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Emissões mundiais de CO2 deverão cair três por cento este ano por causa da crise

ecks1978

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A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que este ano as emissões mundiais de dióxido de carbono (CO2) deverão cair três por cento por causa da crise económica.

“Isto dá-nos uma hipótese de fazermos verdadeiros progressos em direcção a um futuro de energias limpas. Mas só se as políticas certas forem aplicadas atempadamente”, comentou Nobuo Tanaka, director-executivo da agência, em comunicado. A estimativa faz parte do relatório anual da AIE World Energy Outlook, cujo excerto foi apresentado hoje em Banguecoque, na conferência climática que decorre até 9 de Outubro. O documento será publicado a 10 de Novembro.

Esta redução será a maior jamais registada nos últimos 40 anos, precisou o economista-chefe da AIE, Fatih Birol, em conferência de imprensa. Até agora, a evolução das emissões mundiais era de mais três por cento ao ano, em média.

Segundo a AIE, esta diminuição poderá fazer com que as emissões em 2020 sejam cinco por cento mais baixas do que aquilo que a agência tinha estimado há um ano atrás.

Segundo Birol, esta inversão de tendência representa uma “janela de oportunidade única” para entrarmos num caminho que permita limitar o aumento do aquecimento global aos dois graus. Esta queda das emissões significa que “este ano é menos difícil atingirmos o objectivo das 450 ppm (partes por milhão) do que era o ano passado”, acrescentou. A agência acredita que será possível estabilizar as emissões nesse patamar.

Se quisermos limitar a 2 graus o aumento da temperatura média do planeta e evitar fenómenos climatéricos extremos e mais frequentes é preciso limitar a concentração dos gases com efeito de estufa na atmosfera nas 450 ppm de CO2 equivalente.

“Ao reduzir as emissões, a crise económica e financeira criou uma janela de oportunidade para a transição do sistema energético mundial. É uma oportunidade única mas temos de agir imediatamente”, comentou Yvo de Boer, o mais alto responsável pelo clima na ONU.

“Os investimentos que o mundo tem que fazer para mudar para uma economia de baixo carbono vão ser compensados e vão resultar em contas de energia mais baixas, menos poluição do ar e controlo das alterações climáticas”, considerou John Nordbo, da WWF (Fundo Mundial da Natureza), em Banguecoque.

A energia, que representa dois terços das emissões mundiais de gases com efeito de estufa, “está no coração do problema e deve estar no coração da solução”, salientou Tanaka. "Por esta razão, e depois de ter debatido a questão com os governos membros da AIE e com o secretariado da Convenção Quadro da ONU para as Alterações Climáticas, tomei a decisão inédita de apresentar hoje um excerto do nosso relatório anual, a tempo de poder dar um importante contributo para as negociações de Copenhaga", acrescentou.

Emissões dos países em desenvolvimento mais ricos devem atingir um pico em 2020

A AIE considerou também que as emissões de CO2 dos países em desenvolvimento mais ricos – incluindo a Rússia, China, Brasil e Médio Oriente – devem parar de aumentar até 2020 a fim de controlarmos as alterações climáticas.

Esta estimativa é bem mais ambiciosa do que os objectivos apresentados por economias emergentes como a China nas negociações da ONU para um sucessor do Protocolo de Quioto.

A China, o maior emissor de CO2 do planeta, acusou ontem os países ricos de “matarem” o Protocolo de Quioto ao proporem, em Banguecoque, estratégias mais flexíveis para reduzir as suas próprias emissões.

O relatório anual da agência reconhece que é preciso que as emissões de CO2 mundiais, originadas pela queima dos combustíveis fósseis, deixem de aumentar antes de 2020.

Com este cenário, a AIE afirma que as emissões dos países ricos devem cair de forma contínua dos níveis de 2007. As outras grandes economias – como o Brasil, China, Médio Oriente, Rússia e África do Sul – deverão suspender o aumento das suas emissões em 2020.

Os delegados de mais de 180 países estão reunidos há dez dias em Banguecoque para preparar o texto sucessor do Protocolo de Quioto, que expira em 2012.publico
 
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