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Justiça aceita denúncia contra MC Poze por tortura e sequestro
Pedido de prisão preventiva, entretanto, foi negado pela 11ª Vara Criminal da Capital do TJRJ
Rio – A Justiça do Rio aceitou, nesta sexta-feira (1º), a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) contra Marlon Brendon Coelho, o MC Poze do Rodo, por tortura e extorsão mediante sequestro do empresário Renato Medeiros, que o representava.
A decisão, proferida na 11ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), afirma que "há indícios de materialidade e de autoria delitiva nas figuras dos acusados" e ressalta "fatos criminosos em todas suas circunstâncias".
O pedido de prisão preventiva, entretanto, foi negado. A decisão reconhece "a extrema gravidade do crime sob investigação", mas destaca que "não é possível extrair a presença de elementos concretos contemporâneos que demonstrem a necessidade da segregação cautelar".
Com isso, o músico passa a responder, em liberdade, por tortura, assim como outras seis pessoas mencionadas na denúncia, que fala em crimes praticados "com extrema violência e requintes de crueldade, com nítida intenção de exercer justiça privada". São elas: Fábio Gean Ferreira da Silva, conhecido como Loirinho; Leonardo da Silva de Melo, o Léo; Matheus Ferreira de Castilhos, o Tiza; Maurício dos Santos da Silva; Rafael Souza de Andrade, vulgo Casca; e Richard Matheus da Silva Sophia.
Além da prisão preventiva, a Justiça também rechaçou pedido, presente no relatório final do inquérito policial, para o sequestro de bens do músico, no valor mínimo de R$ 300 mil. A finalidade seria assegurar uma eventual indenização por danos morais e materiais à vítima.
O MPRJ também havia denunciado outras três pessoas por crime contra a administração da Justiça. Elas teriam testemunhado o episódio, direta ou indiretamente, e prestado falso testemunho na delegacia, negando os atos de violência e tentando "eximir os demais da responsabilidade criminal". O TJRJ, no entanto, não se pronunciou sobre o trio.
O caso
De acordo com o MPRJ, Poze e os outros seis acusados de tortura, em fevereiro de 2023, na casa do MC, agrediram Renato física e psicologicamente, de maneira coordenada, com o intuito de fazê-lo confessar o roubo de parte de uma pulseira de ouro do cantor. E mesmo com a devolução do adereço, o grupo ainda manteve a vítima em cárcere privado por aproximadamente uma hora e meia, período no qual a feriram de diferentes formas. Na época, o empresário alegou, em um programa de TV, ter sido vítima de uma sessão de espancamento.
As investigações do caso ficaram a cargo da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), que identificou que Renato sofreu socos e chutes. A Polícia Civil também apontou o uso de uma arma artesanal produzida com madeira e pregos, além de cigarros acesos para queimar a vítima. Renato sofreu fraturas, queimaduras, lesões extensas e e deformidades permanentes, como ficou comprovado em laudo pericial.
Na ocasião, a assessoria do cantor divulgou a versão de que Renato estava envolvido no furto de uma joia do rapper. Ainda em 2023, agentes estiveram na casa de Poze, no Recreio, Zona Oeste, para cumprir mandados de busca e apreensão. Não houve itens confiscados.
Nesta quinta-feira (30), pouco após a divulgação da denúncia do MPRJ, a defesa de Poze foi às redes sociais para publicar uma nota na qual afirma que o cantor sempre cumpriu "fielmente" as medidas cautelares impostas e que “provará sua inocência” no decorrer do processo.
Também nesta quinta, Poze usou os mesmos meios para fazer um desabafo: "Não tenho um dia de paz, meu Deus do céu. Eu não mereço isso. Eu só quero viver de boa". A reportagem tenta contato com a defesa de Renato Medeiros. O espaço segue aberto para esclarecimento.
Em maio passado, Poze foi preso em meio a uma investigação por apologia ao crime e suspeita de envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) o encontraram em casa, no Recreio. Ele deixou a prisão cinco dias depois.
Nota da defesa de Poze:
"Desde o início dessa investigação, tanto o Ministério Público, como o Poder Judiciário entenderam ser desnecessária qualquer decretação de prisão. Aplicaram, desde então, medidas cautelares que vêm sendo respeitadas e seguidas perfeitamente, nos últimos 30 meses, sem qualquer descumprimento.
O pedido, feito pela delegacia e por outro promotor, frise-se, 30 meses depois de fiel cumprimento das cautelares, não tem fundamentos concretos, tampouco contemporâneos.
Marlon segue respeitando toda e qualquer decisão do Poder Judiciário e, no processo, provará sua inocência".
O Dia

Pedido de prisão preventiva, entretanto, foi negado pela 11ª Vara Criminal da Capital do TJRJ
Rio – A Justiça do Rio aceitou, nesta sexta-feira (1º), a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) contra Marlon Brendon Coelho, o MC Poze do Rodo, por tortura e extorsão mediante sequestro do empresário Renato Medeiros, que o representava.
A decisão, proferida na 11ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), afirma que "há indícios de materialidade e de autoria delitiva nas figuras dos acusados" e ressalta "fatos criminosos em todas suas circunstâncias".
O pedido de prisão preventiva, entretanto, foi negado. A decisão reconhece "a extrema gravidade do crime sob investigação", mas destaca que "não é possível extrair a presença de elementos concretos contemporâneos que demonstrem a necessidade da segregação cautelar".
Com isso, o músico passa a responder, em liberdade, por tortura, assim como outras seis pessoas mencionadas na denúncia, que fala em crimes praticados "com extrema violência e requintes de crueldade, com nítida intenção de exercer justiça privada". São elas: Fábio Gean Ferreira da Silva, conhecido como Loirinho; Leonardo da Silva de Melo, o Léo; Matheus Ferreira de Castilhos, o Tiza; Maurício dos Santos da Silva; Rafael Souza de Andrade, vulgo Casca; e Richard Matheus da Silva Sophia.
Além da prisão preventiva, a Justiça também rechaçou pedido, presente no relatório final do inquérito policial, para o sequestro de bens do músico, no valor mínimo de R$ 300 mil. A finalidade seria assegurar uma eventual indenização por danos morais e materiais à vítima.
O MPRJ também havia denunciado outras três pessoas por crime contra a administração da Justiça. Elas teriam testemunhado o episódio, direta ou indiretamente, e prestado falso testemunho na delegacia, negando os atos de violência e tentando "eximir os demais da responsabilidade criminal". O TJRJ, no entanto, não se pronunciou sobre o trio.
O caso
De acordo com o MPRJ, Poze e os outros seis acusados de tortura, em fevereiro de 2023, na casa do MC, agrediram Renato física e psicologicamente, de maneira coordenada, com o intuito de fazê-lo confessar o roubo de parte de uma pulseira de ouro do cantor. E mesmo com a devolução do adereço, o grupo ainda manteve a vítima em cárcere privado por aproximadamente uma hora e meia, período no qual a feriram de diferentes formas. Na época, o empresário alegou, em um programa de TV, ter sido vítima de uma sessão de espancamento.
As investigações do caso ficaram a cargo da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), que identificou que Renato sofreu socos e chutes. A Polícia Civil também apontou o uso de uma arma artesanal produzida com madeira e pregos, além de cigarros acesos para queimar a vítima. Renato sofreu fraturas, queimaduras, lesões extensas e e deformidades permanentes, como ficou comprovado em laudo pericial.
Na ocasião, a assessoria do cantor divulgou a versão de que Renato estava envolvido no furto de uma joia do rapper. Ainda em 2023, agentes estiveram na casa de Poze, no Recreio, Zona Oeste, para cumprir mandados de busca e apreensão. Não houve itens confiscados.
Nesta quinta-feira (30), pouco após a divulgação da denúncia do MPRJ, a defesa de Poze foi às redes sociais para publicar uma nota na qual afirma que o cantor sempre cumpriu "fielmente" as medidas cautelares impostas e que “provará sua inocência” no decorrer do processo.
Também nesta quinta, Poze usou os mesmos meios para fazer um desabafo: "Não tenho um dia de paz, meu Deus do céu. Eu não mereço isso. Eu só quero viver de boa". A reportagem tenta contato com a defesa de Renato Medeiros. O espaço segue aberto para esclarecimento.
Em maio passado, Poze foi preso em meio a uma investigação por apologia ao crime e suspeita de envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) o encontraram em casa, no Recreio. Ele deixou a prisão cinco dias depois.
Nota da defesa de Poze:
"Desde o início dessa investigação, tanto o Ministério Público, como o Poder Judiciário entenderam ser desnecessária qualquer decretação de prisão. Aplicaram, desde então, medidas cautelares que vêm sendo respeitadas e seguidas perfeitamente, nos últimos 30 meses, sem qualquer descumprimento.
O pedido, feito pela delegacia e por outro promotor, frise-se, 30 meses depois de fiel cumprimento das cautelares, não tem fundamentos concretos, tampouco contemporâneos.
Marlon segue respeitando toda e qualquer decisão do Poder Judiciário e, no processo, provará sua inocência".
O Dia