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ACAPO quer mais técnicos de Braille ao serviço

migel

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ACAPO quer mais técnicos de Braille ao serviço


No Dia Mundial do Braille, o presidente da delegação dos Açores da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal queixa-se de falta de acompanhamento dos invisuais a par da sua degradação há alguns anos para cá.

No Dia Mundial do Braille, o presidente da delegação dos Açores da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal queixa-se de falta de acompanhamento dos invisuais a par da sua degradação há alguns anos para cá

Aprender a escrever e a ler Braille é essencial para a integração do invisual na comunidade, no entanto, muito há a fazer, adverte o presidente da delegação da ACAPO, Virgínio Bento, para quem a situação tem vindo a degradar-se nos últimos anos.
Ao todo são três técnicos especializados em Braille que assistem crianças e jovens nas ilhas de São Miguel e na Terceira, um número que considera “insuficiente” para fazer face às reais necessidades dos cegos na Região.
Virgínio Bento, ele próprio invisual, já tem sido procurado para ensinar adolescentes de 10 e 11 anos, bem como adultos.
“Fala-se muito na integração, mas para tal acontecer, o professor do ensino regular deveria saber Braille. Daí que me questiono por que razão as universidades não dispõem de uma disciplina específica para os futuros professores”, observa.
Isso tanto ao nível do Braille como da mobilidade (aprender a movimentar-se com a bengala branca), dois factores que enumera como essenciais para o progresso da aprendizagem das crianças e jovens invisuais, daí que Virgínio Bento não se coíbe em apontar o dedo à classe docente quando esse problema se coloca.
Crítica esta que estende igualmente ao Governo Regional, segundo o qual, pouco tem feito para minimizar os efeitos da exclusão social dos invisuais.
Virgínio Bento recorda, a propósito, os seus tempos de estudante no secundário, em que sempre se sentiu como parte da turma, uma vez que foi sempre acompanhado por um técnico. Acompanhamento que hoje não encontra nas escolas: “Nunca me senti inferior aos outros. Tinha os livros devidamente adaptados. Agora tem havido uma degradação”. E nesse sentido, entende que deveriam haver apoios específicos para os cegos na aquisição de equipamento informático adaptado.
A directora regional da Educação, Isabel Rodrigues, rejeita a crítica da ACAPO, tendo em conta o universo de alunos integrados no sistema regular de ensino.
Segundo a titular da pasta, estão sinalizados somente cinco alunos dos nove anos de idade ao ensino secundário, pelo que entende não se justificar o empenhamento de mais técnicos no campo, salvaguardando que “não há nenhuma situação crítica”.
De acordo com Isabel Rodrigues, neste momento, há um professor nas Laranjeiras, outro na Domingos Rebelo, mais um na Terceira.
Quanto à necessidade de dotar os professores em geral dos instrumentos para acompanhar os alunos com necessidades especiais, a executiva regional acredita na aposta na formação dos professores não só no Braille como em linguagem gestual. Contudo, lembra que é preciso praticar os conhecimentos adquiridos com vista a manter as competências.

UE sem documentação para invisuais
Um cego que queira informar-se sobre a União Europeia encontrará milhares de documentos nos centros comunitários portugueses, mas apenas uma ínfima parte está na linguagem que usa para ler e escrever.
De acordo com os principais centros portugueses de informação comunitária contactados pela agência Lusa, a União Europeia não disponibiliza, de forma regular, documentos e legislação em Braille.
Os gabinetes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu em Portugal, que no conjunto disponibilizam ao público várias centenas de documentos sobre a União Europeia, não possuem cópias da legislação disponíveis em Braille, excepto em casos pontuais e por iniciativa das próprias representações em Lisboa.
Fontes de ambos os gabinetes referiram à agência Lusa que a aposta dos organismos comunitários passa, neste momento, por disponibilizar online a totalidade da informação e legislação da UE. Em Portugal, existem cerca de 163 mil deficientes visuais dos quais 787 estão no sistema de ensino. Segundo dados do Ministério da Educação, do total de alunos com problemas visuais 164 tem ausência total de visão e estão distribuídos por 111 escolas.||

Aniversário
de Louis Braille
Ontem, comemorou-se o 199.º aniversário do nascimento de Louis Braille.
O Sistema Braille por ele criado é considerado um importante instrumento para a educaçao, reabilitação e inserção sócio-profissional dos deficentes visuais. Tal como foi concebido por Braille (1829) e, mais tarde, reconhecido em Portugal pelo Ministério da Instrução Pública, em 1930, é um modelo de lógica simples de seis pontos tácteis. Porém, adianta a associação, a realidade braillográfica deixou de satisfazer há muito as necessidades sentidas pelos utilizadores, que passaram a aplicar o Braille, não só à escrita vocabular, em diversos alfabetos, tanto no modo integral como no modo estenográfico, como também à escrita da matemática, geometria, química, fonética, música e informática.

Fonte:Açoriano Oriental
 

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Invisuais açorianos não aprendem Braille


"A nossa situação nos Açores é muito má". Essa é a convicção de Virgínio Bento, presidente da delegação dos Açores da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO). Em declarações a propósito do Dia Mundial do Braille, que ontem se assinalou, Virgínio Bento, lamenta que entre cerca de três mil cegos que existem nos Açores apenas duas dezenas sabem ler Braille.

Existem cerca de três mil pessoas com limitações visuais nos Açores mas apenas duas dezenas têm conhecimentos suficientes para ler em Braille.
"A nossa situação nos Açores é muito má". Essa é a convicção de Virgínio Bento, presidente da delegação dos Açores da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
Em declarações a propósito do Dia Mundial do Braille, que ontem se assinalou, Virgínio Bento, lamenta que entre cerca de três mil cegos que existem nos Açores apenas duas dezenas sabem ler Braille.
"Existem apenas dois ou três técnicos habilitados na Região para ensinar Braille quando essa devia ser uma disciplina obrigatória nas universidades, sobretudo, nos cursos em que os licenciados seguem a via do ensino", refere.
Assegura que o Braille "é simples de apreender" mas como existem poucos técnicos habilitados para o fazer na Região os cegos nos Açores continuam privados do direito de poderem ler.
Nascido em Coupvray (perto de Paris), a 4 de Janeiro de 1809, o pedagogo francês Louis Braille foi o "pai" da escrita especial para os invisuais, designadamente, o Braille.
Ficou cego de um olho aos três anos de idade em consequência de um acidente, perdendo, pouco tempo depois, a visão do outro olho por causa de uma infecção.
Frequentou um instituto para cegos, onde foi depois professor. Louis Braille para cegos, que ficou conhecido como alfabeto Braille e se universalizou.
O Braille é lido da esquerda para a direita, com uma ou ambas as mãos. Cada célula Braille permite 63 comunicações de pontos. Por todo o mundo, existem 45 milhões de cegos e 180 milhões de amblíopes. Em Portugal, existem cerca de 163 mil deficientes visuais.

Fonte:Correio dos Açores
 
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