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- Out 9, 2009
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Sejamos sinceros: atualmente, jogos cooperativos (com tela dividida) são raros. Tudo bem, você pode até encontrar diversos games que permitem um multiplayer amigável via online, mas dividir a tela com um amigo que está ao seu lado é algo cada vez mais distante da realidade — pelo menos no caso do Xbox 360 e do PlayStation. Entretanto, algumas desenvolvedoras bondosas ainda conseguem inserir este fantástico recurso.
Talvez um dos exemplos mais notáveis de 2009 seja Resident Evil 5, da Capcom. A campanha do game conta com dois personagens que, juntos, tentam sobreviver em meio ao caos enquanto são perseguidas por diversos monstrengos.O jogo se comporta como Resident Evil 4, mas, desta vez, há um grande foco na cooperação, seja online ou split-screen (tela dividida). Ponto para os reis do survival horror.
Mas, antes de RE5 chegar às lojas, outro game deixava bem claro que seus holofotes iluminavam o modo cooperativo: Army of Two. A Electronic Arts, responsável pelo título, trouxe um jogo repleto de ação e ainda conseguiu inovar na cooperação, graças ao medidor Aggro, que adiciona um pouco de estratégia ao tiroteio. Infelizmente, devido à problemas com a narrativa e à falta de uma inteligência artificial decente, o jogo não decolou.
Mesmo assim, a EA insistiu na franquia, anunciado uma sequencia para o título. Denominada Army of Two: The 40th Day — um nome esquisito, mas talvez a única saída para um game que já parece ter nascido com título de sequência —, a nova entrada prometia melhorar o que havia no primeiro, trazendo correções, mais ação e outras novidades.
O Baixaki Jogos pôs as mãos na segunda aventura dos durões Rios e Salem, protagonistas do game, para verificar como andam as coisas. Será que este novo contrato renderá horas e horas de diversão decente? Ou a dupla pisou na bola mais uma vez? Veremos.
História? O que é isso?
Bem, normalmente, nesta parte você ficaria por dentro da trama do game. Normalmente. Mas, The 40th Day não permite que façamos isto. Lamento. E não é por ameaças de Salem ou Rios. Tudo o que podemos dizer é que, desta vez, o cenário é uma Xangai em pleno apocalipse. Coincidentemente, a dupla está na cidade portuária da China, e deverá fazer de tudo para sobreviver e, obviamente, descolar uma boa quantia de grana.
Talvez a cutscene inicial do game devesse explicar algo, mas não é exatamente isto que acontece. Além de comportar uma parcela dos créditos do game, a primeira cena cinematográfica exibe, através de uma câmera em perspectiva, uma cidade aparentemente dominada por alguma espécie de milícia. Subitamente, tudo começa a voar pelos ares, com prédios explodindo e aviões colidindo com edifícios. A partir daí, o jogo não para.
Como é possível perceber, o título não oferece nenhuma trama muito complexa. Em vez disto, o game vai direto ao assunto, ilustrando que seu foco está mesmo na ação. Durante sua jornada, você até encontrará alguns outros elementos que contribuem para a história, mas nada que consiga torná-la muito relevante.
Army of Two: The 40th Day comporta-se como um verdadeiro filme de ação — só cuidado para não engordurar seu joystick com a pipoca. Explosões, tiroteios, cutscenes exageradas ou sem sentido, sangue e dois sujeitos contra o restante do mundo? Quer mais? Você também terá à sua disposição um arsenal invejável, que pode destruir tudo e qualquer coisa.
O título se comporta de maneira bastante semelhante ao primeiro game, trazendo uma perspectiva em terceira pessoa e o mesmo foco na cooperação. Ao lado de seu companheiro, você terá de matar, matar e matar. Além do objetivo primário, algumas etapas exigem mais cautela, como quando é necessário resgatar reféns ou enganar os oponentes.
A ação de The 40th Day é, sem dúvidas, o ponto alto do game — quase que exclusivamente. Jogar ao lado de um companheiro é a grande sacada do game, seja online ou via split-screen. Deste modo, a diversão durante os tiroteios é garantida, pois o game explora o trabalho em equipe, graças ao Aggro, e permite uma aniquilação bacana.
Há ainda um modo multiplayer competitivo com quatro modalidades diferente, algo que contribui para a longevidade do título. Falando em longevidade, é possível finalizar a campanha em apenas 5 horas. Mas, infelizmente, este não é o único problema do título. Controles confusos, gráficos que deixam a desejar e a falta de inovações, sem contar na ausência de uma trama profunda, impedem novamente a decolagem de Army of Two.
Mas, se você está a fim de destruir, explodir e acabar com a raça dos inimigos sem ter de pensar muito para isso, Army of Two pode até ser uma boa pedida, principalmente se você contar com algum amigo que tope embarcar nesta desmiolada aventura. Caso contrário, nem pense em assinar o contrato e vá procurar, quem sabe, um exército de verdade do mundo dos games.
Aprovado
Do que nós gostamos
Honrando o nome
Certamente, como você deve imaginar — e conforme mencionamos — o primeiro elogio vai para o foco na cooperação. Se você leu o início desta análise, provavelmente já sabe por que The 40th Day merece respeito. Além de trazer a diversão para duas pessoas, o título ainda fornece uma experiência única quando o assunto é coop.
Trata-se do famoso Aggro, o medidor que fica na parte superior da tela, que também fez bonito no primeiro game. Novamente, ele é o centro das atenções, em todos os sentidos. A barra representa o maior atrativo do game, mas também indica qual dos dois soldados está chamando mais atenção dos inimigos.
Basicamente, quando você atira, lança granadas ou faz qualquer outra ação que desperte os olhares dos oponentes, a barra Aggro enche para o seu lado. Seu personagem ganha uma espécie de aura laranjada, enquanto seu companheiro fica com o azul brilhante.
Isto significa que todos, teoricamente, os oponentes estão focados em você, permitindo que seu comparsa aja da maneira que bem entender, flanqueando ou surpreendendo os oponentes de outras maneiras. Sem dúvidas, isto adiciona um pouco de estratégia ao título e consegue, ao mesmo tempo, quebrar as chances de termos uma experiência completamente monótona e maçante, no qual o único objetivo é andar e atirar.
Cria-se então um verdadeiro exército de dois homens, como informa o título. Isto exige um bom trabalho em equipe, como toda facção que deseja sobreviver. Sendo assim, é comum que os jogadores conversem e se ajudem durante as batalhas, pois, caso contrário, ambos podem falhar.
Se tudo der errado e um dos dois mercenários cair, o outro pode alcançá-lo para tentar recuperar o amigo. A vítima pode se arrastar em direção a um local seguro ou tentar chegar ao companheiro para facilitar a situação. Fora isso, quem está caído também pode tentar atirar nos inimigos com sua pistola, mas isto gera grandes riscos.
O sistema de vida de The 40th Day é semelhante ao de Gears of War, no qual a energia do jogador é restaurada após um breve período de tempo. O título também conta com a possibilidade de fingir-se de morto, algo que influencia diretamente no Aggro.
Existem ainda alguns momentos mais tensos que exigem decisões rápidas dos jogadores. Em determinadas etapas, o jogo exibe duas escolhas diferentes que afetarão o futuro da trama. Nestes eventos, não há democracia, pois quem pressionar o botão primeiro decide o que acontecerá, reforçando a necessidade do diálogo e da comunicação.
Na alegria, você e seu companheiro poderão destruir tudo utilizando táticas exclusivamente cooperativas. Quando um dos players utiliza um escudo, por exemplo, o outro pode segui-lo e aproveitar-se da cobertura para aniquilar quem surge em sua frente. O título permite até que um dos jogadores finja estar se rendendo enquanto o outro dá a volta e acaba com os possíveis problemas. Tudo isto sem perguntar nada, é claro, apenas atirando.
E ainda tem mais. Alguns detalhezinhos permitem uma interação maior entre os personagens. Ao pressionar o botão círculo (B no Xbox 360), seu personagem provoca o companheiro, dando socos e até derrubando-o. Com o botão X (A no console da Microsoft), o gesto é mais carinhoso, normalmente resultando em apertos de mão e outras saudações. O mais engraçado é jogar Pedra, Papel e Tesoura (Jokenpo) e ver as reações do vencedor e do perdedor.
Aniquilando à sua maneira
A intensidade do game deve agradar os fãs do estilo. Do começo ao fim, você terá muito tiroteio e pouquíssimos momentos em que não há sangue ou tiros na tela. Inimigos atacam impiedosamente e você deve ficar atento, também, às estratégias dos oponentes, que muitas vezes atacam pelos flancos.
Durante o jogo, você encontrará alguns inimigos mais poderosos, revestidos com armaduras metálicas impenetráveis. Para derrotá-los, basta utilizar a estratégia do Aggro e acertá-los em seus pontos fracos. Em suma, a jornada é bem linear — o jogo ainda oferece um GPS estilo Dead Space para auxiliá-lo —, sem quaisquer puzzles ou momentos que quebrem o ritmo do game.
Para acabar com a raça dos vilões, você terá acesso à um gigantesco arsenal, contando com pistolas, rifles, granadas, escopetas, baionetas e muitos outros brinquedinhos para sua diversão. Boa parte das armas é comprada com dinheiro obtido durante o jogo, mas existem algumas exceções.
O melhor de tudo isto é a possibilidade de equipar suas belezinhas. Você pode adicionar partes de qualquer arma do gênero a seu rifle, por exemplo, o que gera itens realmente peculiares. Existe a possibilidade de customizar com silenciadores, escopetas, apoios e canos. Fora isso, você também pode alterar a cor de suas armas, incluindo um dourado realmente “pimp”. Estas mudanças não são meramente estéticas, e afetam os atributos de sua arma.
No site oficial do game, os jogadores podem criar suas próprias máscaras para serem utilizadas em game — tanto no multiplayer como single. Artistas contam com modelos em 3D disponibilizados no site, o que facilita a criação. Mas, se você não deseja arriscar pode simplesmente selecionar uma das diversas máscaras já disponibilizadas pelo game.
Beleza, então The 40th Day é um jogo exclusivamente multiplayer, certo? Não exatamente. Quando o assunto é single-player, a customização também aparece em jogo. Como? Bem, você pode dar ordens ao seu companheiro controlado pelo computador da maneira que desejar utilizando o direcional digital do joystick. É possível ordenar ataques, defesas e outros, seja de maneira passiva ou agressiva — a segunda opção faz com que seu amigo se torne o centro das atenções.
Competição bacana
Além do modo campanha, The 40th Day também oferece modalidades em que você enfrenta outros jogadores de qualquer parte do mundo. Ao todo, existem quatro opções, todas relativamente conhecidas para quem está por dentro das brigas online. Uma delas, a Extraction, é disponibilizada apenas para aqueles que fizeram a pré-compra do game. Vamos a uma breve explicação de cada uma delas.
O modo Co-op Deathmatch é o mais comum do título. Nesta opção, você e outro jogador lutam contra outras duplas com um simples objetivo: aniquilá-las. Há também o modo Control, que presenteia pontos aos times que capturam e defendem determinados pontos. O Warzone envolve um briga por vários objetivos aleatórios que se alteram conforme o jogo progride. Por último, Extraction é um modo em que times com quatro jogadores enfrentam hordas de oponentes — semelhante ao Horde, de Gears of War 2.
Todos os modos oferecem uma boa diversão, e o Co-op Deathmatch traz um diferencial interessante para a fórmula, embora já tivéssemos visto algo parecido em Wingman, de Gears 2. Nas lutas você pode selecionar apenas os equipamentos já disponibilizados pelo jogo, permitindo lutas de igual para igual.
Reprovado
O que espantou o BJ... No mau sentido
Polimento, por favor!
É impossível, simplesmente impossível, não notar a falta de polimento de The 40th Day. Aparentemente, os visuais contam com um nível de detalhes inferior ao primeiro título, o que é realmente espantoso. A versão para PlayStation 3 sofre ainda mais, trazendo uma iluminação menos convincente e texturas borradas. Mas não pense que no Xbox 360 tudo é uma maravilha. Há uma constante queda na taxa de quadro por segundo em ambas as versões, e, no geral, os gráficos realmente desapontam.
As explosões do game são deploráveis, uma das piores já vistas nesta geração. Quando algo vai pelos ares, algo muito comum no título, o resultado não é nada convincente. Além disso, o serrilhado domina o game, assim como a falta de texturas caprichadas. A água de The 40th Day é a pior já vista no PlayStation 3 e no Xbox 360.
Os modelos dos personagens até se salvam, trazendo uma boa riqueza nos detalhes das roupas e alguns outros detalhes interessantes. Mesmo assim, nada espetacular, pois o resultado ainda são bonecos que parecem ser de cera — talvez por isso peguem fogo tão fácil no game.
Quando você abre o modo customização, as coisas pioram ainda mais. Se você é sensível, recomendamos que tome muito cuidado ao personalizar suas armas. Ainda mais se for utilizar o modo “pimp”, no qual as armas ficam douradas. Dourado para a EA só pode significar ausência de texturas. Por favor, evite o dourado em Army of Two: The 40th Day. É para seu próprio bem.
Em geral, muito do jogo ainda parece mal acabado, principalmente nas cutscenes. Algumas cenas são grotescas, e a representação dos edifícios altos de Xangai é completamente decepcionante, com visuais que relembram a geração passada dos consoles. Provavelmente a companhia deve ter feito um port do PSP para o Xbox 360 e PlayStation 3, pois, para somente no portátil os gráficos podem ser considerados bons.
Felizmente, nem tudo é terror. Existem sim alguns momentos bonitinhos, e até alguns eventos bacanas — como quando o teto de um edifício se desprende com você dentro —, mas o que predomina é a falta de polimento.
Perdidão
“Papai, o que é isso? Um ataque alienígena? 2012? Ou alguma torcida organizada de futebol chegou à Xangai?” Ninguém saberia explicar o motivo dos ataques que ocorrem em The 40th Day. Meteoros, talvez. Mísseis, quem sabe. A verdade permanece obscura e, infelizmente, o título não se importa muito em fornecer detalhes.
Sim, existem os logs de rádio e outras informações espalhadas pelo jogo, mas duvidamos que alguém interrompa seus headshots para escutar uma monótona explicação em áudio. Para piorar, não há como acionar quaisquer legendas nas cenas.
Outro ponto negativo é o Extraction. Este modo aparece no menu principal do game, mas exige um código para ser jogado. Que código é este? Bem, se você leu até aqui, provavelmente sabe que se trata da pré-compra, mas nada disto é informado no game.
A confusão também se estende à própria jogabilidade do game, por incrível que pareça. Com o botão X (A no Xbox 360), você ressuscita seu companheiro, pega cobertura, corre e utiliza as ações de contexto. Agora imagine se seu companheiro cai perto de um obstáculo. O que acontece quando você tenta salvá-lo? Quem disse “ele pula o objeto e deixa o cara ali, morrendo” acertou. O excesso de comandos mapeados em um só botão realmente pode complicar as coisas.
Sem muita graça
Jogar sozinho é uma opção, mas não é necessariamente a melhor. Para falar a verdade, toda a graça do game vai por água abaixo quando você opta pelo single-player, o que é uma pena. O grande atrativo de The 40th Day é o modo cooperativo, com humanos, é claro. Logo, se não existe outro humano jogando com você, não há atrativo. Simples, não?
Outros problemas
Durante o jogo, você matará praticamente sempre os mesmos inimigos durante as 6 horas da campanha, percebendo variações apenas nas armas — tirando os inimigos com armaduras. Além disso, você também irá se cansar de subir e descer escadas, pois há pouca variedade de ambientes no game, que insiste nos edifícios.
Outro problema muito irritante ocorre quando jogador customiza sua arma. Certamente, como se pode imaginar, trata-se de um processo demorado, que pode ocupar alguns minutos do precioso tempo do jogador. Mas, se você alterar sua arma e morrer sem alcançar um checkpoint, tudo estará perdido. Sim, sua obra-prima vai pro brejo.
The 40th Day ainda traz problemas na conexão, como lag (atraso) e quedas, denegrindo o bom conceito do modo multiplayer.
Conclusão
Vale a pena?
Se você está procurando um jogo relativamente simples e com foco no modo cooperativo, não deixe de conferir Army of Two: The 40th Day. Os momentos de ação são bacanas, e este é um dos poucos jogos que oferecem a possibilidade de desfrutar de uma campanha ao lado de um companheiro em split-screen. Entretanto, players que procuram por uma boa trama, gráficos decentes ou apenas se divertir ao jogar sozinho devem pensar duas vezes.
Fonte: Baixaki Jogos
Talvez um dos exemplos mais notáveis de 2009 seja Resident Evil 5, da Capcom. A campanha do game conta com dois personagens que, juntos, tentam sobreviver em meio ao caos enquanto são perseguidas por diversos monstrengos.O jogo se comporta como Resident Evil 4, mas, desta vez, há um grande foco na cooperação, seja online ou split-screen (tela dividida). Ponto para os reis do survival horror.
Mas, antes de RE5 chegar às lojas, outro game deixava bem claro que seus holofotes iluminavam o modo cooperativo: Army of Two. A Electronic Arts, responsável pelo título, trouxe um jogo repleto de ação e ainda conseguiu inovar na cooperação, graças ao medidor Aggro, que adiciona um pouco de estratégia ao tiroteio. Infelizmente, devido à problemas com a narrativa e à falta de uma inteligência artificial decente, o jogo não decolou.
Mesmo assim, a EA insistiu na franquia, anunciado uma sequencia para o título. Denominada Army of Two: The 40th Day — um nome esquisito, mas talvez a única saída para um game que já parece ter nascido com título de sequência —, a nova entrada prometia melhorar o que havia no primeiro, trazendo correções, mais ação e outras novidades.
O Baixaki Jogos pôs as mãos na segunda aventura dos durões Rios e Salem, protagonistas do game, para verificar como andam as coisas. Será que este novo contrato renderá horas e horas de diversão decente? Ou a dupla pisou na bola mais uma vez? Veremos.
História? O que é isso?
Bem, normalmente, nesta parte você ficaria por dentro da trama do game. Normalmente. Mas, The 40th Day não permite que façamos isto. Lamento. E não é por ameaças de Salem ou Rios. Tudo o que podemos dizer é que, desta vez, o cenário é uma Xangai em pleno apocalipse. Coincidentemente, a dupla está na cidade portuária da China, e deverá fazer de tudo para sobreviver e, obviamente, descolar uma boa quantia de grana.
Talvez a cutscene inicial do game devesse explicar algo, mas não é exatamente isto que acontece. Além de comportar uma parcela dos créditos do game, a primeira cena cinematográfica exibe, através de uma câmera em perspectiva, uma cidade aparentemente dominada por alguma espécie de milícia. Subitamente, tudo começa a voar pelos ares, com prédios explodindo e aviões colidindo com edifícios. A partir daí, o jogo não para.
Como é possível perceber, o título não oferece nenhuma trama muito complexa. Em vez disto, o game vai direto ao assunto, ilustrando que seu foco está mesmo na ação. Durante sua jornada, você até encontrará alguns outros elementos que contribuem para a história, mas nada que consiga torná-la muito relevante.
Army of Two: The 40th Day comporta-se como um verdadeiro filme de ação — só cuidado para não engordurar seu joystick com a pipoca. Explosões, tiroteios, cutscenes exageradas ou sem sentido, sangue e dois sujeitos contra o restante do mundo? Quer mais? Você também terá à sua disposição um arsenal invejável, que pode destruir tudo e qualquer coisa.

O título se comporta de maneira bastante semelhante ao primeiro game, trazendo uma perspectiva em terceira pessoa e o mesmo foco na cooperação. Ao lado de seu companheiro, você terá de matar, matar e matar. Além do objetivo primário, algumas etapas exigem mais cautela, como quando é necessário resgatar reféns ou enganar os oponentes.
A ação de The 40th Day é, sem dúvidas, o ponto alto do game — quase que exclusivamente. Jogar ao lado de um companheiro é a grande sacada do game, seja online ou via split-screen. Deste modo, a diversão durante os tiroteios é garantida, pois o game explora o trabalho em equipe, graças ao Aggro, e permite uma aniquilação bacana.
Há ainda um modo multiplayer competitivo com quatro modalidades diferente, algo que contribui para a longevidade do título. Falando em longevidade, é possível finalizar a campanha em apenas 5 horas. Mas, infelizmente, este não é o único problema do título. Controles confusos, gráficos que deixam a desejar e a falta de inovações, sem contar na ausência de uma trama profunda, impedem novamente a decolagem de Army of Two.
Mas, se você está a fim de destruir, explodir e acabar com a raça dos inimigos sem ter de pensar muito para isso, Army of Two pode até ser uma boa pedida, principalmente se você contar com algum amigo que tope embarcar nesta desmiolada aventura. Caso contrário, nem pense em assinar o contrato e vá procurar, quem sabe, um exército de verdade do mundo dos games.
Aprovado
Do que nós gostamos
Honrando o nome
Certamente, como você deve imaginar — e conforme mencionamos — o primeiro elogio vai para o foco na cooperação. Se você leu o início desta análise, provavelmente já sabe por que The 40th Day merece respeito. Além de trazer a diversão para duas pessoas, o título ainda fornece uma experiência única quando o assunto é coop.
Trata-se do famoso Aggro, o medidor que fica na parte superior da tela, que também fez bonito no primeiro game. Novamente, ele é o centro das atenções, em todos os sentidos. A barra representa o maior atrativo do game, mas também indica qual dos dois soldados está chamando mais atenção dos inimigos.
Basicamente, quando você atira, lança granadas ou faz qualquer outra ação que desperte os olhares dos oponentes, a barra Aggro enche para o seu lado. Seu personagem ganha uma espécie de aura laranjada, enquanto seu companheiro fica com o azul brilhante.
Isto significa que todos, teoricamente, os oponentes estão focados em você, permitindo que seu comparsa aja da maneira que bem entender, flanqueando ou surpreendendo os oponentes de outras maneiras. Sem dúvidas, isto adiciona um pouco de estratégia ao título e consegue, ao mesmo tempo, quebrar as chances de termos uma experiência completamente monótona e maçante, no qual o único objetivo é andar e atirar.

Cria-se então um verdadeiro exército de dois homens, como informa o título. Isto exige um bom trabalho em equipe, como toda facção que deseja sobreviver. Sendo assim, é comum que os jogadores conversem e se ajudem durante as batalhas, pois, caso contrário, ambos podem falhar.
Se tudo der errado e um dos dois mercenários cair, o outro pode alcançá-lo para tentar recuperar o amigo. A vítima pode se arrastar em direção a um local seguro ou tentar chegar ao companheiro para facilitar a situação. Fora isso, quem está caído também pode tentar atirar nos inimigos com sua pistola, mas isto gera grandes riscos.
O sistema de vida de The 40th Day é semelhante ao de Gears of War, no qual a energia do jogador é restaurada após um breve período de tempo. O título também conta com a possibilidade de fingir-se de morto, algo que influencia diretamente no Aggro.
Existem ainda alguns momentos mais tensos que exigem decisões rápidas dos jogadores. Em determinadas etapas, o jogo exibe duas escolhas diferentes que afetarão o futuro da trama. Nestes eventos, não há democracia, pois quem pressionar o botão primeiro decide o que acontecerá, reforçando a necessidade do diálogo e da comunicação.
Na alegria, você e seu companheiro poderão destruir tudo utilizando táticas exclusivamente cooperativas. Quando um dos players utiliza um escudo, por exemplo, o outro pode segui-lo e aproveitar-se da cobertura para aniquilar quem surge em sua frente. O título permite até que um dos jogadores finja estar se rendendo enquanto o outro dá a volta e acaba com os possíveis problemas. Tudo isto sem perguntar nada, é claro, apenas atirando.
E ainda tem mais. Alguns detalhezinhos permitem uma interação maior entre os personagens. Ao pressionar o botão círculo (B no Xbox 360), seu personagem provoca o companheiro, dando socos e até derrubando-o. Com o botão X (A no console da Microsoft), o gesto é mais carinhoso, normalmente resultando em apertos de mão e outras saudações. O mais engraçado é jogar Pedra, Papel e Tesoura (Jokenpo) e ver as reações do vencedor e do perdedor.
Aniquilando à sua maneira
A intensidade do game deve agradar os fãs do estilo. Do começo ao fim, você terá muito tiroteio e pouquíssimos momentos em que não há sangue ou tiros na tela. Inimigos atacam impiedosamente e você deve ficar atento, também, às estratégias dos oponentes, que muitas vezes atacam pelos flancos.

Durante o jogo, você encontrará alguns inimigos mais poderosos, revestidos com armaduras metálicas impenetráveis. Para derrotá-los, basta utilizar a estratégia do Aggro e acertá-los em seus pontos fracos. Em suma, a jornada é bem linear — o jogo ainda oferece um GPS estilo Dead Space para auxiliá-lo —, sem quaisquer puzzles ou momentos que quebrem o ritmo do game.
Para acabar com a raça dos vilões, você terá acesso à um gigantesco arsenal, contando com pistolas, rifles, granadas, escopetas, baionetas e muitos outros brinquedinhos para sua diversão. Boa parte das armas é comprada com dinheiro obtido durante o jogo, mas existem algumas exceções.
O melhor de tudo isto é a possibilidade de equipar suas belezinhas. Você pode adicionar partes de qualquer arma do gênero a seu rifle, por exemplo, o que gera itens realmente peculiares. Existe a possibilidade de customizar com silenciadores, escopetas, apoios e canos. Fora isso, você também pode alterar a cor de suas armas, incluindo um dourado realmente “pimp”. Estas mudanças não são meramente estéticas, e afetam os atributos de sua arma.
No site oficial do game, os jogadores podem criar suas próprias máscaras para serem utilizadas em game — tanto no multiplayer como single. Artistas contam com modelos em 3D disponibilizados no site, o que facilita a criação. Mas, se você não deseja arriscar pode simplesmente selecionar uma das diversas máscaras já disponibilizadas pelo game.
Beleza, então The 40th Day é um jogo exclusivamente multiplayer, certo? Não exatamente. Quando o assunto é single-player, a customização também aparece em jogo. Como? Bem, você pode dar ordens ao seu companheiro controlado pelo computador da maneira que desejar utilizando o direcional digital do joystick. É possível ordenar ataques, defesas e outros, seja de maneira passiva ou agressiva — a segunda opção faz com que seu amigo se torne o centro das atenções.
Competição bacana
Além do modo campanha, The 40th Day também oferece modalidades em que você enfrenta outros jogadores de qualquer parte do mundo. Ao todo, existem quatro opções, todas relativamente conhecidas para quem está por dentro das brigas online. Uma delas, a Extraction, é disponibilizada apenas para aqueles que fizeram a pré-compra do game. Vamos a uma breve explicação de cada uma delas.
O modo Co-op Deathmatch é o mais comum do título. Nesta opção, você e outro jogador lutam contra outras duplas com um simples objetivo: aniquilá-las. Há também o modo Control, que presenteia pontos aos times que capturam e defendem determinados pontos. O Warzone envolve um briga por vários objetivos aleatórios que se alteram conforme o jogo progride. Por último, Extraction é um modo em que times com quatro jogadores enfrentam hordas de oponentes — semelhante ao Horde, de Gears of War 2.

Todos os modos oferecem uma boa diversão, e o Co-op Deathmatch traz um diferencial interessante para a fórmula, embora já tivéssemos visto algo parecido em Wingman, de Gears 2. Nas lutas você pode selecionar apenas os equipamentos já disponibilizados pelo jogo, permitindo lutas de igual para igual.
Reprovado
O que espantou o BJ... No mau sentido
Polimento, por favor!
É impossível, simplesmente impossível, não notar a falta de polimento de The 40th Day. Aparentemente, os visuais contam com um nível de detalhes inferior ao primeiro título, o que é realmente espantoso. A versão para PlayStation 3 sofre ainda mais, trazendo uma iluminação menos convincente e texturas borradas. Mas não pense que no Xbox 360 tudo é uma maravilha. Há uma constante queda na taxa de quadro por segundo em ambas as versões, e, no geral, os gráficos realmente desapontam.
As explosões do game são deploráveis, uma das piores já vistas nesta geração. Quando algo vai pelos ares, algo muito comum no título, o resultado não é nada convincente. Além disso, o serrilhado domina o game, assim como a falta de texturas caprichadas. A água de The 40th Day é a pior já vista no PlayStation 3 e no Xbox 360.
Os modelos dos personagens até se salvam, trazendo uma boa riqueza nos detalhes das roupas e alguns outros detalhes interessantes. Mesmo assim, nada espetacular, pois o resultado ainda são bonecos que parecem ser de cera — talvez por isso peguem fogo tão fácil no game.

Quando você abre o modo customização, as coisas pioram ainda mais. Se você é sensível, recomendamos que tome muito cuidado ao personalizar suas armas. Ainda mais se for utilizar o modo “pimp”, no qual as armas ficam douradas. Dourado para a EA só pode significar ausência de texturas. Por favor, evite o dourado em Army of Two: The 40th Day. É para seu próprio bem.
Em geral, muito do jogo ainda parece mal acabado, principalmente nas cutscenes. Algumas cenas são grotescas, e a representação dos edifícios altos de Xangai é completamente decepcionante, com visuais que relembram a geração passada dos consoles. Provavelmente a companhia deve ter feito um port do PSP para o Xbox 360 e PlayStation 3, pois, para somente no portátil os gráficos podem ser considerados bons.
Felizmente, nem tudo é terror. Existem sim alguns momentos bonitinhos, e até alguns eventos bacanas — como quando o teto de um edifício se desprende com você dentro —, mas o que predomina é a falta de polimento.
Perdidão
“Papai, o que é isso? Um ataque alienígena? 2012? Ou alguma torcida organizada de futebol chegou à Xangai?” Ninguém saberia explicar o motivo dos ataques que ocorrem em The 40th Day. Meteoros, talvez. Mísseis, quem sabe. A verdade permanece obscura e, infelizmente, o título não se importa muito em fornecer detalhes.
Sim, existem os logs de rádio e outras informações espalhadas pelo jogo, mas duvidamos que alguém interrompa seus headshots para escutar uma monótona explicação em áudio. Para piorar, não há como acionar quaisquer legendas nas cenas.
Outro ponto negativo é o Extraction. Este modo aparece no menu principal do game, mas exige um código para ser jogado. Que código é este? Bem, se você leu até aqui, provavelmente sabe que se trata da pré-compra, mas nada disto é informado no game.

A confusão também se estende à própria jogabilidade do game, por incrível que pareça. Com o botão X (A no Xbox 360), você ressuscita seu companheiro, pega cobertura, corre e utiliza as ações de contexto. Agora imagine se seu companheiro cai perto de um obstáculo. O que acontece quando você tenta salvá-lo? Quem disse “ele pula o objeto e deixa o cara ali, morrendo” acertou. O excesso de comandos mapeados em um só botão realmente pode complicar as coisas.
Sem muita graça
Jogar sozinho é uma opção, mas não é necessariamente a melhor. Para falar a verdade, toda a graça do game vai por água abaixo quando você opta pelo single-player, o que é uma pena. O grande atrativo de The 40th Day é o modo cooperativo, com humanos, é claro. Logo, se não existe outro humano jogando com você, não há atrativo. Simples, não?
Outros problemas
Durante o jogo, você matará praticamente sempre os mesmos inimigos durante as 6 horas da campanha, percebendo variações apenas nas armas — tirando os inimigos com armaduras. Além disso, você também irá se cansar de subir e descer escadas, pois há pouca variedade de ambientes no game, que insiste nos edifícios.
Outro problema muito irritante ocorre quando jogador customiza sua arma. Certamente, como se pode imaginar, trata-se de um processo demorado, que pode ocupar alguns minutos do precioso tempo do jogador. Mas, se você alterar sua arma e morrer sem alcançar um checkpoint, tudo estará perdido. Sim, sua obra-prima vai pro brejo.
The 40th Day ainda traz problemas na conexão, como lag (atraso) e quedas, denegrindo o bom conceito do modo multiplayer.
Conclusão
Vale a pena?
Se você está procurando um jogo relativamente simples e com foco no modo cooperativo, não deixe de conferir Army of Two: The 40th Day. Os momentos de ação são bacanas, e este é um dos poucos jogos que oferecem a possibilidade de desfrutar de uma campanha ao lado de um companheiro em split-screen. Entretanto, players que procuram por uma boa trama, gráficos decentes ou apenas se divertir ao jogar sozinho devem pensar duas vezes.
Fonte: Baixaki Jogos