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Notícias Ordem dos Médicos de Moçambique alerta para "extrema sensibilidade" na saúde face às greves

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Ordem dos Médicos de Moçambique alerta para "extrema sensibilidade" na saúde face às greves

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Sistema Nacional de Saúde moçambicano enfrentou, nos últimos dois anos, diversos momentos de pressão devido a greves de funcionários, convocadas pela Associação Médica de Moçambique.

O bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique alertou esta quinta-feira para a "extrema sensibilidade" do setor da saúde face às greves da classe, defendendo "mais atenção" e que se faça "o melhor" para responder às reivindicações dos profissionais.

"Tratando-se da área de saúde, de extrema sensibilidade, onde a qualidade do ato médico prestado pode determinar se há sobrevivência (...), devia-se prestar mais atenção e fazer-se o melhor para que se responda a tudo o que sejam os compromissos assumidos com a classe", disse Gilberto Manhiça, em declarações à comunicação social, durante o XII Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa e do II Congresso Internacional da Ordem dos Médicos de Moçambique (OrMM), que decorre até sexta-feira em Maputo.

O Sistema Nacional de Saúde moçambicano enfrentou, nos últimos dois anos, diversos momentos de pressão, provocados por greves de funcionários, convocadas pela Associação Médica de Moçambique (AMM) exigindo as melhorias das condições de trabalho.

Para o bastonário da Ordem, que admite a escassez de meios para trabalhar, a resposta às queixas dos médicos e a assunção dos compromissos assumidos com os profissionais poderá conduzir à harmonização entre a classe e a estrutura governativa que rege o setor.

"Os meios que nós temos para fazermos a nossa prática são muito escassos e muito aquém daquilo que nós poderíamos fazer para uma prática que responda àquilo que são as necessidades da nossa população e uma prática que também nos dignifique como médicos", disse o bastonário, lamentando o extremo a que se chegou.

"Eu acho que é lamentável que nós tenhamos de chegar a esses extremos porque o que nós precisamos de perceber é se há alguma legitimidade por detrás deste processo que pode justificar esta tomada de atitudes", concluiu Gilberto Manhiça.

O setor da saúde enfrenta, há três anos, greves e paralisações convocadas também pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), que abrange cerca de 65 mil profissionais de saúde de diferentes departamentos.

O Governo de Moçambique assumiu hoje estar a fazer um "grande esforço" para pagar as horas extraordinárias e outros subsídios em atraso aos profissionais de saúde, voltando a pedir diálogo para travar greves no setor.

"Há um grande esforço do Governo para resolver a questão das horas extras e de outros subsídios no setor da saúde (...). Há um diálogo aberto, franco, honesto e justo com os colegas e estamos a responder a maior parte dos problemas dos profissionais de saúde dentro do contexto socioeconómico do nosso país", disse o ministro da Saúde, Ussene Isse, no parlamento, onde responde a perguntas de insistência dos deputados.

O Governo moçambicano afirmou em 27 de maio que ninguém ganha com a greve e pediu diálogo aos médicos do Hospital Central de Maputo (HCM), o maior do país, que ameaçam paralisar o trabalho extraordinário a partir de 01 de junho.

O país tem um total de 1.778 unidades de saúde, 107 das quais são postos de saúde, três são hospitais especializados, quatro hospitais centrais, sete são gerais, sete provinciais, 22 rurais e 47 distritais, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde.

Correio da Manhã
 
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