H
helldanger1
Visitante
A pesca de "surf casting" tem conhecido nos últimos anos, um desenvolvimento espectacular no nosso país. Qualquer pescador de praia tem uma boa cana de carbono, um carreto com boa saída de fio, utiliza linhas apropriadas para a bobine e consegue colocar a chumbada cada vez mais longe da praia. Este desenvolvimento do equipamento de pesca permite alcançar distâncias de lançamento impensáveis há meia dúzia de anos.
Mas o sucesso de uma pescaria não resulta apenas do material de pesca ou da técnica utilizada. É indispensável saber "ler" a praia, olhar o seu perfil, ter em atenção o tipo de rebentação das ondas, conjugar a direcção do vento com a direcção da corrente, etc., etc. A diversidade de factores é quase infinita e torna a pesca um dos desportos mais apaixonantes da natureza. Simultaneamente o pescador tem que compreender como se comportam os elementos naturais, quais as suas consequências e como reagem os peixes, a esses fenómenos. São necessários muitos anos de, observação e experiência. Ora o que aqui me proponho falar-vos é exactamente sobre a escolha
A praia, como toda a gente sabe, é o resultado da acção mecânica da natureza que durante milénios destruiu as aflorações rochosas produzindo areia mais ou menos fina. A praia é no fundo, o depósito de areia ou calhaus de várias dimensões ou cores que as forças da natureza criaram, com a acção do vento, das ondas, dos rios, das águas de escorrência, etc. Estas faixas de areia mais ou menos extensas, resistiram durante anos e anos, num equilíbrio muito instável e sofrendo alterações constantes. No entanto todas as praias tem algumas características semelhantes e podem-se agrupar em dois grandes conjuntos: praias de perfil transversal profundo e praias de perfil transversal baixo. As primeiras normalmente são constituídas por areão ou seixos com areão e as segundas por areia fina. Entre estes dois tipos de praia podemos encontrar muitas situações intermédias. Todas as praias são ladeadas por promontórios rochosos locais importantíssimos para a pesca desportiva como veremos mais à frente.
A escolha do pesqueiro
Vista de cima, uma praia não é totalmente rectilínea, possui verdadeiros pontões de areia que entram pelo mar, contrastando com reentrâncias mais ou menos fundas, designadas por "curveiros". A observação destes locais é indispensável à nossa decisão. Antes de montarmos o nosso equipamento de pesca e o pormos a pescar, devemos observar a praia à nossa volta durante algum tempo. Se o mar tiver uma ondulação forte, mais ou menos 2 metros e a corrente for significativa (detectamos a corrente pela velocidade da deslocação da espuma provocada pelas ondas e pelo ângulo formado entre a praia e a ondulação), devemos procurar um "curveiro" (canal) com boa comunicação com águas mais profundas e onde a corrente seja na direcção perpendicular à linha de costa, normalmente o centro do pesqueiro. Se a ondulação for fraca devemos ter muita atenção à direcção da corrente, mais difícil de detectar mas mais importante na nossa decisão.
A pesca deve então realizar-se, não no centro do "curveiro" mas nas suas vertentes interiores. Devemos sempre procurar um pesqueiro onde haja alguma agitação de águas e onde se acumulem os detritos transportados pela corrente.
Quando o mar é muito calmo e a ondulação muito fraca, a pesca torna-se muito difícil e a procura de um bom local de pesca mais exaustiva. O peixe aproxima-se da praia só perto da praia-mar e são necessários lançamentos muito longos (normalmente obtêm-se melhores resultados na pesca nocturna). Nestas condições em que a rebentação é quase nula, existe um outro sistema bastante eficaz: consiste em efectuar um lançamento muito longo, só com uma chumbada. Depois recupera-se lentamente, e é o comportamento da chumbada que nos vai dizer onde pescar! Se a chumbada se desloca em pequenos saltos, estamos na presença de um fundo sem peixe. O sinal dos depósitos de detritos é nos dado quando a chumbada tende a sofrer uma prisão, sente-se uma maior resistência; é quase uma sensação de fundo macio. É este o local que nos interessa. Normalmente são necessários vários lançamentos, uns mais longos e outros mais curtos para realizarmos esta sondagem do local de pesca.
Outro pesqueiro a considerar são as línguas de areia paralelas à linha de costa. Normalmente estas "coroas" de areia provocam a rebentação da ondulação. Por detrás da rebentação poderemos, com êxito quase certo, procurar as nossas presas, ainda um tipo de pesqueiros muito interessantes, são aqueles onde afloram formações rochosas cobertas de bancos de mexilhões. As douradas "adoram" estes locais, o importante é sabermos se as rochas não estiveram cobertas de areia até há pouco tempo e por isso sem "vida" a recobri-las. A instabilidade das areias na praia tornam a busca de locais de pesca uma constante que o pescador atento não despreza. Basta mudar a direcção do vento e todas as condições se alteram.
Falta ainda falarmos da maré. De facto à medida que a maré vai subindo ou descendo as condições alteram-se e com elas o local de pesca. Quando o mar é muito agitado devemos procurar pescar na baixa-mar e nos canais fundos onde se encontram as correntes. Quando o mar é calmo a pesca deve realizar-se mais perto da praia-mar e quase sempre no surribo da coroa de areia.
O "surf casting" é uma disciplina de pesca de mar desenvolvida em muitos países do mundo. Em Portugal esta técnica é possível ser praticada em todas as praias de Norte a Sul do país. O "surf casting" lançamento na rebentação necessita de praias recortadas caracterizadas por uma grande inconstância do seu perfil e grande frequência de mar batido. É nestas condições que alguns dos peixes da nossa costa procuram alimento. Quando estamos em presença de uma boa ondulação para pescar, as águas são bem oxigenadas e o fundo da praia é revolvida o suficiente para por os peixes que nós pretendemos a procurar comida. Para este tipo de pesca não basta ter uma boa técnica e bom material; embora sejam indispensáveis é bem mais importante a prática, a observação do mar e a acumulação de experiências conjugadas com a técnica, em que o equipamento constitui o meio e os peixes capturados a confirmação da experiência.
Um bom pescador de "surf casting" terá sempre que procurar o melhor pesqueiro e o melhor pesqueiro é onde está o peixe! Uma vez examinados os sinais da praia e conjugados com as condições meteorológicas, com a fase da maré e as iscas a utilizar, é que poderemos escolher o pesqueiro e iniciar a acção de pesca; esta será sempre o resultado de uma correcta interpretação das condições do momento e da consequente escolha efectuada.
cumpts
hell
Mas o sucesso de uma pescaria não resulta apenas do material de pesca ou da técnica utilizada. É indispensável saber "ler" a praia, olhar o seu perfil, ter em atenção o tipo de rebentação das ondas, conjugar a direcção do vento com a direcção da corrente, etc., etc. A diversidade de factores é quase infinita e torna a pesca um dos desportos mais apaixonantes da natureza. Simultaneamente o pescador tem que compreender como se comportam os elementos naturais, quais as suas consequências e como reagem os peixes, a esses fenómenos. São necessários muitos anos de, observação e experiência. Ora o que aqui me proponho falar-vos é exactamente sobre a escolha
A praia, como toda a gente sabe, é o resultado da acção mecânica da natureza que durante milénios destruiu as aflorações rochosas produzindo areia mais ou menos fina. A praia é no fundo, o depósito de areia ou calhaus de várias dimensões ou cores que as forças da natureza criaram, com a acção do vento, das ondas, dos rios, das águas de escorrência, etc. Estas faixas de areia mais ou menos extensas, resistiram durante anos e anos, num equilíbrio muito instável e sofrendo alterações constantes. No entanto todas as praias tem algumas características semelhantes e podem-se agrupar em dois grandes conjuntos: praias de perfil transversal profundo e praias de perfil transversal baixo. As primeiras normalmente são constituídas por areão ou seixos com areão e as segundas por areia fina. Entre estes dois tipos de praia podemos encontrar muitas situações intermédias. Todas as praias são ladeadas por promontórios rochosos locais importantíssimos para a pesca desportiva como veremos mais à frente.

A escolha do pesqueiro
Vista de cima, uma praia não é totalmente rectilínea, possui verdadeiros pontões de areia que entram pelo mar, contrastando com reentrâncias mais ou menos fundas, designadas por "curveiros". A observação destes locais é indispensável à nossa decisão. Antes de montarmos o nosso equipamento de pesca e o pormos a pescar, devemos observar a praia à nossa volta durante algum tempo. Se o mar tiver uma ondulação forte, mais ou menos 2 metros e a corrente for significativa (detectamos a corrente pela velocidade da deslocação da espuma provocada pelas ondas e pelo ângulo formado entre a praia e a ondulação), devemos procurar um "curveiro" (canal) com boa comunicação com águas mais profundas e onde a corrente seja na direcção perpendicular à linha de costa, normalmente o centro do pesqueiro. Se a ondulação for fraca devemos ter muita atenção à direcção da corrente, mais difícil de detectar mas mais importante na nossa decisão.
A pesca deve então realizar-se, não no centro do "curveiro" mas nas suas vertentes interiores. Devemos sempre procurar um pesqueiro onde haja alguma agitação de águas e onde se acumulem os detritos transportados pela corrente.
Quando o mar é muito calmo e a ondulação muito fraca, a pesca torna-se muito difícil e a procura de um bom local de pesca mais exaustiva. O peixe aproxima-se da praia só perto da praia-mar e são necessários lançamentos muito longos (normalmente obtêm-se melhores resultados na pesca nocturna). Nestas condições em que a rebentação é quase nula, existe um outro sistema bastante eficaz: consiste em efectuar um lançamento muito longo, só com uma chumbada. Depois recupera-se lentamente, e é o comportamento da chumbada que nos vai dizer onde pescar! Se a chumbada se desloca em pequenos saltos, estamos na presença de um fundo sem peixe. O sinal dos depósitos de detritos é nos dado quando a chumbada tende a sofrer uma prisão, sente-se uma maior resistência; é quase uma sensação de fundo macio. É este o local que nos interessa. Normalmente são necessários vários lançamentos, uns mais longos e outros mais curtos para realizarmos esta sondagem do local de pesca.
Outro pesqueiro a considerar são as línguas de areia paralelas à linha de costa. Normalmente estas "coroas" de areia provocam a rebentação da ondulação. Por detrás da rebentação poderemos, com êxito quase certo, procurar as nossas presas, ainda um tipo de pesqueiros muito interessantes, são aqueles onde afloram formações rochosas cobertas de bancos de mexilhões. As douradas "adoram" estes locais, o importante é sabermos se as rochas não estiveram cobertas de areia até há pouco tempo e por isso sem "vida" a recobri-las. A instabilidade das areias na praia tornam a busca de locais de pesca uma constante que o pescador atento não despreza. Basta mudar a direcção do vento e todas as condições se alteram.
Falta ainda falarmos da maré. De facto à medida que a maré vai subindo ou descendo as condições alteram-se e com elas o local de pesca. Quando o mar é muito agitado devemos procurar pescar na baixa-mar e nos canais fundos onde se encontram as correntes. Quando o mar é calmo a pesca deve realizar-se mais perto da praia-mar e quase sempre no surribo da coroa de areia.
O "surf casting" é uma disciplina de pesca de mar desenvolvida em muitos países do mundo. Em Portugal esta técnica é possível ser praticada em todas as praias de Norte a Sul do país. O "surf casting" lançamento na rebentação necessita de praias recortadas caracterizadas por uma grande inconstância do seu perfil e grande frequência de mar batido. É nestas condições que alguns dos peixes da nossa costa procuram alimento. Quando estamos em presença de uma boa ondulação para pescar, as águas são bem oxigenadas e o fundo da praia é revolvida o suficiente para por os peixes que nós pretendemos a procurar comida. Para este tipo de pesca não basta ter uma boa técnica e bom material; embora sejam indispensáveis é bem mais importante a prática, a observação do mar e a acumulação de experiências conjugadas com a técnica, em que o equipamento constitui o meio e os peixes capturados a confirmação da experiência.
Um bom pescador de "surf casting" terá sempre que procurar o melhor pesqueiro e o melhor pesqueiro é onde está o peixe! Uma vez examinados os sinais da praia e conjugados com as condições meteorológicas, com a fase da maré e as iscas a utilizar, é que poderemos escolher o pesqueiro e iniciar a acção de pesca; esta será sempre o resultado de uma correcta interpretação das condições do momento e da consequente escolha efectuada.
cumpts
hell