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Um militar da Guarda Nacional Republicana (GNR), de 47 anos, salvou um bebé de 19 dias, que se tinha engasgado, depois de a mãe da criança procurar ajuda no posto da força de segurança de Tramagal, em Abrantes.
O caso, que aconteceu no passado dia 30 de junho, foi revelado numa entrevista ao regional mediotejo.net, divulgada no sábado.
Ricardo Falcão, cabo da GNR no posto de Tramagal, relatou que "estava a receber uma denúncia", quando começaram a tocar, insistentemente, à campainha do posto.
"Estava a receber uma denúncia e começam a tocar à campainha sem tirar o dedo, a bater na porta como se quase aos pontapés. Venho de imediato ver o que se estava a passar. Vejo duas senhoras e um senhor com um bebé ao colo", disse o militar, contando que uma das mulheres gritava por ajuda e dizia que o bebé não respirava e estava engasgado.
"A minha resposta foi imediata, peguei logo no bebé, deitei-o de barriga para baixo sobre o meu braço esquerdo e comecei-lhe logo a dar palmadas nas costas, com a mão direita aberta, no sentido da cabeça do mesmo, com este ligeiramente inclinado, fazendo com que a cabeça ficasse mais baixa que o resto do corpo. Após ter realizado esta manobra, por sete ou oito vezes, o bebé permanecia completamente prostrado e começava a aparentar uma cor arroxeada. Continuei a fazer a manobra, inclinei mais o corpo do bebé e aumentei ligeiramente a força das palmadas", recordou. "Após duas ou três palmadas, o bebé soltou um gemido e começou a chorar, saindo expectoração pelo nariz e pela boca, mas já a chorar… foi uma sensação de alívio", acrescentou.
Pai de três filhos, o cabo Ricardo Falcão acredita que "a calma e o sangue frio" foram decisivos para salvar o bebé.
Antes de se dirigir ao posto da GNR, a mãe da criança já tinha procurado ajuda no centro de saúde local, com o apoio de uma vizinha, mas não havia nenhum profissional de saúde no local.
Após a intervenção do militar, o bebé foi assistido por uma equipa da Viatura Média de Emergência e Reanimação (VMER) e levado para o Hospital de Abrantes.
Mas, a história teria ainda outros contornos. Só mais tarde é que o cabo Falcão viria a perceber que a mãe da criança era uma colega.
"Um camarada que estava de serviço, que depois veio ao posto para ajudar, disse-me 'ainda bem que conseguiste, coitada da camarada'. Ao que eu, estupefacto, indaguei: 'Como assim?'. Ele respondeu: 'Então, o bebé é da nossa camarada, não a reconheceste?'. Fiquei perplexo porque, efetivamente, era ela, mas naquele momento não a reconheci", disse.
Além disso, o bebé tem o mesmo nome do seu filho mais novo, de cinco anos.
"O médico (da VMER) perguntou à mãe como é que se chamava o bebé, ao que a mãe respondeu 'Dinis'. Coincidência enorme, o meu filho mais novo, de cinco anos, chama-se Dinis. Dó conseguia pensar no meu filho… e se fosse com ele… sem dúvida que é algo que jamais esquecerei. Sinto-me imensamente feliz por ter conseguido salvar aquele bebé tão pequenino", rematou.
IN:NM