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Cientistas ingleses descobrem nas Caraíbas as fontes hidrotermais mais profundas
Filipa Alves

O conjunto de “chaminés”, algumas das quais atingem os 10 m de altura, situa-se a quase 5.000 metros abaixo da superfície do mar e foi descoberto através da utilização de um veículo de exploração não tripulado e teleguiado (ROV – Remotely Operated Vehicle) denominado ISIS.
As fontes hidrotermais são um produto dos vulcões submarinos nas fronteiras entre placas ou em cordilheiras no fundo marinho, tendo os primeiros exemplos sido descobertos em 1977 perto das Ilhas Galápagos, é explicado no site da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA – EUA).
A BBC informa que, atualmente, são conhecidos cerca de 200 locais com frontes hidrotermais distribuídos pelo Oceano do Sul e pelo Atlântico. Estes locais apresentam condições extremas já que as águas nas fontes hidrotermais podem atingir temperaturas de mais de 300 graus centígrados, temperatura bastante distinta da água dos fundos marinhos na sua envolvente.
De forma surpreendente, as fontes hidrotermais não são desprovidas de vida, não tendo ainda sido totalmente percebido que organismos as habitam e como sobrevivem aqui. A descoberta do novo local com fontes hidrotermais aconteceu durante uma expedição à Fossa das Caimão que tem como objetivo a resposta a duas questões: "como surgiu vida nestes ambientes hostis?" e "porquê?".

A expedição liderada por Jon Copley, do National Oceanography Centre (Reino Unido) tinha como destino um conjunto de fontes hidrotermais já conhecido, mas a equipa de cientistas deparou-se, no entanto, com um novo grupo de “chaminés”.
“Inicialmente, pensámos que era um local onde já tínhamos estado antes, mas era tão diferente que pensámos que tinha mudado. No entanto, compreendemos mais tarde que parecia diferente porque era um sítio diferente”, conta Jon Copley. “A beleza de trabalhar no oceano profundo é que estamos sempre a tropeçar em coisas completamente novas”.
A medição da temperatura das novas fontes, localizadas a 4.968 metros de profundidade, revelou que, com os seus 401 graus centígrados, estas chaminés são também das mais quentes do mundo.
O robot submarino ISIS permaneceu no local durante quase 24 horas, filmando e recolhendo amostras de água e organismos vivos, que foram transportados para a superfície para serem analisados em laboratório, suspeitando os cientistas que esta análise dará a conhecer novas espécies.
A expedição, que continuará nos próximos dias com novos mergulhos, foi financiada pelo Natural Environment Research Council e a base é um navio de investigação denominado James Cook, em homenagem ao explorador britânico do séc. XVIII.

Fontes: BBC - Homepage e oceanservice.noaa.gov