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Os hangares dos Dirigíveis

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Os hangares dos Dirigíveis

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Seria impossível hoje em dia concretizar um projecto como o do Conde Ferdinand von Zeppelin.

Argumentar-se-ia que era utópico e arriscado e que existem formas mais seguras de pôr em prática o velho sonho humano de voar.

Não obstante, fruto das circunstâncias, os dirigíveis existiram e evoluíram até limites impensáveis, chegando mesmo a tornar-se um meio de transporte intercontinental muito comum.

Proporcionavam aos seus passageiros viagens deslumbrantes mas eram perigosos, dispendiosos e sobretudo gigantescos.

Para a construção e manutenção destas máquinas voadoras eram necessários enormes hangares.

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Hangar de Moffett, Inglaterra

Estas mega-estruturas eram também fundamentais para alojar os dirigíveis entre as suas viagens.

Com efeito, a grande sensibilidade ao vento dos enormes balões obrigava a que ficassem guardados num espaço fechado e coberto.

A "arrumação" dentro dos hangares era um processo complicado e melindroso, à semelhança de toda a tecnologia envolvida nestes engenhos voadores.

Começava-se por ancorar o nariz do balão a um cabo preso a uma grua e, a seguir, fazia-se a mesma operação na cauda. As gruas deslizavam então para dentro do hangar ao longo de duas linhas de carris, arrastando consigo o dirigível.

Muitos destes edifícios situavam-se na Alemanha, onde surgiu e se expandiu o engenho de von Zeppelin desde o final do século XIX até à Segunda Guerra Mundial.

As viagens em dirigível tornaram-se comuns, atingindo o seu apogeu entre as duas guerras.

Na Alemanha colossais estruturas foram erigidas em Berlim, Dresden, Frankfurt ou Düsseldorf; na restante Europa também se construíam hangares, sobretudo em França e em Inglaterra.

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Hangar de Dusseldorf, Alemanha (destruído)

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Hangares de Cardington, Inglaterra

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Hangar de Montebourg-Ecausseville, França

Durante o segundo conflito mundial os bombardeamentos encarregaram-se de destruir uma grande parte destes edifícios, até porque eram considerados alvos militares. Na Alemanha as bombas dos aliados arrasaram completamente todas as construções. Os colossais hangares foram reduzidos a escombros.

Os poucos sobreviventes desta época encontram-se nos Estados Unidos. São também os maiores, bem à maneira americana.

Na década de 30', com as viagens intercontinentais já vulgarizadas, os EUA possuíam uma infraestrutura bem montada, constituída por várias bases aéreas destinadas a apoiar os voos de dirigíveis.

Algumas foram destruídas ou desactivadas; outras subsistem e pertencem hoje ao exército que mantêm os antigos hangares ainda em funcionamento, fazendo as actuais construções parecer casas de bonecas ao seu lado.

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Hangar de Tustin, EUA

Um dos maiores hangares dessa época, Lakehurst, em New Jersey, está ainda activo.

Tornou-se famoso pelas piores razões.

Era aí que costumava ficar alojado o gigantesco Hindenburg.

No dia 6 de Maio de 1937 o zeppelin alemão ao aproximar-se da base para aterrar explodiu e consumiu-se num mar de chamas em apenas 34 segundos...

Era o fim dos dirigíveis.

Ficaram os hangares.


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Retirado: obvious
 
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