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A contaminação da água

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A contaminação da água

Publicado na Quinta-Feira, dia 15 de Maio de 2008, por Padre Manuel Carlos

Nos últimos quinze dias muito se tem falado da contaminação da água nas Lajes com hidrocarbonetos e metais pesados, derivada de derrames de combustível dos depósitos que as Forças Armadas dos Estados Unidos construíram na zona.

De relatórios científicos a opiniões de cientistas, passando por declarações de políticos após o alarme que a questão estava a provocar nos cidadãos, até à intenção de realização de novos estudos científicos, de quase tudo aconteceu.

O que se percebeu já desta história é que a população não pode confiar no Estado que não conhece ou reconhece as suas responsabilidades. Perante as fortes suspeitas da existência de um problema grave de saúde pública o Governo começou por dizer que não era nada com ele nem foi e é capaz de garantir aos cidadãos que há ou não há um problema. Chutaram-se competências para todos os lados possíveis (até para o Ministério da Defesa Nacional) e escudaram-se em meias palavras que dizem o que dizem e permitem, depois, dizer o seu contrário sem que a contradição seja óbvia.

Os próprios cientistas, passados os tais quinze dias, já começaram a esvaziar o balão, pois talvez não seja tão grave o problema e, sobretudo, consequências para a saúde pública é que parece não haver.

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Perante tais recuos científicos parece que estamos ou perante cientistas que recorrem a qualquer coisa para satisfazer a sua ganância de protagonismo mediático e se assustam com as consequências das suas acções ou perante uma estratégia de pressões para “abafamento” do problema de contaminação da água e dos solos e os interessados são muitos.

O próprio comunicado da Força Aérea Portuguesa carece de explicações porque, depois de afirmar a reduzida dimensão do problema, afirma investimentos em concretização na construção de um edifício para tratamento de terras (contaminadas). Em época de contenção orçamental, a FAP dá-se ao luxo (ao aperto!) de construir um edifício para resolver consequências causadas por um país estrangeiro?

Os estudos estão prometidos. Aguardemos ou resultados.

Mas seria reconfortante que as entidades que os pediram anunciassem a data provável da sua conclusão e que as respectivas conclusões fossem devidamente explicadas, para que o cidadão comum as perceba sem recurso a especialistas.

O menos urgente neste caso é apurar os causadores da poluição, porque numa civilização de direito os responsáveis, por mais que fujam, estarão sempre no mesmo planeta Terra. E um país não se pode esconder.

A montanha pode parir um rato, mas que se acabe definitivamente com as suspeitas de podermos estar a ingerir metais pesados e hidrocarbonetos causadores de graves problemas de saúde


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