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Grupo de espanhóis enviou carta de protesto ao autarca
Os turistas que elegem a Figueira da Foz como destino habitual de férias estão revoltados perante a falta de limpeza da cidade e a degradação das passadeiras na praia. O presidente da Junta de S. Julião, Vítor Coelho, junta-se ao coro de críticas.
Há poucos dias, um grupo de turistas espanhóis dirigiu uma carta ao presidente da Câmara da Figueira da Foz, Duarte Silva (PSD), a manifestar o seu desagrado quanto ao "desleixo" da cidade, sobretudo na zona do Bairro Novo, e a ameaçar mudar de destino estival. Em causa estão, segundo os signatários, a sujidade do areal, a existência de contentores "com um cheiro nauseabundo e com lixo a transbordar" e as obras que "fazem um barulho ensurdecedor".
"Nos últimos anos, temos assistido à degradação da cidade, mas voltamos sempre na esperança de que as coisas tenham mudado. Contudo, este ano, a situação atingiu o limite", lê-se no documento, a que o JN teve acesso.
O caso é do conhecimento do presidente da Junta de Freguesia de S. Julião, que garante já ter dado conta do mesmo problema em Junho, em reunião da Assembleia Municipal. "Não é uma situação de agora; mas agrava-se, por haver muito mais gente na Figueira da Foz", diz Vítor Coelho. "E isto numa cidade que quer ser referência no turismo", acrescenta.
Além da falta de limpeza que diz reinar na zona urbana, o presidente da Junta de S. Julião sublinha o mau estado de conservação das passadeiras de madeira que conduzem à praia da Claridade.
Outro crítico da aparência actual da Figueira da Foz é o vereador da bancada socialista, mas independente, João Vaz, que mostrou ao JN algumas situações que considera um mau cartão-de-visita. Os contentores do lixo transbordantes e malcheirosos, nomeadamente nas imediações do Bairro Novo e junto à Feira do Livro (no Parque das Gaivotas), são o primeiro alvo de reprovação. O vereador da Oposição defende a existência de mais ecopontos e contentores, estes últimos com volume adequado à malha urbana em causa (em que abundam, por exemplo, os restaurantes).
Outros problemas, no entender de João Vaz, são a acumulação de águas fétidas provenientes do Mercado Municipal nas traseiras do edifício, bem como o lixo espalhado pelo Parque das Gaivotas, onde, por esta altura, se fixam várias dezenas de rulotes.
"Este ano, estou muito triste com a Figueira!", atira Maria Odete Mendes, de 60 anos, que, apesar de ser de Canas de Senhorim, passa férias ali desde pequena. A limpeza deficiente é uma das razões do seu desencanto: "Os contentores do lixo estão uma miséria. Quando os queremos abrir, temos de fazê-lo com um lenço de papel".
O estado das passadeiras de madeira que atravessam parte do areal também revolta Maria Odete. "As tábuas estão todas partidas! Gastou-se tanto dinheiro nas passadeiras, e agora não se faz manutenção! Isto está num abandono total! Já foi muita gente reclamar ao Turismo", lamenta.
Numa das passadeiras, há tábuas de madeira caídas. Os veraneantes abrandam o passo e mostram desagrado. Um deles é Gonçalves Loureiro, frequentador habitual da praia da Figueira: "Isto está uma miséria. As passadeiras estão degradadas e as ruas muito sujas, com os caixotes cheios até cima, mesmo os do lixo seleccionado". Maria Ferreira, que há vários anos troca o Porto pela Figueira da Foz para passar férias, garante estar a assistir a "um grande declínio".
O JN tentou obter um comentário do presidente da Câmara da Figueira da Foz, sem êxito. Já o vereador com o pelouro do Ambiente, José Elísio, limitou-se a dizer: "Não comento encomendas".
JN
18.08.08