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Um homem de 52 anos foi detido, em Coimbra, por suspeitas da prática reiterada de crimes de burla qualificada, no valor de milhares de euros, revelou a Polícia Judiciária (PJ), esta quarta-feira, num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.
De acordo com os inspetores, o suspeito abordava as vítimas, nas suas residências, identificando-se como empresário da construção civil, oferecendo os seus serviços.
Nesse contexto, o homem convencia as vítimas a efetuar pagamentos antecipados, a pretexto da necessidade de adquirir materiais, com a promessa de efetuar trabalhos, que nunca teve a intenção de concretizar.
Conta ainda a PJ, na mesma nota, que o mesmo homem é suspeito de outras burlas, em diferentes zonas do país, que se encontra, atualmente, em investigação.
O homem, que já tem antecedentes criminais, vai agora ser presente a primeiro interrogatório judicial, para aplicação das medidas de coação tidas como adequadas.
Vítimas são "pessoas mais frágeis e de mais idade"
Entretanto, o diretor da PJ do Centro, Avelino Lima, deu mais pormenores sobre o caso à agência Lusa. Segundo o responsável, o suspeito "fazia burlas em toda a região Centro, especialmente em pequenas aldeias e vilas. Fazia-se passar por construtor civil ou fazedor de obras de recuperação de casas e telhados, mas nem atividade tem declarada".
As alegadas burlas qualificadas deverão ser "mais de uma centena, embora o inquérito não tenha esse número de processos para já", e terão sido cometidas pelo menos desde o ano de 2024, ascendendo a milhares de euros.
O esquema consistia em abordar as vítimas, escolhendo "pessoas mais frágeis e de mais idade" e convencia-as a avançar com pagamentos, quer por transferência ou dinheiro vivo, para posterior início de obras que não se chegaram a realizar.
"Falamos de um indivíduo com histórico grande de burlas. Desde 1998 que tem condenações efetivas", informou o diretor da PJ.
Segundo Avelino Lima, neste inquérito, o valor das burlas ultrapassa os 100 mil euros.
No entanto, nele não figura a totalidade das burlas que terão sido cometidas.
Burlas com obras aumentaram. "Queixas são quase diárias"
O ano passado, a Associação Nacional de Proprietários (ANP) alertou para o facto das burlas com empreiteiros estarem a aumentar.
De acordo com a ANP este é um problema que atinge sobretudo as áreas metropolitanas das duas principais cidades do país, Lisboa e do Porto mas, como se pode ver no caso revelado hoje pela PJ, também já chegou a outras zonas.
"Temos casos de queixas contra empreiteiros que recebem o sinal e nem sequer começam as obras e, noutros casos, de empresas que abandonam simplesmente as obras porque já gastaram o dinheiro" revelou o presidente da ANP, António Frias Marques, na altura, em entrevista ao Correio da Manhã (CM), adiantando que "as queixas são diárias".
Na altura, a ANP apelou aos proprietários e/ou senhorios para que sejam prudentes e cautelosos na contratação de obras.
O que fazer para evitar este tipo de burlas?
A Polícia de Segurança Pública (PSP) já tinha falado deste tipo de burlas e deixado, nas redes sociais, vários conselhos para evitar ser vítima deste tipo de crimes.
Primeiro deve verificar as referências. "Consulte outras pessoas que já utilizaram os serviços do empreiteiro e pergunte sobre a experiência delas", aconselham as autoridades.
Além disso, deve solicitar orçamentos detalhados, confirmar a legalidade da empresa e evitar pagar "grandes quantias adiantadas".
E não se esquece que deve também exigir à empresa um contrato detalhado das intervenções.
Caso suspeite de alguma irregularidade, pede ainda a PSP, denuncie o caso às autoridades competentes.
IN:NM