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A segunda quinzena de férias de agosto está aí e quer a escolha para este tempo livre seja lá fora ou por cá, é importante ter atenção às burlas. Se a escolha for arrendar uma casa de férias, há que ter em atenção vários pontos, que podem fazer com que consiga - mesmo - usufruir deste período.
Já no início deste verão, a DECO PRO teste publicou um artigo no qual dava alguns conselhos acerca desta modalidade. "Ir para uma casa que já conhece ou recorrer aos contactos de amigos podem ser formas de evitar burlas", alertavam os especialistas no artigo, deixando algumas cuidados que devem ser tidos em conta na altura de marcar um alojamento.
Alertando que se devem evitar "precipitações", sobretudo na altura de marcar, a associação para a defesa do consumidor aponta que se pode começar por "confirmar no anúncio o número de registo do estabelecimento de Alojamento Local", e, de seguida, conformar o mesmo no site do Turismo de Portugal. Desta forma, "ficará a saber a localização da casa, quem é o seu titular e os respetivos elementos de identificação (contribuinte, telefone e e-mail)."
Face aos assuntos falsos existentes, são deixadas algumas dicas. Veja abaixo:
O preço
Os especialistas referem que se deve desconfiar de ofertas "demasiado boas", nomeadamente, se o preço das casas for muito barato e estas se encontrarem muito bem decoradas. "Se a oferta for, realmente, apetecível, deve comparar ofertas idênticas no mesmo local e, se for o caso, pedir para visitar a casa. Pense duas vezes se notar alguma resistência por parte do proprietário em fazê-lo. Desculpas como residir no estrangeiro são habituais", alertam.
Pesquisa alargada
A DECO PROteste adianta ainda que a pesquisa pelas casas deve ser feita em várias plataformas: "As comissões cobradas aos proprietários variam consoante a plataforma, e o mesmo apartamento pode estar anunciado em vários sítios com preços diferentes. Procure a melhor oferta. Lembre-se de verificar se os sites são seguros antes de avançar."
Visite a casa
Apesar da distância que deverá existir entre a casa de habitação do arrendatário e a casa de férias, a DECOproteste alerta: "Quer tome conhecimento do imóvel através de anúncio de jornal, plataforma na internet ou rede social ou contacto direto, se possível, é aconselhável que o visite primeiro. Por vezes, as fotografias criam uma imagem diferente da que vai encontrar."
Não ceda a pressões
Segundo os especialistas, um sina de que pode estar a ser alvo "de burla é se o pressionarem a tomar uma decisão rápida, por exemplo, com o argumento de que têm outras pessoas interessadas e que deve fazer o pagamento do sinal para garantir a reserva." Deve, no entanto, demorar "o tempo que precisar até se sentir confiante com o negócio."
Confirmações
Antes de entregar um sinal, deve, de acordo com a associação para a defesa do consumidor, confirmar vários pontos:
- Numa pesquisa na internet, se há anúncios semelhantes, com as mesmas fotos, ou se há denúncias de burlas sobre aquele anúncio;
- a veracidade do anunciado, pedindo outras fotos do interior da habitação, além das anunciadas, e perguntando sobre os equipamentos ou serviços associados;
- A identidade do anunciante ou da pessoa com quem tem contactado por e-mail ou telefone (por exemplo, perfis de anúncios em redes sociais com registos muito recentes na plataforma, e com poucos "amigos", são um sinal de alerta);
- Se a identidade do titular da conta bancária a depositar coincide com a do anunciante. Ao fazer transferência confirme previamente o nome do titular da conta;
- Se o anunciante tem uma conta bancária estrangeira;
- Se o contacto de telemóvel que lhe foi dado se mantém ativo desde o primeiro contacto (pode simular uma nova chamada a reservar o imóvel para o mesmo período e confirmar se continua disponível);
- Caso faça um pagamento e receba um e-mail ou uma mensagem indicando que houve um problema e o dinheiro não chegou ao destino, confirme a situação junto do banco antes de fazer um novo pagamento. Pode ser um esquema para tentar que pague o valor uma segunda vez. Se desconfiar de burla, cancele imediatamente a ordem de pagamento. Com sorte, pode ser que o burlão não chegue a receber;
- Se não obtiver validação do perfil de utilizador durante o processo de registo na plataforma online, não avance para o pagamento de qualquer reserva de casa, nem dê autorizações para pagamentos através do cartão de crédito
"Desconfie sempre que lhe solicitarem algum pagamento através de cheque, dinheiro ou recurso a serviços de transferência em dinheiro. Em algumas situações, as vítimas podem ser confrontadas a pagar, no primeiro contacto, metade do valor", lê-se.
Reclamar
Quando a casa não corresponder ao anúncio, deve ainda pedir o livro de reclamações dos AL.
Denunciar
A associação aponta ainda que face a uma burla, deve participar o caso às autoridades, munindo-se da documentação que tiver reunida: anúncio, e-mails, fotografias e comprovativos de pagamento.
- Deverá fazer a denúncia na Polícia de Segurança Pública (PSP), na Guarda Nacional Republicana (GNR), ou na Policia Judiciária, se o crime envolver meios informáticos;
- Caso a burla seja online, pode igualmente fazer a participação através do e-mail do Gabinete de Cibercrime da Procuradoria‑Geral da República (cibercrime@pgr.pt);
- Também pode dar conhecimento de burlas online ao Centro Nacional de Cibersegurança (cert@cert.pt), embora esta comunicação não tenha valor de denúncia;
- Se tiver chegado a fazer um pagamento, comunique a burla ao seu banco.