Portal Chamar Táxi

Notícias Macron não quer evitar discutir crise financeira mas descarta catastrofismo

Roter.Teufel

Sub-Administrador
Team GForum
Entrou
Out 5, 2021
Mensagens
54,355
Gostos Recebidos
1,527
Macron não quer evitar discutir crise financeira mas descarta catastrofismo

img_932x621uu2025-06-11-23-53-59-2215709.jpg


Mercados reagiram mal ao anúncio do primeiro-ministro, François Bayrou, de levar ao parlamento um voto de confiança marcado para 8 de setembro, devido ao plano orçamental para 2026 que prevê cortes de 44 mil milhões de euros.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, não quer evitar a discussão sobre a crise financeira em França, mas também não quer cair numa onda de catastrofismo, avançou esta quarta-feira uma porta-voz governamental.

"Nem negação das realidades, nem catastrofismo", disse Macron no Conselho de Ministros, segundo relatou a porta-voz do executivo, Sophie Primas, numa conferência de imprensa no final da reunião.

A porta-voz insistiu que a mensagem do Presidente é que não deve haver "nem negação das realidades nem um exagero da situação financeira da França".

"A França é um país sólido, com uma força económica significativa, mas temos de recuperar o controlo do nosso destino", referiu ainda Sophie Primas.

Estas palavras de Macron ganham relevo depois de o ministro das Finanças francês, Eric Lombard, ter sido obrigado a retificar, na terça-feira, declarações feitas horas antes em que admitiu o risco de uma intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) no país.

"É algo que queremos evitar, que temos de evitar, mas não vou dizer que o risco não existe", afirmou Lombard que, mais tarde, publicou um texto nas redes sociais a esclarecer que a situação das finanças públicas exige "calma e lucidez".

"Não estamos atualmente sob a ameaça de qualquer intervenção, nem do FMI, nem do Banco Central Europeu (BCE), nem de qualquer organização internacional", adiantou a nova publicação do ministro.

Esta quarta-feira, a porta-voz do Eliseu (presidência) fez questão de recordar que a França tem o défice mais elevado de todos os países da zona euro em 2024, 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB), e que este ano o peso da dívida será superior ao orçamento da defesa.

Os mercados reagiram mal ao anúncio de segunda-feira do primeiro-ministro, François Bayrou, de que vai levar ao parlamento um voto de confiança marcado para 08 de setembro, devido ao seu plano orçamental para 2026 que prevê cortes na ordem dos 44 mil milhões de euros.

Caso a moção de confiança não passe no parlamento abre-se a porta a uma nova crise política em Paris, que pode levar a eleições antecipadas ou a que Macron nomeie um novo primeiro-ministro.

A porta-voz do governo fez questão de sublinhar que, a 08 de setembro, não se trata de dar confiança a Bayrou para o projeto de orçamento, mas sim para a verificação da situação das contas públicas do país e da necessidade de corrigir a trajetória, e que a forma de o fazer virá mais tarde.

A este respeito, afirmou que a intenção do executivo é manter-se "aberto à discussão" a partir dessa data, com o duplo objetivo de garantir "justiça fiscal e social" e aumentar a produção.

Contudo, toda a oposição, desde a extrema-direita aos partidos de esquerda, desqualificou a política de Bayrou, que está no poder desde dezembro, e anunciou o seu voto contra a moção.

Sophie Primas garantiu que o Conselho de Ministros não discutiu os cenários possíveis no caso de se concretizarem as expectativas mais do que prováveis da queda do Governo.

Entre esses cenários está a possibilidade de o Presidente, Emmanuel Macron, nomear outro primeiro-ministro, na esperança (quase excluída à partida) de obter uma maioria parlamentar, mas também a convocação antecipada de eleições legislativas.

O que a porta-voz do Governo excluiu foi a demissão de Macron, que está a ser pedida, em particular, pela França Insubmissa (LFI, esquerda radical) e pelo seu líder, Jean-Luc Mélenchon.


Correio da Manhã
 
Topo