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Alunas da UA calcularam exposição da população nacional à poluição atmosférica
A constatação de que a qualidade do ar e seus efeitos na saúde humana é uma preocupação dos portugueses levou as alunas do 5º ano de Engenharia do Ambiente da Universidade de Aveiro, Ana Rita Caçoilo e Filipa Caíres, a realizar um estudo sobre o «Cálculo da exposição da população à poluição atmosférica». As conclusões deste projecto revelam que as principais áreas urbanas (Lisboa e Porto) se apresentam particularmente críticas em termos de exposição, e as áreas industriais de Sines e Setúbal com valores elevados, tanto para as partículas como para o ozono. As conclusões finais do projecto podem ser lidas aqui.
Conclusões do Projecto
“Cálculo da exposição da população à poluição atmosférica”
A constatação de que a qualidade do ar e seus efeitos na saúde humana é uma preocupação dos portugueses, levou-nos a realizar este trabalho. Para efeitos de saúde humana, compreende-se que uma análise de resultados seja mais relevante se for apresentada em termos de exposição humana, do que expressa em valores de concentração para cada poluente atmosférico.
Os efeitos dos poluentes estudados são:
O3 (Ozono)• Inflamação e irritação do pulmão
• Irritação do sistema respiratório – incapacidade de respirar profundamente
PM2,5(Partículas finas)• Contribui para problemas relacionados com a visibilidade
PM10 (Partículas grosseiras)
• Efeitos significativos na saúde a longo prazo
• Aumento de doenças respiratórias e destruição do pulmão
• Possibilidade de morte prematura
NOx (Óxidos de azoto)
• Maior susceptibilidade para infecções respiratórias
• Diminuição do funcionamento do pulmão
No projecto verificámos que o sistema de previsão da qualidade do ar, previamente validado, apresentou um desempenho muito satisfatório, tanto para os parâmetros meteorológicos simulados, como para todos os poluentes considerados. Estes factos garantiram a utilização dos valores obtidos por este sistema como dados de entrada no módulo de exposição humana desenvolvido. Os resultados obtidos para a exposição humana indicam os valores mais elevados na zona de Lisboa e Porto e na zona industrial de Sines e de Setúbal. A primeira situação é concordante com o elevado número de diversas fontes emissoras de poluentes atmosféricos e a elevada densidade populacional nas áreas urbanas referidas. Os valores encontrados nas zonas industriais são justificáveis pelos elevados valores de concentração de poluentes atmosféricos, apesar da densidade populacional ser inferior às das grandes cidades.
Os valores máximos de exposição humana às partículas (PM 0 e PM2,5) apresentam-se no Inverno. O aumento de fontes emissoras no interior das habitações (lareiras e/ou fogões a lenha) provoca um aumento das concentrações de partículas no ambiente atmosférico, ao contrário dos restantes poluentes, que têm o seu valor máximo no Verão.
O O3 e as PM10 apresentam os valores mais elevados de exposição humana por habitante, visto também serem os poluentes que apresentam maiores valores de concentração a nível nacional.
Entre estes dois poluentes, os valores mais elevados de exposição humana correspondem às partículas. Como as pessoas passam grande parte do seu tempo em espaços interiores estão mais expostas às partículas do que ao ozono.
Como conclusões gerais dos resultados obtidos para Portugal Continental neste período de teste de aplicação do módulo de exposição humana (2007) verifica-se que as principais áreas urbanas se apresentam particularmente críticas em termos de exposição, nomeadamente Lisboa e Porto e as áreas industriais de Sines e Setúbal, com valores elevados tanto para as partículas como para o ozono.
Verifica-se ainda que a exposição é influenciada pela época o ano em que se procede à análise e varia por poluente. Também se comprovou que a variação temporal (ao longo de 2007) da exposição em locais críticos revela a grande variabilidade destes valores confirmando a importância de aprofundar e melhorar o sistema de previsão, para que permita identificar e prever episódios de poluição e despoletar acções e medidas a curto prazo para a gestão eficiente da qualidade do ar.
Autores:
Ana Rita Caçoilo e Filipa Caíres
Projecto do 5º ano de Engenharia do Ambiente
Departamento de Ambiente e Ordenamento
Universidade de Aveiro
A constatação de que a qualidade do ar e seus efeitos na saúde humana é uma preocupação dos portugueses levou as alunas do 5º ano de Engenharia do Ambiente da Universidade de Aveiro, Ana Rita Caçoilo e Filipa Caíres, a realizar um estudo sobre o «Cálculo da exposição da população à poluição atmosférica». As conclusões deste projecto revelam que as principais áreas urbanas (Lisboa e Porto) se apresentam particularmente críticas em termos de exposição, e as áreas industriais de Sines e Setúbal com valores elevados, tanto para as partículas como para o ozono. As conclusões finais do projecto podem ser lidas aqui.
Conclusões do Projecto
“Cálculo da exposição da população à poluição atmosférica”
A constatação de que a qualidade do ar e seus efeitos na saúde humana é uma preocupação dos portugueses, levou-nos a realizar este trabalho. Para efeitos de saúde humana, compreende-se que uma análise de resultados seja mais relevante se for apresentada em termos de exposição humana, do que expressa em valores de concentração para cada poluente atmosférico.
Os efeitos dos poluentes estudados são:
O3 (Ozono)• Inflamação e irritação do pulmão
• Irritação do sistema respiratório – incapacidade de respirar profundamente
PM2,5(Partículas finas)• Contribui para problemas relacionados com a visibilidade
PM10 (Partículas grosseiras)
• Efeitos significativos na saúde a longo prazo
• Aumento de doenças respiratórias e destruição do pulmão
• Possibilidade de morte prematura
NOx (Óxidos de azoto)
• Maior susceptibilidade para infecções respiratórias
• Diminuição do funcionamento do pulmão
No projecto verificámos que o sistema de previsão da qualidade do ar, previamente validado, apresentou um desempenho muito satisfatório, tanto para os parâmetros meteorológicos simulados, como para todos os poluentes considerados. Estes factos garantiram a utilização dos valores obtidos por este sistema como dados de entrada no módulo de exposição humana desenvolvido. Os resultados obtidos para a exposição humana indicam os valores mais elevados na zona de Lisboa e Porto e na zona industrial de Sines e de Setúbal. A primeira situação é concordante com o elevado número de diversas fontes emissoras de poluentes atmosféricos e a elevada densidade populacional nas áreas urbanas referidas. Os valores encontrados nas zonas industriais são justificáveis pelos elevados valores de concentração de poluentes atmosféricos, apesar da densidade populacional ser inferior às das grandes cidades.
Os valores máximos de exposição humana às partículas (PM 0 e PM2,5) apresentam-se no Inverno. O aumento de fontes emissoras no interior das habitações (lareiras e/ou fogões a lenha) provoca um aumento das concentrações de partículas no ambiente atmosférico, ao contrário dos restantes poluentes, que têm o seu valor máximo no Verão.
O O3 e as PM10 apresentam os valores mais elevados de exposição humana por habitante, visto também serem os poluentes que apresentam maiores valores de concentração a nível nacional.
Entre estes dois poluentes, os valores mais elevados de exposição humana correspondem às partículas. Como as pessoas passam grande parte do seu tempo em espaços interiores estão mais expostas às partículas do que ao ozono.
Como conclusões gerais dos resultados obtidos para Portugal Continental neste período de teste de aplicação do módulo de exposição humana (2007) verifica-se que as principais áreas urbanas se apresentam particularmente críticas em termos de exposição, nomeadamente Lisboa e Porto e as áreas industriais de Sines e Setúbal, com valores elevados tanto para as partículas como para o ozono.
Verifica-se ainda que a exposição é influenciada pela época o ano em que se procede à análise e varia por poluente. Também se comprovou que a variação temporal (ao longo de 2007) da exposição em locais críticos revela a grande variabilidade destes valores confirmando a importância de aprofundar e melhorar o sistema de previsão, para que permita identificar e prever episódios de poluição e despoletar acções e medidas a curto prazo para a gestão eficiente da qualidade do ar.
Autores:
Ana Rita Caçoilo e Filipa Caíres
Projecto do 5º ano de Engenharia do Ambiente
Departamento de Ambiente e Ordenamento
Universidade de Aveiro
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