Luz Divina
GF Ouro
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Sensibilização Ambiental - Importância e Relação com a Gestão Ambiental

A Sensibilização Ambiental pretende atingir uma predisposição da população para uma mudança de atitudes. No entanto, esta mudança de atitudes só se pode verificar se a população for educada, ou seja, se depois de sensibilizada lhe forem apresentados os meios da mudança que levem a uma atitude mais correcta para com o Ambiente.
O mesmo se aplica no caso se dirigir a organizações, em vez de direccionada para indivíduos, nomeadamente as que pretendem implementar, manter e rever um sistema de gestão ambiental.

Sensibilização e Educação Ambiental
A Sensibilização Ambiental é muitas vezes confundida com Educação Ambiental. A sensibilização só por si não leva a mudanças duradouras, serve antes como uma preparação para as acções de educação ambiental.
A educação ambiental é um processo educativo que surgiu da constatação pela progressiva destruição do Ambiente por parte da Humanidade, sobretudo a partir da revolução industrial. Procura dar resposta à urgente necessidade de conduzir as pessoas a uma mudança de atitudes e comportamentos que as levem a participar activamente na resolução dos problemas ambientais. A Administração Local e Central, a par das escolas, universidades, organizações não governamentais de ambiente e meios de comunicação social, tem um importante papel a desempenhar neste campo, dado o seu conhecimento das regiões, dos problemas e dos métodos mais eficazes de intervenção.
De uma forma geral, tem-se feito mais sensibilização do que educação ambiental no nosso país, sobretudo as organizações governamentais têm uma certa tendência para realizar acções de esclarecimento da opinião pública, utilizando bons suportes publicitários dirigidos às massas, segundo temas ambientais.


Necessidade Crescente de Sensibilização Ambiental
É comum dizer-se que vivemos numa sociedade de consumo. Comprar a todo o custo tornou-se praticamente na finalidade de uma existência plenamente vivida. Consumir pode, é certo, fazer-nos sentir bem, mas acarreta contrapartidas negativas para o Ambiente. Os bens e serviços que consumimos requerem o uso de toda a espécie de recursos planetários e o aumento exponencial do consumo está a provocar a indisponibilidade destes recursos para o futuro, ou seja, é um consumo não sustentável.
Com efeito, a sobreexploração dos recursos naturais, em particular os renováveis, é de tal modo que a capacidade de renovação está a ser seriamente afectada. É o caso das florestas, do solo agrícola (os produtos químicos que são utilizados para obter uma maior produtividade das plantas a curto prazo impedem que o solo se regenere com novos nutrientes), das águas subterrâneas (a procura de água não pára de aumentar), dos stocks de pescado, entre outros. Quanto aos recursos minerais não renováveis, nos últimos anos aumentou vertiginosamente a sua extracção, como é o caso do petróleo.
Todos nós contribuímos, pois, com os nossos “modus vivendi” para a degradação do Ambiente. Como alguém disse, queixamo-nos e lamentamo-nos da perda da qualidade de vida em virtude da destruição do Ambiente, mas cada um de nós, com os nossos confortáveis hábitos, contribui diariamente para essa destruição.
A defesa do Ambiente implica uma outra forma de consumir, logo, de viver. Consumir menos é uma forma de poupar os recursos naturais para as gerações vindouras. É, portanto, um meio de proteger o Ambiente.
Campanhas de Sensibilização Ambiental
A formação profissional em Ambiente tem vindo a assumir um papel cada vez mais relevante, dado o panorama nacional de mudança em relação às questões ambientais dos sectores económicos em geral.

No entanto, o que seria lógico, uma aposta desde o início na educação (sensibilização e formação), está a ficar inexplicavelmente para último plano. O CARSU - Conselho de Acompanhamento do PERSU (Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos), na reunião de 16 de Dezembro de 1998 classificou a educação - uma das seis prioridades estratégicas da gestão de resíduos sólidos urbanos - como atrasada.
Esta situação tem criado algumas situações menos positivas, nomeadamente a fraca participação da população nos instrumentos de recolha selectiva (ecopontos, ecocentros e recolha selectiva porta-a-porta) e/ou a sua incorrecta utilização.
De acordo com a estratégia comunitária adoptada para a gestão de resíduos, considera-se como objectivo prioritário a redução na origem das quantidades de resíduos produzidos, mediante o recurso, entre outros meios, a tecnologias limpas e à reutilização, devendo encarar-se, como parte integrante de qualquer estratégia de desenvolvimento sustentável, a sua valorização/tratamento.
O sucesso da valorização de componentes de resíduos está dependente da sua recolha selectiva, por forma a serem garantidos baixos níveis de contaminação dos materiais a serem posteriormente enviados, a preços competitivos, às indústrias. Torna-se assim necessário criar hábitos e mentalidade correctos de reciclagem, para que se consigam atingir as metas legais e ambientais.

Relação com a Gestão Ambiental
Para alcançar uma correcta gestão ambiental a todos os níveis, quer organizacionais, quer globais, é necessário sensibilizar a população para a problemática ambiental.
As empresas têm responsabilidades tanto na criação de riqueza como na protecção do Ambiente, pelo que deverão adoptar práticas de gestão ambiental que lhes permitam um conhecimento claro dos impactes provocados, assim como a disponibilização de meios, técnicos, humanos e financeiros, que garantam a sua minimização e controlo.
A formação e sensibilização ambiental surge como um dos requisitos para a implementação do sistema de gestão ambiental numa organização, além de que, o aumento da motivação dos trabalhadores é assegurado através do recurso à sensibilização e formação dos mesmos para as questões ambientais e, por uma maior consciencialização dos trabalhadores para o cumprimento dos objectivos ambientais estabelecidos pela organização, o que constitui uma das vantagens competitivas de implementação de um sistema de gestão ambiental.

Deste modo, a sensibilização, e consequente educação ambiental, permitem uma utilização mais responsável e eficiente dos recursos ambientais, com o objectivo de alcançar o tão desejável desenvolvimento sustentável, ou seja, um desenvolvimento que satisfaz as necessidades da geração actual sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas, garantindo a capacidade de reposição e regeneração dos recursos naturais, assegurando a manutenção da diversidade biológica, da qualidade do ar, da água e do solo, preservando a saúde pública e optando pela qualidade ambiental.
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