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Rádio Ásia Livre deixa de publicar notícias em cantonês devido a cortes de Trump
"Após os cortes de financiamento do Governo dos Estados Unidos, o tamanho da equipa da Rádio Ásia Livre continuou a diminuir", lamentou a emissora.
A emissora norte-americana Rádio Ásia Livre anunciou esta segunda-feira que não irá publicar mais notícias em cantonês, língua dominante em Hong Kong e em Macau, devido aos cortes no financiamento impostos pelo Governo norte-americano do Presidente Donald Trump.
"Após os cortes de financiamento do Governo dos Estados Unidos, o tamanho da equipa da Rádio Ásia Livre [RFA, na sigla em inglês] continuou a diminuir", lamentou a emissora, num comunicado publicado no portal em cantonês na Internet.
"O nosso serviço em cantonês (...) deixará de atualizar notícias a partir de amanhã [terça-feira]", disse a RFA, referindo-se ao dia em que se assinala o 28.º aniversário da transição de administração de Hong Kong, do Reino Unido para a China.
"As notícias no nosso portal tornar-se-ão história e permanecerão lá por tempo indeterminado", garantiu a emissora.
O comunicado revelou ainda que tinham sido traçados planos, desde 2024, para mudar o nome do serviço em cantonês da RFA para RFA HK, após registar um enorme aumento de popularidade, depois da vaga de manifestações antigovernamentais e pró-democracia de 2019.
Os protestos levaram o Governo Central chinês a impor a Hong Kong uma lei de segurança nacional, que despoletou uma campanha de repressão da dissidência política e da imprensa crítica do Partido Comunista (partido único).
"Após o desaparecimento do Apple Daily, Stand News e Hong Kong Citizen News, com a autocensura nos principais meios de comunicação social de Hong Kong a tornar-se cada vez mais comum, o serviço em cantonês da Rádio Ásia Livre tornou-se um dos meios de notícias em que os cidadãos de Hong Kong confiavam", referiu a emissora.
Hong Kong está classificado em 140.º lugar entre 180 territórios no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras referente a 2025, quando ocupava a 80.ª posição em 2021 e a 18.ª em 2002.
Em março de 2024, a RFA tinha encerrado a delegação em Hong Kong, após ter sido acusada de ser "antiChina" pelo Wen Wei Po e o Ta Kung Pao, dois jornais do território detidos pelas autoridades chinesas.
Três meses depois, o secretário para a Segurança de Hong Kong, Chris Tang Ping-keung, acusou a RFA de ameaçar a segurança nacional da China "ao usar informações imprecisas e inventar formas de incitar as pessoas a desconfiar ou odiar o governo".
Em 20 de junho, o Governo norte-americano anunciou a demissão de mais de 600 funcionários da Agência dos Estados Unidos para os Media Globais (USAGM, na sigla em inglês), organização federal que gere emissoras como a Rádio Ásia Livre e a Rádio Europa Livre.
Esta medida completou a redução de 85% na força de trabalho da agência, resultando em 1.400 despedimentos desde que Donald Trump ordenou o desmantelamento da USAGM, em março.
A Rádio Ásia Livre, criada em 1996, já tinha deixado de publicar notícias em tibetano e em uigur (língua de uma minoria étnica de maioria muçulmana) em maio, também devido aos cortes no financiamento.
Correio da Manhã

"Após os cortes de financiamento do Governo dos Estados Unidos, o tamanho da equipa da Rádio Ásia Livre continuou a diminuir", lamentou a emissora.
A emissora norte-americana Rádio Ásia Livre anunciou esta segunda-feira que não irá publicar mais notícias em cantonês, língua dominante em Hong Kong e em Macau, devido aos cortes no financiamento impostos pelo Governo norte-americano do Presidente Donald Trump.
"Após os cortes de financiamento do Governo dos Estados Unidos, o tamanho da equipa da Rádio Ásia Livre [RFA, na sigla em inglês] continuou a diminuir", lamentou a emissora, num comunicado publicado no portal em cantonês na Internet.
"O nosso serviço em cantonês (...) deixará de atualizar notícias a partir de amanhã [terça-feira]", disse a RFA, referindo-se ao dia em que se assinala o 28.º aniversário da transição de administração de Hong Kong, do Reino Unido para a China.
"As notícias no nosso portal tornar-se-ão história e permanecerão lá por tempo indeterminado", garantiu a emissora.
O comunicado revelou ainda que tinham sido traçados planos, desde 2024, para mudar o nome do serviço em cantonês da RFA para RFA HK, após registar um enorme aumento de popularidade, depois da vaga de manifestações antigovernamentais e pró-democracia de 2019.
Os protestos levaram o Governo Central chinês a impor a Hong Kong uma lei de segurança nacional, que despoletou uma campanha de repressão da dissidência política e da imprensa crítica do Partido Comunista (partido único).
"Após o desaparecimento do Apple Daily, Stand News e Hong Kong Citizen News, com a autocensura nos principais meios de comunicação social de Hong Kong a tornar-se cada vez mais comum, o serviço em cantonês da Rádio Ásia Livre tornou-se um dos meios de notícias em que os cidadãos de Hong Kong confiavam", referiu a emissora.
Hong Kong está classificado em 140.º lugar entre 180 territórios no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras referente a 2025, quando ocupava a 80.ª posição em 2021 e a 18.ª em 2002.
Em março de 2024, a RFA tinha encerrado a delegação em Hong Kong, após ter sido acusada de ser "antiChina" pelo Wen Wei Po e o Ta Kung Pao, dois jornais do território detidos pelas autoridades chinesas.
Três meses depois, o secretário para a Segurança de Hong Kong, Chris Tang Ping-keung, acusou a RFA de ameaçar a segurança nacional da China "ao usar informações imprecisas e inventar formas de incitar as pessoas a desconfiar ou odiar o governo".
Em 20 de junho, o Governo norte-americano anunciou a demissão de mais de 600 funcionários da Agência dos Estados Unidos para os Media Globais (USAGM, na sigla em inglês), organização federal que gere emissoras como a Rádio Ásia Livre e a Rádio Europa Livre.
Esta medida completou a redução de 85% na força de trabalho da agência, resultando em 1.400 despedimentos desde que Donald Trump ordenou o desmantelamento da USAGM, em março.
A Rádio Ásia Livre, criada em 1996, já tinha deixado de publicar notícias em tibetano e em uigur (língua de uma minoria étnica de maioria muçulmana) em maio, também devido aos cortes no financiamento.
Correio da Manhã