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Depois de mais de meio século sem avanços significativos, parece que as preocupações com o meio ambiente deram um novo impulso no projeto dos motores de automóveis. Só nas últimas semanas vimos a apresentação de um novo motor de ciclo híbrido que promete reduzir o consumo de combustível em até 50%, e de um motor que funciona sem velas de ignição.
Motor a gasolina versus motor diesel
Agora, o Dr. Dan Merritt apresentou seu motor MUSIC ("Merritt Unthrottled Spark Ignition Combustion" - combustão por vela de ignição sem regulador de pressão), que está em fase bem mais adiantada de testes e que, segundo o pesquisador, finalmente faz com que os motores a gasolina sejam energeticamente mais eficientes do que os motores diesel.
Para queimar o combustível adequadamente, esse combustível deve estar o mais próximo possível ao seu valor estequiométrico, que é de 14,5 para 1 no caso da gasolina. Os motores a diesel têm uma eficiência termal bastante superior à dos motores a gasolina, porque operam mais próximo do seu nível ideal, com uma taxa de compressão maior.
"O hiato de economia de combustível entre os dois tipos de motores nunca foi superado desde o século XIX. Isso resulta de sistemas de ignição e combustão completamente diferentes, cada qual exigindo seu próprio tipo de combustível," afirma o Dr. Merritt.
Mistura ar-combustível
As maiores diferenças de eficiência surgem quando os motores estão em regime de marcha-lenta ou de carga parcial. Nestes casos é necessário uma quantidade muito menor de combustível para fazê-los funcionar.
Mas, em um motor a gasolina, não se pode reduzir a quantidade injetada de combustível abaixo de um certo limite, porque a câmara de combustão deve ter um nível de preenchimento mínimo - caso contrário o motor simplesmente apaga.
Por isso, a mistura é submetida a um controle de pressão, para que não entre ar demais, quebrando o equilíbrio da mistura ar-combustível. Já um motor diesel permite que a proporção ar-combustível chegue até a uma proporção de 100 para 1, sem que ele pare de funcionar.
Câmara de combustão adicional

"Até hoje os motores diesel têm apresentado uma eficiência muito superior em regimes de carga parcial quando comparados com motores a gasolina, mas os motores a gasolina geram maior potência para um dado tamanho [de motor]. O motor a gasolina MUSIC agora demonstrou eficiências em regime de carga parcial tão boas quanto a dos motores diesel, mas a um custo mais baixo. Na maioria dos veículos, a maior parte de sua vida operacional é gasta em regimes de carga parcial ou marcha-lenta," diz Merritt.
Menores emissões
O novo motor MUSIC também exigiu o desenvolvimento de um bico de injeção especial, porque seu funcionamento é altamente dependente da forma do spray de combustível que entra no cilindro.
A empresa do Dr. Merritt, a Powertrain Technologies, já firmou acordo com a Ford, que deverá começar a testar o motor MUSIC até o final deste ano. A expectativa é que a redução do consumo de combustível chegue a 25% em relação aos motores a gasolina convencionais. Além disso, como consome menos combustível em regimes de baixa rotação, o novo motor deverá emitir menos poluentes.