Portal Chamar Táxi

Notícias 'Jogo do Tigrinho': Operação mira influenciadores por promoção ilegal de jogos de azar online

Roter.Teufel

Sub-Administrador
Team GForum
Entrou
Out 5, 2021
Mensagens
53,729
Gostos Recebidos
1,504
'Jogo do Tigrinho': Operação mira influenciadores por promoção ilegal de jogos de azar online

gemeas3-36695005.jpeg


Entre os alvos estão nomes como Bia Miranda, Maumau e Buarque, que somados possuem mais de 11 milhões de seguidores

Rio - A Polícia Civil realiza uma operação, nesta quinta-feira (7), contra 15 influenciadores digitais investigados pela promoção ilegal de jogos de azar online, como o conhecido "Jogo do Tigrinho". Segundo investigações, há indícios de lavagem de dinheiro e de organização criminosa. Entre os alvos estão nomes como Bia Miranda, Maumau e Buarque, que somados possuem mais de 11 milhões de seguidores.

A Operação Desfortuna, realizada pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), tem como objetivo cumprir 31 mandados de busca e apreensão em endereços no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais.

No Rio, houve apreensão de veículos de luxo, celulares e outros documentos. As gêmeas Paola e Paulina Ataíde estiveram na Cidade da Polícia, na Zona Norte, após cumprimento de mandados em suas casas.

Na residência do influenciador Maumau, em São Paulo, os policiais encontraram uma arma supostamente com a numeração suprimida. Ele foi conduzido a uma delegacia para prestar esclarecimentos.

De acordo com os agentes, as postagens realizadas pelos investigados contêm promessas enganosas de lucros fáceis, com o intuito de atrair seguidores para essas plataformas de apostas, que são proibidas no país.

"Esses influenciadores prometiam ganhos vultosos para seus seguidores, mas essas plataformas não geravam esses retornos e muitas vezes os apostadores ganhavam, mas não conseguiam sacar. É uma grande estrutura de cooptação de recursos de muitas famílias e pessoas humildes. Apenas os influenciadores identificados até agora, em um período de pouco mais de dois anos, movimentaram R$ 40 milhões. Estamos falando de uma rede financeira muito extensa e profunda, que também tangencia com outros tipos de crime", explicou o delegado Renan Mello.

Durante a investigação, os policiais identificaram sinais claros de enriquecimento incompatível com a renda declarada pelos influenciadores, que ostentam estilos de vida luxuosos, com viagens internacionais, veículos de alto padrão e imóveis de alto valor, nas redes sociais.

"Alguns dos influenciadores continuam ativos na divulgação desses jogos de azar, inclusive com postagens de menos de 12 horas. É uma rede que continua ativa, eles têm um padrão de vida altíssimo, mostram ganho muito acima do plausível com a atividade que eles exercem, padrões luxuosos que enganam e ludibriam os seguidores com finalidade pura e simples de ganância, sem o menor compromisso com a qualidade de vida dos seus fãs, com a saúde financeira deles. Eles vendem a sua fama destruindo famílias para ganhar lucros", disse o delegado.

De acordo com Mello, existem duas formas conhecidas de pagamentos aos influenciados: em uma recebem por pacote fechado de publicações, ou seja, em um determinado número de postagens há um valor já pré-estabelecido; na outra são ganhos variáveis a partir do número de cadastro pelos links divulgados.

A Polícia Civil informou que relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelaram movimentações bancárias suspeitas que, somadas, chegam a R$ 4,5 bilhões.

Além da promoção dos jogos ilegais, os investigados são suspeitos de integrar uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada. A estrutura seria usada para ocultar a origem ilícita dos recursos, caracterizando lavagem de dinheiro.

A DCOC-LD também identificou conexões entre os suspeitos e pessoas com antecedentes ligados ao crime organizado, o que elevou o grau de complexidade da investigação.

As investigações ocorreram de forma conjunta com o Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e com o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) da Polícia Civil.
"Desconfie de todo ganho fácil apresentado por influenciadores, questione qual a real motivação daquela publicidade e nunca coloquem o dinheiro de vocês que seja capaz de prejudicar a subsistência da família. A gente sabe que isso pode viciar as pessoas, é uma atividade muito sensível e por isso é atividade proibida. No caso de ter dúvidas sobre ser lícito ou não, procurem se informar e questionem a motivação daquela publicação", destacou o delegado.

O grupo está sendo investigado por organização criminosa, exploração de jogos de azar, propaganda enganosa, estelionato e lavagem de dinheiro.

Os alvos:
- Anna Beatryz Ferracini Ribeiro, a Bia Miranda: 5,2 milhões de seguidores;
- Maurício Martins Júnior, o Maumau: 3,4 milhões;
- Rafael da Rocha Buarque, o Buarque: 2,8 milhões;
- Paola de Ataíde Rodrigues: 2 milhões;
- Paulina de Ataíde Rodrigues: 1,8 milhão;
- Jenifer Ferracini Vaz, a Jenny Miranda: 1,2 milhão;
- Samuel Sant'Anna da Costa, o Gato Preto: 412 mil;
- Lorrany Rafael Dias: 308 mil;
- Tailon Artiaga Ferreira Silva: 195 mil;
- Tailane Garcia dos Santos Laurindo: 48,9 mil;
- Micael dos Santos de Morais: 18,8 mil;
- Nayara Silva Mendes;
- Sun Chunyang;
- Vanessa Vatusa Ferreira da Silva;
- Ana Luiza Ferreira do Desterro Simen Poeis.

A reportagem entrou em contato com os influenciadores, mas ainda não recebeu retorno. O espaço está aberto para manifestação.

O Dia
 
Topo