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Alterações Climáticas: Espécie de ouriço-do-mar pode adaptar-se à acidificação dos oceanos

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Alterações Climáticas: Espécie de ouriço-do-mar pode adaptar-se à acidificação dos oceanos

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Filipa Alves​

Strongylocentrotus purpuratus, uma espécie de ouriço-do-mar que ocorre na costa norte-americana do Pacífico, pode adaptar-se à acidificação dos oceanos, sugere uma investigação laboratorial que resultou na publicação recente de um artigo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

O estudo, levado a cabo por uma equipa de investigadores norte-americanos liderada por Melissa Pespeni (Stanford University, Califórnia), envolveu a criação de populações de larvas de Strongylocentrotus purpuratus, em recipientes contendo água com dois graus distintos de acidez (normal e aumentada), para perceber se a espécie pode responder a uma alteração nesta característica ambiental.

Os ouriços-do-mar, à semelhança de outros organismos marinhos, dependem da “extração” de cálcio da água para o crescimento do seu esqueleto, uma função que se prevê que seja negativamente afetada pelo aumento da acidez da água marinha (que se traduz na diminuição do seu pH), consequência do aumento da concentração atmosférica de dióxido de carbono.

O Strongylocentrotus purpuratus vive num ambiente muito variável dada a frequente ascensão, a partir do oceano profundo, de águas ricas em CO2 e de pH baixo (um fenómeno denominado upwelling), que aumenta o grau de acidez do meio. Esta variabilidade ambiental levou os autores do estudo a colocar a hipótese da seleção natural promover a manutenção, nas populações desta espécie, de alelos que permitam a sobrevivência em meios de reduzido pH.

Confirmando esta hipótese, verificou-se que as larvas criadas num meio mais ácido não acusaram efeitos negativos ao nível do desenvolvimento do seu esqueleto. A análise do seu genoma revelou, no entanto, diferenças genéticas (na frequência dos alelos) significativas relativamente às larvas criadas em pH menos ácido. Estas alterações genéticas dizem respeito a genes relacionados com o crescimento, metabolismo dos lípidos e movimento de iões através da membrana das células, que permitem às células lidar com o aumento da acidez.

“Os nossos resultados demonstram uma capacidade para a evolução rápida em condições de acidificação do oceano (…) neste ecossistema costeiro com upwelling”, concluem os autores no resumo do artigo. “No entanto, a resposta efetiva a uma forte seleção natural exige um tamanho populacional elevado e pode ser limitada em espécies que sofram o impacto de outros fatores de stress ambiental”.

Aceda ao artigo científico disponibilizado de forma gratuita aqui


Fontes: Science news and science jobs from New Scientist - New Scientist e Proceedings of the National Academy of Sciences
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