billshcot
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Raças de Canto
Harzer
O HARZER, também conhecido por canário do HARZ ou ainda Roller, teve a sua origem na Alemanha, na região do Harz.
É um canário robusto e o seu tamanho é idêntico ao do canário comum, cerca de catorze centímetros, sendo a coloração da sua plumagem o amarelo, o verde e o manchado verde amarelo.
A alimentação do HARZER é diferente da de todos os outros canários como já referimos anteriormente nos canários de canto, sendo a característica principal a percentagem elevadíssima do nabo, na mistura de sementes.
É uma raça que se reproduz muito bem não sendo necessário cuidados especiais, além da alimentação. As fêmeas geralmente são óptimas mães, cuidando zelosamente dos filhos e os machos bons pais, mesmo quando acasalados com duas ou três fêmeas.
Desde o século passado que os criadores alemães tentam aperfeiçoar o canto desta admirável raça que se espalhou não só por toda a Alemanha como praticamente por todo o mundo.
O que distingue o HARZER é o seu canto melodioso, suave enternecedor em contraste com o som forte e metálico dos canários comuns. Canta com o bico fechado, numa posição elegante, enquanto a garganta se dilata por baixo das penas.
Toda a história do HARZER se relaciona com nomes de conhecidas famílias que se dedicaram de todo o coração à sua criação e adestramento, havendo exemplares capazes de expressar mais de trinta variedades de canto. Relatamos um acontecimento bastante relevante, passado em princípio do nosso século. Um operário de nome Henry de Seiffert apresentou um grupo numeroso de canários que causou a maior surpresa e mesmo estupefacção entre os criadores, pelos seus cânticos até então desconhecidos. Pode afirmar-se que nesta altura surgiu um novo marco na canaricultura, pela projecção que teve este facto, embora de há muito o HARZER fosse já considerado o melhor canário de canto.
Com tempo e paciência o HARZER é capaz de cantar fielmente pequenas áreas desde que se lhe dê repetidamente apenas o trecho que desejamos seja reproduzido.
Malinois
A origem do MALINOIS não é inteiramente conhecida no seu aspecto selectivo sabendo-se no entanto que descende dos canários cantores criados na Bélgica, região da Flandres, principalmente na cidade de Malines, que motivou o nome desta raça.
Pela sua posição de canto, no poleiro, pelo seu corpo robusto e alongado, segundo alguns investigadores, o MALINOIS terá a sua descendência na raça Bossu (Belga) e no canário Holandês Frisado.
O seu aspecto exterior não é muito diferente do canário comum, sendo o seu tamanho à volta dos catorze centímetros e a coloração da sua plumagem é, normalmente, amarela.
O MALINOIS é de fácil criação e de muito boas qualidades reprodutivas, havendo apenas que ter cuidado com a alimentação, como para todos os canários de canto.
Caracteriza-se pelo canto harmonioso e variado, embora os sons por vezes sejam fortes e graves.
Também chamado Waterslager, que em flamengo significa literalmente "o timbre da água", tal denominação justifica-se plenamente pois o seu agradável canto baseia-se em três melodias que recordam o ruído das cascatas, o da água gorgolejante e o da água a ferver.
Se o MALINOIS não alcança a perfeição do Harzer, a verdade é que o seu canto é dos mais belos que uma ave pode emitir.
Não há um há um consenso entre os criadores ou juízes sobre o seu canto ser comparável ao do rouxinol, pois para uns, embora seja melodioso e agradável, nada tem a ver com ele, enquanto outros afirmam que a sua qualidade de bom imitador o leva a conseguir reproduzir perfeitamente o canto daquela ave.
Timbrado espanhol
Ao começar a escrever qualquer coisa sobre o canário Timbrado Espanhol procurei primeiro na minha cada vez mais vasta "enciclopédia" algumas ajudas. A primeira coisa que pude constatar é que pouco encontrei sobre o canário em si mas muita escrita há sobre o seu canto. Outra coisa não podia deixar de ser tratando-se de um canário de canto. A sua forma, o seu tamanho, não são importantes comparados com a beleza dos sons que saem do seu pequeno bico.
A sua criação é feita em Espanha desde perto de 1700, sendo reconhecida oficialmente há três ou quatro décadas. Trata-se de uma raça que tem vindo a ser seleccionada continuamente pelos criadores espanhóis, num trabalho cuidadoso e paciente.
Este canário descende directamente do canário silvestre trazido das ilhas Canárias, sendo uma raça robusta e de fácil adaptação. Em Espanha as fêmeas são mesmo usadas para a criação de Giboso Espanhol devido a serem muito cuidadosas com os filhos. O Timbrado Espanhol é fácil de reproduzir.
A sua dimensão é a do canário comum, cerca de 14cm , e a coloração da sua plumagem é geralmente verde ou de manchas amarelo-verde.
O seu canto é alegre, forte e bem sonoro tem os seus admiradores que muito o apreciam. Tratando-se de raças de canto e, visto que o canto também se aprende, há toda a conveniência em só seleccionar os melhores dos melhores dado que os canários medianos podem facilmente estragar os bons.
O criador deve ter um bom ouvido porque a perfeição do canto é tão elevada que há quem indique que há pelo menos dois timbrados diferentes e quem distinga canários de várias origens em Espanha. Há como que uma luta entre o passado (clássico) e aqueles que aceitam a evolução. A luta é de tal forma que se o Timbrado se apercebe-se deixaria de cantar tenho a certeza.
Raças de Forma ou Posição
Frisado do Sul
Com frequência observamos nos concursos e especialmente nos julgamentos, que à medida que vai aumentando o gosto pela criação de frisados nas distintas variedades, uma percentagem bastante considerável destes aficcionados, duvida, desconhece ou confunde as características próprias do standard do FRISADO DO NORTE e do FRISADO DO SUL. Isto ocasiona uma espécie de círculo vicioso desfavorável e ambíguo porque no acasalamento juntam estas duas variedades e o resultado é fatal... Uma hibridação que ocasiona verdadeiros problemas.
A que se deve a menção da palavra problema? Bastaria dizer que do mencionado cruzamento se obtém maus exemplares e seria suficiente; pois não, a questão é mais séria do que parece, por isso, tentaremos aclarar esta situação para bem da especialização e de um trabalho bem realizado.
Resulta que do produto do cruzamento entre o FRISADO DO NORTE e do FRISADO DO SUL, saem canários que mostram ou exteriorizam parte das suas características. Pode ser que tenham as patas compridas e correctamente erguidas sobre o poleiro (SUL), não obstante nunca chegarem a curvar correctamente (7 incipiente DO SUL) porque não tem pescoço e a cabeça é do NORTE. Pode suceder também que as zonas frisadas peculiares do NORTE se confundam com as do SUL, em especial as aletas, que não serão nem nadadoras (NORTE) nem em forma de vírgula (SUL). O cestinho peitoral não será possivelmente volumoso nem correctamente marcado em forma de coração (NORTE), nem formando uma espécie de ninho de andorinha (SUL), parecendo ser apenas uma confusão de penas frisadas, etc.
Tudo isto nos leva a outra questão que consideramos muito importante que é a que mais engana os criadores e porque não dize-lo, confunde também os juízes de porte no momento do julgamento. Referimo-nos a quando se trata de identificar se os exemplares em questão são FRISADOS DO NORTE ou FRISADOS DO SUL, por falta de linhagem (raça definida). Ao derivar de duas variedades distintas, o pássaro perdeu a linhagem e naturalmente como consequência, o seu esqueleto e a sua estrutura física são deficientes, o qual faz com que uma vez em cima da mesa de julgamento o seu porte ou posição é indefinida, dito por outras palavras, é um exemplar duvidoso e às vezes muito difícil de identificar, acarretando nestes casos, perda de tempo, já que o juiz tenta esgotar o tempo regulamentar máximo que se pode dar a cada pássaro que é de 10 minutos, trabalhando-o como vulgarmente se diz para conseguir um ponto de partida neste sentido. Além de um trabalho de observação constante por parte do juiz e paciência para deixar que o protagonista se defina e no melhor dos casos, depois de tudo isto, pode ser que saia urna valorização pouco satisfatória por um lado e problemática por outro, quando o pássaro é metido na estante de exposição e está tranquilo, e logo se decide a concretizar um determinado tipo de posição, embora só sirva para valorizar se é um mau NORTE ou um mau SUL, por quanto já se disse que as demais características não podem ser nunca perfeitas.
Mas tampouco termina aqui a questão; por parte do criador e aqui reiteramos a do “circulo vicioso”, os criadores deste tipo de “híbridos”, vulgar expressão, também é lógico, confundem ou não sabem com exactidão os canários que têm e na hora de efectuar o acasalamento valorizam-lhes ou apreciam alguns gestos que lhes viram fazer, por exemplo, um que tenha com frequência as patas rígidas este é um bom canário e outro que tenha as aletas pronunciadas é outro bom canário; e assim vão fazendo as suas valorizações que os vão induzir novamente a cruzar estes canários. Aos bons exemplares reprodutores é dedicado anualmente o mesmo trabalho e esforço. No dia de recolher as fichas de julgamento do próximo concurso apanharão a grande decepção e pode ser o aborrecimento, por umas pontuações suspeitas, baixas ou desclassificações.
Queridos leitores aficcionados e entusiastas destas variedades, temos fracassos por desconhecimento e descuido, igualmente ocorre isto entre o FRISADO DO SUL e o GIBBER ITALICUS, porque não se segue uma linha definida para chegar a conseguir o que devemos de antemão ter previsto. Se ficarmos a metade do caminho nunca teremos exemplares bons e correctamente definidos, que é o verdadeiro trabalho do canaricultor.
Faz falta unicamente ver pássaros bons apercebendo-se das características autênticas de cada variedade que queremos criar e seguir em frente por este caminho. Cada ficha de julgamento da variedade, especifica claramente as principais características que deve ter o exemplar e que são as que se valorizam; basta estudá-las com todo o pormenor e consultar pessoas entendidas ou com artigos (livros) que existam no mercado, com isso se chegará a conseguir que não se perca nem tempo nem dinheiro.
Quiçá, haja quem faça a pergunta seguinte: assim a teoria conhecida de que o FRISADO DO SUL provém do FRISADO DO NORTE, o FRISADO SUIÇO provém do FRISADO DO SUL e o GIBBER ITALICUS do FRISADO SUIÇO, etc. não vale? Cuidado. Temos comentado um dito que está em voga nos nossos dias e que, cremos, podendo equivocar-nos, que estão fazendo acasalamentos sem uma orientação correcta até conseguir uma variedade determinada, requerendo para isso o tempo necessário; se é assim, pretendemos unicamente corrigir o erro.
Por outro lado, estes canários que podíamos considerá-los “pas per tu”, se elevam aos concursos; isto é o que pretendemos fazer notar ao criador, já que daí provém o mencionado erro por considerar estes pássaros em questão, como variedades fixadas ou definidas quando como já disse, deixem muito a desejar.
É de esperar que a mesma paixão que ao princípio aludimos, trabalhará a favor da consequência de bons exemplares, acasalando bem e o resultado não se fará esperar.
A própria satisfação conseguindo o êxito, será o prémio do dever comprido.
Norwich
O canário NORWICH teve a sua origem em Inglaterra, no condado de Norfolk, sendo esta bonita raça reconhecida em 1890, aquando da reunião de criadores em congresso, na cidade de Norwich.
As belas linhas do canário NORWICH e o seu temperamento dócil fazem com que seja muito apreciado e desperte a curiosidade dos visitantes das exposições.
O NORWICH tem uma configuração maciça e arredondada, uma cabeça bem proporcionada e ligada directamente ao corpo, os olhos bem centrados dando a sensação de pequenos e encravados, bico pequeno, pescoço curto e largo. As pernas são relativamente curtas e delgadas, as asas estão bem coladas ao corpo e a cauda, que é também curta e fechada, deve parecer o seu prolongamento.
O tamanho do NORWICH anda à volta de dezasseis centímetros, embora os criadores tentem obter exemplares maiores, o que em nada o vem prejudicar desde que mantenha o standard. A plumagem é macia, sedosa e bem acamada no corpo. As cores mais apreciadas são as uniformes - amarelo ou alaranjado (os brancos são raros).
Em relação aos dotes reprodutivos, os NORWICH são considerados bons ou médios, tendo muita influência a forma e lugar onde foram adquiridos. É aconselhável a criação em casal, como em todas as raças de grande porte. Os machos são boas pais, cuidando dedicadamente da fêmea e dos filhos.
Yorkshire
O YORKSHIRE teve a sua origem nos fins do século XIX, a partir do acasalamento da raça Lancashire com o canário belga Bossu e com o Norwich.
Canário esguio e comprido, de plumagem lisa e abundante é o gent of the fancy em Inglaterra. desde o seu aparecimento até aos nossos dias a raça YORKSHIRE tem vindo a sofrer modificações que o tornam hoje um canário diferente do primitivo. O YORKSHIRE ó de todos os canários existentes um dos que apresenta uma forma de corpo mais curiosa, sendo um gigante entre todas as raças quando se coloca no poleiro em posição erecta, assumindo o porte de exposição.
O tamanho do YORKSHIRE anda à volta dos dezassete centímetros, havendo a tendência, entre os criadores, para o aumentar um pouco mais. Tem um bico curto e uma cabeça arredondada e bem definida, que se deve fundir com o pescoço e resto do corpo, de uma forma suave e elegante. O corpo apresenta um afunilamento gradual até à cauda, esta de penas compactas e fechadas. As asas permanecem bem coladas e as suas extremidades não se cruzam. As pernas são compridas e direitas colocando-se perto uma da outra para manter o corpo na posição erecta e imponente, principal característica desta raça.
Nos fins do século passado como imagem de elegância, dizia-se que o YORKSHIRE devia passar por um anel de homem, enquanto nos nossos dias a raça adquiriu uma forma mais "avolumada".
A plumagem do YORKSHIRE é compacta e bem aderente ao corpo não interessando a sua coloração, embora sejam muito apreciados os canários de cor uniforme. As qualidades reprodutivas são normalmente boas, quando adquiridos exemplares seleccionados.
Frisado do Norte
Com frequência observamos nos concursos e especialmente nos julgamentos, que à medida que vai aumentando o gosto pela criação de frisados nas distintas variedades, uma percentagem bastante considerável destes aficcionados, duvida, desconhece ou confunde as características próprias do standard do FRISADO DO NORTE e do FRISADO DO SUL. Isto ocasiona uma espécie de círculo vicioso desfavorável e ambíguo porque no acasalamento juntam estas duas variedades e o resultado é fatal... Uma hibridação que ocasiona verdadeiros problemas.
A que se deve a menção da palavra problema? Bastaria dizer que do mencionado cruzamento se obtém maus exemplares e seria suficiente; pois não, a questão é mais séria do que parece, por isso, tentaremos aclarar esta situação para bem da especialização e de um trabalho bem realizado.
Resulta que do produto do cruzamento entre o FRISADO DO NORTE e do FRISADO DO SUL, saem canários que mostram ou exteriorizam parte das suas características. Pode ser que tenham as patas compridas e correctamente erguidas sobre o poleiro (SUL), não obstante nunca chegarem a curvar correctamente (7 incipiente DO SUL) porque não tem pescoço e a cabeça é do NORTE. Pode suceder também que as zonas frisadas peculiares do NORTE se confundam com as do SUL, em especial as aletas, que não serão nem nadadoras (NORTE) nem em forma de vírgula (SUL). O cestinho peitoral não será possivelmente volumoso nem correctamente marcado em forma de coração (NORTE), nem formando uma espécie de ninho de andorinha (SUL), parecendo ser apenas uma confusão de penas frisadas, etc.
Tudo isto nos leva a outra questão que consideramos muito importante que é a que mais engana os criadores e porque não dize-lo, confunde também os juízes de porte no momento do julgamento. Referimo-nos a quando se trata de identificar se os exemplares em questão são FRISADOS DO NORTE ou FRISADOS DO SUL, por falta de linhagem (raça definida). Ao derivar de duas variedades distintas, o pássaro perdeu a linhagem e naturalmente como consequência, o seu esqueleto e a sua estrutura física são deficientes, o qual faz com que uma vez em cima da mesa de julgamento o seu porte ou posição é indefinida, dito por outras palavras, é um exemplar duvidoso e às vezes muito difícil de identificar, acarretando nestes casos, perda de tempo, já que o juiz tenta esgotar o tempo regulamentar máximo que se pode dar a cada pássaro que é de 10 minutos, trabalhando-o como vulgarmente se diz para conseguir um ponto de partida neste sentido. Além de um trabalho de observação constante por parte do juiz e paciência para deixar que o protagonista se defina e no melhor dos casos, depois de tudo isto, pode ser que saia urna valorização pouco satisfatória por um lado e problemática por outro, quando o pássaro é metido na estante de exposição e está tranquilo, e logo se decide a concretizar um determinado tipo de posição, embora só sirva para valorizar se é um mau NORTE ou um mau SUL, por quanto já se disse que as demais características não podem ser nunca perfeitas.
Mas tampouco termina aqui a questão; por parte do criador e aqui reiteramos a do “circulo vicioso”, os criadores deste tipo de “híbridos”, vulgar expressão, também é lógico, confundem ou não sabem com exactidão os canários que têm e na hora de efectuar o acasalamento valorizam-lhes ou apreciam alguns gestos que lhes viram fazer, por exemplo, um que tenha com frequência as patas rígidas este é um bom canário e outro que tenha as aletas pronunciadas é outro bom canário; e assim vão fazendo as suas valorizações que os vão induzir novamente a cruzar estes canários. Aos bons exemplares reprodutores é dedicado anualmente o mesmo trabalho e esforço. No dia de recolher as fichas de julgamento do próximo concurso apanharão a grande decepção e pode ser o aborrecimento, por umas pontuações suspeitas, baixas ou desclassificações.
Queridos leitores aficcionados e entusiastas destas variedades, temos fracassos por desconhecimento e descuido, igualmente ocorre isto entre o FRISADO DO SUL e o GIBBER ITALICUS, porque não se segue uma linha definida para chegar a conseguir o que devemos de antemão ter previsto. Se ficarmos a metade do caminho nunca teremos exemplares bons e correctamente definidos, que é o verdadeiro trabalho do canaricultor.
Faz falta unicamente ver pássaros bons apercebendo-se das características autênticas de cada variedade que queremos criar e seguir em frente por este caminho. Cada ficha de julgamento da variedade, especifica claramente as principais características que deve ter o exemplar e que são as que se valorizam; basta estudá-las com todo o pormenor e consultar pessoas entendidas ou com artigos (livros) que existam no mercado, com isso se chegará a conseguir que não se perca nem tempo nem dinheiro.
Quiçá, haja quem faça a pergunta seguinte: assim a teoria conhecida de que o FRISADO DO SUL provém do FRISADO DO NORTE, o FRISADO SUIÇO provém do FRISADO DO SUL e o GIBBER ITALICUS do FRISADO SUIÇO, etc. não vale? Cuidado. Temos comentado um dito que está em voga nos nossos dias e que, cremos, podendo equivocar-nos, que estão fazendo acasalamentos sem uma orientação correcta até conseguir uma variedade determinada, requerendo para isso o tempo necessário; se é assim, pretendemos unicamente corrigir o erro.
Por outro lado, estes canários que podíamos considerá-los “pas per tu”, se elevam aos concursos; isto é o que pretendemos fazer notar ao criador, já que daí provém o mencionado erro por considerar estes pássaros em questão, como variedades fixadas ou definidas quando como já disse, deixem muito a desejar.
É de esperar que a mesma paixão que ao princípio aludimos, trabalhará a favor da consequência de bons exemplares, acasalando bem e o resultado não se fará esperar.
A própria satisfação conseguindo o êxito, será o prémio do dever comprido.
Arlequim Português
A origem das várias raças de canários é mais ou menos conhecida. Sendo o canário selvagem oriundo das ilhas Canárias, espanholas, Madeira e Açores, portuguesas, é estranho que existam algumas variedades de canários ingleses, espanhóis, franceses, italianos, belgas, suíças, alemãs e mesmo japonesas e americanas, e não tenha surgido, ao longo de séculos, uma raça portuguesa de canários.
Desde criança Armando Moreno frequentou feiras de venda de pássaros e pude observar como os criadores portugueses se mantinham fieis ao canário rústico, variegado, em que o lipocromo e o melânico se fundem, muito antes de as organizações internacionais estabeleceram a rígida divisão entre melânicos e lipocromos que é, naturalmente, uma divisão artificial, embora lógica e aceitável.
As aves variegadas eram de dois tipos: ou amarelo e verde ou cinza e branco. Nos últimos 15 anos tem observado o aparecimento nessas feiras de aves portadoras de uma mistura do cinza com o laranja, o bronze, o branco, o amarelo, aves de uma grande beleza e estrutura de corpo, viveza de expressão e alegria de canto, além de uma rusticidade elevada.
Decidiu, por isso, cultivar este tipo de canários. O exame cuidadoso permitiu-lhe observar a existência, além destas cores, do castanho do dorso, que não toma a cor de fundo laranja, e os bastonetes negros. Assim, estes animais possuem um total de 6 cores.
Generalidades
O canário Arlequim Português é, essencialmente, um canário de desenho, polícromo, vivo, rústico, alegre, que mantém a tradição da variedade de desenho, que existiu sempre nos ancestrais criados pelos passarinheiros. No caso de vir a ser aprovado pela COM creio que deverá ser incluído numa secção próxima do Lizard, mas a decisão final terá de ser do Clube de Juízes.
As exigências dos concursos e o desejo de dar origem a raças sofisticadas, quer no porte, quer no canto, quer na cor, conduziu ao desaparecimento do canário vivo e alegre que se criava entre os amantes do animal em si e que cativava as pessoas em geral que desejavam apenas ter em sua casa um canário para cantar.
Muitos dos animais altamente classificados dos dias de hoje são pássaros tristes, deformados, diríamos quase estropiados, quando não votados ao enclausuramento em gaiolas minúsculas, vivendo no escuro, o que conduz ao canto dito suave que, na verdade, mais parece um canto triste. Em reacção a esta situação, os criadores espanhóis seleccionaram o Timbrado, de canto vibrante, mas não atenderam, neste canário, à plumagem.
É curioso observar como algumas raças de canários deixam transparecer de modo significativo o carácter das populações que os criaram: O Frisado Parisiense parece conter em si uma bailarina de Can-Can. Por sua vez o Yorkshire representa a distinção do lord inglês. Ao alemão assemelha-se o canário do Harz, resultado de uma disciplina rigorosa, assumida em escolas alinhadas, como os elementos de um exército. O Timbrado reflecte o folclore espanhol, com as suas castanholas.
Em Portugal, mercê das características da população, rústica, avessa a racismos e, ao contrário, mais dada a fusão das raças, criou-se um canário de cores múltiplas, vivo, alegre. É o Canário Arlequim Português.
Deve notar-se que esta raça permite uma variedade de desenhos que tornam a sua criação fascinante pelo imprevisto e impede a monotonia que outras raças de cor imprimem às exposições onde são apresentadas centenas de aves todas iguais, com pequenas diferenças, só reconhecíveis por especialistas.
* parte 1 de 2 *
Harzer
O HARZER, também conhecido por canário do HARZ ou ainda Roller, teve a sua origem na Alemanha, na região do Harz.
É um canário robusto e o seu tamanho é idêntico ao do canário comum, cerca de catorze centímetros, sendo a coloração da sua plumagem o amarelo, o verde e o manchado verde amarelo.
A alimentação do HARZER é diferente da de todos os outros canários como já referimos anteriormente nos canários de canto, sendo a característica principal a percentagem elevadíssima do nabo, na mistura de sementes.
É uma raça que se reproduz muito bem não sendo necessário cuidados especiais, além da alimentação. As fêmeas geralmente são óptimas mães, cuidando zelosamente dos filhos e os machos bons pais, mesmo quando acasalados com duas ou três fêmeas.
Desde o século passado que os criadores alemães tentam aperfeiçoar o canto desta admirável raça que se espalhou não só por toda a Alemanha como praticamente por todo o mundo.
O que distingue o HARZER é o seu canto melodioso, suave enternecedor em contraste com o som forte e metálico dos canários comuns. Canta com o bico fechado, numa posição elegante, enquanto a garganta se dilata por baixo das penas.
Toda a história do HARZER se relaciona com nomes de conhecidas famílias que se dedicaram de todo o coração à sua criação e adestramento, havendo exemplares capazes de expressar mais de trinta variedades de canto. Relatamos um acontecimento bastante relevante, passado em princípio do nosso século. Um operário de nome Henry de Seiffert apresentou um grupo numeroso de canários que causou a maior surpresa e mesmo estupefacção entre os criadores, pelos seus cânticos até então desconhecidos. Pode afirmar-se que nesta altura surgiu um novo marco na canaricultura, pela projecção que teve este facto, embora de há muito o HARZER fosse já considerado o melhor canário de canto.
Com tempo e paciência o HARZER é capaz de cantar fielmente pequenas áreas desde que se lhe dê repetidamente apenas o trecho que desejamos seja reproduzido.
Malinois
A origem do MALINOIS não é inteiramente conhecida no seu aspecto selectivo sabendo-se no entanto que descende dos canários cantores criados na Bélgica, região da Flandres, principalmente na cidade de Malines, que motivou o nome desta raça.
Pela sua posição de canto, no poleiro, pelo seu corpo robusto e alongado, segundo alguns investigadores, o MALINOIS terá a sua descendência na raça Bossu (Belga) e no canário Holandês Frisado.
O seu aspecto exterior não é muito diferente do canário comum, sendo o seu tamanho à volta dos catorze centímetros e a coloração da sua plumagem é, normalmente, amarela.
O MALINOIS é de fácil criação e de muito boas qualidades reprodutivas, havendo apenas que ter cuidado com a alimentação, como para todos os canários de canto.
Caracteriza-se pelo canto harmonioso e variado, embora os sons por vezes sejam fortes e graves.
Também chamado Waterslager, que em flamengo significa literalmente "o timbre da água", tal denominação justifica-se plenamente pois o seu agradável canto baseia-se em três melodias que recordam o ruído das cascatas, o da água gorgolejante e o da água a ferver.
Se o MALINOIS não alcança a perfeição do Harzer, a verdade é que o seu canto é dos mais belos que uma ave pode emitir.
Não há um há um consenso entre os criadores ou juízes sobre o seu canto ser comparável ao do rouxinol, pois para uns, embora seja melodioso e agradável, nada tem a ver com ele, enquanto outros afirmam que a sua qualidade de bom imitador o leva a conseguir reproduzir perfeitamente o canto daquela ave.
Timbrado espanhol
Ao começar a escrever qualquer coisa sobre o canário Timbrado Espanhol procurei primeiro na minha cada vez mais vasta "enciclopédia" algumas ajudas. A primeira coisa que pude constatar é que pouco encontrei sobre o canário em si mas muita escrita há sobre o seu canto. Outra coisa não podia deixar de ser tratando-se de um canário de canto. A sua forma, o seu tamanho, não são importantes comparados com a beleza dos sons que saem do seu pequeno bico.
A sua criação é feita em Espanha desde perto de 1700, sendo reconhecida oficialmente há três ou quatro décadas. Trata-se de uma raça que tem vindo a ser seleccionada continuamente pelos criadores espanhóis, num trabalho cuidadoso e paciente.
Este canário descende directamente do canário silvestre trazido das ilhas Canárias, sendo uma raça robusta e de fácil adaptação. Em Espanha as fêmeas são mesmo usadas para a criação de Giboso Espanhol devido a serem muito cuidadosas com os filhos. O Timbrado Espanhol é fácil de reproduzir.
A sua dimensão é a do canário comum, cerca de 14cm , e a coloração da sua plumagem é geralmente verde ou de manchas amarelo-verde.
O seu canto é alegre, forte e bem sonoro tem os seus admiradores que muito o apreciam. Tratando-se de raças de canto e, visto que o canto também se aprende, há toda a conveniência em só seleccionar os melhores dos melhores dado que os canários medianos podem facilmente estragar os bons.
O criador deve ter um bom ouvido porque a perfeição do canto é tão elevada que há quem indique que há pelo menos dois timbrados diferentes e quem distinga canários de várias origens em Espanha. Há como que uma luta entre o passado (clássico) e aqueles que aceitam a evolução. A luta é de tal forma que se o Timbrado se apercebe-se deixaria de cantar tenho a certeza.
Raças de Forma ou Posição
Frisado do Sul
Com frequência observamos nos concursos e especialmente nos julgamentos, que à medida que vai aumentando o gosto pela criação de frisados nas distintas variedades, uma percentagem bastante considerável destes aficcionados, duvida, desconhece ou confunde as características próprias do standard do FRISADO DO NORTE e do FRISADO DO SUL. Isto ocasiona uma espécie de círculo vicioso desfavorável e ambíguo porque no acasalamento juntam estas duas variedades e o resultado é fatal... Uma hibridação que ocasiona verdadeiros problemas.
A que se deve a menção da palavra problema? Bastaria dizer que do mencionado cruzamento se obtém maus exemplares e seria suficiente; pois não, a questão é mais séria do que parece, por isso, tentaremos aclarar esta situação para bem da especialização e de um trabalho bem realizado.
Resulta que do produto do cruzamento entre o FRISADO DO NORTE e do FRISADO DO SUL, saem canários que mostram ou exteriorizam parte das suas características. Pode ser que tenham as patas compridas e correctamente erguidas sobre o poleiro (SUL), não obstante nunca chegarem a curvar correctamente (7 incipiente DO SUL) porque não tem pescoço e a cabeça é do NORTE. Pode suceder também que as zonas frisadas peculiares do NORTE se confundam com as do SUL, em especial as aletas, que não serão nem nadadoras (NORTE) nem em forma de vírgula (SUL). O cestinho peitoral não será possivelmente volumoso nem correctamente marcado em forma de coração (NORTE), nem formando uma espécie de ninho de andorinha (SUL), parecendo ser apenas uma confusão de penas frisadas, etc.
Tudo isto nos leva a outra questão que consideramos muito importante que é a que mais engana os criadores e porque não dize-lo, confunde também os juízes de porte no momento do julgamento. Referimo-nos a quando se trata de identificar se os exemplares em questão são FRISADOS DO NORTE ou FRISADOS DO SUL, por falta de linhagem (raça definida). Ao derivar de duas variedades distintas, o pássaro perdeu a linhagem e naturalmente como consequência, o seu esqueleto e a sua estrutura física são deficientes, o qual faz com que uma vez em cima da mesa de julgamento o seu porte ou posição é indefinida, dito por outras palavras, é um exemplar duvidoso e às vezes muito difícil de identificar, acarretando nestes casos, perda de tempo, já que o juiz tenta esgotar o tempo regulamentar máximo que se pode dar a cada pássaro que é de 10 minutos, trabalhando-o como vulgarmente se diz para conseguir um ponto de partida neste sentido. Além de um trabalho de observação constante por parte do juiz e paciência para deixar que o protagonista se defina e no melhor dos casos, depois de tudo isto, pode ser que saia urna valorização pouco satisfatória por um lado e problemática por outro, quando o pássaro é metido na estante de exposição e está tranquilo, e logo se decide a concretizar um determinado tipo de posição, embora só sirva para valorizar se é um mau NORTE ou um mau SUL, por quanto já se disse que as demais características não podem ser nunca perfeitas.
Mas tampouco termina aqui a questão; por parte do criador e aqui reiteramos a do “circulo vicioso”, os criadores deste tipo de “híbridos”, vulgar expressão, também é lógico, confundem ou não sabem com exactidão os canários que têm e na hora de efectuar o acasalamento valorizam-lhes ou apreciam alguns gestos que lhes viram fazer, por exemplo, um que tenha com frequência as patas rígidas este é um bom canário e outro que tenha as aletas pronunciadas é outro bom canário; e assim vão fazendo as suas valorizações que os vão induzir novamente a cruzar estes canários. Aos bons exemplares reprodutores é dedicado anualmente o mesmo trabalho e esforço. No dia de recolher as fichas de julgamento do próximo concurso apanharão a grande decepção e pode ser o aborrecimento, por umas pontuações suspeitas, baixas ou desclassificações.
Queridos leitores aficcionados e entusiastas destas variedades, temos fracassos por desconhecimento e descuido, igualmente ocorre isto entre o FRISADO DO SUL e o GIBBER ITALICUS, porque não se segue uma linha definida para chegar a conseguir o que devemos de antemão ter previsto. Se ficarmos a metade do caminho nunca teremos exemplares bons e correctamente definidos, que é o verdadeiro trabalho do canaricultor.
Faz falta unicamente ver pássaros bons apercebendo-se das características autênticas de cada variedade que queremos criar e seguir em frente por este caminho. Cada ficha de julgamento da variedade, especifica claramente as principais características que deve ter o exemplar e que são as que se valorizam; basta estudá-las com todo o pormenor e consultar pessoas entendidas ou com artigos (livros) que existam no mercado, com isso se chegará a conseguir que não se perca nem tempo nem dinheiro.
Quiçá, haja quem faça a pergunta seguinte: assim a teoria conhecida de que o FRISADO DO SUL provém do FRISADO DO NORTE, o FRISADO SUIÇO provém do FRISADO DO SUL e o GIBBER ITALICUS do FRISADO SUIÇO, etc. não vale? Cuidado. Temos comentado um dito que está em voga nos nossos dias e que, cremos, podendo equivocar-nos, que estão fazendo acasalamentos sem uma orientação correcta até conseguir uma variedade determinada, requerendo para isso o tempo necessário; se é assim, pretendemos unicamente corrigir o erro.
Por outro lado, estes canários que podíamos considerá-los “pas per tu”, se elevam aos concursos; isto é o que pretendemos fazer notar ao criador, já que daí provém o mencionado erro por considerar estes pássaros em questão, como variedades fixadas ou definidas quando como já disse, deixem muito a desejar.
É de esperar que a mesma paixão que ao princípio aludimos, trabalhará a favor da consequência de bons exemplares, acasalando bem e o resultado não se fará esperar.
A própria satisfação conseguindo o êxito, será o prémio do dever comprido.
Norwich
O canário NORWICH teve a sua origem em Inglaterra, no condado de Norfolk, sendo esta bonita raça reconhecida em 1890, aquando da reunião de criadores em congresso, na cidade de Norwich.
As belas linhas do canário NORWICH e o seu temperamento dócil fazem com que seja muito apreciado e desperte a curiosidade dos visitantes das exposições.
O NORWICH tem uma configuração maciça e arredondada, uma cabeça bem proporcionada e ligada directamente ao corpo, os olhos bem centrados dando a sensação de pequenos e encravados, bico pequeno, pescoço curto e largo. As pernas são relativamente curtas e delgadas, as asas estão bem coladas ao corpo e a cauda, que é também curta e fechada, deve parecer o seu prolongamento.
O tamanho do NORWICH anda à volta de dezasseis centímetros, embora os criadores tentem obter exemplares maiores, o que em nada o vem prejudicar desde que mantenha o standard. A plumagem é macia, sedosa e bem acamada no corpo. As cores mais apreciadas são as uniformes - amarelo ou alaranjado (os brancos são raros).
Em relação aos dotes reprodutivos, os NORWICH são considerados bons ou médios, tendo muita influência a forma e lugar onde foram adquiridos. É aconselhável a criação em casal, como em todas as raças de grande porte. Os machos são boas pais, cuidando dedicadamente da fêmea e dos filhos.
Yorkshire
O YORKSHIRE teve a sua origem nos fins do século XIX, a partir do acasalamento da raça Lancashire com o canário belga Bossu e com o Norwich.
Canário esguio e comprido, de plumagem lisa e abundante é o gent of the fancy em Inglaterra. desde o seu aparecimento até aos nossos dias a raça YORKSHIRE tem vindo a sofrer modificações que o tornam hoje um canário diferente do primitivo. O YORKSHIRE ó de todos os canários existentes um dos que apresenta uma forma de corpo mais curiosa, sendo um gigante entre todas as raças quando se coloca no poleiro em posição erecta, assumindo o porte de exposição.
O tamanho do YORKSHIRE anda à volta dos dezassete centímetros, havendo a tendência, entre os criadores, para o aumentar um pouco mais. Tem um bico curto e uma cabeça arredondada e bem definida, que se deve fundir com o pescoço e resto do corpo, de uma forma suave e elegante. O corpo apresenta um afunilamento gradual até à cauda, esta de penas compactas e fechadas. As asas permanecem bem coladas e as suas extremidades não se cruzam. As pernas são compridas e direitas colocando-se perto uma da outra para manter o corpo na posição erecta e imponente, principal característica desta raça.
Nos fins do século passado como imagem de elegância, dizia-se que o YORKSHIRE devia passar por um anel de homem, enquanto nos nossos dias a raça adquiriu uma forma mais "avolumada".
A plumagem do YORKSHIRE é compacta e bem aderente ao corpo não interessando a sua coloração, embora sejam muito apreciados os canários de cor uniforme. As qualidades reprodutivas são normalmente boas, quando adquiridos exemplares seleccionados.
Frisado do Norte
Com frequência observamos nos concursos e especialmente nos julgamentos, que à medida que vai aumentando o gosto pela criação de frisados nas distintas variedades, uma percentagem bastante considerável destes aficcionados, duvida, desconhece ou confunde as características próprias do standard do FRISADO DO NORTE e do FRISADO DO SUL. Isto ocasiona uma espécie de círculo vicioso desfavorável e ambíguo porque no acasalamento juntam estas duas variedades e o resultado é fatal... Uma hibridação que ocasiona verdadeiros problemas.
A que se deve a menção da palavra problema? Bastaria dizer que do mencionado cruzamento se obtém maus exemplares e seria suficiente; pois não, a questão é mais séria do que parece, por isso, tentaremos aclarar esta situação para bem da especialização e de um trabalho bem realizado.
Resulta que do produto do cruzamento entre o FRISADO DO NORTE e do FRISADO DO SUL, saem canários que mostram ou exteriorizam parte das suas características. Pode ser que tenham as patas compridas e correctamente erguidas sobre o poleiro (SUL), não obstante nunca chegarem a curvar correctamente (7 incipiente DO SUL) porque não tem pescoço e a cabeça é do NORTE. Pode suceder também que as zonas frisadas peculiares do NORTE se confundam com as do SUL, em especial as aletas, que não serão nem nadadoras (NORTE) nem em forma de vírgula (SUL). O cestinho peitoral não será possivelmente volumoso nem correctamente marcado em forma de coração (NORTE), nem formando uma espécie de ninho de andorinha (SUL), parecendo ser apenas uma confusão de penas frisadas, etc.
Tudo isto nos leva a outra questão que consideramos muito importante que é a que mais engana os criadores e porque não dize-lo, confunde também os juízes de porte no momento do julgamento. Referimo-nos a quando se trata de identificar se os exemplares em questão são FRISADOS DO NORTE ou FRISADOS DO SUL, por falta de linhagem (raça definida). Ao derivar de duas variedades distintas, o pássaro perdeu a linhagem e naturalmente como consequência, o seu esqueleto e a sua estrutura física são deficientes, o qual faz com que uma vez em cima da mesa de julgamento o seu porte ou posição é indefinida, dito por outras palavras, é um exemplar duvidoso e às vezes muito difícil de identificar, acarretando nestes casos, perda de tempo, já que o juiz tenta esgotar o tempo regulamentar máximo que se pode dar a cada pássaro que é de 10 minutos, trabalhando-o como vulgarmente se diz para conseguir um ponto de partida neste sentido. Além de um trabalho de observação constante por parte do juiz e paciência para deixar que o protagonista se defina e no melhor dos casos, depois de tudo isto, pode ser que saia urna valorização pouco satisfatória por um lado e problemática por outro, quando o pássaro é metido na estante de exposição e está tranquilo, e logo se decide a concretizar um determinado tipo de posição, embora só sirva para valorizar se é um mau NORTE ou um mau SUL, por quanto já se disse que as demais características não podem ser nunca perfeitas.
Mas tampouco termina aqui a questão; por parte do criador e aqui reiteramos a do “circulo vicioso”, os criadores deste tipo de “híbridos”, vulgar expressão, também é lógico, confundem ou não sabem com exactidão os canários que têm e na hora de efectuar o acasalamento valorizam-lhes ou apreciam alguns gestos que lhes viram fazer, por exemplo, um que tenha com frequência as patas rígidas este é um bom canário e outro que tenha as aletas pronunciadas é outro bom canário; e assim vão fazendo as suas valorizações que os vão induzir novamente a cruzar estes canários. Aos bons exemplares reprodutores é dedicado anualmente o mesmo trabalho e esforço. No dia de recolher as fichas de julgamento do próximo concurso apanharão a grande decepção e pode ser o aborrecimento, por umas pontuações suspeitas, baixas ou desclassificações.
Queridos leitores aficcionados e entusiastas destas variedades, temos fracassos por desconhecimento e descuido, igualmente ocorre isto entre o FRISADO DO SUL e o GIBBER ITALICUS, porque não se segue uma linha definida para chegar a conseguir o que devemos de antemão ter previsto. Se ficarmos a metade do caminho nunca teremos exemplares bons e correctamente definidos, que é o verdadeiro trabalho do canaricultor.
Faz falta unicamente ver pássaros bons apercebendo-se das características autênticas de cada variedade que queremos criar e seguir em frente por este caminho. Cada ficha de julgamento da variedade, especifica claramente as principais características que deve ter o exemplar e que são as que se valorizam; basta estudá-las com todo o pormenor e consultar pessoas entendidas ou com artigos (livros) que existam no mercado, com isso se chegará a conseguir que não se perca nem tempo nem dinheiro.
Quiçá, haja quem faça a pergunta seguinte: assim a teoria conhecida de que o FRISADO DO SUL provém do FRISADO DO NORTE, o FRISADO SUIÇO provém do FRISADO DO SUL e o GIBBER ITALICUS do FRISADO SUIÇO, etc. não vale? Cuidado. Temos comentado um dito que está em voga nos nossos dias e que, cremos, podendo equivocar-nos, que estão fazendo acasalamentos sem uma orientação correcta até conseguir uma variedade determinada, requerendo para isso o tempo necessário; se é assim, pretendemos unicamente corrigir o erro.
Por outro lado, estes canários que podíamos considerá-los “pas per tu”, se elevam aos concursos; isto é o que pretendemos fazer notar ao criador, já que daí provém o mencionado erro por considerar estes pássaros em questão, como variedades fixadas ou definidas quando como já disse, deixem muito a desejar.
É de esperar que a mesma paixão que ao princípio aludimos, trabalhará a favor da consequência de bons exemplares, acasalando bem e o resultado não se fará esperar.
A própria satisfação conseguindo o êxito, será o prémio do dever comprido.
Arlequim Português
A origem das várias raças de canários é mais ou menos conhecida. Sendo o canário selvagem oriundo das ilhas Canárias, espanholas, Madeira e Açores, portuguesas, é estranho que existam algumas variedades de canários ingleses, espanhóis, franceses, italianos, belgas, suíças, alemãs e mesmo japonesas e americanas, e não tenha surgido, ao longo de séculos, uma raça portuguesa de canários.
Desde criança Armando Moreno frequentou feiras de venda de pássaros e pude observar como os criadores portugueses se mantinham fieis ao canário rústico, variegado, em que o lipocromo e o melânico se fundem, muito antes de as organizações internacionais estabeleceram a rígida divisão entre melânicos e lipocromos que é, naturalmente, uma divisão artificial, embora lógica e aceitável.
As aves variegadas eram de dois tipos: ou amarelo e verde ou cinza e branco. Nos últimos 15 anos tem observado o aparecimento nessas feiras de aves portadoras de uma mistura do cinza com o laranja, o bronze, o branco, o amarelo, aves de uma grande beleza e estrutura de corpo, viveza de expressão e alegria de canto, além de uma rusticidade elevada.
Decidiu, por isso, cultivar este tipo de canários. O exame cuidadoso permitiu-lhe observar a existência, além destas cores, do castanho do dorso, que não toma a cor de fundo laranja, e os bastonetes negros. Assim, estes animais possuem um total de 6 cores.
Generalidades
O canário Arlequim Português é, essencialmente, um canário de desenho, polícromo, vivo, rústico, alegre, que mantém a tradição da variedade de desenho, que existiu sempre nos ancestrais criados pelos passarinheiros. No caso de vir a ser aprovado pela COM creio que deverá ser incluído numa secção próxima do Lizard, mas a decisão final terá de ser do Clube de Juízes.
As exigências dos concursos e o desejo de dar origem a raças sofisticadas, quer no porte, quer no canto, quer na cor, conduziu ao desaparecimento do canário vivo e alegre que se criava entre os amantes do animal em si e que cativava as pessoas em geral que desejavam apenas ter em sua casa um canário para cantar.
Muitos dos animais altamente classificados dos dias de hoje são pássaros tristes, deformados, diríamos quase estropiados, quando não votados ao enclausuramento em gaiolas minúsculas, vivendo no escuro, o que conduz ao canto dito suave que, na verdade, mais parece um canto triste. Em reacção a esta situação, os criadores espanhóis seleccionaram o Timbrado, de canto vibrante, mas não atenderam, neste canário, à plumagem.
É curioso observar como algumas raças de canários deixam transparecer de modo significativo o carácter das populações que os criaram: O Frisado Parisiense parece conter em si uma bailarina de Can-Can. Por sua vez o Yorkshire representa a distinção do lord inglês. Ao alemão assemelha-se o canário do Harz, resultado de uma disciplina rigorosa, assumida em escolas alinhadas, como os elementos de um exército. O Timbrado reflecte o folclore espanhol, com as suas castanholas.
Em Portugal, mercê das características da população, rústica, avessa a racismos e, ao contrário, mais dada a fusão das raças, criou-se um canário de cores múltiplas, vivo, alegre. É o Canário Arlequim Português.
Deve notar-se que esta raça permite uma variedade de desenhos que tornam a sua criação fascinante pelo imprevisto e impede a monotonia que outras raças de cor imprimem às exposições onde são apresentadas centenas de aves todas iguais, com pequenas diferenças, só reconhecíveis por especialistas.
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