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O ministro do Ambiente admitiu hoje a introdução de portagens à entrada das grandes cidades portuguesas, mas ressalvou que este não é o momento para fazê-lo, já que depende da concordância dos municípios e da consciência das populações.
Francisco Nunes Correia falava hoje em Lisboa à margem da cerimónia de assinatura de protocolos de duas medidas de desincentivo do uso do transporte individual, que envolvem a Galp Energia, a Carris e o Governo.
As medidas de “Car Pooling” e “Car Sharing” (partilha de carros), considerou o ministro, são “uma porta de entrada que prepara a consciência das pessoas para isso (para as portagens à entrada das cidades)”.
“Várias vezes me têm perguntado porque é que o Ministério do Ambiente não promove portagens na entrada das cidades. Em primeiro lugar, isso não se pode fazer sem a aquiescência dos municípios. Por outro lado, mais importante ainda que os poderes locais é a consciência das populações”, considerou Nunes Correia.
O programa de “Car Sharing” lançado pela Galp Energia promove a utilização partilhada de automóveis individuais, enquanto o sistema de “Car Pooling” da Carris permite aos utilizadores alugar carros adjudicados à empresa (e espalhados por sete parques em Lisboa) por períodos curtos através do cartão Lisboa Viva.
“A um passo” de aceitar penalização
“É com medidas como estas que as pessoas vão compreedendo o problema, o absurdo, a deseconomia, o desperdício que é andar a gastar gasolina num carro de uma tonelada, que leva lá dentro uma pessoa com 50 quilos”, frisou o ministro.
“À medida que os cidadãos se vão apercebendo disto vão recorrendo mais a estes sistemas e estão a um passo de aceitar alguma forma de penalização, ou à entrada das cidades ou nas portagens convencionais. Estas medidas preparam a consciência das pessoas para outras, porventura, mais enérgicas”, afirmou o responsável.
Questionado sobre se considera “inevitável” a introdução de portagens à entrada das grandes cidades portuguesas, Nunes Correia respondeu: “Olhando para aquilo que é a trajectória das sociedades contemporâneas e olhando para aquilo que as cidades mais desenvolvidas hoje já fazem, porque é que Lisboa há-de ficar para trás? Porque há-de estar condenada ao subdesenvolvimento?”
Só o “timing” não parece ser o mais adequado, ainda que o ministro tenha recordado o êxito destas medidas em grandes capitais europeias, como Londres.
“Este é o momento? Talvez não seja o momento. Neste momento estamos a lançar uma medida que eu acho que cria clima para isso”, admitiu. “Em Londres está a ser um modelo de sucesso, porque é que aqui não iria ser?”
Público