi construindo a partir do encontro de múltiplas culturas, em tempos, lugares e modos distintos. No início do século XVI, o território era habitado por um milhão de indígenas amerindianos. Juntamente com os portugueses foram depois chegando, entre 1538 e 1888, cerca de 5 milhões de escravos africanos. A partir daí e, sobretudo, durante as primeiras décadas do século XX, foi a vez de aqui se instalarem comunidades de italianos, alemães, japoneses, sírios, libaneses e outros. A cozinha brasileira revela e materializa as relações que aí se estabeleceram entre estas diversas culturas que consigo trouxeram não só novos produtos como também outros procedimentos culinários, novos hábitos e tradições alimentares. Mas a sua base está, essencialmente, na herança culinária das populações indígenas, portuguesas e africanas.
Dos povos nativos manteve-se a mandioca, o palmito, o milho, a batata doce, a caça e o peixe, o método de secagem ou de fumagem para conservação da carne. Por outro lado, muitos dos produtos que hoje são património indiscutível da alimentação e da própria paisagem do Brasil, tiveram a sua origem na Índia ou China distantes, donde foram trazidos directamente pelos portugueses ou através de África onde foram previamente cultivados. Aqui podemos indicar as bananas, a manga, o coco, o arroz, o chá e as especiarias. A cultura do açúcar, tão determinante na história do país, foi também introduzida pelos portugueses que ainda trouxeram consigo a cultura da cebola, alho, cominhos e coentros, plantados em pequenas hortas, à semelhança do que acontecia em Portugal. Introduziram, igualmente, o uso do azeite, saladas e hortaliças, toucinho, presunto e chouriço, o leite e o queijo, a "criação" e os ovos. A mulher portuguesa teve um papel particular neste processo, divulgando procedimentos, modos de preparação culinária e receitas trazidos de Portugal, como a doçaria (principalmente os doces de ovos), as compotas e a fritura dos alimentos. Procedeu também à actualização de alguns pratos, substituindo ingredientes tradicionais por produtos locais, como a farinha de trigo pela farinha de mandioca, o leite de origem animal pelo leite de coco, etc. Por sua vez os povos africanos trouxeram consigo o inhame e os quiabos, o dendê, a pimenta do reino, mas sobretudo práticas alimentares que integram fortes rituais religiosos, tão presentes na cozinha baiana com as suas comida-de-santo.
Cada região tem os seus pratos emblemáticos: a Amazónia, a norte, marcadamente de influência indígena, apresenta o tucupi e o carará; a Baía, situada no nordeste, tem raízes acentuadamente africanas, e cozinha o vatapá, a moqueca de peixe, o bobó de camarão, o xinxin de galinha e os célebres "doces de tabuleiro"; na zona central, onde se situa Brasilia, Mato Grosso e o famoso Pantanal, abundam a caça e o peixe, bem como a vaca e o porco criados nas grandes fazendas; a região de Minas, a sudeste, onde ficam as cidades do Rio e São Paulo, com o seu totu e pão de queijo, é o coração industrial do Brasil e aí se cruzam distintos estilos de cozinha, sobretudo, de Portugal, Itália, Alemanha e Espanha, mas também de outros países europeus e árabes; mais a sul, domina a cozinha gaúcha com os seus pratos de carne seca ou salgada e os churrascos. Mas para além dos pratos de carácter vincadamente regional, encontram-se outros que fazem parte do quotidiano de todo o país, como o arroz-com-feijão, quase obrigatório pelo menos numa refeição do dia, enquanto prato único ou como acompanhamento. O termo "feijão-com-arroz" é mesmo utilizado para designar o que é rotineiro, repetitivo ou demasiado familiar. Igualmente generalizado é o uso da mandioca, sobretudo da sua farinha com a qual se prepara a conhecida farofa.
Dos povos nativos manteve-se a mandioca, o palmito, o milho, a batata doce, a caça e o peixe, o método de secagem ou de fumagem para conservação da carne. Por outro lado, muitos dos produtos que hoje são património indiscutível da alimentação e da própria paisagem do Brasil, tiveram a sua origem na Índia ou China distantes, donde foram trazidos directamente pelos portugueses ou através de África onde foram previamente cultivados. Aqui podemos indicar as bananas, a manga, o coco, o arroz, o chá e as especiarias. A cultura do açúcar, tão determinante na história do país, foi também introduzida pelos portugueses que ainda trouxeram consigo a cultura da cebola, alho, cominhos e coentros, plantados em pequenas hortas, à semelhança do que acontecia em Portugal. Introduziram, igualmente, o uso do azeite, saladas e hortaliças, toucinho, presunto e chouriço, o leite e o queijo, a "criação" e os ovos. A mulher portuguesa teve um papel particular neste processo, divulgando procedimentos, modos de preparação culinária e receitas trazidos de Portugal, como a doçaria (principalmente os doces de ovos), as compotas e a fritura dos alimentos. Procedeu também à actualização de alguns pratos, substituindo ingredientes tradicionais por produtos locais, como a farinha de trigo pela farinha de mandioca, o leite de origem animal pelo leite de coco, etc. Por sua vez os povos africanos trouxeram consigo o inhame e os quiabos, o dendê, a pimenta do reino, mas sobretudo práticas alimentares que integram fortes rituais religiosos, tão presentes na cozinha baiana com as suas comida-de-santo.
Cada região tem os seus pratos emblemáticos: a Amazónia, a norte, marcadamente de influência indígena, apresenta o tucupi e o carará; a Baía, situada no nordeste, tem raízes acentuadamente africanas, e cozinha o vatapá, a moqueca de peixe, o bobó de camarão, o xinxin de galinha e os célebres "doces de tabuleiro"; na zona central, onde se situa Brasilia, Mato Grosso e o famoso Pantanal, abundam a caça e o peixe, bem como a vaca e o porco criados nas grandes fazendas; a região de Minas, a sudeste, onde ficam as cidades do Rio e São Paulo, com o seu totu e pão de queijo, é o coração industrial do Brasil e aí se cruzam distintos estilos de cozinha, sobretudo, de Portugal, Itália, Alemanha e Espanha, mas também de outros países europeus e árabes; mais a sul, domina a cozinha gaúcha com os seus pratos de carne seca ou salgada e os churrascos. Mas para além dos pratos de carácter vincadamente regional, encontram-se outros que fazem parte do quotidiano de todo o país, como o arroz-com-feijão, quase obrigatório pelo menos numa refeição do dia, enquanto prato único ou como acompanhamento. O termo "feijão-com-arroz" é mesmo utilizado para designar o que é rotineiro, repetitivo ou demasiado familiar. Igualmente generalizado é o uso da mandioca, sobretudo da sua farinha com a qual se prepara a conhecida farofa.
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