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IndieLisboa: Este cinema indie é de massas

florindo

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Este cinema indie é de massas

O IndieLisboa arranca na quinta e é a edição com a maior participação de cineastas portugueses. A celebrar o 10.º aniversário o balanço é positivo: 45 mil espectadores e muitos estrangeiros que se deslocam de propósito a Lisboa.Por estes dias, além da imensidão de tarefas que Miguel Valverde tem de cumprir a menos de uma semana do arranque da 10.ª edição do IndieLisboa – que decorre de quinta-feira, dia 18, a 28 de Abril –, o director do festival de cinema também anda ocupado a fazer listas de filmes para os amigos. Todos os anos, assim que o cartaz é revelado, chovem pedidos que se repetem. «Por favor diz-me quais os filmes que não posso perder», suplicam os mais próximos, perdidos a olhar para uma programação de mais de uma centena de filmes. Este tipo de pedidos estende-se a toda a equipa envolvida no certame e Miguel Valverde reconhece que nem sempre é fácil descortinar o cartaz de um festival que privilegia primeiras e segundas obras de realizadores cujo talento a organização acredita estar a emergir. Ainda assim, garante o responsável, «o Indie tem tantos ingredientes que é possível, independentemente dos gostos, cada pessoa encontrar o seu festival».
O primeiro e mais importante conselho é vir de mente aberta, pronto para ver coisas novas, que as salas de cinema comerciais já não mostram, até porque ‘Hollywood está a ficar sem ideias’, como diz o slogan da edição deste ano. Partindo desse mote, Miguel Valverde dá uma ajuda. Começando pelas «apostas seguras», concentradas na secção Observatório, há propostas de «cineastas independentes consagrados», sendo exemplo máximo disso Harmony Korine, que traz o seu mais recente Spring Breakers (Viagem de Finalistas), filme com James Franco e as estrelas da Disney Selena Gomez (na foto) e Vanessa Hudgens.
Miguel Valverde não tem dúvidas em afirmar que este vai ser, «muito provavelmente, o filme sensação do festival». «Queríamos muito voltar a ter o Korine no Indie, e ele também queria vir, mas tem tido tantas solicitações que se tornou impossível. É muito estranho ver como este cineasta, que já veio tantas vezes ao nosso festival, obscuro, que ninguém conhecia, está a ter imenso sucesso agora. Já há inclusive quem o queira em Hollywood e ele anda ‘em luta’ com o agente porque não quer aceitar».
A outra longa-metragem que o responsável acredita que vai dar que falar é Leviathan, de Lucien Castaing-Taylor e Verena Paravel, inserido na Competição Internacional. «Não sei se vai ganhar, mas é um filme incrível. É uma experiência mística e sensorial. O mote foi fazer um documentário sobre a pesca do bacalhau no Massachusetts, e o espectador sente-se dentro daquele barco, numa espécie de acto sacerdotal entre homens e animais. É o filme mais diferente de todos do festival e aquele que vou recomendar a toda a gente».

Dois filmes nacionais lutam pelo grande prémio

Pela primeira vez na história do festival, há dois filmes portugueses na Competição Internacional de longas-metragens, a secção que atribui a distinção mais importante do IndieLisboa. Difíceis de catalogar, Miguel Valverde descreve A Batalha de Tabatô, de João Viana (que ganhou uma menção honrosa em Berlim), e Lacrau, de João Vladimiro, como dois «híbridos», dentro de um «género muito variado entre o documentário, o experimental e a ficção». «Se em A Batalha de Tabatô a imagem é bastante cuidada, os planos são rigorosos, é tudo muito formal, Lacrau é o oposto. É tudo muito livre», explica, assumindo a sua preferência pelo filme de João Vladimiro, que marca a estreia do jovem realizador nas longas. «O João vem do circo Circolando e traz essa visão. Há uma liberdade e um despojamento na imagem inesperado. Ele quis recuperar a paisagem de Trás-os-Montes como António Reis a via, mas o mote é filmar como Turner pintava. E ele consegue mesmo encontrar aquelas paisagens nebulosas dos quadros do Turner».
A selecção destas duas obras para a Competição Internacional (também concorrem na competição nacional) reflecte, igualmente, o maior número de projectos portugueses que, de ano para ano, chegam ao IndieLisboa. Este ano, entre longas e curtas, foram 237 filmes submetidos a apreciação e «não é à toa que há uma secção nova intitulada, precisamente, Novíssimos». «São filmes que não cabiam na competição, mas que não quisemos passar à margem destes autores em potência, a maioria deles ainda estudantes».

Público amplo e jovem

Esta juventude que a organização sempre privilegiou estende-se igualmente ao público que, anualmente, acorre ao festival. Em 2012, o IndieLisboa contabilizou o impressionante número de 45 mil participantes: 36 mil em sala, mais nove mil nas actividades paralelas do festival como as masterclass, palestras e o Indie by Night, que já tem inclusive plateia própria e que este ano promete atrair ainda mais gente uma vez que terá, entre outras propostas, um DJ set de Peaches e concertos de Linda Martini e Manuel Fúria, este último a interpretar na íntegra o álbum Mãe, dos Heróis do Mar. Embora ainda não exista um estudo oficial, o director estima que esta oferta diversificada conquista para o evento um público jovem, que deverá situar-se entre os 25 e os 45 anos de idade.
Além da selecção de realizadores que assinam primeiras e segundas obras, essa aposta reforçou-se, na 2.ª edição do certame, com a criação do IndieJúnior, cujo objectivo passa pela formação de novos públicos. E hoje, quase uma década depois, regista-se esse retorno. «É impressionante o número de voluntários, entre os 16 e os 20 anos, que nos dizem que querem participar porque vieram com os pais ao IndieJúnior».
Outra particulariedade é o público internacional que já se conquistou. Tal como nos festivais de música, há pessoas que viajam propositadamente para Lisboa em Abril para vir ao evento nacional. E este ano, além de um grupo de 45 holandeses que abordou a organização previamente, há uma história de que Miguel Valverde se orgulha especialmente. «Fomos contactados por quatro senhoras do Canadá, de 70 anos, que viajam juntas há 30 anos e que escolhem o destino de férias pelo festival de cinema que tem. Como querem assistir a muitas sessões, escreveram-nos para saber se temos preços especiais. Ter este feedback é compensador».

Fonte: SOL
 

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Realizador chileno abre IndieLisboa com 'fantasmas' da sua própria memória

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Realizador chileno abre IndieLisboa com 'fantasmas' da sua própria memória

O realizador chileno Pablo Larraín, que hoje abre o festival de cinema IndieLisboa com "No", disse à Lusa que quis falar dos "fantasmas" da sua própria memória e olhar para a realidade a partir da ficção.
"Não me interessa fazer filmes de carácter historiográfico, que sejam uma espécie de tratado histórico. Este filme não foi pensado para aulas de escola ou universidade; tem a arbitrariedade do filtro", disse à Lusa, a partir do Chile.
"Dou-me ao luxo da arbitrariedade, como qualquer cineasta, porque trabalho a partir do meu imaginário, da minha memória, com os meus fantasmas", frisou, insistindo que, através do cinema, lhe interessa "entender os fantasmas".
O cineasta não estará no IndieLisboa para assistir à estreia em Portugal de "No", em que o actor mexicano Gael García Bernal interpreta um publicitário que desenvolve uma campanha a favor do "não" no referendo de 1988, sobre a permanência de Augusto Pinochet no poder, que acabou por pôr fim aos 16 anos de ditadura.
"No" dividiu os chilenos, que dele disseram o melhor e o pior. Nascido após o golpe militar de Pinochet, Larraín já esperava as divisões, em resultado dos "contrastes ideológicos" do país.
Satisfeito por não ter gerado "indiferença", o realizador conta que "houve comentários de todo o tipo, muito negativos e muito positivos".
Os críticos do filme "entendem a realidade como um móvel rígido" e, portanto, não estão preparados para olhar a história "pelo filtro da ficção do cinema", diz.
No Chile actual, "há gente que prefere não recordar nada, há gente que só quer recordar o que quer, há gente que tenta organizar a memória, (...) para entender o que se passou", enumera.
As ditaduras que, "lamentavelmente", se instalaram "em toda a América Latina" são "muito interessantes do ponto de vista dramático e do ponto de vista do imaginário social" para quem faz cinema, sem quaisquer "objectivos revisionistas, nem tão pouco de mudança", mas apenas para "gravar" a memória pessoal nos filmes.
"O cinema chileno está a viver um grande momento, há muitos filmes circulando, novos cineastas, novos olhares, muita diversidade, para além de quantidade", observa Pablo Larraín.
"Há de tudo, mas todo o cinema é político, embora alguns filmes tenham uma intenção política mais notória do que outros", distingue, assinalando que, nos últimos cinco anos, "o cinema chileno conseguiu instalar-se internacionalmente".
Apesar de a indústria ainda ser "pequena" e "incipiente", é também "muito saudável e está a produzir filmes interessantes", e os autores "estão a pôr a sua própria memória" nos filmes, que deve ser "o caminho", sustenta.
Os apoios oficiais ao cinema são "cada vez mais, embora não suficientes", e o número de espectadores de filmes chilenos "tem aumentado".
Defendendo que se melhore "a sincronia entre o que o público quer ver e o que os cineastas estão a fazer", Larraín diz que falta "uma legislação que permita proteger [os filmes nacionais] do canibalismo do cinema dos Estados Unidos".
Depois de ter feito "uma trilogia não intencional" sobre a ditadura, o realizador diz que deixará, "por agora", de trabalhar o tema, mas não adianta detalhes sobre o futuro, porque "dá azar falar dos filmes que ainda não se fizeram". Brincando, confessa: "Nem sequer se deve contar à própria mãe."
"No" -- o primeiro candidato chileno ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro -- abre o IndieLisboa, hoje, às 21:30, no Cinema São Jorge.

Fonte: Lusa/SOL
 

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'Leviathan' vence grande prémio de longa-metragem do IndieLisboa 2013

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Imagem de Leviathan

'Leviathan' vence grande prémio de longa-metragem do IndieLisboa 2013

O grande prémio de longa-metragem do festival de cinema IndieLisboa 2013 foi atribuído a 'Leviathan', de Lucien Castaing-Taylor e Véréna Paravel, uma co-produção britânica, norte-americana e francesa, anunciou hoje a organização. O prémio de Distribuição TV Cine contemplou 'Eles voltam', do brasileiro Marcelo Lordello, enquanto o prémio Digimaster, para melhor longa-metragem portuguesa, foi atribuído a 'Lacrau', de João Vladimiro.
Nas curtas-metragens, o grande prémio contemplou 'Da Vinci', de Yuri Ancarini, enquanto o filme de animação 'Comme des Lapins', o documentário 'Resistente' e os filmes de ficção 'Noelia' e 'El ruido de las estrelas me aturde' foram contemplados com menções honrosas.
O prémio Pixel Bunker, para a melhor curta-metragem portuguesa, contemplou 'Gingers', de António da Silva, enquanto a menção honrosa foi atribuída a 'Má raça', que também foi contemplado com o galardão novo talento FNAC.
Quanto ao prémio Novíssimos, foi atribuído a 'Outro homem qualquer', do português Luís Soares.
O prémio Culturgest Pulsar do Mundo foi para 'La chica del sur', do argentino José Luis García, e a menção honrosa foi atribuída a 'Donauspital', do austríaco Nikolaus Geyrhalter.
O prémio Amnistia Internacional foi atribuído a 'The Act of Killing', do dinamarquês Joshua Oppenheimer, e a menção honrosa a 'The Devil', do francês Jean-Gabriel Pe'riot.
O prémio Árvores da Vida para filme português foi atribuído a 'Lacrau', de João Vladimiro, e a menção honrosa a 'Rhoma Acans', da portuguesa Leonor Teles.
'É o amor', de João Canijo, venceu o prémio TAP para longa-metragem portuguesa de ficção, enquanto o prémio TAP na categoria de documentário português foi para 'Torres & Cometas', de Gonçalo Tocha.
Nos prémios atribuídos pelo público, os vencedores foram 'Amsterdam Stories IUSA', na categoria de longa-metragem, 'Le Libraire de Belfast' (curta-metragem) e 'De Club van Lelijke Kinderen/O clube das crianças feias' (IndieJúnior).

Fonte: Lusa/ SOL
 
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