Portal Chamar Táxi

Notícias Suspeito de planejar ataque a homem em situação de rua dissecava animais ao vivo, diz polícia

Roter.Teufel

Sub-Administrador
Team GForum
Entrou
Out 5, 2021
Mensagens
49,225
Gostos Recebidos
1,363
Suspeito de planejar ataque a homem em situação de rua dissecava animais ao vivo, diz polícia

1_22-35816000.jpg


Os agentes, agora, investigam quem financiava os crimes executados pelo grupo em transmissões no aplicativo Discord

Rio - Um dos presos durante a ação da Polícia Civil, que frustrou um ataque planejado contra um homem em situação de rua neste domingo de Páscoa (20), era conhecido por dissecar animais ao vivo no aplicativo de mensagens Discord. A polícia agora investiga quem financiava as práticas criminosas promovidas pelo grupo.

Segundo os investigadores, Bruce Vaz de Oliveira, de 24 anos, apontado como o chefe da quadrilha, tinha conhecimento de todos os ataques realizados e promovia verdadeiros "shows de horrores" ao vivo, dissecando animais por meio da plataforma.

"Ele é responsável por esse servidor. Ele tem a ciência de todos os eventos que acontecem. São eventos programados. Na Páscoa, ele planejava a execução de um coelho. Todas as pessoas que entravam no grupo eram por intermédio dele", disse a delegada Luiza Machado, da 19ª DP (Tijuca), em coletiva.

Os animais dissecados por Bruno eram adotados e, posteriormente, maltratados em transmissão. Durante a prisão, os agentes encontraram a faca usada nos crimes e a pele de um gato.
"Se dizia ativista de proteção de animais da ONU e mediador de conflitos em países do Oriente Médio em guerra. Passava completamente despercebido de todos. Ele adotava animais e fazia a dissecação desses animais ao vivo. Um verdadeiro psicopata", disse o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.

A polícia agora investiga quem financiava as práticas criminosas promovidas pelo grupo. Segundo as investigações, o ataque deste domingo seria executado por Kayke Sant'Anna Franco, de 19 anos, e Caio Nicholas Augusto Coelho, de 18. A dupla planejava usar coquetéis molotov - uma espécie de explosivo feito com uma garrafa e líquido inflamável - contra o homem em situação de rua.
"Eles recebiam em dinheiro, em Pix. Os nomes dos financiadores foram mencionados e vamos buscar a identificação dessas pessoas", afirmou a delegada.

O que diz o Discord?
Por meio de nota, a plataforma informou que tem políticas rigorosas contra atividades que promovam discurso de ódio, incitação à violência e compartilhamento de conteúdo prejudicial.
"Assim que tomamos conhecimento de conteúdos desse tipo por meio de nossas ferramentas de segurança ou por denúncias de usuários, tomamos as medidas apropriadas, incluindo a remoção de conteúdo, banimento de usuários e o desligamento de servidores. Também treinamos as forças policiais brasileiras e cooperamos plenamente com suas investigações, o que resultou em prisões bem-sucedidas em uma série de operações ao longo do último ano. A segurança é uma prioridade para o Discord e estamos comprometidos em proporcionar um ambiente positivo e seguro para nossos usuários no Brasil", disse.

Entenda o caso

Policiais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) e da 19ª DP (Tijuca), com apoio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), realizaram uma operação para evitar um ataque que estava sendo planejado contra um homem em situação de rua, neste domingo (20). Na ação, três homens que integram uma organização criminosa virtual foram presos e um adolescente foi apreendido.

Os mandados foram cumpridos em Vicente de Carvalho, na Zona Norte, e em Bangu, na Zona Oeste. Segundo as investigações, o núcleo da organização pretendia assassinar o homem de forma brutal, com a transmissão do homicídio pela internet, em troca de dinheiro.

Os agentes apuraram a existência de uma rede de jovens que utilizavam uma plataforma online para realizar e divulgar atrocidades, como maus-tratos a animais, indução à automutilação, estupro virtual, racismo e incitação ao crime, como forma de 'entretenimento'. O grupo também promovia ataques de ódio contra negros, mulheres e adolescentes, em uma escalada de violência digital com graves consequências no mundo real.

Outro caso semelhante
Em fevereiro deste ano, um adolescente, de 17 anos, foi apreendido por jogar dois coquetéis molotov em um homem em situação de rua enquanto ele dormia na calçada. O jovem ainda transmitiu o ato ao vivo também no Discord. O crime aconteceu na Avenida Geremário Dantas, no Pechincha, em Jacarepaguá, na Zona Oeste.

Semanas depois, um militar do Exército foi preso por suspeita de participar do crime. Miguel Felipe dos Santos Guimarães da Silva, de 20 anos, foi detido na saída da Ponte Rio-Niterói, na capital. As investigações apontam que ele teria planejado o ataque, que foi executado pelo adolescente, e filmado toda a ação.

Segundo a polícia, os dois faziam parte de um grupo que promovia e incitava crimes de ódio em plataformas digitais. A quadrilha já estava sendo monitorada pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav).

O Dia
 
Topo