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Informação Cancro colorretal. "Detetado cedo, tem uma taxa de cura superior a 90%"

Lordelo

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"Todos os dias, em Portugal, cerca de trinta pessoas perdem a vida devido a cancros do aparelho digestivo. No conjunto, estes tumores — que podem afetar o cólon e o reto, o estômago, o esófago, o fígado, o pâncreas, as vias biliares ou até o canal anal — representam um em cada três diagnósticos de cancro. Os números são pesados, mas não têm de ser vistos como inevitáveis: no Dia Mundial do Cancro Digestivo importa referir que há diversas medidas que podemos tomar para os evitar ou detetar cedo, quando as hipóteses de cura são reais.


O cancro colorretal está a surgir cada vez mais cedo?


O cancro colorretal é o mais frequente entre nós. Durante décadas foi associado a pessoas mais velhas, mas hoje sabemos que também surge em idades cada vez mais jovens. Um estilo de vida com base numa alimentação pobre em fibras e rica em carnes processadas, o excesso de álcool, tabaco e sedentarismo ajudam a explicar esta realidade. A boa notícia é que existem programas de deteção precoce eficazes: basta um teste simples às fezes para identificar situações suspeitas e, se necessário, avançar para colonoscopia, exame que permite não só diagnosticar, mas até remover lesões antes de se tornarem malignas. Quando detetado numa fase inicial, o cancro do cólon e reto tem uma taxa de cura superior a 90%.


Quais são os principais fatores de risco para o cancro do estômago e do esófago?


No estômago, o nosso país tem uma das taxas mais elevadas da Europa Ocidental. Muitas vezes, a infeção pela bactéria Helicobacter pylori está na origem da doença, mas os hábitos alimentares e fatores genéticos também contribuem. Já no esófago, há dois cancros bem diferentes: um associado sobretudo ao consumo de álcool e tabaco e outro ligado ao refluxo e à obesidade, que tem crescido no mundo ocidental. Conhecer estas diferenças é essencial, porque as formas de prevenir também não são iguais.


Fígado, pâncreas e vias biliares: os tumores mais silenciosos


Os tumores do fígado, das vias biliares e do pâncreas são mais silenciosos e, por isso, muitas vezes diagnosticados tardiamente. Ainda assim, podemos reduzir o risco através do tratamento das hepatites, da redução do consumo de álcool e da vigilância em doentes com doenças hepáticas crónicas.


O papel da vacinação na prevenção do cancro anal


Relativamente ao cancro do canal anal, embora menos comum, tem aumentado e é um dos exemplos mais claros em que a prevenção é possível, sendo a vacinação contra o HPV (vírus do papiloma humano) uma arma poderosa para o travar.


Que hábitos podem reduzir o risco de cancro digestivo?


Em todos estes cancros, há um ponto comum: grande parte poderia ser evitada ou identificada mais cedo. Uma alimentação saudável, a prática de exercício físico, não fumar, beber menos álcool, vacinar-se contra hepatite B e HPV e tratar a infeção por Helicobacter pylori são passos ao alcance de todos. Não são certezas de imunidade, mas são medidas para reduzir o risco de cancro e ganhar anos de vida.


Falar de cancro pode ser difícil, mas, atualmente, devemos falar também de esperança. Hoje sabemos mais, temos mais ferramentas e mais capacidade de agir. E é isso que quero deixar como mensagem neste Dia Mundial do Cancro Digestivo: não encare os números como destino, mas como alerta. Cuidar da saúde digestiva não é apenas viver mais — é viver melhor."

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