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Jogos controlados pela mente, a nova fronteira dos videogames

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Jogos controlados pela mente, a nova fronteira dos videogames

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Você coloca na cabeça um aparelho que lembra um fone de ouvido e relaxa a mente. Logo, começa a controlar um objeto com o pensamento.

Com o aparelho da Neurosky, as pessoas podem manipular com a mente objetos do mundo real e virtual
.Esse truque mental poder pode parecer fantasioso, saído de um filme de ficção científica desses que passam de madrugada na TV, ou da contracapa de uma antiga revista em quadrinhos. Mas várias empresas estão tornando realidade essa tecnologia, com fones de ouvido de preço acessível que captam o estado mental da pessoa.

Os aparelhos traduzem as ondas cerebrais em informações digitais e as enviam, por transmissão sem fio, a computadores ou outros dispositivos.

Até agora, os dispositivos se limitam principalmente a interfaces digitais, como videogames e filmes cujo enredo pode ser alterado com o pensamento. Mas já foram utilizados objetos do mundo real, como um par de orelhas semelhantes a orelhas de gato, que se movem conforme o humor da pessoa. A tecnologia, ainda em sua infância, tem o potencial não só de entreter, mas, possivelmente, de melhorar a educação e fortalecer a saúde mental, segundo alguns médicos.

A responsável por boa parte dessa tecnologia é a NeuroSky Inc., de San Jose, na Califórnia, que teve seu primeiro grande sucesso em 2009, quando a fabricante de brinquedos Uncle Milton Inc. usou os aparelhos da NeuroSky para o brinquedo Star Wars Force Trainer (Treinador da Guerra nas Estrelas), que permitia à criança suspender com a mente uma bolinha de pingue-pongue dentro de um tubo. À medida que a criança se concentrava, um ventilador girava, levantando a bolinha.

O brinquedinho foi mais do que uma novidade curiosa. Foi a primeira vez que o público viu as ondas cerebrais serem transformadas em comandos específicos para atuar no mundo físico. E isso sem utilizar implantes cranianos, que há anos já permitem aos pacientes controlar braços e pernas artificiais e cadeiras de rodas.

Agora, cerca de 1.700 programadores estão trabalhando com a tecnologia da NeuroSky, a maioria desenvolvendo jogos de computador com controle mental para o aparelho MindWave Mobile da empresa, que custa nos Estados Unidos US$ 129, disse o diretor-presidente da NeuroSky, Stanley Yang. O executivo acrescentou que a empresa está perto de entrar no azul, mas não quis dar mais dados sobre o faturamento.

Entre as ofertas disponíveis na loja de aplicativos da empresa há jogos para computador de mesa, como o "MindHunter" ("Caçando com a Mente", em tradução livre), em que o jogador deve se concentrar profundamente para disparar uma arma, e programas para auxílio à meditação, como "Mind Labyrinth" ("Labirinto da Mente"), que dá ao jogador acesso a 52 níveis de um antigo templo, à medida que o relaxamento fica mais profundo. A maioria dos jogos custa nos EUA entre US$ 5 e US$ 20, mas outros como o "HocusFocus", que visa melhorar a atenção e é anunciado como ferramenta educacional séria, podem chegar a US$ 150.

"Vai haver todo um ecossistema de novos jogadores, e a NeuroSky está muito bem posicionada para ser como a Intel desse novo setor", disse Álvaro Fernandez, diretor executivo da SharpBrains, firma de análise e consultoria de agilidade cerebral. "Ela deve estar no cerne de muitos desenvolvimentos atuais."

A londrina MyndPlay Ltd. está usando os chips da NeuroSky em seu próprio aparelho, que permite controlar o final de uma cena de filme, concentrando-se e relaxando. A empresa tem um estúdio de produção que produz pequenos filmes com alternativas para o enredo e o final.

Além de ser uma nova maneira de assistir filmes, a tecnologia tem implicações para a modificação do comportamento, disse o diretor-presidente Tre Azam disse. Duas prisões na Inglaterra, por exemplo, estão mostrando aos detentos um filme da MyndPlay com temática de gângsteres, que ensina a manter a calma em situações de ameaça.

A NeuroSky enfrenta a concorrência da Emotiv Systems Inc., novata de tecnologia de San Francisco, na Califórnia, que vende um aparelho multi-sensor (US$ 300, nos EUA). A Emotiv vende diversos softwares, incluindo um pacote com jogos populares como "Call of Duty" e "World of Warcraft" otimizados para os dispositivos da empresa. Ela também vende um programa que permite ao usuário controlar o computador com o pensamento em vez de mouse ou teclado.

A Emotiv é lucrativa, disse uma porta-voz, sem informar valores. Todas as empresas que disputam para aparecer no mercado das ondas cerebrais estão usando a tecnologia de eletroencefalograma, ou EEG, que mede os impulsos elétricos do cérebro na testa e é utilizada há muito para diagnosticar a epilepsia e outras doenças cerebrais. Os aparelhos contêm um sensor que detecta vários estados mentais e um chip converte os sinais do formato analógico para o digital, para que sejam transmitidos, sem fio, a um computador.

A tecnologia ainda é limitada, porém, capaz de detectar sobretudo a capacidade cerebral de concentração e relaxamento, mas não ações específicas, intencionais. Alguns que testarem os jogos com controle mental podem ficar decepcionados ao ver que não têm controle total, como teriam com um joystick.

Mas alguns médicos creem que os jogos com controle mental podem oferecer mais que diversão e relaxamento, melhorando a saúde mental. Os psiquiatras há muito já treinam o córtex pré-frontal a batalhar contra problemas agudos como ansiedade, estresse pós-traumático e transtorno de déficit de atenção. Práticas como meditação, exercício e terapia cognitiva têm mostrado eficácia de curto prazo comparável à medicação. Uma das metas da nova tecnologia é permitir que esse mesmo tipo de benefício seja conseguido com a ajuda de videogames controlados pelo cérebro.

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Fonte: deficiente-forum.com - Portal
 
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