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Roter.Teufel

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Manifestação contra imigração termina com insultos e empurrões a jornalistas na 5.ª noite de tensão em Espanha

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Poucos minutos depois da mobilização começar, vários manifestantes dirigiram-se contra a jornalista Esther Yáñez, proferindo insultos e empurrando-a ao ponto de outros jornalistas terem de a escoltar até à chegada da Guardia Civil.

A manifestação contra a imigração ilegal em Torre-Pacheco, na região espanhola de Murcía, transformou-se num protesto contra os jornalistas, com insultos e gritos a serem entoados a criticar a "imprensa espanhola, manipuladora", na terça-feira.

Os cânticos contra os repórteres das várias cadeias televisivas que tentavam fazer as transmissões em direto soaram mais alto que qualquer outro grito dos manifestantes, na Plaza del Ayuntamiento, em Torre Pacheco, avança o jornal El Español.

Poucos minutos depois da mobilização começar, vários manifestantes dirigiram-se contra a jornalista Esther Yáñez, proferindo insultos e empurrando-a ao ponto de outros jornalistas terem de escoltar Yáñez até à chegada da Guardia Civil.

"Onde está a Guardia Civil? Chama o 112 para que venha uma patrulha. Por favor, um grupo de pessoas está a ameaçar uma colega!", exclamava o jornalista do El Español e colaborador da Antena 3 e TVE, Jorge García Badía, que foi o primeiro a proteger a repórter.

A multidão perseguiu Yáñez durante dois quarteirões até que as autoridades chegaram e escoltaram a jornalista, que conseguiu então continuar com as emissões em direto rodeada de agentes.

Esperava-se a presença de membros da controversa empresa de despejo Desokupa, liderada por Dani Esteve, bem como de outras figuras polémicas como o jornalista espanhol Vito Quiles. No entanto, pouco antes das 20h00, hora marcada para o início da manifestação, Quiles anunciou que não iria estar presente no evento, embora já estivessem na cidade.

"Recebemos uma ordem do Ministério do Interior para não participar neste evento, e a atitude mais responsável a tomar é obedecê-la", explicou Quiles.

Apesar da ausência destas figuras que se tornaram populares nas redes sociais devido às mensagens controversas que difundem, a manifestação prosseguiu.

A certo momento, o hino espanhol começou a tocar, enquanto um homem gritava ao microfone: "Lembrem-se que só porque vocês querem que as vossas mães, filhas e avós andem em segurança pelas ruas, vocês não são de extrema direita. Não caiam na armadilha dos média".

Aqueles que aplaudiram o discurso sobre "não ter medo de falar ou apontar o dedo", que gritavam "viva" pela liberdade, não tardaram em gritar contra repórteres que tentavam transmitir ao vivo o que estava a acontecer.

Apesar do clima de tensão, o evento terminou sem feridos.

A manifestação surge no seguimento de vários dias de violência naquela cidade espanhola, motivada pela xenofobia e ódio a imigrantes, que já levou a 14 detenções. A onda de confrontos começou com um ataque a um homem de 68 anos, natural do Magreb, na última quarta-feira, por um grupo de jovens norte-africanos.

A 'caça aos imigrantes' foi convocada através das redes sociais para "encontrá-los [os agressores] e reuni-los com Alá". O líder do movimento xenófobo Deport Them Now foi preso na tarde de segunda-feira pela Guardia Civil.


Correio da Manhã
 
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