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Quem chega a Lisboa sozinho paga portagens mais altas

xicca

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Estudo aponta medidas para melhorar qualidade do ar
Quem chega a Lisboa sozinho de carro vai ter de pagar portagens mais altas



Quem chega a Lisboa sozinho de carro vai ter de pagar portagens mais altas do que aqueles que viajam acompanhados. A introdução de portagens diferenciadas nos acessos à cidade que já são taxados é uma das principais medidas propostas num estudo sobre a melhoria da qualidade do ar na região de Lisboa e Vale do Tejo.

O plano que visa o cumprimento das directivas comunitárias em matéria de poluição atmosférica foi ontem publicado em Diário da República, em anexo a uma portaria que ordena a execução das medidas nele apresentadas. O aumento das portagens dos carros que circulam só com o condutor deve, segundo o documento, ser feito apenas nos dias úteis e a certas horas. Em Roma, por exemplo, a penalização tem lugar das 9h00 às 12h00 e das 15h00 às 17h00. Mas esta é apenas a segunda medida considerada prioritária para reduzir para níveis aceitáveis as partículas que sujam o oxigénio que todos respiram.

Os autores do trabalho dizem que a medida mais relevante de todas é o aumento do número de corredores Bus, que permitiria aumentar a velocidade média de circulação dos autocarros dos actuais 14,9 quilómetros/hora para 25. A criação de cada um destes corredores é alvo de negociações entre a Carris e a Câmara de Lisboa, mas o processo parece padecer de doença grave. Senão, veja-se: em 2005, e de acordo com a newsletter da Carris, a autarquia considerou que poderia abrir corredores na Rua dos Fanqueiros e na Morais Soares, entre outras artérias. Hoje nenhuma delas tem ainda uma faixa exclusiva para os transportes públicos.

Lavar Av. da Liberdade

"Da parte da câmara nem sempre há uma resposta imediata", admite um adjunto do secretário-geral da Carris, Nuno Correia, acrescentando que em 2007 a transportadora abriu mais 710 metros de corredores Bus. "Vamos anunciar em Setembro uma melhoria das condições de circulação dos transportes públicos", diz o vereador que na autarquia tem o pelouro da Mobilidade, Marcos Perestrello, escusando-se, no entanto, a adiantar quais. Também no que à redução da poluição do ar diz respeito, a Câmara de Lisboa vai passar a lavar a Avenida da Liberdade, que é uma das artérias mais preocupantes da cidade a este nível, "duas vezes por dia em vez de uma, para que as partículas poluentes não fiquem em suspensão no ar".

O aumento da fiscalização do estacionamento na cidade é outra medida considerada útil pelos autores do estudo. Aqui Marcos Perestrello declara que a câmara "tem de conseguir fazer melhor", embora a situação esteja, do seu ponto de vista, "infinitamente melhor do que há um ano". O autarca espera que o sistema de aluguer de bicicletas que vai lançar tire muitos automóveis das ruas. Já o plano de melhoria da qualidade do ar fala na renovação das frotas de autocarros e de táxis. Dos 745 veículos que a Carris tem ao seu serviço apenas 37 são movidos a gás natural, embora os restantes respeitem, segundo Nuno Correia, as directivas que obrigam a baixas emissões de dióxido de carbono. O trabalho ontem publicado fala em 50 novos veículos a gás natural para a Carris, mas a transportadora acabou de lançar concurso para comprar apenas mais 20. "Ainda não são tão eficientes como os que usam gasóleo, mas têm vindo a melhorar", observa o responsável.

A criação de corredores especiais de circulação para viaturas com maior número de ocupantes é mais uma medida a ter em conta. A ideia é para aplicar nas vias estruturantes, sobretudo nos principais acessos a Lisboa. Outra ideia, embora não prioritária, passa pela cobrança de uma taxa de circulação na Baixa nos dias úteis, aplicável a não residentes.



Público
07.08.08
 
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Governo afasta para já a ideia de portagens urbanas



A extensão das linhas do metro, o aumento dos corredores BUS e a introdução de mais autocarros a gás natural foram as soluções escolhidas para combater a poluição na zona de Lisboa e Vale do Tejo. Portagens "só numa situação limite".

A dúvida instalou-se com a publicação, anteontem, de uma portaria que, no âmbito de um estudo sobre a qualidade do ar na região de Lisboa e Vale do Tejo, determinava a execução de várias medidas para combater a poluição atmosférica, entre as quais a implementação de portagens no acesso a Lisboa. Será que se ia começar a pagar para entrar de carro na capital?

Ontem, a secretária de estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, afastou este cenário, pelo menos a curto prazo. A introdução de portagens "é o limite da actuação quando tudo o resto já falhou", explicou. "É possível, é uma medida que vem em qualquer manual de mobilidade sustentável. Já foi aplicada em algumas cidades, como em Londres, mas estamos numa fase em que muitas medidas existem ainda antes de ter que chegar a essa. Será só numa situação limite."

Entre as medidas para melhorar a qualidade do ar a que se referia a governante encontram-se "a extensão das linhas do metro, e outras que ainda não estão em curso mas já foi dada a orientação para que se concretizem, como o aumento dos corredores BUS e a introdução de mais autocarros a gás natural".

Ana Paula Vitorino referiu, ainda, que os valores limite da poluição do ar foram ultrapassados na região de Lisboa e Vale do Tejo, em particular a norte, e que a principal razão foi "o excesso de utilização de viaturas particulares".

Esta é uma conclusão que está presente no estudo publicado na quarta-feira e é precisamente por este motivo que as suas recomendações incidem sobre a restrição da utilização de veículos particulares e na promoção de transportes colectivos.

Para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) norte o trabalho recomenda, por ordem hierárquica, o aumento do número de corredores BUS em Lisboa e nos seus principais acessos; a introdução de portagens diferenciadas no acesso à cidade em função do número de ocupantes; a implementação de vias exclusivas a veículos com alta ocupação; a introdução de incentivos à modernização de frotas cativas (sejam de transporte colectivo rodoviário sejam de táxis) ou renovação destas frotas, incorporando veículos com melhor desempenho ambiental e, por último, o aumento da eficácia de fiscalização do estacionamento.

O secretário de estado do Ambiente, Humberto Rosa, considerou, ontem, que a maioria das medidas do plano é "muito eficiente", restando agora decidir quais delas serão implementadas ou não.

"O objectivo essencial é defender a saúde de todos nós. Temos problemas graves de qualidade do ar no Grande Porto e na Grande Lisboa. Houve estudos feitos para as duas áreas que elencaram as medidas possíveis. As entidades responsáveis por aquelas várias medidas têm que decidir quais querem adoptar", explicou Humberto Rosa.

Segundo o secretário de estado, as Câmaras Municipais, transportadoras e concessionários de auto-estradas ou pontes vão, agora, com a coordenação das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, seleccionar que medidas consideram mais eficazes para que seja aprovado um Programa de Execução concreto.



JN
08.08.08
 
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