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É possível comprar casa em Portugal sem entrada? Como funciona o crédito habitação a 100% e quem pode beneficiar
Comprar casa sem entrada em Portugal é uma possibilidade real, especialmente para jovens entre os 18 e 35 anos que pretendem adquirir a sua primeira habitação própria e permanente.
Com o apoio de programas como a garantia pública do Estado, é possível obter um crédito habitação com financiamento até 100% do valor do imóvel, eliminando a necessidade de uma entrada inicial.
O que significa comprar casa sem entrada?
Tradicionalmente, ao solicitar um crédito habitação, os bancos exigem que o comprador disponha de uma entrada inicial, geralmente correspondente a 10% a 20% do valor do imóvel.
Comprar casa sem entrada significa que o banco financia a totalidade do valor da habitação, permitindo que o comprador adquira o imóvel sem necessitar de capitais próprios para a entrada.
O crédito habitação cobre 100% do valor?
Sim, em determinadas situações, é possível obter um crédito habitação que cubra 100% do valor do imóvel.
Este tipo de financiamento é mais comum em programas específicos, como o crédito habitação jovem com garantia pública do Estado, destinado a jovens entre os 18 e 35 anos que adquiram a sua primeira habitação própria e permanente.
Nestes casos, o Estado atua como fiador, garantindo até 15% do valor do empréstimo, o que permite ao banco financiar a totalidade do valor da casa.
Requisitos para aceder ao crédito jovem 100% financiado
Para aceder, é importante reunir os seguintes requisitos:
- Ter até 35 anos: As condições bonificadas aplicam-se a esta faixa etária;
- Estabilidade de rendimentos: Ter contrato de trabalho estável e rendimentos até ao 8º escalão do IRS;
- Bom histórico de crédito: Não ter incidentes no Mapa de Responsabilidades do Banco de Portugal.
- Finalidade do imóvel: O imóvel deve ser destinado a habitação própria e permanente.
- Domicílio fiscal: Ter domicílio fiscal em Portugal;
- Outra habitação: Não pode ter outra habitação;
- Valor do imóvel: O valor não pode ultrapassar 450.000€.
Além disso, quem tem até 35 anos e está a comprar a primeira habitação para residência própria pode ficar isento de IMT e Imposto do Selo, até um certo limite de valor de compra (atualmente até 316.772€). Para imóveis com valor até 633.453€, há isenção parcial e pagamento proporcional da diferença.
Isto significa que, além de poderem aceder a crédito sem entrada, estes jovens podem também poupar milhares de euros em impostos, tornando o processo de compra muito mais acessível.
Em que casos os bancos financiam sem entrada?
Os bancos podem conceder financiamento a 100% do valor do imóvel nas seguintes situações:
- Imóveis pertencentes ao próprio banco: Quando o imóvel é propriedade do banco, este pode oferecer condições especiais de financiamento, incluindo a possibilidade de financiamento total;
- Crédito habitação jovem com garantia pública: Destinado a jovens entre os 18 e 35 anos, este programa permite o financiamento a 100% para a aquisição da primeira habitação própria e permanente;
- Clientes com perfil financeiro sólido: Indivíduos com rendimentos estáveis e bom histórico de crédito podem negociar condições especiais com o banco, incluindo a possibilidade de financiamento total.
Alternativas para quem não tem poupanças
Para quem não dispõe de capitais próprios para a entrada, existem algumas alternativas:
- Utilizar um fiador: Apresentar um fiador com capacidade financeira pode aumentar a confiança do banco e facilitar a obtenção de financiamento total;
- Adquirir imóveis de bancos: Como mencionado, os bancos podem oferecer financiamento total para imóveis da sua propriedade;
- Programas de apoio estatal: Além da garantia pública, podem existir outros programas de apoio à habitação que facilitem o acesso ao crédito.
Vantagens e riscos do crédito sem entrada
Vantagens:
- Acesso facilitado à habitação: Permite adquirir casa própria sem necessidade de poupanças iniciais;
- Manutenção de liquidez: O comprador pode manter as suas poupanças para outras necessidades ou investimentos.
Riscos:
- Maior valor total a pagar: Financiar 100% do imóvel pode resultar em prestações mensais mais elevadas e maior custo total do crédito;
- Maior risco para o banco: O banco assume um risco maior, o que pode resultar em exigências adicionais, como seguros obrigatórios ou spreads mais altos.