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helldanger1
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Sim! Carpas e carpistas! E deste relacionamento não se conhecem prejuízos para nenhum dos lados, e passo a explicar:
Se em Portugal a pesca de grandes carpas mantiver o registo evolutivo feito até agora sem que à semelhança dos países pioneiros, Inglaterra e França, se venham a cometer exageros de ordem técnica e logística sem fundamento então podemos ter a certeza que Portugal vai ser o paraíso dos carpistas.
Quanto melhor o pescador conhecer a presa mais respeito lhe terá, e por isso podemos afirmar que na relação carpa / carpista, ganham os dois.
Assim sendo e para não maçar mais quem lê, é melhor adiantar o assunto.
Para tanto e com base em dados recolhidos em publicações da especialidade e uns poucos conhecimentos pessoais permitem fazer uma apresentação da carpa.

NOME CIENTIFICO: Cyprinus carpio
Para alguns autores Cyprinus será uma latinização do nome Cypris da Deusa da Fecundidade, aludindo ao forte potencial reprodutor deste peixe.
Para outros será uma referência à ilha de Chipre, por onde as carpas terão transitado nos tempos mais remotos, na sua viagem da Ásia para a Europa.
CLASSIFICAÇÃO
A carpa é um peixe da ordem dos cypriniformes e da família Cyprinidae, sendo esta uma das mais numerosas da classe dos peixes agrupando mais de 3.000 espécies repartidas originalmente pela América do Norte, Euro ásia e África.
Posteriormente à introdução da carpa na Europa e até aos nossos dias, este número tem aumentado com aquilo a que os especialistas chamam espécies modernas.
Em Portugal, conhecem-se sobretudo duas espécies, a carpa comum e a carpa espelho, sendo possível no entanto que estejam ou venham a ser identificadas algumas subespécies que tenham sido introduzidas ou o venham a ser.
Existem híbridos, resultantes do cruzamento com outras espécies, embora não classificados.
ASPECTO
A carpa comum tem o corpo alongado, dorso e ventre arqueados, boca pouco fendida, lábios espessos com dois pares de barbilhotes, cor castanho esverdeado e amarela na zona ventral.
Têm uma única barbatana dorsal e os maxilares desprovidos de dentes, não sendo no entanto desdentadas, porquanto os peixes desta família possuem dentes do tipo faríngeo (situados na faringe), ao fundo da cavidade bocal.
BIOLOGIA
O regime alimentar da carpa quando adulta é omnívoro, com tendência muito voraz.
Os piscicultores (criadores de peixe em cativeiro) verificam que os alevins têm por base alimentar o fito plâncton e o zooplâncton.
Os hábitos alimentares deste peixe têm forte impacto no meio ambiente, porquanto a sua voracidade dá-lhe vantagens competitivas do ponto de vista alimentar, além de que os seus hábitos fossadores destroem a vegetação, ninhos de outros peixes, bem como, turvando a água impedem o crescimento de plâncton e das cadeias tróficas consequentes.
A carpa suporta muito bem temperaturas extremas e é exactamente esta circunstância que mais influencia a sua alimentação, desenvolvimento e reprodução.
Assim os pequenos ovos com 1 mm a 1,5 mm com extrema capacidade de aderência, são depositados sobre as ervas, areias ou cascalho do fundo, mas sempre perto da superfície, podendo cada desova representar meio milhão de ovos por ovário, sendo a incubação um processo rápido que pode demorar de seis a doze dias.
Em águas extremamente frias, a carpa não se reproduz.
O seu desenvolvimento é rápido, necessitando de alimentação abundante e uma temperatura elevada.
Pela verificação circunstancial das características e factores se conclui que Portugal é realmente um cenário para carpistas.