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País tem capacidade de reciclar o quádruplo

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Associação de Recicladores de Plástico criada para identificar problemas

País tem capacidade de reciclar o quádruplo

Portugal recicla apenas 25 mil toneladas de resíduos plásticos de origem urbana, apesar de ter capacidade para quatro vezes mais

Leila Santinha

Reciclar já deixou de ser novidade mas se nos últimos anos se tem verificado maior sensibilização para as questões ambientais, certo é que Portugal tem muito trabalho pela frente para conseguir atingir em 2011 as metas comunitárias para a reciclagem de resíduos plásticos (22,5 por cento, ou seja, mais de 47 mil toneladas de origem urbana).
Para promover a reciclagem destes produtos, nasceu recentemente a Associação de Recicladores de Plástico (ARP), a primeira e única do País, que reuniu 15 empresas do sector, ou seja, todos os recicladores nacionais de plástico que trabalham sob acreditação do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagem, gerido pela Sociedade Ponto Verde. Actualmente, Portugal recicla 25 mil toneladas de resíduos de embalagens de plástico provenientes do fluxo urbano: recolha selectiva (ecopontos e porta-a-porta) e recolha indiferenciada (estações de tratamento mecânico e biológico). Um valor considerado baixo, tendo em conta não só as metas a que o País se propôs atingir dentro de três anos mas também o facto destas 15 empresas terem capacidade para tratar quatro vezes mais resíduos do que aqueles que são recolhidos.
Ricardo Pereira, da ARP, revelou ao nosso jornal que o objectivo desta associação é 'promover a reciclagem dos plásticos', e dar a conhecer aos cidadãos 'os produtos feitos a partir da matéria-prima reciclada, mostrar às pessoas o produto final da acção que tiveram em enviar os resíduos para o ecoponto',
O responsável da ARP explicou que 'se a reciclagem do papel e vidro já têm uma história antiga, grande parte dos cidadãos ainda não estão sensibilizados para a reciclagem do plástico', 'O plástico já tem tratamentos mas é em quantidade insuficiente', um problema que assenta na capacidade das estações de tratamento e nos sistemas de recolha. Este é um dos propósitos da criação da ARP: apostar na comunicação, sensibilizar as pessoas e ajudar as entidades com 'diagnósticos', do que é preciso corrigir e 'ideias', para consegui-lo.
Ricardo Pereira adiantou ainda que o material plástico proveniente da recolha da Sociedade Ponto Verde é insuficiente. 'Não temos matéria-prima e temos por vezes que recorrer à importação', O responsável lembrou também que além dos benefícios ambientais, convém não esquecer que a 'indústria da reciclagem é das que mais emprego cria', Interrogado sobre a possibilidade real do País atingir as metas comunitárias relativas à reciclagem em 2011, Ricardo Pereira acredita que 'é difícil mas possível, assim haja vontade',
Já Pedro Carteiro, da Quercus, é mais peremptório ao afirmar que 'se continuarmos com o mesmo sistema de ecopontos não será possível', Os ambientalistas congratulam-se pela criação da ARP, um projecto que a Quercus já tinha tentado viabilizar em 2001, com pouco sucesso na altura. 'Agora foi possível e a iniciativa partiu das próprias empresas', explicou ao nosso jornal Pedro Carteiro.
Mas tal como a ARP, também Pedro Carteiro aponta algumas deficiências no sistema de recolha e refere que as empresas neste momento estão a tratar muitos resíduos da 'distribuição e indústria', e poderiam ocupar essa capacidade de tratamento 'com resíduos urbanos', se houvessem. O ambientalista aponta duas soluções: melhorar a eficácia da recolha porta-a-porta e apostar no tratamento mecânico biológico, que consiste num pré-tratamento mecanizado que separa a parte orgânica do lixo do 'material inerte, potencialmente reciclável',
O lixo orgânico é transformado em compostagem e o restante é sujeito a triagem, separando-se vidro, cartão e papel que é depois enviado para reciclagem.

Portugal propôs-se reciclar 47 mil toneladas anuais até 2011. Com a situação actual, a Quercus não acredita nessa meta

DR




Fonte: o primeiro de janeiro
 
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