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Notícias Homem atira para o alto em protesto que pedia justiça por jovem morto no Santo Amaro

Roter.Teufel

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Homem atira para o alto em protesto que pedia justiça por jovem morto no Santo Amaro

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Autor dos disparos atirou de dentro de um carro e tentou fugir, mas foi alcançado e conduzido à delegacia

Rio - Um homem atirou para o alto durante uma manifestação que pedia justiça pela morte de Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 24 anos, na tarde deste domingo (8), no Morro Santo Amaro, Zona Sul do Rio. O jovem participava de uma festa junina na comunidade quando foi baleado.

Segundo testemunhas, o homem fez os disparos de dentro de um carro prata e tentou fugir em seguida. Moradores que participavam do ato cercaram o veículo, e policiais militares alcançaram o homem, levando-o para prestar esclarecimentos na delegacia. A identificação do autor não foi divulgada, até o momento, e a motivação do crime ainda não foi esclarecida. Imagens às quais o jornal O DIA teve acesso mostram o carro cercado por policiais militares e com o retrovisor quebrado.

"A gente estava fazendo uma manifestação pacífica lá, ele saiu dando tiro para o alto e quase atropelando todo mundo", disse uma testemunha. Em outro vídeo é possível ver que o homem estava acompanhado de uma mulher no banco do carona.

O protesto ocorria de forma pacífica desde as 13h deste domingo e contou com a participação dos pais de Herus, amigos e moradores da comunidade. O rapper Filipe Ret e o ator Caio Blat também estiveram presentes. Com cartazes, os manifestantes pediam esclarecimentos sobre a operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que resultou na morte de Herus e deixou outras cinco pessoas feridas.

O jovem foi sepultado na manhã de hoje no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Durante o cortejo, os pais de Herus denunciaram uma possível omissão de socorro da PM.

Comandantes do COE e Bope são exonerados
O governador Cláudio Castro exonerou os comandantes do Comando de Operações Policiais Especiais (COE) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), bem como afastou preventivamente do serviço nas ruas, até o esclarecimento dos fatos, os policiais envolvidos na operação realizada durante a festa junina. Ele também determinou rigor nas investigações. A decisão foi anunciada na tarde deste domingo (8).
Segundo informações, os coronéis Aristheu de Góes Lopes e André Luiz de Souza Batista, do Bope e COE, respectivamente, autorizaram a realização da ação durante a festa na comunidade.

O caso
Segundo testemunhas, acontecia uma apresentação de quadrilhas juninas, com a participação de crianças e famílias da comunidade. Ao DIA, o líder do grupo, Cristiano Pereira, contou que um grupo se apresentava quando um tiroteio teve início, provocando correria. Confira abaixo. Ele relata que policiais militares do Batalhão de Operações (Bope) saíram de becos à pé, em confronto com criminosos.

"O pessoal do Bope veio pelos becos e, quando apareceram, ninguém viu nada, só um monte de tiro para todos os lados (...) Os bandidos saíram não sei de onde, a bala veio não sei de onde, a gente não viu. Tinha muita gente [na festa]. Na hora dos tiros, estava 'rolando' uma roda, com um monte de gente dançando no meio, era o público com os quadrilheiros. Não percebemos nada", lembrou.

O que diz a PM
Em nota, a Polícia Militar informou que equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) realizaram uma ação emergencial para verificar informações sobre a presença de diversos criminosos fortemente armados reunidos na comunidade do Santo Amaro, se preparando para uma possível investida de rivais, por uma disputa territorial na região.

A PM disse que bandidos atiraram contra os policiais, na região onde ocorria o evento, mas eles não revidaram. Entretanto, "em outro ponto da comunidade, os criminosos atacaram as equipes novamente, gerando confronto". Os militares chegaram a socorrer um dos baleado para o hospital. "As equipes utilizaram câmeras de uso corporal e as imagens já estão sendo captadas e comprovadas pela Corregedoria da corporação".

O comando do Batalhão instaurou um procedimento apuratório para analisar a situação dos fatos. A PM não informou se as equipes envolvidas na ação sabiam sobre a realização da festa. O caso foi registrado inicialmente na 9ª DP (Catete) e encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). As diligências estão em andamento para apurar os fatos.

O Dia
 
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